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O Que é Psicologia Jurídica?

Desafios e
Perspectivas para o trabalho do
Profissional do Direito.
24/08

Professora: Elayne Santos


Turma 3º Semestre de Direito
• Artigo: Psicologia Jurídica: história, ramificações e
áreas de atuação. ( LIENE MARTHA LEAL, 2008)

• Artigo: Reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu


panorana no Brasil. ( FÁTIMA FRANÇA, 2004)

• Artigo: Psicologia e Justiça: A psicologia e as Práticas


Judiciárias na Construção do ideal de Justiça. (
HÉLIO CARDOSO DE MIRANDA, 1998)
Psicologia Jurídica
• Surgimento – Ligação com a medicina Legal e com a
psiquiatria, assim como a psicologia.

• Restrição do objetivo- Finalidade única de avaliar os


sujeitos envolvidos nos cenários jurídicos.

• Apoio aos serviços de perícia médica.

• Manicômios judiciários

• Catalogar as personalidades delinquentes, psicópáticas,


inimputáveis, etc.
Psicologia e Justiça
• Historicamente, a primeira demanda que se fez à psicologia
em nome da Justiça ocorreu no campo da psicopatologia.

• O objetivo era melhor instruir a instituição para tomada de


decisões mais fundamenta das e, portanto, mais justas.

• Menores e loucos: estes os principais clientes que o Direito


encaminhou à Psicologia.

• O psicólogo é chamado pelo judiciário a escutar estas


demandas que lhe chegam em alguns casos específicos.

( HÉLIO CARDOSO DE MIRANDA, 1998)


A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica.

Relação entre a Psicologia e a justiça ocorreu desde o início do


século XIX, quando os médicos foram chamados pelos juízes da
época para desvendarem o ‘‘enigma’’ que certos crimes
apresentavam; passando pelo surgimento da Psicologia
Criminal, em 1868; pelo nascimento da Criminologia, em 1875; e
finalizando com a introdução
do termo Psicologia Jurídica por Mira Y Lopez em 1950.

( ARTIGO; LIENE MARTHA LEAL, 2008)


A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica.
Estes crimes que clamaram pelas considerações médicas
não eram motivados por lucros financeiros ou paixões,
pareciam possuir uma outra estrutura, pois diziam respeito
à subversão escandalosa de valores tão básicos que se
imagina que estejam enraizados na própria “natureza
humana”.
E a Psicologia, que lugar viria ocupar nesta
relação entre Criminalidade e Justiça?

Psicologia só viria aparecer no cenário das ciências que


auxiliam a justiça em 1868.

A partir dos Trabalhos do médico francês Prosper Despine,


que apresenta estudos de casos dos grandes criminosos
(somente delinquentes graves) daquela época.

Fundador da Psicologia Criminal.

Segundo ele, as anomalias apresentadas pelos delinquentes


situam-se em suas tendências e seu comportamento moral e
não afetam sua capacidade intelectual.
E a Psicologia, que lugar viria ocupar
nesta relação entre Criminalidade e
Justiça?
O delinqüente possui uma deficiência ou carece em
absoluto de verdadeiro interesse por si mesmo, de
simpatia para com seus semelhantes, de consciência
moral e de sentimento de dever. Não é prudente, nem
simpático e nem é capaz de arrependimento.
A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica
Em 1875, a criminologia surge no cenário das ciências
humanas como o saber que viria dar conta do estudo da
relação entre o crime e o criminoso.

Psicologia Criminal passa a ocupar uma posição de


maior destaque como uma ciência que viria contribuir
para a compreensão da conduta e da personalidade do
criminoso.

O crime passa a ser visto como um problema que não é


apenas “do criminoso, mas também, do Juiz, do
advogado, do psiquiatra, do psicólogo e do sociólogo”
A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica

“O que deve prevalecer no estudo criminológico é


a tentativa de esclarecimento do ato
humano anti-social, visando à sua prevenção e,
tanto quanto possível, a evitar a sua reiteração
(terapêutica criminal)”.(SEGRE 1996)
Psicologia Criminal
 Para a Polícia é útil saber quais são os tipos
psicológicos mais suscetíveis ao cometimento de
determinado tipo de delito.

É importante que os promotores e juízes conheçam o


grau de perigo para a segurança pública que é inerente a
certos tipos de delinquentes, a fim de fixarem as penas e
demais medidas corretivas.

