1Portefólio da historia de vida

Eu, Ildebrando Machado Lage nasci a 15 de Maio de 1969 na freguesia de Vilela do Tâmega2
concelho de Chaves distrito de Vila Real, Portugal.Sou filho de Armindo Lage e Elvira da Graça
Machado. Os meus pais são naturais de Vilela do Tâmega.

Na minha infância frequentei a escola primária de Vilela do Tâmega3 onde conclui o 1º ciclo .
Os meus pais sempre me transmitiram valores muito importantes para o meu crescimento e
desenvolvimento como pessoa, tais como, respeito pelo próximo, honestidade, sinceridade,
estudar e comportar-me bem na escola, não pedir nem aceitar nada de desconhecidos, não
ocultar nada principalmente aos pais, ser amigo dos nossos amigos, etc....

Tenho muito orgulho neles e na educação e valores que me transmitiram, durante a minha
infância e adolescência, porque de alguma forma contribuíram para ser a pessoa que sou hoje.

Ao longo da vida uma das coisas que moldou o meu carácter, foi o facto de os meus pais não
contribuírem em tudo o que eu queria, pois as possibilidades eram reduzidas, sempre viveram
da agricultura . Também aprendi a não estragar ou a desperdiçar, porque sempre valorizei o
esforço dos meus pais.

O 5º ano foi feito na escola que se situava dentro do forte S. Francisco em Chaves (Hotel
atualmente).

Foi uma nova etapa da minha vida, até esse tempo vivi na aldeia.Toda a gente era conhecida,
podíamos brincar na rua naquela época não havia transito.Jogavamos futebol numa eira onde
as balizas eram as entradas da mesma. Ao fim do dia os rapazes mais velhos que vinham de
trabalhar do campo juntavam-se com os mais novos e jogávamos ao futebol "bota fora". Era
um bom convívio, jogávamos até ficar escuro. Quando me deslocava à cidade era sempre na
companhia dos meus pais. A partir dessa altura tinha que me deslocar sozinho e conviver com
gente desconhecida .Foi uma grande mudança na minha vida. No forte S. Francisco viviam

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Vilela do Tâmega é uma freguesia portuguesa do concelho de Chaves, com 9,61 km² de área e 409
habitantes (2011). Densidade: 42,6 hab/km².

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fotografia da escola primaria
pessoas de raça negra, que tinham vindo das ex-colónias. Foi uma novidade para mim, pois
nunca tinha visto pessoas de cor.

O meu 6º ano foi concluído na escola preparatória das Casas dos Montes em Chaves. Voltei a
mudar de escola, novos amigos, novos hábitos, já não foi tão difícil a mudança como no 5º
ano.

Os 7º,8º,9º anos foram concluídos na escola secundaria DR. Júlio Martins no ano de 1985.

No 7º ano aprendi a jogar basquetebol, a minha turma participou no torneio onde ficamos no
2º lugar.Tambem foi nesse ano que compramos uma bola de futebol para a turma, por todos
os rapazes.Esta situação ficou-me em memoria, uma vez que abdiquei de lanchar e almoçar
para poder contribuir para a compra da mesma. s meus pais só me davam dinheiro para a
alimentação.
No 8º e 9º ano tive a disciplina de eletrotecnia, onde aprendi eletricidade básica para
instalações elétricas de casas, que hoje em dia me dá para executar pequenas instalações em
casa.4

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Em Julho de 1985 comecei a trabalhar numa empresa de distribuição de produtos alimentares,
onde desempenhei as funções de ajudante de motorista, na qual eu tinha que conferir
mercadoria e cobrança das mesmas.

A partir desse momento passei a gerir o meu dinheiro. Que naquela altura era 12 mil escudos
mensais cerca de 60€ na moeda atual.Passados três meses comecei a ganhar 25 mil escudos
cerca de 125€.Então comprei o meu primeiro meio de transporte, a minha motorizada marca
"casal" que custou 50 mil escudos cerca 250€.

Em Fevereiro de 1989 ingressei na Força Aérea Portuguesa com voluntario, fiz a minha recruta
na base Aérea nº3 em Tancos.

Fazia a minha deslocação em comboio, saía de Chaves as 17h para chegar a Tancos por volta
das 4h.Nessa altura percebi as desvantagens de viver no interior, tinha colegas que estavam
a pouco tempo de casa.

