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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO

PROCESSO: 0000151-42.2018.5.14.0091

CLASSE: RECURSO ORDINÁRIO

ÓRGÃO JULGADOR: 2ª TURMA

ORIGEM: 1ª VARA DO TRABALHO DE JI-PARANÁ/RO

RECORRENTE: AGEU BONFIM FAGUNDES

ADVOGADO: ELISANGELA DE OLIVEIRA TEIXEIRA - OAB: RO0001043

RECORRIDO: C. G. GONCALVES DA SILVA - ME

ADVOGADO: -

RELATORA: DESEMBARGADORA VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. 1. JUSTIÇA


GRATUITA. INDEFERIMENTO A QUO. PEDIDO DE CONCESSÃO
DO BENEFÍCIO RENOVADO PERANTE O TRT. PROCESSO
AJUIZADO SOB A ÉGIDE DA LEI N. 13.467/2017. No tocante ao
beneplácito da justiça gratuita, harmonizando as inovações agora
previstas nos §§ 3º e 4º do art. 790 da CLT ao que já dispunham o art.
1º da Lei n. 7.115/1983 e o § 3º do art. 99 do CPC, bem como
seguindo o que vem sendo aplicado por esta Turma, deve ser mantido
o prestígio à declaração da parte acerca de sua condição financeira,
ao que se tem por presumidamente verdadeira a informação prestada
pelo trabalhador, ou por seu advogado (este desde que munido de
procuração com poderes específicos para esse fim - item I da Súmula
463/TST), de que não detém condições para o pagamento das
despesas com o processo. Nessa linha de raciocínio, in casu,
presumida a condição de hipossuficiência do trabalhador (por
ausência de prova a desconstituir a declaração de insuficiência
econômica obreira), acolhe-se nessa instância recursal o requerimento
reiterado pelo obreiro no recurso ordinário e se lhe concede o
benefício da Justiça gratuita. 2. HONORÁRIOS POR SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA FIXADOS EM FAVOR DA PARTE RECLAMADA.
AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO. Os
honorários pertencem ao advogado e não à parte, a teor dos arts. 23
do Estatuto da Advocacia e da OAB,791-A da CLT e 85, § 14, do
CPC. Assim,acolhe-se a insurgência do reclamante para excluir a
obrigação obreira de pagamento de honorários advocatícios por
sucumbência recíproca à parte reclamada, por não ter a empresa sido

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representada nos autos por advogado, tendo atuado no feito no


exercício do jus postulandi, hipótese em que sequer resta possível a
análise dos critérios legais previstos no § 2o do art. 791-A da CLT, que
definem os parâmetros a serem avaliados pelo julgador na fixação do
percentual dos honorários, a exemplo do grau de zelo do profissional,
o lugar de prestação do serviço, o trabalho realizado pelo advogado e
o tempo exigido para o seu serviço. 3. DANO MORAL.
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES DO CONTRATO DE
TRABALHO. PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. Ainda que tenha
ocorrido o descumprimento de obrigações do contrato de trabalho,
sem comprovação do fato ter gerado constrangimento e trazido
prejuízo que impossibilitara pagamento das contas necessárias à
própria subsistência do reclamante, a inadimplência de verbas
contratuais e rescisórias, bem como o atraso salarial, por si sós, não
acarretam violação à honra e dignidade do trabalhador, capaz de
ensejar condenação ao pagamento de indenização por dano moral. 4.
AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. LEI 12.506/2011. FORMA DE
CONTAGEM. Diante dos termos da Lei n. 12.506/2011, conclui-se que
até um ano de prestação de serviço o aviso é de 30 dias, sendo
acrescido de 3 dias por ano de serviço completo. Logo, se o
reclamante contava com 2 anos e aproximados 5 meses de serviço,
faz jus ao recebimento de 36 dias de aviso prévio, devendo ser
reformada a sentença, no aspecto. Recurso ordinário obreiro
conhecido e parcialmente provido.

1 RELATÓRIO

Trata-se de recurso ordinário obreiro interposto contra a sentença de id. 27a623e, complementada no
id. a871c59, cujos dispositivos restaram assim redigidos, ipsis litteris:

CONCLUSÃO
Diante do exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados
na petição inicial pela parte reclamante, AGEU BONFIM FAGUNDES, para
condenar a parte reclamada, C. G. GONÇALVES DA SILVA - ME, nos limites da
fundamentação que passam a integrar este dispositivo, devendo pagar:
a)07 (sete) dias de saldo de salário, no valor de R$350,00;
b)33 (trinta e três) dias de aviso prévio;
c)férias integrais e em dobro do período de 17/11/2014 a 16/11/2015, férias integrais
do período de 17/11/2015 a 16/11/2016 e férias proporcionais do período de
17/11/2016 a 10/05/2017, considerando a projeção do aviso prévio
d)13º salário proporcional de 2014, integrais dos anos de 2015 e 2016 e proporcional
de 2017, considerando ainda a projeção do aviso prévio.
e) 05 (cinco) parcelas de seguro desemprego
f)depósitos de FGTS e da multa de 40%
g)multa do art. 477 da CLT no valor de R$1.500,00.

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h) multa do art. 467 da CLT


i) pagamento de 22h de horas extras mensais e seus devidos reflexos sobre aviso
prévio, férias, acrescidas do abono de 1/3, gratificação natalina, nos repousos
semanais remunerados, FGTS e multa de 40%
j) ao em dobro dos feriados trabalhados ao longo do período de vigência do contrato
de trabalho, no valor de R$900,00.
Condeno a parte reclamante ao pagamento de 15% do valor da condenação
título de sucumbência recíproca, nos pedidos que decaiu: danos morais, fixados
em R$10.000,00 e 3 dias de aviso prévio.
Quanto aos honorários do reclamante por sucumbência aplico-lhe 15% sobre a
condenação.
Condena-se ainda na obrigação de fazer: anotação na CTPS por parte da reclamada
para fazer constar como data de admissão o dia 17/11/2014 e da baixa em 10/05/2017,
com a projeção do aviso prévio, no prazo de 48 horas do trânsito em julgado,
independentemente de notificação.
Ultrapassado o referido prazo, deverá a Secretaria desta Vara proceder à anotação,
com fundamento no artigo 39, parágrafo primeiro, da CLT, determinando-se a
expedição de ofício à delegacia Regional do Trabalho, para a adoção das medidas
necessárias.
Indefere-se à parte reclamante o benefício da justiça gratuita.
[...]
Custas pela reclamada no importe de R$ 1.345,21, calculadas sobre o valor provisório
arbitrado em R$67.260,65
[...]