Por último, o conhecimento da Psicologia Criminal é de


utilidade especial para todas aquelas pessoas que
trabalham em presídios e manicômios
A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica
Lombroso psiquiatra, pai da criminologia e criador da
antropologia criminal / Psicologia do delinqüente.

O Alemão Kurella, deu continuidade aos Trabalhos de


Lombroso, ao qual menciona os seguintes traços como sendo
característicos dos delinqüentes:

• Parasitismo
• tendência a mentir
• falta de sentimento de honra
• falta de piedade
• crueldade
• presunção
• ânsia de prazeres
A relação entre a Psicologia e a Justiça
uma visão histórica
A partir do final do século XIX, a Psicologia Criminal
começou a ser dona do seu próprio destino.

A Alemanha foi o país que mais se destacou.

Em 1950, Mira Y Lopez utiliza o termo Psicologia Jurídica


ao publicar o Manual de Psicologia Jurídica.
Fatores gerais responsáveis pela reação
pessoal em um dado momento.
HERDADOS
a) Constituição Corporal
b) Temperamento
c) Inteligência

MISTO
d) Caráter

ADQUIRIDOS
e) Prévia experiência de situações análogas
f) Constelação
g) Situação externa atual
h) Tipo médio de reação social (coletiva)
i) Modo de percepção da situação
HERDADOS
O fator morfológico origina na pessoa um obscuro sentimento
de superioridade ou inferioridade física em frente às situações
e influencia a determinação do seu modo de reagir.

Definir o temperamento como a resultante funcional direta da


constituição corporal, sendo responsável pela nossa tendência
mais primitiva de reação em frente dos estímulos ambientais.

Com relação à inteligência, Mira Y Lopez (2008) defende a


idéia de que ela nos fornece subsídios para uma adaptação
melhor à realidade e uma melhor compreensão dela.
As pessoas que possuem um baixo nível
intelectual em concomitância com um insight
prejudicado tendem a delirar nos atos e não nas
ideias, apresentando sérios transtornos de
conduta; podendo vir a ter comportamentos
autodestrutivos, impulsivos agressivos, cujas
consequências vão do suicídio ao homicídio.
(PONTES, 1997)
MISTO

O CARÁTER é um fator importantíssimo na reação


pessoal porque ele costuma definir e determinar a
conduta. O caráter constitui o término das transações
entre os fatores endógenos e os exógenos.

Os fatores endógenos impulsionam o indivíduo para uma


conduta puramente animal, objetivando a satisfação de
seus anseios. Já os exógenos, ao contrário, conduzem o
indivíduo à completa submissão ao meio externo.
ADQUIRIDOS
• A experiência prévia de situações análogas seria o primeiro
fator a considerar puramente exógeno, isto é, adquirido em
vida.

• Denomina-se de constelação a influência que a vivência ou a


experiência imediatamente antecedente exerce na
determinação da resposta à situação atual. ( Concerto/ box).

• o comportamento individual reflete a toda hora aspectos da


conduta social, ou seja, há em todo momento uma influência
recíproca entre o sujeito e seu meio social.

• o modo de percepção da situação seria o fator mais importante


de todos na determinação da reação pessoal. (
SUBJETIVIDADE)
“O desafio que a vida em sociedade apresenta não se
limita a apontar uma única e simplificada explicação do
“porquê” o homem mata outro homem, mas de descobrir o
“porquê”, em circunstâncias similares, um homem mata,
outro socorre e um terceiro finge que nada viu. A
explicação não pode estar em supostos instintos humanos,
que tenderiam a dirigir sempre todos os homens numa
única direção, mas, principalmente, nas experiências de
suas vidas inteiras, que variam amplamente de uma
pessoa para outra.” (FERNANDES ,2002)
“A subjetividade é a síntese singular e individual
que cada um de nós vai construindo conforme
vamos nos desenvolvendo e vivenciando as
experiências da vida social e cultural; é uma
síntese que nos identifica (...) Esta síntese – a
subjetividade é o mundo de idéias, significados e
emoções construídas internamente pelo sujeito a
partir de suas relações sociais, de suas vivências e
de sua constituição biológica; é, também, fonte de
suas manifestações afetivas e comportamentais"
(BOCK; FURTADO e TEIXEIRA)” .

(Artigo: FÁTIMA FRANÇA, 2004)


• Retomando a Psicologia Jurídica, acredito que ela deve ir
além do estudo de uma das manifestações da
subjetividade, ou seja, o estudo do comportamento.
Devem ser seu objeto de estudo as consequências das
ações jurídicas sobre o indivíduo.

