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Aula 00 (PDF)

História do Brasil p/ CACD (Primeira e Terceira Fases)


Professor: Rafael Nogueira

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História do Brasil
Concurso de Admissão à Carreira de Diplomacia
Prof. Rafael Nogueira Aula 00

Aula 00 - O Período Colonial I: Formação da América Portuguesa.


Chegada dos portugueses no Brasil. Consolidação e expansão do
território. Invasões Holandesas.

Sumário
Objetivos.......................................................................................................................... 3
Explicar sobre o concurso ......................................................................................................... 3
Explicar sobre o método ........................................................................................................... 3
Apresentar uma visão panorâmica do percurso de estudos ....................................................... 3
Explanar o primeiro conteúdo .................................................................................................. 3
Plano de aula.................................................................................................................... 4
Apresentação do professor, do curso e da aula ......................................................................... 4
Explicação detalhada sobre todo o conteúdo programático ....................................................... 4
Conteúdo do edital ................................................................................................................... 4
Minha divisão para o conteúdo................................................................................................. 5
Período Colonial [aula 00] ............................................................................................................... 5
Período colonial II [aula 01] ............................................................................................................ 5
O Processo de independência [aula 02].......................................................................................... 5
O Primeiro Reinado [aula 03] .......................................................................................................... 5
A Regência [aula 04]........................................................................................................................ 5
O Segundo Reinado [aula 05].......................................................................................................... 5
O Segundo Reinado [aula 06].......................................................................................................... 6
A Primeira República [aula 07]........................................................................................................ 6
A Era Vargas [aula 08] ..................................................................................................................... 6
A República Liberal [aula 09]........................................................................................................... 6
Regime Militar [aula 10].................................................................................................................. 7
Processo democrático de 1985 [aula 11] ........................................................................................ 7
O Período Colonial............................................................................................................ 8
Cronologia do Tema ................................................................................................................. 8
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Aspectos introdutórios sobre Portugal e as grandes navegações ................................................ 9


A Chegada dos portugueses no Brasil ...................................................................................... 12
Formação da América Portuguesa........................................................................................... 14
Consolidação e expansão do território .................................................................................... 17

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Aula
Objetivos
Explicar sobre o concurso
 Este concurso possui uma primeira fase chamada TPS, ou seja, uma
primeira fase correspondente ao que chamamos de “certo ou
errado”, ou o momento em que são julgadas as questões entre
certo ou errado.

 Já na segunda fase, a prova é discursiva, ou seja, deve-se


responder as questões de forma escrita. As duas primeiras serão
discorridas em 90 linhas cada à luz de um texto, proposta ou
imagem motivadora. Já as outras duas serão escritas em 60 linhas
como uma redação comum.

Explicar sobre o método


 PDFs sobre as aulas

 Aulas ao vivo

 Comentários às provas discursivas

Apresentar uma visão panorâmica do percurso de estudos


Explanar o primeiro conteúdo

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Plano de aula
Apresentação do professor, do curso e da aula
 Bacharel em Direito e em Filosofia, trabalho com história sobretudo
com o império do Brasil. Dou aula em escolas para vestibulares,
ENEM e concursos. Recentemente venho escrevendo alguns livros
sobre a história dos Estados Unidos e por isso estou bastante
empenhado no estudo da história e assuntos análogos.

 A História do Brasil é um conteúdo muito extenso, dessa maneira o


curso será ministrado segundo as exigências da banca com relação
às questões vistas em provas anteriores.

 O nosso objetivo é vencer a banca!

 É muito importante que sejam vistos todos os vídeos, mas é


imprescindível que sejam lidos os PDFs, já que todo o conteúdo
presente nos vídeos e adendos importantes constarão no PDF de
cada aula.

Explicação detalhada sobre todo o conteúdo programático


 O conteúdo programático é baseado no edital de 2016 que explana
o conteúdo de forma superficial, por isso usamos adentramos em
tópicos mais relevantes e por isso o conteúdo acaba ficando um
pouco mais extenso.

 Além do edital nos baseamos também no conteúdo recorrente em


provas anteriores.

