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1Coríntios 7.

-1-40

1. Introdução
No mundo antigo há diferentes perspectivas do celibato. A maioria dos antigos autores condenavam
os que não se casavam. Para os judeus, não se casar era uma condição pecaminosa = reprodução essencial e
a maneira correta de prevenir os pecados e distrações sexuais.
Alguns filósofos e algumas seitas, como os essênios – defendiam o celibato ou a rejeição ao
casamento. Alguns rejeitavam o casamento, mas acreditavam que o alívio sexual com prostitutas era
aceitável.
1.1 Opiniões antigas sobre o casamento
a) casamento e procriação são vitais para todos os que são fisicamente capazes de cumpri-los (visão
majoritária);
b) o casamento é uma distração à qual o sábio jamais deve se submeter, a não ser em casos raros em que
encontre uma esposa igualmente dedicada à vida filosófica (posição dos cínicos e Epíteto). Havia também
quem estivesse disposto a praticar uma vida celibatária em vista do fim dos tempos (essênios).
3) o casamento é bom para a maioria das pessoas, mas é preciso abrir exceções para aqueles cujo
compromisso com certos tipos de vida espiritual é profundo demais para se ocupar com o matrimônio
(pensamento rabínico antigo). Paulo combina elementos da segunda e terceira abordagens.

7.1-7 CASAMENTO, INTIMIDADE SEXUAL E DEVOÇÃO ESPIRITUAL


IDEIA CENTRAL: marido e mulher devem proteger um ao outro da tentação sexual e reconhecer sua
obrigação de cuidar das necessidades sexuais um do outro. O corpo de cada um dos cônjuges pertence
também ao outro.
CONTEXTO HISTÓRICO
- maioria dos casamentos romanos eram arranjados.
- valor social era um elemento importante para um bom casamento
- Gaio (jurista romano, 75-100 d.C) – “no casamento por coempção (compra), as mulheres se tornam
sujeitas aos maridos por uma venda fictícia, pois o homem adquire a mulher que chega a suas mãos na
presença de não menos de 5 testemunhas.
- em vez de amor e afeto, um bom casamento romano enfatizava a concórdia, a harmonia entre os cônjuges.
- o marido podia pôr fim ao casamento simplesmente ordenando à esposa que deixasse sua casa.
7.1
- respostas aos ascetas e libertinos.
- contra os bordões coríntios.
- “é bom que o homem não toque ou “não case-se”.
- refutado em 1Co 7.2-5;
- é possível que alguns membros da igreja estivessem seguindo a cosmovisão grega – não há problema em
ter relações sexuais, contanto que o indivíduo não se comprometa com o casamento, o que limitaria a sua
liberdade.
- para os casados – é tarde demais para escolher o celibato.
7.2
- “cada um deve ter sua esposa” – os judeus viam a intimidade sexual no casamento como a melhor forma de
prevenir a imoralidade sexual
7.3
- o marido deve cumprir as obrigações... assim como a mulher
- antigos contratos judaicos – obrigação somente ao marido quanto ao sexo. Paulo coloca para os dois.
7.4
- tanto o homem como a mulher...
7.5
- leis farisaicas – uma a duas semanas em que o marido abstinha-se das relações sexuais com a mulher
(escola de Yllel)
7.6
- concessão e não mandamento
- deixa implícito que os fracos são os que desejam se abster e não os fracos.
7.7
- nem todos são chamados e aptos ao celibato.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
- Uma vez que não se pode separar corpo e alma, intimidade física e intimidade espiritual também são
inseparáveis. Como a união do casamento reflete Deus, o adultério é uma violação do próprio caráter do
casamento cristão.
- Cada cônjuge é responsável por manter com o outro a intimidade física e espiritual.

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7.8-11 Casamento e a condição de solteiro
IDEIA CENTRAL – a condição de solteiro se torna um empecilho para o seguidor de Cristo quando, em vez
de libertar as pessoas para concentrar-se em Cristo, aprisiona a mente a uma preocupação em satisfazer o
desejo pessoal. Por isso, o cristão casado incapaz de permanecer sozinho para o resto da vida não deve
buscar o divórcio. Ou o autocontrole ou o casamento.
7.8
- viúvo e viúva – não necessariamente velhas. Era comum encontrar viúvas adolescentes, pois várias
complicações (guerras, fome e doenças) permitam a morte mais cedo.
- ser solteiro tem suas vantagens
- mas nem todos são aptos a esse tipo de vida
7.9
- Paulo defende ou o autocontrole ou o casamento
7.10.11
- provavelmente muitos cristãos haviam se casado antes de se converteram
- em Corinto – divórcio era muito comum.
- Paulo trata das coisas que podem fazer atualmente, não de escolhas de seu passado.
- proibição do divórcio – praticamente única na Antiguidade – vem do Senhor (Mc 10.11,12)
- na sociedade romana, qualquer um dos cônjuges podia se divorciar do outro por meio de decisão unilateral,
abandonando-o.

7.12-16 – CASAMENTO ENTRE CRISTÃOS E NÃO CRISTÃOS


IDEIA CENTRAL - o casamento foi instituído por Deus. Os cristãos não devem buscar o divórcio. Quando
alguém se torna cristão depois de casado, a presença de Cristo exerce influência positiva no casamento em
favor do cônjuge não cristão e dos filhos. Logo, o cristão não deve buscar o divorcio por motivos espirituais
7.12-13
- Paulo trata do ensinamento de Jesus relacionando com uma situação específica.
- as afirmações gerais de Jesus, precisam ser formuladas para as situações particulares.
- esta passagem não é nenhuma indicação de que os cristãos escolhesse, de forma consciente, casar-se com
não cristãos.
7.14
- Paulo defende que os filhos de uniões religiosamente mistas estão na esfera da influência do evangelho e
não podem ser usados como desculpa para o divórcio.
- sociedade romana – quando havia um divórcio, os filhos em geral ficavam com o pai; uma mulher cristã
envolvida em divórcio perderia a oportunidade de influenciar a seguirem a Deus.
7.15
- questão não abordada no princípio geral de Jesus – a parte inocente é livre para casar de novo.
7.16
AT - era possível que os pais tementes a Deus terem filhos que não o fossem ou vice-versa.
- Paulo, aqui, concorda que a conversão do cônjuge não é garantida.
7.17
- os estoicos enfatizavam a importância de aceitar a própria situação.
- contudo, enquanto, para os estoicos, o deus que dirigia era o Destino, Paulo confia em Deus como um Pai
amoroso.
7.18-20
- os gregos exercitavam-se nus.
- gregos e romanos viam a circuncisão como uma espécie de mutilação.
7.21
- escravidão nas minas ou nos combates de gladiadores, consistia, na prática, uma sentença de morte.
- no campo – trabalho exaustivo
- na cidade – variedade de trabalhos, posições e salários.
- alguns escravos conseguiam a carta de alforria, comprando a sua própria liberdade.
7.25
- virgem – na cultura greco-romana – mulheres que não transaram antes do casamento.
7.26
- pensamento escatológico – tempo de grande sofrimento na iminência dos fins dos tempos.
- porque casar-se num em um situação com risco de perder o cônjuge e os filhos?
7.29-31
- o período perigoso que se aproximava afetaria todas as relações humanas normais.
- cínicos – rejeitavam o casamento para evitar as distrações.

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