CONCLUSÃO
Diante do exposto, conheço dos embargos e determino que a r. Sentença seja mantida
na sua integralidade, acrescendo-se a presente fundamentação à mesma, julgando
improcedentes os presentes embargos.
Verifica-se que os presentes embargos de declaração são meramente protelatórios,
aplica-se a penalidade imposta pelo art. 1026, parágrafo segundo do CPC, c/c 769 da
CLT, condenando-se o reclamante em multa, em favor da reclamada de 1% sobre o
valor da causa.
Considero ainda nos termos do art. 77, do CPC, a interposição de recurso meramente
protelatório ato atentatório à dignidade da justiça, "attempt of court", e aplico a multa
do parágrafo primeiro do mesmo artigo, em 20% sobre o valor da causa, em favor de
entidade beneficente, nos termos do art. 203 e 204 da Constituição Federal.
Nos termos do art. 80, VIII, do CPC considero o reclamante como litigante de má-fé e
aplico-lhe multa de 1% sobre o valor da causa e condeno-lhe a pagar o valor de 10%
sobre o valor da causa, a título de reparação de danos, ambas em favor da parte
reclamada.
Mantidas as custas acrescidas das multas nesta incididas, que deverão ser recolhidas
para todos os fins.

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[...]

Em suas razões, inicialmente, o reclamante apresenta seu inconformismo em face do indeferimento


do benefício da gratuidade de justiça, reiterando argumentação no sentido de se encontrar desempregado e
sem condições de arcar com os custos do processo, ao que renova o pleito de concessão do benefício.

Volta-se também contra a condenação em adimplir honorários sucumbenciais em favor da parte


reclamada, por não estar a empresa representada nos autos por advogado.

Acresce ter sofrido dano moral, argumentando que o indeferimento a quo da respectiva indenização
partiu de premissa equivocada para alcançar a conclusão, ao ter estabelecido "como fator necessário para a
configuração dos danos morais o chamamento de testemunha ou suposta prova efetiva da ocorrência dos
danos morais", pois a própria reclamada teria confessado o descumprimento de diversas obrigações
trabalhistas.

Alega fazer jus a aviso prévio indenizado correspondente a 36 dias (e não a 33 dias, como decidido
na origem), considerando os "aproximados 2 anos e 06 meses de labor".

Pede, ainda, exclusão das penalidades impostas em primeiro grau por suposto ato protelatório e
litigância de má-fé na oposição de embargos de declaração, pois sendo a parte autora da reclamação, não teria
nenhum interesse em protelar o feito, bem como não teve nenhum intuito de lesar a parte contrária ou esta
Justiça. Ademais, seriam inacumuláveis as imposições.

Ao final, requer "a condenação da Recorrida ao pagamento de honorários de sucumbência".

Embora intimada, a reclamada não apresentou contrarrazões.

Desnecessária a manifestação do Ministério Público do Trabalho, na forma regimental.

2 FUNDAMENTOS

2.1 CONHECIMENTO

Tempestivo o recurso ordinário e assinado digitalmente por advogada habilitada nos autos (id.
29610fa), sendo desnecessário o preparo, por se tratar de recurso obreiro, com atribuição de custas à
reclamada. Assim, conheço do apelo.

Sem contrarrazões.

2.2MÉRITO

2.2.1 JUSTIÇA GRATUITA. INDEFERIMENTO A QUO. PEDIDO DE CONCESSÃO DO


BENEFÍCIO RENOVADO PERANTE O TRT.

Passo ao enfrentamento do tema referente à negativa de concessão da gratuidade de justiça ao

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reclamante, no presente caso.

Consabido que a Lei n. 13.467/2017 reestruturou a concessão do benefício em referência no âmbito


desta Especializada, cujas atuais exigências são a percepção de salário igual ou inferior a 40% do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (CLT - art. 790, § 3º) ou a comprovação de
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo (CLT - art. 790, § 4º).

Se anteriormente à vigência dessa novel legislação a concessão da benesse prestigiava, em qualquer


caso, a presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência apresentada pelo trabalhador, ou seja,
independentemente da remuneração por ele auferida, agora tal presunção de insuficiência de recursos para
arcar com os custos do processo somente prevalecerá em se tratando de recebimento de remuneração igual ou
inferior a 40% do teto previdenciário, de acordo com a nova redação conferida pela Lei n. 13.467/2017 ao §
3º do art. 790 da CLT, que assim passou a prever:

É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de


qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social.

Por outro lado, percebendo o trabalhador remuneração que supera esse limite, passa o § 4º do
dispositivo a exigir demonstração cabal da insuficiência de recursos para pagamento das despesas do
processo, o que, em princípio, parece afastar a presunção de miserabilidade advinda da mera declaração da
parte ou de seu advogado, ainda que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (item I da
Súmula 463/TST), ao dispor que "O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.".

Como se vê, a partir da vigência da denominada "reforma trabalhista", a concessão do benefício da


gratuidade de justiça nesta seara deverá ser analisada, caso a caso, de acordo com a efetiva realidade
remuneratória e laboral da parte.

A esse respeito, tem prevalecido nesta 2ª Turma a compreensão de que, não havendo no § 4º do art.
790/CLT previsão a respeito de como deve ser produzida a prova da insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo, dever a omissão acerca da comprovação da situação de hipossuficiência
econômica ser extraída da legislação processual comum, consoante previsão do art. 769 da CLT.

Assim se decidiu, por exemplo, nos autos 0000139-88.2018.5.14.0071 (sumaríssimo), julgados na


sessão de 27-9-2018, sob a relatoria do Desembargador Ilson Alves Pequeno Junior.

A propósito da discussão, pondere-se que o caput do art. 1º da Lei n. 7.115/1983 já previa


presumir-se verdadeira a declaração firmada pelo próprio interessado ou por seu procurador, destinada a
fazer prova de insuficiência econômica:

Art. . 1º - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,


dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo

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próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se


verdadeira.

No mesmo sentido, previsão anteriormente já existente no § 3º do art. 99 do CPC, quanto a se


presumir verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Assim, a meu ver, atualmente, a solução mais adequada e justa aos casos de requerimento/concessão
do benefício da gratuidade de Justiça passa pela compatibilização dos dispositivos supra, buscando aliar a
novel vontade do legislador ao livre acesso ao Judiciário garantido ao hipossuficiente pelo art. 5º, LXXIV, da
Constituição Federal.