Conteúdo do edital
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1. Período Colonial
2. O Processo de Independência
3. O Primeiro Reinado
4. A Regência
5. O Segundo Reinado
6. A Primeira República
7. A Era Vargas
8. A República Liberal
9. O Regime Militar
10. O Processo Democrático a partir de 1985

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Minha divisão para o conteúdo


Período Colonial [aula 00]
 Aspectos introdutórios sobre Portugal e as Grandes Navegações
 Chegada dos portugueses ao Brasil
 Formação da América Portuguesa
 Consolidação e expansão do território
Período colonial II [aula 01]
 Holandeses no Brasil
 A idade de ouro
 O tratado de Madri e Alexandre Gusmão
 Tratados e limites vigentes no século XVIII
 O período pombalino e a Viradeira
O Processo de independência [aula 02]
 Movimentos nativistas e emancipatórios
 Vinda da família Real e o Processo de Independência: Período
joanino (mudança da corte para o Brasil, principais medidas de D.
João, cultura)
 Revolução Pernambucana de 1817
 Revolução do Porto, o “Fico”, A Independência
 José Bonifácio, primeiro chanceler do Brasil
 O reconhecimento da Independência
O Primeiro Reinado [aula 03]
 O primeiro Império: Aspectos Gerais
 Constituição de 1824
 Confederação do Equador
 Guerra da Cisplatina
 Política Exterior, Economia, Cultura e Crise
A Regência [aula 04]
 Período Regencial e a Consolidação do Estado Imperial:
 Facções políticas, centralização versus descentralização
 Sucessivas regências, onda de conflitos e rebeliões (com suas
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classificações)
 Avanço liberal, regresso conservador, partidos políticos, tentativa
de Golpe
 Imobilismo Externo e o Golpe da Maioridade.
O Segundo Reinado [aula 05]
 Segundo Império I:
 Política, economia e cultura
 Gabinete da Maioridade
 Gabinete Conservador
 Quinquênio Liberal
 Hegemonia Saquarema, Reformas de 1850, Hegemonia no Prata,
Ministério da Conciliação, Renascer Liberal
 Tratados de limite de limite do séc. XIX

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O Segundo Reinado [aula 06]


 Segundo Império II:
 Questão Christie
 Conflito com os EUA sobre o Amazonas
 Guerra do Paraguai
 Distensão e Universalismo
 Diplomacia de prestígio
 Pan-americanismo
 Retorno dos conservadores
 Gabinete do Visconde do Rio Branco
 Revoltas populares
 Movimento Republicano
 O caso do Império.
A Primeira República [aula 07]
 Primeira República:
 Proclamação da República
 Pensadores tratando deste período
 Divisão entre os militares
 República da Espada
 Revolta da Armada. Revolução Federalista
 República Oligárquica. Política dos Governadores
 Sucessão de governos civis
 Revoltas
 Economia
 Tenentismo
 Movimentos Sociais e Cultura
 Política Externa
 Barão do Rio Branco
 Revolução de 30
A Era Vargas [aula 08]
 Governo Provisório, Constitucional e Estado Novo
 Política, Sociedade e Economia
 Revolução de 1932

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Constituição de 1934
 O Estado Novo
 Política Externa (Ministro do MRE, questão Letícia, Guerra do
Chaco, Missão Aranha, Esfera Global)
 Apontamentos de Oliveira Viana
 Crise.
A República Liberal [aula 09]
 República Liberal: de Dutra ao golpe de 64
 Estrutura Partidária. Racha Ideológico.
 Constituição de 1946
 Sucessão dos governos e suas respectivas análises

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 Política Externa: barganha nacionalista (Comissão Mista e Comissão


Militar), Relações Brasil-África, reaproximação com a URSS, OPA,
PEI.
 Golpe Militar
Regime Militar [aula 10]
 Regime Militar: Atos Institucionais
 Constituição de 1967
 Política Externa (passo fora da cadência, correção do rumo, círculos
concêntricos; Diplomacia da Prosperidade, Tratado da Bacia do
Prata, afastamento dos EUA; Diplomacia do Interesse Nacional,
Cachoeiras; Relações com a América Latina, EUA, África e Oriente
Médio). ONU.
 Anos de Chumbo
 Abertura e Diretas Já.
Processo democrático de 1985 [aula 11]
 Redemocratização e seus dilemas
 Constituição de 1988
 Inflação e Planos econômicos
 Política Interna e Externa de cada governo
 Características do MRE. Mercosul e UNASUL. ONU.