Foi nessa altura que eu senti o significado da palavra camaradagem, pois dependíamos uns
dos outros.Ainda me lembro de passarmos varias horas na parada há noite com frio e em
calções e descalços por não denunciarmos um camarada .Durante os 3 meses aprendi a
conduzir veículos pesados, dar tiro com metralhadoras, lançar granadas, ordem unida. Depois
de jurar bandeiras fui para a base na "OTA" .
Nessa base frequentei um curso de mecânico automóvel durante um ano.5

Dentro do mesmo tínhamos as disciplinas de: eletricidade automóvel, mecânica automóvel,

manutenção militar(ordem unida, educação física).

No final do curso voltei para base aérea nº3 Tancos.

Durante 2 anos desempenhei as funções de motorista na secção de combustíveis e

transportes, onde fazia o transporte de pessoal com autocarro.

Dentro da secção de combustíveis trabalhei no abastecimento de aeronaves, onde tínhamos

de executar vários procedimentos de segurança, tais como no aproximar da aeronave como
no seu abastecimento.

Fazia também a análise e controle do combustível que entrava no stock. Geria as

quantidades que cada aeronave gastava.

Em 1992 fui trabalhar para uma empresa de construção civil onde trabalhei no transporte de
pessoal e material para a construção. Nesta empresa aprendi vários conhecimentos na área da
construção civil, que me foi de grande utilidade na construção da minha habitação.

Em 1994 fui trabalhar para uma empresa de venda e reparação automóvel. Nessa empresa
trabalhei na secção de peças e na desempanagem de viaturas. Dentro da secção de peças fazia
a identificação, venda e armazenamento das mesmas.Nos primeiros anos a identificação era
feita através de micro fichas, a gestão de stock era feita em fichas e a faturação era manual.
Apos alguns anos a identificação gestão de stock e faturação passou a ser feita no
computador.Onde tinha que referenciar a peça e depois localiza-la no stock.Para referenciar a
peça tinha um programa especifico da marca. A vinda do computador veio facilitar muito o
trabalho quer no pedido de peças, quer no envio de orçamentos, passou a ser feito através da
internet. Na pate da desempanagem fazia pequenas reparações nos veículos na estrada, ou o

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transporte da mesma para a oficina em caso de acidente ou grande avaria.Nesta empresa foi
onde comecei usar o telemóvel, primeiro o analógico que era fixo na viatura e depois o digital.
O telemóvel veio trazer uma grande autonomia e liberdade pois estava contactável em
qualquer lugar para fazer o serviço de desempanagem. Dentro da empresa tinha vários cursos
de formação e atualização, o automóvel como outro equipamento está sempre a evoluir.

Apesar de ter pouco tempo disponível derivado ao serviço de desempanagem que era de
24/24horas, durante vários anos pertenci a direção de um clube cultural e recreativo da minha
aldeia, como tesoureiro.Onde realizávamos vários eventos socio culturais.Tambem fizemos a
construção de um polidesportivo.O clube tinha nas suas instalações um bar onde as pessoas
podiam conviver(ver tv, jogar cartas, dominó e outros jogos ) sem haver necessidade de
consumir como num bar normal.Era um local onde as várias gerações conviviam.

Quando casei fui residir para a cidade apesar de me deslocar a aldeia com alguma frequência,
ao fim de algum tempo comecei a sentir a saudade da vida na aldeia onde pessoas são mais
simples e abertas. Vivi vários anos num prédio e a maior parte dos vizinhos não os conhecia.

Tive sempre em mente a construção de uma habitação própria de preferência na aldeia. No

começo da construção tive alguns entraves, isto porque o terreno a onde pretendia construir,
propriedade da minha esposa, e apesar de ter uma boa localização, iria passar o troço da A24
em Vila Verde da Raia .Então decidimos pela construção num terreno dos meus pais na minha
aldeia, apesar do terreno ser mais pequeno e com um relevo inclinado estava dentro do plano
diretor municipal. A construção foi autorizada, após a legalização do terreno através do
processo de usucapião.