No caso dos autos, o Juízo a quo negou a gratuidade ao obreiro em sentença, por entender que
apesar de haver nos autos declaração de pobreza firmada pelo reclamante, este não logrou êxito em
comprovar a insuficiência de recursos, pelo que indeferiu o pedido, com fundamento nas alterações
promovidas no instituto da gratuidade pela Lei n. 13.467/2017, precisamente nos §§ 3º e 4º do art. 790/CLT.

Constato efetivamente ter o obreiro firmado e anexado à petição inicial declaração em que noticiou
insuficiência de recursos, não reunindo condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do
sustento próprio e de sua família (id. aa7dd85), cuja afirmação obreira não foi infirmada por outros elementos
de prova.

Portanto, em cenários tais, harmonizando as inovações agora previstas nos §§ 3º e 4º do art. 790 da
CLT ao que já dispunham o art. 1º da Lei n. 7.115/1983 e o § 3º do art. 99 do CPC, bem como seguindo o que
vem sendo aplicado por esta Turma, entendo dever ser mantido o prestígio à declaração da parte acerca de
sua condição financeira, ao que se tem por presumidamente verdadeira a informação prestada pelo
trabalhador, ou por seu advogado (este desde que munido de procuração com poderes específicos para esse
fim - item I da Súmula 463/TST), de que não detém condições para o pagamento das despesas do processo.

Nessa linha de raciocínio, in casu, presumida a condição de hipossuficiência do trabalhador (por


ausência de prova a desconstituir a declaração de insuficiência econômica obreira), acolho nessa instância
recursal o requerimento reiterado pelo obreiro no recurso ordinário e lhe concedo o benefício da Justiça
gratuita.

Ante o exposto,dou provimento ao recurso, no tópico.

2.2.2 DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS FIXADOS EM FAVOR DA PARTE


RECLAMADA. AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO.

Insurge-se o reclamante contra a condenação em adimplir honorários sucumbenciais à reclamada,


por não estar a empresa representada nos autos por advogado.

Com efeito, a reclamada atuou no processo desacompanhada de advogado, no exercício do jus


postulandi.

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Os honorários, por sua vez, pertencem ao advogado e não à parte, como se extrai do art. 23 do
Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei n. 8.906/1994 ("Os honorários incluídos na condenação, por
arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor."),
bem comodo próprio art. 791-A da CLT ("Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.")e do art. 85, § 14, do CPC ("Os honorários
constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos
da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.").

Logo, no caso dos autos, não há falar em imputar ao reclamante a obrigação de pagamento de
honorários advocatícios a causídico da parte contrária, pela sucumbência recíproca.

Não altera essa conclusão a circunstância de haver possibilidade de a parte vir a constituir advogado
somente na fase recursal (como consignado pelo Juízo a quo ao apreciar os embargos de declaração opostos
pelo autor), sob pena de se proferir sentença incerta/condicional.

Até porque, na hipótese de constituição de advogado para a fase de recursos, o deferimento da verba
honorária deverá ser examinado pelo julgador no próprio momento processual em que passar a existir a
atuação do profissional, já que somente então é que poderão ser analisados e ponderados os critérios legais
que definirão a fixação do percentual dos honorários, previstos no § 2o do art. 791-A da CLT, a exemplo do
grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo
exigido para o seu serviço, parâmetros esses que até o presente momento não podem ser aferidos no que diz
respeito à reclamada, por ausência de atuação de advogado em relação à empresa.

Desse modo, excluo a obrigação obreira de pagamento de honorários advocatícios por sucumbência
recíproca à parte reclamada.

Recurso provido, no tópico.

2.2.3 DO DANO MORAL. DESCUMPRIMENTO REITERADO DE OBRIGAÇÕES


CONTRATUAIS.

A sentença assim embasou a improcedência da pretensão obreira ao recebimento de reparação por


dano moral (id. 27a623e - págs. 7/8):

DOS DANOS MORAIS


Sustenta, por fim, o reclamante que teria sofrido danos morais em decorrência dos
atos ilícitos praticados pela reclamada, tais como o atraso no pagamento dos salários,
o não recebimento das férias e do 13º salário, o não pagamento das horas extras
laboradas, entre outros deveres relativos ao contrato de trabalho.
Por sua vez, a reclamada não contestou os fatos.

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No caso em exame, o reclamante não trouxe nenhuma testemunha ou prova efetiva da


ocorrência do dano moral alegado, não se desincumbindo do seu ônus probatório, nos
termos do art. 818, I, da CLT.
Ademais, é entendimento sedimentado no âmbito do E. TRT 14, que o mero
descumprimento de dever trabalhista não gera danos de ordem moral, sendo
garantidos os próprios direitos por meio do exercício da jurisdição que possui os
meios para fazer concretizar os direitos violados.
Desta feita, julgo improcedente o pedido do reclamante no que tange à condenação da
reclamada em danos morais.

Argumenta o reclamante que o indeferimento a quo da pretendida indenização partiu de premissa


equivocada para alcançar a conclusão, ao ter estabelecido "como fator necessário para a configuração dos
danos morais o chamamento de testemunha ou suposta prova efetiva da ocorrência dos danos morais", pois a
própria reclamada teria confessado o descumprimento de diversas obrigações trabalhistas.

A questão aqui retratada, no entanto, não passa simplesmente pela confissão da parte contrária
acerca do descumprimento contratual, mas se esse descumprimento em si é capaz de, por si só, configurar o
abalo moral noticiado pelo ora recorrente, ou se demanda prova inequívoca de um efetivo dano daí advindo.

A propósito da discussão, ressalto ter esta C. 2ª Turma propugnado o entendimento de que o mero
descumprimento contratual não justifica, por si só, a condenação do devedor ao pagamento de indenização
por danos morais, pois o prejuízo é reparado pela própria condenação ao pagamento dos haveres trabalhistas.
Como exemplo, colaciono os seguintes julgados:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. INTERPOSIÇÃO CONTRA