• Tanto as práticas jurídicas quanto as judiciárias são as


mais importantes na determinação de subjetividades, pois
por meio delas é possível estabelecer formas de relações
entre os indivíduos. Tais práticas, submissas ao Estado,
passam a interferir e a determinar as relações humanas e,
consequentemente, determinam a subjetividade dos
indivíduos.
O que é Psicologia
Jurídica
?
• Consiste na aplicação dos conhecimentos psicológicos
ao serviço do Direito ( ANA MACHADO 2014).

• A Psicologia Jurídica é uma área de especialidade da


Psicologia e, por essa razão, o estudo desenvolvido
nessa área deve possuir uma perspectiva psicológica que
resultará num conhecimento específico. ( POPOLO,
1996)
A Psicologia Jurídica corresponde a toda aplicação do
saber psicológico às questões relacionadas ao saber do
Direito. A Psicologia Criminal, a Psicologia Forense e, por
conseguinte, a Psicologia Judiciária estão nela contidas
Toda e qualquer prática da Psicologia relacionada às
práticas jurídicas podem ser nomeadas como Psicologia
Jurídica (LIENE MARTHA, 2008)
• A Psicologia Forense é o subconjunto em que se
incluem as práticas psicológicas relacionadas aos
procedimentos forenses. É aqui que se encontra o
assistente técnico. A Psicologia Forense corresponde a
toda aplicação do saber psicológico realizada sobre uma
situação que se sabe estar (ou estará) sob apreciação
judicial, ou seja, a toda a Psicologia aplicada no âmbito
de um processo ou procedimento em andamento no
Foro.
• A Psicologia Criminal é um subconjunto da Psicologia
Forense e, segundo Bruno (1967), estuda as condições
psíquicas do criminoso e o modo pelo qual nele se origina
e se processa a ação criminosa. Seu campo de atuação
abrange a Psicologia do delinqüente, a Psicologia do
delito e a Psicologia das testemunhas.
• A Psicologia Judiciária também é um subconjunto da
Psicologia Forense e corresponde a toda prática
psicológica realizada a mando e a serviço da justiça. É
aqui que se exerce a função pericial. A Psicologia
Judiciária está contida na Psicologia Forense, que está
contida na Psicologia Jurídica. A Psicologia Judiciária
corresponde à prática profissional do psicólogo judiciário,
sendo que toda ela ocorre sob imediata subordinação à
autoridade judiciária.
A Psicologia Jurídica está
subdividida da seguinte forma:
Psicologia Jurídica e o Menor. ( ECA)

Psicologia Jurídica e o Direito da Família

Psicologia Jurídica e Direito Cível

Psicologia Jurídica do Trabalho

Psicologia Jurídica e o Direito Penal


A Psicologia Jurídica está
subdividida da seguinte forma:
Psicologia Judicial ou do Testemunho, Jurado:

Psicologia Penitenciária

 Psicologia Policial e das Forças Armadas

Vitimologia

Outros...
A Psicologia Jurídica surge nesse contexto, em que o
psicólogo coloca seus conhecimentos à disposição do juiz
(que irá exercer a função julgadora), assessorando-o em
aspectos relevantes para determinadas ações judiciais,
trazendo aos autos uma realidade psicológica dos agentes
envolvidos que ultrapassa a literalidade da lei, e que de
outra forma não chegaria ao conhecimento do julgador por
se tratar de um trabalho que vai além da mera exposição
dos fatos; trata-se de uma análise aprofundada do
contexto em que essas pessoas que acorreram ao
Judiciário (agentes) estão inseridas. Essa análise inclui
aspectos conscientes e inconscientes, verbais e não-
verbais, autênticos e não-autênticos, individualizados e
grupais, que mobilizam os indivíduos às condutas
humanas. ( SILVA, 2007)
REFERÊNCIAS
• Artigo: Psicologia Jurídica: história, ramificações e
áreas de atuação. ( LIENE MARTHA LEAL, 2008)

• Artigo: Reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu


panorana no Brasil. ( FÁTIMA FRANÇA, 2004)

• Artigo: Psicologia e Justiça: A psicologia e as Práticas


Judiciárias na Construção do ideal de Justiça. (
HÉLIO CARDOSO DE MIRANDA, 1998)

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