A partir desse momento começamos a traçar o esboço da casa.Quando tive o projeto

aprovado comecei a pedir orçamentos a vários empreiteiros e ao mesmo tempo a pedir
simulações de empréstimo em vários bancos. Nessa altura senti a pressão dos bancos em
emprestar dinheiro.Tive um banco que me incentivou a pedir mais dinheiro do que eu queria
para aplicar uma quantia na bolsa.Havia uma publicidade muito agressiva para emprestar
dinheiro.E agora vemos no que resultou, num grande endividamento das pessoas.Tentei
sempre pedir o menos possível para não ter uma grande prestação. A simulação que me
deram esta desatualizada pois houve muitas alterações que eles não contavam. Apos a parte
burocrática resolvida, decidi fazer a construção da habitação por administração direta.

Na construção tive sempre preocupação de comprar materiais com a melhor relação

qualidade/preço. Tive também em atenção em fazer um bom isolamento térmico pois ao
longo da vida vou poupar muito dinheiro na climatização da habitação. Optei por instalar o
aquecimento central a lenha, é uma energia renovável. Além de ser renovável é mais barata
do que a gasóleo e menos poluente.Tambem optei por ter janelas grandes para ter uma boa
iluminação natural. A parte de pichelaria foi feita por mim, além de ficar mais barata só tive de
comprar os materiais.Caso surja algum problema no futuro posso resolve-lo facilmente pois sei
como está construído. Também fiz a parte da pintura interior. No exterior optei por fazer em
pedra, apesar de ficar mais cara na construção, ao longo da vida vai-se recuperar o
investimento por não ser necessário pintar.
Na parte envolvente plantei arvores, além de embelezar a casa vão dar frutos para comer e
também oxigénio que é necessário para vivermos.Tambem planto vários produtos hortícolas
para consumo próprio pois alem de serem mais saudáveis são mais baratos.

Em 2001 foi o nascimento do meu filho, a maior mudança da minha vida. A partir desse
momento é que eu senti a responsabilidade de ser pai e passei valorizar mais as atitudes dos
meus pais na minha educação. Ao mesmo tempo, também foi uma das épocas mais difíceis da
minha vida pois o meu filho esteve varias vezes internado com problemas de saúde .Fiquei a
conhecer o funcionamento do serviço nacional de saúde principalmente o funcionamento do
hospital de Chaves.

Em 2005 fui trabalhar para uma empresa de transporte e logística. Onde trabalhei com
veículos pesados, que tem uma condução muito diferente. As atividades de condução ficam
registadas num disco de papel que é inserido num aparelho próprio (tacógrafo) tais como a
velocidade e tempo de condução. Tem que se saber gerir o tempo/distancia pois não se pode
conduzir sempre.

Em 2006 fui trabalhar para uma empresa de transporte de inertes nessa empresa tinha que
fazer a conversão de kg em metros cúbicos. Carregávamos nas pedreiras em kg e alguns
clientes queriam em metros cúbicos.

Em 2008 fui trabalhar para uma empresa com um veiculo equipado com tacógrafo digital e
motor euro4 que um motor menos poluente este leva um aditivo (ADBLUE) que é injetado na
panela de escape. O (ADBLUE) origina uma reação química que reduz a poluição. Tive uma
formação de gestão e utilização de tacógrafo6. Dentro da formação tive vários módulos (gestão
tempos máximos de condução, manuseamento do tacógrafo analógico e folha de registo ou
discos, manuseamento do tacógrafo digital e tipos de cartão).

Em 2011 frequentei um curso de formação inicial de motorista de transporte coletivo de

crianças7. Dentro de curso tive vários módulos (prevenção rodoviária, legislação rodoviária,

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legislação sobre o transporte escolar/crianças, teoria e pratica de condução, aspetos
psicossociológicos da função de motorista, primeiros socorros, relacionamento interpessoal).
Nesse ano frequentei também o curso de certificação de motorista de veículos pesados de
mercadorias8.Dentro do curso tive vários módulos (condição defensiva, económica e

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ambiental- regulamentação laboral e da atividade-saúde, segurança rodoviária, segurança
ambiental, serviços e logística-relações interpessoais e qualidade no serviço).
Em 2013 frequentei um curso de formação modular no centro de formação profissional de
Chaves na área tecnológica (internet-evolução, internet-navegação, criação site web).9