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O Período Colonial

Cronologia do Tema

1500 – 1530: Pré-colonial

Chegada de Martim Afonso Sousa, o primeiro guarda-costeiro até o


início do povoamento para que o Brasil de fato virasse uma colônia

1530 – 1808: Colonial

Povoamento da colônia de exploração até a chegada da família real


no período das Guerras Napoleônicas

1808 – 1821: Joanino

Chegada de D. João ao Brasil por conta do domínio francês até a


volta de D. João para Portugal na revolução do Porto

1821 – 1822: Pré-independência

Processo de independência com D. Pedro I e o dia do “Fico” até a


independência de Portugal

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Aspectos introdutórios sobre Portugal e as grandes navegações

Como Portugal obteve êxito nas grandes navegações? Como


Portugal chegou ao Brasil? O que motivou Portugal às Grandes
navegações?
Portugal a princípio era dominado por mouros (muçulmanos
africanos), porém houve uma batalha, por parte dos cristãos, pela
reconquista do território português onde os mesmos reconquistaram a
região formando o Condado Portucalense. Essa reconquista
posteriormente transformou o território português em um reino
independente dominado pela Dinastia de Avis.
Com isso, esse reino independente teria a primazia no recolhimento
de impostos, recebimento de dízimos e consequentemente uma maior
capacidade relativa frente aos outros condados e feudos. Essa maior
capacidade seria investida na produção de novas técnicas e ferramentas
para o início das grandes navegações.
Portugal, então, usa esse ponto favorável para levar adiante a luta
das cruzadas, ou seja, avançar com os domínios cristãos. Ao mesmo
tempo em que surgem missões que promovem o cristianismo, surgem
também os desbravadores ávidos por novas descobertas no que diz
respeito às técnicas de astronomia, uso das caravelas e a cartografia, por
exemplo.
Outro ponto bastante favorável para Portugal foi a sua posição
geográfica, localizado na Península Ibérica, era muito mais fácil sair a
navegar por ter grande parte do seu território banhado por mares e
oceanos. Além disso, já existia um certo contato entre Portugal e África,
facilitando assim a saída para os mares.
Outro ponto relevante e que deve ser salientado, é a constante
busca por especiarias por Portugal pelo Mar Mediterrâneo, onde antes da
dominação pelos turcos, era um caminho usado por portugueses,
genoveses, venezianos e espanhóis. Por conta dessa dominação, passou a
ser interessante para Portugal a busca de novas rotas para as Índias.
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*caminho feito pelo Mar Mediterrâneo

Já que o caminho pelo Mediterrâneo havia sido monopolizado,


Portugal foi se aventurando de pouco em pouco pela costa da África
estabelecendo feitorias por onde parava. As feitorias eram como grandes
armazéns onde eram depositadas as mercadorias de interesse para as
missões e as próprias especiarias. Esse movimento de circundar a África é
chamado de Périplo Africano.

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*Movimento do Périplo Africano

Algumas dessas expedições não logravam êxito devido ao Cabo das


Tormentas, onde inúmeras intempéries acabavam por impedir o
seguimento das viagens para as Índias. Vasco da Gama, então, busca dar
uma volta um pouco maior, realizando assim, o feito de passar pelo Cabo

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das Tormentas, que foi renomeado para Cabo da Boa Esperança em


1488.

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A Chegada dos portugueses no Brasil