SENTENÇA PUBLICADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N.13.467/2017. DANO
MORAL. FÉRIAS NÃO USUFRUÍDAS AO LONGO DO CONTRATO DE
TRABALHO.De acordo com o entendimento propugnado por esta 2ª Turma, o
descumprimento contratual não justifica, por si só, a condenação do devedor ao
pagamento de indenização por danos morais, pois o prejuízo suportado já enseja
reparação pela própria condenação de haveres trabalhistas. Recurso ordinário
conhecido e provido. (TRT da 14.ª Região; Data de Publicação: 13/12/2018; Órgão
Julgador: GAB DES VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR; Relator: VANIA
MARIA DA ROCHA ABENSUR)
[...]. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÕES LEGAIS. IMPLEMENTAÇÃO PROGRESSÃO SALARIAL. À luz
da jurisprudência do TST, se do ato do empregador não decorreu nenhuma situação
vexatória ou de constrangimento pessoal, o mero descumprimento de obrigação legal
quanto ao contrato de trabalho não dá azo à indenização por dano moral. [...]. (TRT da
14.ª Região; Data de Publicação: 17/05/2018; Órgão Julgador: GAB DES CARLOS
AUGUSTO GOMES LÔBO; Relator: CARLOS AUGUSTO GOMES LOBO)
RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL. DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO
DAS VERBAS RESCISÓRIAS. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. O atraso no
pagamento das verbas rescisórias, por si só, não configura lesão a direitos da
personalidade do obreiro, a ensejar o pagamento de indenização por danos morais.
Essa conduta ilícita do empregador implica na reparação material e na imputação de
sanções já divisadas em lei. (Processo: RO - 0000540-31.2017.5.14.0004. Relator
Desembargador Ilson Alves Pequeno Júnior. Data de julgamento: 24-10-2017, 2a
Turma)

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[...] DANO MORAL. MORA SALARIAL. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO


DOS DANOS. Os atrasos salariais e de outros consectários legais, por si só, não
configuram os elementos capazes de ensejar o pagamento de indenização por dano
moral, sendo para tanto, necessária a efetiva comprovação do dano advindo da mora
salarial. (Processo RO-0000772-54.2016.5.14.0141.Relator Desembargador Ilson
Alves Pequeno Júnior. Data de julgamento: 4-5-2017)

In casu, a parte reclamada foi condenada à retificação da data de admissão em CTPS e anotação da
respectiva baixa contratual, bem como ao pagamento das verbas rescisórias, férias e 13º contratuais,
indenização do seguro-desemprego, valor dos depósitos de FGTS devidos ao longo do contrato e correlata
multa de 40%, horas extras e pagamento em dobro dos feriados trabalhados, cujo prejuízo causado ao obreiro
restou reparado pela própria obrigação patronal de pagamento dos haveres trabalhistas, além de ter havido
condenação às multas dos arts. 477 e 467 da CLT.

Não se está negando existência à possibilidade do dano in re ipsa, mas sim, que a conduta capaz de
gerar dano moral não está apenas no fato de se alegar o descumprimento de obrigações contratuais, mas em
demonstrar, efetivamente, os malefícios advindos do referido descumprimento.

Especificamente quanto ao alegado reiterado atraso no pagamento dos salários, não se olvida de já
ter esta 2ª Turma decidido configurar dano moral a contumácia no pagamento dos salários após o 5º dia útil.
Nesse sentido, inclusive, o seguinte processo julgado sob minha Relatoria:

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. ATRASOS NO PAGAMENTO DE


SALÁRIOS. DESCUMPRIMENTO REITERADO DO PRAZO PREVISTO NO
ART. 459, §1º, DA CLT. CONTUMÁCIA NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS
APÓS O 5º DIA ÚTIL. DANO MORAL CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO
DEVIDA. O não pagamento dos salários na data aprazada (CLT, art. 459, § 1º - até o
5º dia útil do mês seguinte ao da prestação dos serviços) mostra-se uma atitude
abusiva, excessiva e antijurídica, mormente se houver reiteração da conduta patronal
quanto aos atrasos no pagamento dos salários por meses, consecutivos ou não,
configurando nítida violação aos deveres do contrato de trabalho (CLT, art. 483, d),
porquanto ser o pagamento do salário uma das principais obrigações do empregador
com o empregado, que cumpre sua obrigação de prestar serviços na justa expectativa
do recebimento da contraprestação pecuniária avençada. Tal situação é suficiente à
caracterização de prejuízo ao patrimônio imaterial do trabalhador, revelando-se
presumida a ofensa,prescindindo, pois, de comprovação, por gerar no empregado
apreensão e incerteza acerca da disponibilidade de sua remuneração, causando-lhe
abalo na esfera íntima, importando, por conseguinte, em reparação por dano moral,
nos termos dos arts. 186 e 927 do Código Civil e 5º, X, da Constituição Federal.
Especificamente no caso dos autos, constatou-se que o salário era recebido quando
outro já estava prestes a vencer, dessa forma, sempre registrando cerca de 01 (um)
mês de atraso salarial a cada nova competência vencida, ficando evidenciado, in casu,
que os atrasos não se referiam a poucos dias em relação ao 5º dia útil, mas a praxe da
empregadora no pagamento do salário após decorrido todo o mês subsequente ao
laborado. Devida, pois, a indenização por dano moral vindicada. Recurso ordinário
obreiro conhecido e parcialmente provido. (TRT da 14.ª Região; Data de
Publicação: 25/05/2017; Órgão Julgador: GAB DES VANIA MARIA DA ROCHA
ABENSUR; Relator: VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR)

No entanto, no caso vertente, conquanto de fato tenha o preposto reconhecido que havia atraso
salarial (id. 6e5286c - pág. 1), tem-se que a genérica alegação da parte autora acerca do atraso salarial não
permite concluir, com a necessária segurança, quanto à extensão da repercussão negativa desse atraso na vida

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financeira do reclamante, até porque sequer uma estimativa de dias é mencionada, a possibilitar um início de
formação de convencimento acerca de suposta caracterização de prejuízo ao patrimônio imaterial do
trabalhador advindo dessa conduta patronal.

Ademais, in casu, de acordo com a condenação imposta pela sentença, tem-se que por ocasião da
rescisão contratual apenas restou a pendência do pagamento do saldo de salário, ou seja, parcela integrante
das verbas rescisórias, sem cumulação com outros salários vencidos.

Desse modo, ainda que tenha havido atrasos no pagamento dos salários, se não for possível ao
julgador constatar minimamente a extensão/repercussão/consequência desse atraso na vida financeira do
obreiro, tal fato isoladamente não configura violação à honra e à dignidade do trabalhador, capaz de ensejar a
condenação ao pagamento da indenização por dano moral, por exsurgir do fato o mero aborrecimento.

Portanto, em suma, no caso destes autos, a ausência de elementos concretos quanto à extensão do
dano decorrente do descumprimento contratual justifica a manutenção da sentença, no que julgou
improcedente o respectivo pedido de indenização por dano moral.

Nego provimento ao apelo, no tópico.

2.2.4 DA CONTAGEM DO PERÍODO DO AVISO PRÉVIO.

O reclamante ainda alega fazer jus a aviso prévio indenizado correspondente a 36 dias e não a 33
dias como decidido pelo Juízo de origem, tendo em vista os "aproximados 2 anos e 06 meses de labor".

A Lei n. 12.506, de 11 de outubro de 2011, regulamentou o disposto no art. 7º, XXI, da Constituição
Federal, estabelecendo:

Art. 1º. O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1
(um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Depreende-se, assim, que para os contratos com duração de até 1 ano são devidos 30 dias de aviso
prévio, aumentando-se outros 3 dias para cada novo ano de vigência do pacto, até o máximo de 60 dias e
observado o limite de 90 dias, ou seja, a partir do primeiro ano completo do contrato de trabalho o empregado
terá direito a mais 3 dias, completando 33 dias de aviso prévio, e assim por diante.

Nesse sentido é igualmente a contagem trazida no conteúdo da Nota Técnica n. 184/2012


/CGRT/SRT/MTE, bem como a elucidada nos seguintes precedentes do E. TST:

[...]. II - RECURSO DE REVISTA. LEI N.º 13.015/2014. [...]. DIFERENÇA DE


AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. O entendimento desta Corte Superior é no sentido
de que completado um ano de serviço, serão devidos 33 dias de aviso-prévio
proporcional, conforme Lei nº 12.506/2011 e Nota Técnica 184/2012 do MTE. Por

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conseguinte, os três dias referentes à proporcionalidade são devidos desde o primeiro


ano completo de serviço prestado para a mesma empresa, e não a partir do segundo
ano. Considerando que o TRT informa que o autor trabalhou por dois anos e que a
empresa foi condenada ao pagamento de 30 dias de aviso-prévio, tem direito o
reclamante a 36 dias de aviso-prévio. Recurso de revista conhecido e provido. (RR -
10557-56.2013.5.01.0028 , Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de
Julgamento: 17/10/2018, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/10/2018)
[...]. III - RECURSO DE REVISTA DA ERICSSON GESTÃO E SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES LTDA. ANTERIOR À LEI N.º 13.015/2014, À IN 40/TST
E À LEI N.º 13.467/2017. TEMAS REMANESCENTES. [...]. AVISO-PRÉVIO
PROPORCIONAL. LEI N.º 12.506/11. FORMA DE CÁLCULO. TEMPO DE
TRABALHO SUPERIOR A UM ANO E INFERIOR A DOIS 1 - O trabalhador com
mais de um ano de serviço na mesma empresa tem direito ao acréscimo de 3 dias de
aviso-prévio proporcional por ano trabalhado, de modo que o aviso-prévio mínimo de
30 dias é devido apenas a quem não completou um ano de trabalho na empresa. 2 - A
confirmar esse entendimento, após a edição da Lei n.º 12.506/11, dispondo sobre o
aviso-prévio proporcional, o Ministério do Trabalho e Emprego, em razão de
demandas por esclarecimento quanto aos procedimentos a serem adotados nas
rescisões de contrato de trabalho, emitiu a Nota Técnica nº 184/2012
/CGRT/SRT/MTE, onde foi esclarecida a forma da contagem do aviso-prévio
proporcional, que deve ser do seguinte modo: a. Se o empregado, da admissão até o
término do contrato de trabalho, tem menos do que 1 ano de serviço, terá aviso-prévio
de 30 dias; b. Se o empregado, da admissão até o término do contrato de trabalho, tem
mais de 1 ano, terá direito ao aviso-prévio de 30 dias acrescido de 3 dias por ano de
serviço prestado na mesma empresa, contados da admissão do empregado. 3 - No
caso, o Tribunal Regional assentou que o reclamante foi admitido em 13.12.2010 e
despedido em 11.5.2012, ou seja, o contrato de trabalho teve duração de 1 ano e 4
meses e alguns dias, o que dá direito ao reclamante de receber aviso-prévio
proporcional de 33 dias, conforme concluiu o TRT 4 - Recurso de revista de que não
se conhece. [...]. (ARR - 2975-19.2012.5.02.0058 , Relatora Ministra: Kátia
Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 08/08/2018, 6ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 10/08/2018)
1. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA UNIÃO
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA - UBEA CONTRA ACÓRDÃO
PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. AVISO-PRÉVIO
PROPORCIONAL. PRIMEIRO ANO DE SERVIÇO NA EMPRESA. CONTAGEM.
LEI 12.506/2011. I - Cinge-se a controvérsia acerca da inclusão ou não do primeiro
ano de serviço para fins de contagem do aviso prévio proporcional. II - É certo que o
artigo 1º da Lei nº 12.506/2011, que regulamentou o artigo 7º, XXI, da Constituição
Federal, prevê a concessão na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que
contém até um ano de serviço na mesma empresa. De outro lado, para os contratos de
trabalho que ultrapassem um ano, é devido o acréscimo de 3 (três) dias a cada ano. III
- Registre-se, por oportuno, que em relação ao lapso temporal adequado para a
incidência da proporcionalidade do aviso-prévio, a Secretaria de Relações de
Trabalho (SRT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Nota
Técnica nº 184/2012, expressamente registrou, através de uma tabela, ser de 33 dias o
tempo do aviso-prévio para empregados com um ano de serviço na empresa, de 36
dias para os empregados que contem com dois anos de serviço e assim
sucessivamente, resguardado o limite de 90 dias. IV - Vê-se, portanto, que o primeiro
ano de serviço deve ser computado para a concessão do aviso-prévio proporcional.
Precedentes. V - Incide o óbice do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333/TST.
VI - Recurso de revista não conhecido. [...]. (RR - 20892-88.2014.5.04.0005 , Relator
Desembargador Convocado: Roberto Nobrega de Almeida Filho, Data de Julgamento:
08/11/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/11/2017)

No caso em apreço, restou assentado em sentença que o reclamante foi admitido em 17-11-2014 e
dispensado em 7-4-2017, portanto, quando contava com 2 anos e aproximados 5 meses de serviço. Logo, faz

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jus ao recebimento de 36 dias de aviso prévio. Ressalto que nos termos da Súmula 380 do E. TST aplica-se a
regra prevista no caput do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-
se o dia do começo e incluindo o do vencimento.

Dessa forma, dou provimento ao recurso, no aspecto, para que o aviso prévio indenizado deferido
em sentença seja computado na proporção de 36 dias, devendo ser anotado em CTPS, como data de extinção
do vínculo empregatício, o dia 13-5-2017.

2.2.5 DAS PENALIDADES IMPOSTAS NA ORIGEM POR EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


PROTELATÓRIOS, ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA E LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.