Existem várias teses que explicam, ou tentam explicar, a chegada


dos portugueses no Brasil, uma delas é elucida a tentativa de Pedro
Alvares Cabral de evitar as calmarias e por isso tenta dar a volta pela
parte central do Oceano Atlântico, atracando assim no Brasil. Outra tese é
de que ele já teria sido enviado para tomar posse desse território. Ao
mesmo tempo existe outra tese de que já haviam encontrado essas terras
e Portugal queria tomá-las.
Além das expedições para reconhecimento, descobrimento e as
expedições de extrativismo, também tiveram de existir as expedições
guarda costeiras para evitar que Holanda, França, Inglaterra ou até
mesmo outros países invadissem as terras portuguesas. É nesse mesmo
período que nascem os piratas e corsários.
Dessa maneira, Portugal estabelece as feitorias no Brasil para que
aumentasse o número da atividade extrativista por parte dos portugueses
contendo o risco de invasão por parte de outros países e para a extração
do Pau-Brasil.
O Pau-Brasil era uma madeira muito valiosa, bonita e rígida que
possuía uma essência avermelhado no seu tronco, podendo vir daí o
nome dado à colônia. Brasil = Brasa.
Essa fase então é chamada de fase pré-colonial, pois ainda não há
uma iniciativa para povoar o Brasil, mas sim para a proteção das
“fronteiras brasileiras” contra a ação de piratas e corsários.
E como começou o contato com os índios? Os portugueses trocavam
os troncos de madeira de Pau-Brasil por quinquilharias, essa atividade,
então, foi chamada de escambo.
Muitos dos historiadores encontram nessa primeira fase do Pau-
Brasil, uma maneira de explicar o gentílico “brasileiro”, ou seja, os
trabalhadores que trabalham com o Pau-Brasil seriam brasileiros. É claro,
na época ainda era Portugal, mas essa atividade extrativista pode ter
dado origem à classificação de alguém que nasce no Brasil
posteriormente.
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A expansão marítima uniu toda a sociedade portuguesa e foi boa


para a sociedade como um todo, para os comerciantes por proporcionar
novas chances de negócios, para o rei por conta do aumento da receita
para o reinado, para os nobres o aumento do prestígio, à igreja por
expandir a fé católica por meio de missões jesuíticas e por fim, não
menos importante, para o povo, por dar esperança de uma vida melhor
com novas possibilidades de renda.
Claro que existem mais teses quanto a isso, porém esses são
alguns dos motivos principais para o início da colonização portuguesa em
terras americanas, inclusiva para a sua continuidade.
No Brasil da época o existiam por volta de 8 milhões de indígenas
dividido entre inúmeras nações, com crenças, mitos, culturas e aspectos
dos mais diversos se comparadas entre elas e com os portugueses. Hoje,

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existem por volta do 200 mil indígenas no Brasil e existem algumas


teorias quanto à essa diminuição. Umas delas faz alusão à defesa
imunológica dos indígenas, ou seja, explica que os índios encontrados no
Brasil não tinham a resistência às doenças europeias que os portugueses
traziam. Por outro lado, existia também o genocídio cultural que afirma
que os portugueses acreditavam ter crenças superiores e deveriam se
converter ao cristianismo participando dos ritos religiosos e diminuindo
assim a população indígena.
Um dos pontos principais da chegada dos portugueses no Brasil foi
a contrarreforma, para afirmar o catolicismo entre os povos em meio a
uma ascensão do protestantismo na Europa. Foi criada então a
Companhia de Jesus regida pelos Jesuítas que eram responsáveis pela
catequização dos índios e das outras sociedades encontradas na América.

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Formação da América Portuguesa

A formação da América portuguesa se baseou principalmente nas


expedições guarda-costas que trouxe proteção às capitanias americanas
do território português. Além disso, trouxe também as feitorias para
Brasil, que funcionavam da mesma forma que funcionavam na África
como um armazém para os produtos que seriam levados para Portugal
como mercadoria, no caso o Pau-Brasil.
Quando chegaram os portugueses haviam várias sociedades de
caçadores e coletores, de troncos linguísticos, mitos e culturas diferentes,
como os Tupi-guarani que foram os primeiros a ter contato com os
portugueses por se localizarem no litoral. Nesse mesmo âmbito havia os
Tupiniquins que simpatizaram com os portugueses, e o Tupinambás que
tinham hábitos antropofágicos. Essas duas sociedades possuíam uma
rivalidade entre eles devido às diferenças culturais.
O ponto principal dessa discussão se baseia na dificuldade de
chamar de Brasil um lugar tão diverso onde existiam várias sociedades de
culturas tão variadas, unificá-los então, seria muito complicado tornando
difícil chamar o lugar de Brasil de forma una e hegemônica.
Nesse mesmo aspecto foram iniciadas as missões jesuíticas para a
tentativa de “aculturar” os índios fazendo-os engolir a religião portuguesa
e aumentar a gama de crentes com intuito de fortalecer a igreja que
passava por um momento de fragilidade. Vê-se que a contrarreforma, no
Brasil, surtiu certo efeito já que o Brasil é o maior país católico do mundo
hoje.
Apesar dos guarda-costas portugueses estarem protegendo a costa
brasileira, mais especificamente Martim Afonso de Sousa (sendo marco
para a transição entre período Pré-colonial e Colonial em 1532), houve
uma invasão francesa ao Rio de Janeiro que passa a ser chamado de
França Antártica que se aliou aos Tupinambás, porém o exército
português aliado aos Tupiniquins tirou a França do território português
obrigando-os, assim, a buscarem outros territórios na América, foi assim
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que surgiu países como Guiana Francesa, parte do Canadá e o Haiti.