Houve condenação cumulativa do reclamante em multas por embargos protelatórios e por ato
atentatório à dignidade da justiça, bem como em multa/indenização por litigância de má-fé, aos seguintes
fundamentos manifestos na análise a quo dos aclaratórios (id. a871c59):

O reclamante impetrou os presentes embargos declaratórios afirmando que a sentença


estaria omissa e contraditória em diversos pontos sem a devida apreciação,
requerendo a modificação da mesma, afirmando que foram concedidos honorários
sem que houvesse advogado da parte contrária, que ao apreciar a gratuidade de justiça
não se julgou o fato do trabalhador estar desempregado, que foi concedido dias a
menos de aviso prévio, e contradição quanto aos danos morais.
Ocorre que a sentença deferiu os exatos termos do pedido, tendo analisado, todos os
pontos em que se alega a omissão.
Em relação aos honorários advocatícios com o implemento da reforma trabalhista
decaindo no direito são devidos os mesmos, ainda que em "jus postulandi", trata-se de
norma cogente. O fato de não haver contratado advogado não ilide o direito de
percepção dos mesmos, até porque pode ser nomeado patrono em qualquer fase do
processo, inclusive em sede recursal. A alegação improcede, e trata-se de alegação
meramente protelatória.
Em relação à gratuidade de justiça, o mero fato de estar desempregado, conforme
alegado não é suficiente para provar o estado de hipossuficiência, após o implemento
da reforma trabalhista, necessitando de provas efetivas, o que o reclamante não se
desincumbiu. Aliás, pretende o reclamante verdadeira reanálise de mérito e provas o
que é infenso aos embargos de declaração, as alegações são meramente protelatórias,
improcede o pleito.
Com relação aos dias de aviso prévio pretende o reclamante verdadeira reanálise de
mérito e provas o que é infenso à embargos de declaração. A redução do pedido
encontra-se em consonância com o disposto na legislação, o que foi devidamente
analisado na sentença, não havendo qualquer contradição a ser saneada, as alegações
são meramente protelatórias, improcede o pleito.
Com relação aos danos morais, o mero descumprimento de dever trabalhista não é
passível de gerar danos de ordem moral, conforme jurisprudência consolidada do E.
TRT 14, não havendo qualquer contradição a ser saneada, o reclamante pretende
verdadeira reanálise de mérito e provas o que é infenso aos embargos de declaração.
Não havendo qualquer contradição a ser saneada, as alegações são meramente
protelatórias, improcede o pleito.
Assim as alegações são meramente protelatórias.
Verifica-se que os presentes embargos de declaração são meramente protelatórios,

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aplica-se a penalidade imposta pelo art. 1026, parágrafo segundo do CPC, c/c 769 da
CLT, condenando-se o reclamante em multa, em favor da reclamada de 1% sobre o
valor da causa.
Considero ainda nos termos do art. 77, do CPC, a interposição de recurso meramente
protelatório ato atentatório à dignidade da justiça, "attempt of court", e aplico a multa
do parágrafo primeiro do mesmo artigo, em 20% sobre o valor da causa, em favor de
entidade beneficente, nos termos do art. 203 e 204 da Constituição Federal.
Nos termos do art. 80, VIII, do CPC considero o reclamante como litigante de má-fé e
aplico-lhe multa de 1% sobre o valor da causa e condeno-lhe a pagar o valor de 10%
sobre o valor da causa, a título de reparação de danos, ambas em favor da parte
reclamada.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, conheço dos embargos e determino que a r. Sentença seja mantida
na sua integralidade, acrescendo-se a presente fundamentação à mesma, julgando
improcedentes os presentes embargos.
Verifica-se que os presentes embargos de declaração são meramente protelatórios,
aplica-se a penalidade imposta pelo art. 1026, parágrafo segundo do CPC, c/c 769 da
CLT, condenando-se o reclamante em multa, em favor da reclamada de 1% sobre o
valor da causa.
Considero ainda nos termos do art. 77, do CPC, a interposição de recurso meramente
protelatório ato atentatório à dignidade da justiça, "attempt of court", e aplico a multa
do parágrafo primeiro do mesmo artigo, em 20% sobre o valor da causa, em favor de
entidade beneficente, nos termos do art. 203 e 204 da Constituição Federal.
Nos termos do art. 80, VIII, do CPC considero o reclamante como litigante de má-fé e
aplico-lhe multa de 1% sobre o valor da causa e condeno-lhe a pagar o valor de 10%
sobre o valor da causa, a título de reparação de danos, ambas em favor da parte
reclamada.
Mantidas as custas acrescidas das multas nesta incididas, que deverão ser recolhidas
para todos os fins.
[...]

Não visualizo, contudo, o intuito protelatório do reclamante.

Isso porque, conquanto os embargos efetivamente envolvessem matéria recursal, à qual não servem
os aclaratórios (por inexistentes as hipóteses de cabimento), entendo que especificamente no caso vertente, tal
circunstância, por si só, não possui o condão de configurar propósito manifestamente protelatório do
reclamante, então embargante, pois sendo a parte autora da reclamação, além de não necessitar realizar o
depósito recursal e terem as custas sido atribuídas à reclamada, não teria nenhum interesse em retardar o
andamento do feito, como bem ressaltado no recurso ordinário.

Veja-se que embora passível de rejeição, o inconformismo do embargante não era manifestamente
infundado, apto a caracterizar o intuito procrastinatórioou conduta que configure ato atentatório à dignidade
da justiça/má-fé processual, tanto que a quase totalidade dos temas objeto de discussão nos aclaratórios e
renovados no recurso ordinário está sendo alvo de reforma na presente decisão.

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Observe-se, especificamente no que o reclamante, então embargante, pretendia manifestação acerca


da condenação em adimplir honorários por sucumbência recíproca em favor da parte reclamada (não
representada nos autos por advogado), ter indicado, precisamente, o que entendia ser uma omissão da decisão
judicial impugnada capaz de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador, hipótese de cabimentoque
encontra amparo no art. 1.022, parágrafo único, II c/c o art. 489, § 1º, IV, ambos do CPC, já que os
fundamentos pelos quais houve o deferimento dos honorários em favor da parte no exercício do jus
postulandi apenas foram explicitados pelo julgador por ocasião da sentença que apreciou os aclaratórios.

No mais, entendo que a mera busca de um direito por meio de ação ou defesa, ainda que
pretensamente indevida ou equivocada, não é capaz, por si só, de impor à parte a pecha de litigante de má-fé
ou que tenha cometido ato atentatório à dignidade da justiça, devendo ser aplicadas as respectivas
penalidades quando não restar dúvida quanto à atitude da parte, vez que no processo as partes têm o direito
constitucional ao contraditório e à ampla defesa.

Por fim, precisamente no que se refere à multa/indenização por litigância de má-fé e sem mesmo
haver necessidade de se adentrar na temática da invocada impossibilidade de cumulação de penalidades pelo
mesmo fato gerador (embargos protelatórios), pondero que sequer foi possível a esta Relatoria identificar o
enquadramento da conduta obreira entre as hipóteses previstas no art. 80 do CPC, tendo em vista o inciso do
dispositivo legal apontado como fundamento à condenação.

Por todo o exposto, dou provimento ao recurso para excluir todas as penalidades (multas,
indenização, etc), seja por embargos protelatórios, ato atentatório à dignidade da justiça ou por litigância de
má-fé, impostas ao reclamante pela decisão de id. a871c59.

2.2.6 DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS REQUERIDOS EM RELAÇÃO À FASE


RECURSAL.

Ao final de seu apelo, o reclamante requer "a condenação da Recorrida ao pagamento de honorários
de sucumbência".

Considerando já ter a sentença previsto condenação à verba honorária em favor da advogada do


obreiro, infiro que nessa passagem do recurso o reclamante pretende recebimento de honorários cumulativos
relativos à fase recursal, pois do contrário não haveria interesse de sua parte.

A esse respeito, necessário ponderar que o regramento inaugurado pelo art. 791-A da CLT difere do
tratamento que o instituto dos honorários recebe na legislação adjetiva civil, o que demanda atenção na
análise acerca da aplicação subsidiária e supletiva das normas previstas no CPC ao Processo do Trabalho.

Veja-se que enquanto o art. 85, § 1º, do CPC dispõe sobre a possibilidade de honorários cumulativos
em cada fase processual, tem-se que a determinação do art. 791-A da CLT para que o percentual de
honorários incida sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, traz a esta Relatoria a compreensão de que na

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seara trabalhista os honorários devam ser únicos.

No mesmo sentido posiciona-se Mauro Schiavi ao discorrer sobre o tema em sua obra "A Reforma
Trabalhista e o Processo do Trabalho - Aspectos processuais da Lei n. 13.467/17 - de acordo com a IN n.
41/18 do TST", 3. ed., São Paulo: LTr, 2018, p. 108:

[...]
O referido art. 791-A, do CPC, não trata dos honorários advocatícios na fase recursal
trabalhista e na execução tanto de títulos executivos judiciais quanto extrajudiciais no
processo do trabalho.
Pode-se sustentar, a aplicação supletiva do art. 85, § 1º do CPC, que trata,
expressamente, dos honorários advocatícios nos recursos, no cumprimento da
sentença e na execução. Com efeito, dispõe o referido dispositivo legal:
[...]
Diante da aplicação supletiva do art. 85, § 1º do CPC ao processo do trabalho, os
honorários advoctícios nos recursos e na execução seriam devidos nos parâmetros do
art. 791-A, da CLT.
Em que pese o respeito que merecem os que pensam ser devidos os honorários
advocatícios nos recursos e na execução trabalhista, de nossa parte eles não são
devidos pelos seguintes argumentos:
a) falta de previsão expressa da CLT;
b) acesso à justiça nas instâncias recursais;
c) a execução de sentença é uma mera fase do processo, que se desenrola, em boa
parte, por impulso oficial;
d) não há sucumbência propriamente dita, pois a obrigação já foi reconhecida no
título executivo;
e) simplicidade do procedimento executivo;
f) as depesas processuais como os honorários de advogados nos recursos e na
execução exigem previsão expressa;
[...]

Do mesmo modo, valiosas as considerações de Manoel Antonio Teixeira Filho sobre a questão in "O
Processo do Trabalho e a Reforma Trabalhista: As Alterações Introduzidas no Processo do Trabalho pela Lei
n. 13.467/2017", 2. ed., São Paulo: LTr, 2018, p. 149/150, ao analisar a (in)aplicabilidade do disposto no art.
85 do CPC ao Processo do Trabalho:

Ao introduzir o princípio da sucumbência no processo do trabalho (CLT, art. 791-A,


caput), o legislador adotou como critério (objetivo, diga-se) para a fixação dos
honorários advocatícios o mesmo que consta do art. 85, § 2º, I a IV, do CPC.
Mais do que isso, deixou implícita a possibilidade de serem adotados, em caráter
supletivo, pelo processo do trabalho, diversos outros parágrafos da referida norma do
CPC.

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Façamos, diante disso, uma breve análise desses parágrafos, e sua incidência, ou não,
no processo do trabalho.
§ 1º Adaptando-se este preceptivo ao processo do trabalho, podemos dizer que os
honorários de advogados são aqui cabíveis (de modo cumulativo) na ação e na
reconvenção. Não incidem, todavia, na execução, nem nos recursos. O § 5º, do art.
791-A, da CLT, aliás, admite, de maneira expressa, honorários de sucumbência na
reconvenção. Lembremos que a reconvenção não é contestação, nem recurso, nem são
embargos, mas, sim, ação exercida pelo réu em face do autor, no mesmo processo.
[...]

Dessa forma, sendo únicos os honorários advocatícios sucumbenciais a serem deferidos na ação no
âmbito do Processo do Trabalho (e não cumulativos em relação a cada nova fase processual), indefiro os
honorários sucumbenciais requeridos pelo reclamante em relação à fase recursal.

No entanto, nesse ponto, restei vencida por meus pares, que entenderam cabíveis os honorários
advocatícios recursais na Justiça do Trabalho, tendo prevalecido o voto divergente do Desembargador Carlos
Augusto Gomes Lôbo, no seguinte sentido:

"a) doutrina: "Não houve silêncio eloquente da CLT no art. 791-A, § 5º. A melhor
interpretação é a entende que o art. 791-A da CLT regula apenas parcialmente a
matéria dos honorários, de modo a atrair a aplicação supletiva do CPC (art. 15 do
CPC c/c art. 889 da CLT).
Não convence o argumento pelo qual quando a CLT quis tratar do tema, ela o fez de
forma expressa. Basta imaginar outras situações nas quais, mesmo sem previsão
expressa, serão cabíveis os honorários de sucumbência. É o caso, por exemplo, dos
embargos à execução que, por possuírem natureza de ação, demanda a fixação de
honorários advocatícios. Em verdade, caso o legislador quisesse afastar qualquer
dúvida quanto ao não cabimento dos honorários na fase de execução, aí sim teria
feito expressamente.
Ademais, do fato de se mencionar uma hipótese - como fez o art. 791-A, § 5º, da CLT
em relação à reconvenção - não se deduz a exclusão de todas as outras. Aqui cabe a
parêmia positivo unius non est exclusio alterius (a especificação de uma hipótese não
redunda em exclusão das demais)." ("Cabimento dos honorários advocatícios no
processo de execução trabalhista", encontrado em: https://www.jota.info/opiniao-
e-analise/colunas/reforma-trabalhista/cabimento-dos-honorarios-advocaticios-no-
processo-de-execucao-trabalhista-17052018, capturado em 27.02.2019).