Um ponto importante para a compreensão da América Portuguesa
da época é o fomento ao Tratado de Tordesilhas, que dividia a descoberta
de terras entre os espanhóis e os portugueses, ou seja, a parte americana
do lado leste seria portuguesa e a parte do lado oeste seria espanhola.
Esse Tratado foi um marco importante para a época pois fez referência a
um tratado de cooperação internacional que defendia os interesses de
dois países, Portugal e Espanha, e obviamente não foi suficiente para que
impedisse novas invasões como da Holanda e da França.
O mapa da colônia portuguesa na época, era dividido em capitanias
hereditárias, mas o que são capitanias hereditárias? São divisões do
território em 15 regiões, onde essa divisão era feita por meio de linhas
horizontais que vinham desde o litoral até o ponto do tratado de

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Tordesilhas, e cada uma dessas regiões tinha um nome. Essas terras


eram doadas pelo governo português para alguns membros da baixa
nobreza do governo do português ou donatários, que muitas vezes não se
interessavam (no total 13, dois deles receberam duas capitanias), para
que a colônia portuguesa fosse povoada e evitasse, então, a invasão por
parte dos outros países. Um ponto importante é que as terras não
viravam propriedade privada, pois os “donos” poderiam explorar a terra,
fundar vilas (e daí vem as sesmarias) e alistar colonos para fins militares,
mas deveriam voltar parte dos lucros advindos da terra para o Reino de
Portugal.

*Linha do tratado de Tordesilhas e Capitanias Hereditárias

Dessas 15 capitanias apenas duas delas prosperaram, entretanto,


os nomes e a divisão das mesmas perduraram por mais algum tempo.
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Uma das capitanias que deu certo foi a capitania de São Vicente, nesse
mesmo período, por ter dado certo, o donatário inicia o processo de
criação sesmarias, ou seja, a doação de terras dentro da capitania
hereditária, funcionando da mesma forma que capitania, porém em um
âmbito micro, onde o “dono” dessa sesmaria explorava a região e remetia
parte dos lucros ao donatário inicial. Contudo não se deve esquecer de
que essa capitania sofreu por conta da invasão dos piratas e corsários e
por isso seu sucesso se tornou mais complicado.
Outra, das 15 capitanias que deram certo, foi a capitania de
Pernambuco. Por conta da vantagem geográfica, por ser um ponto com
muitos rios, por ter a maioria dos impasses com os indígenas resolvidos
do ponto de vista português e principalmente por ter um solo

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extremamente fértil para o plantio e produção de produtos advindos da


cana de açúcar.
Os problemas, mais recorrentes para que as outras capitanias
hereditárias não dessem certo foi por conta dos ataques indígenas,
desentendimentos internos na parte administrativa, a falta de recursos e
financiamento por parte do governo português e a inexperiência da baixa
nobreza na administração e plantio das culturas.
O governo na América Portuguesa funcionava com base em um
Governo-Geral que teve como um dos nomes mais importantes Tomé de
Souza, principalmente por ter trazido os Jesuítas para catequizar os índios
criando um embate com os bandeirantes que acreditavam que os índios
deveriam ser escravizados e transformados em força de trabalho. Esse
governo apresentava as seguintes características:

- Ouvidor-Mor: administrava a justiça


- Capitão-Mor: defendia a costa da colônia
- Provedor-Mor: era encarregado da arrecadação de tributos nas
capitanias

Um dos principais pontos desse Governo-Geral foi a fixação e


implementação de leis e normas aos colonos, tanto à nobreza quanto aos
trabalhadores que viviam na colônia.
Outro ponto importante e marcante do Governo-Geral, é novamente
o embate entre bandeirante e indígenas. Esses bandeirantes se
aproveitavam do conhecimento dos caminhos por parte dos índios para
“caçarem” novos índios e, então, vende-los para os produtores de açúcar,
donos de engenhos na capitania de Pernambuco.

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Consolidação e expansão do território

Uma capitania possuía vários sesmeiros (dono de uma sesmaria),


isso então provocou a criação de vilas onde havia um Senhor de Engenho,
um Engenho, a Casa Grande, casas de trabalhadores, pastos para a
subsistência e as Senzalas. O Engenho foi o local nas fazendas onde eram
produzidos o açúcar, o melado e a pinga. Já a casa grande era onde vivia
o Senhor de Engenho e sua família. Nesse mesmo local moravam
trabalhadores, inclusive trabalhadores portugueses, que serviam ao
senhor de engenho em troca de um pedaço de terra para morar e plantar
para subsistência. E por fim, as Senzalas, eram os lugares onde os
escravos dormiam.

*Ilustração de como era uma fazenda de açúcar no período colonial

O trabalho indígena nessas fazendas era muito difícil principalmente


por conta do conhecimento do território por parte dos índios, o que
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facilitava a fuga desses lugares. Além disso, os índios não possuíam a


mesma cultura de trabalho que tinham os portugueses e os africanos e
novamente acabava sendo outro motivo para que fugissem do trabalho
escravo e muitas vezes se negavam a trabalhar aceitando as penas. Na
época, os índios eram chamados pelos portugueses de indolentes e
preguiçosos.
Para resolver esse problema do trabalho indígena, o português,
então, começou a trazer, das feitorias na África, homens contrabandeados
vendidos pelos próprios africanos ou trazidos a força para o Brasil para
que pudessem se tornar escravos na colônia portuguesa. Essa
escravização era vista como algo muito positivo para os portugueses, pois
povoava o território evitando a invasão de outros países europeus e trazia

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força de trabalho (mão de obra) aos engenhos que começavam a crescer


com a ascensão do açúcar.
A escravidão foi um dos grandes fatores que ajudaram na
consolidação dos territórios portugueses pelos motivos explicitados acima.
Isso afirmou mais ainda a dominação do território por parte dos
portugueses.
O escravo negro trazido da África era economicamente muito viável,
pois em apenas 16 meses de trabalho o escravo era integralmente pago o
que incentivava o produtor a comprar mais escravos conforme aumentava
sua produção.
Posteriormente houveram muitos movimentos de revolta dos negros
por serem obrigados a se misturar com outra cultura e por negarem ao
trabalho escreve. Um movimento bastante conhecido e que deve ser
citado é a criação dos quilombos e das comunidades quilombolas onde
negros fugidos das fazendas se reuniam para não trabalharem mais
compulsoriamente.
É claro que para a subsistência dos colonos existiam agricultura e
pecuária exercida ou por negros, também escravos, ou por portugueses
com menores condições e renda. Com isso, o fumo foi um dos grandes
outros produtos produzidos pelo Brasil que servia de moeda de troca para
escravos e como símbolo de status na metrópole portuguesa. Além disso,
produtos como carne, anis e algodão circulavam e aqueciam a produção e
o comércio externo.
Vale citar e explicar parte da política econômica da época, o
Mercantilismo. O Mercantilismo foi o início do capitalismo moderno ao
qual conhecemos hoje. A política mercantil se baseia na balança comercial
favorável, ou seja, maior número de vendas do que de compras de
produtos (a grosso modo, exportação maior que importação), além disso,
essa política engloba o acúmulo de metais precioso e especiarias.
O açúcar nessa época passa a ser uma raridade e por isso a
economia mercantil portuguesa passa a ser tão eficiente, pois esse
produto estaria sendo comprado por todos os europeus.

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