b) jurisprudência: O TST tem admitido sem maiores controvérsias, como se vê no


julgamento do processo ED-ED-RO - 10963-05.2016.5.03.0000 , Relatora Ministra:
Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 11/06/2018, Seção Especializada em
Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 22/06/2018, em cujo acórdão lê-se:
Considerando que a sentença normativa condenou o embargante em
honorários advocatícios no importe de 15% (quinze por cento) sobre o
valor do causa, reverto essa condenação aos suscitados, tendo em vista o
provimento do recurso ordinário do SENALBA.
Registra-se que a Lei nº 13.467/2017, no seu art. 791-A, regulamentou os
honorários advocatícios sucumbenciais nesta Justiça Especializada,
fixando-os em um patamar mínimo de 5% até o limite máximo de 15%
sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito

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econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor


atualizado da causa.
O atual Código de Processo Civil prevê no art. 85, §§ 1º e 11º, o
cabimento de honorários em razão da interposição de recurso, são os
honorários advocatícios recursais. Em outras palavras, interposto
recurso ordinário da decisão proferida no julgamento da ação anulatória,
nova verba poderá ser fixada, respeitado o limite legal.
Nessa situação, como a sentença normativa já observou o limite máximo
previsto para a Justiça do Trabalho nos casos de condenação em
honorários advocatícios, 15% (quinze por cento), não cabe a imposição
dos honorários advocatícios recursais previsto no CPC de 2015.
Também no julgamento do processo AIRR - 1323-07.2014.5.03.0110 , Relatora
Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 26/06/2018, 8ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 29/06/2018 lê-se no acórdão:
A União, nas contrarrazões ao recurso de revista (fls. 768/770), postula a
fixação e a majoração de honorários advocatícios recursais, com fulcro
nos artigos 85, § 11, do CPC/15 e 791-A da CLT (incluído pela Lei nº
13.467/17). Colaciona arestos do STF.
Ao exame.
Nos termos do artigo 85, § 11, do NCPC, "O tribunal, ao julgar recurso,
majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o
trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o
caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor,
ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase
de conhecimento".
No caso, a sentença fixou os honorários advocatícios da sucumbência, em
favor da União, em R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) (fl. 578), valor
inalterado no acórdão regional (fl. 683).
Uma vez que o trabalho adicional do advogado da União na elaboração
das contrarrazões ao recurso de revista não lhe exigiu dispêndio de
tempo e recursos excessivos a ensejar acréscimo ao razoável valor
atribuído aos honorários advocatícios na sentença, não vislumbro
necessidade de fixação ou majoração de honorários advocatícios
recursais nesta Instância.
Assim, rejeito o pedido.
O STF por sua 1ª Turma, no AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO 1.014.675, relator Min. Alexandre de Moares, decidiu:
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO PROCESSO DO
TRABALHO. ART. 791-A DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO
TRABALHO, INTRODUZIDO PELA LEI 13.467/2017.
INAPLICABILIDADE A PROCESSO JÁ SENTENCIADO. 1. A parte
vencedora pede a fixação de honorários advocatícios na causa com base
em direito superveniente - a Lei 13.467/2017, que promoveu a
cognominada "Reforma Trabalhista". 2. O direito aos honorários
advocatícios sucumbenciais surge no instante da prolação da sentença. Se
tal crédito não era previsto no ordenamento jurídico nesse momento
processual, não cabe sua estipulação com base em lei posterior, sob pena

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de ofensa ao princípio da irretroatividade da lei. 3. Agravo interno a que


se nega provimento.
Consta do acórdão:
A ora agravante postula a aplicação da norma neste caso, de modo que a parte
adversa seja condenada a lhe pagar honorários de advogado. Sem razão, contudo. O
direito aos honorários advocatícios sucumbenciais surge no instante da prolação da
sentença. Se tal crédito não era previsto no ordenamento jurídico nesse momento
processual, não cabe sua estipulação com base em lei posterior, sob pena de ofensa
ao princípio da irretroatividade da lei.
Tampouco cabe aplicação subsidiária do Código de Processo Civil de 2015, no
tocante ao arbitramento dessa verba em fase recursal, na medida em que tal prática
pressupõe previsão de honorários na origem, o que não se verifica no caso.
Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno."

Todavia, como no caso concreto já houve condenação em primeira instância no percentual máximo
cabível, que é de 15%, os honorários não comportam majoração em sede recursal, por já terem sido fixados
no máximo previsto no art. 791-A da CLT, exatamente como decidido pelo E. TST no processo ED-ED-RO -
10963-05.2016.5.03.0000 mencionado acima.

Desse modo, nada há a prover.

2.3 CONCLUSÃO

DESSA FORMA, conheço do recurso ordinário. No mérito, dou parcial provimento para: a)
conceder o benefício da Justiça gratuita ao reclamante; b) excluir a obrigação obreira de pagamento de
honorários advocatícios por sucumbência recíproca à parte reclamada; c) determinar que o aviso prévio
indenizado deferido em sentença seja computado na proporção de 36 dias, devendo ser anotado em CTPS,
como data de extinção do vínculo empregatício, o dia 13-5-2017; d) excluir todas as penalidades (multas,
indenização, etc) impostas ao reclamante pela sentença de embargos de declaração (decisão de id. a871c59).
Tudo nos termos da fundamentação precedente.

Mantenho o valor provisório arbitrado à condenação, bem como às custas processuais.

3 DECISÃO

ACORDAM os Magistrados integrantes da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª


Região, à unanimidade, conhecer do recurso ordinário; no mérito, dar parcial provimento, nos termos do voto
da Relatora, que, no entanto, fica vencida quanto ao entendimento de serem cabíveis honorários advocatícios
recursais na Justiça do Trabalho. Sessão de julgamento realizada no dia 21 de março de 2019.

Porto Velho/RO, 21 de março de 2019.

(assinado digitalmente)

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DESEMBARGADORA VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR

Relatora

Assinado eletronicamente. A
Certificação Digital pertence
a:
18121316344512000000004144241
[VANIA MARIA DA
ROCHA ABENSUR]

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