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Inclusão Social x Pessoas com Necessidades Especiais (1)

A inclusão social de pessoas que em caráter temporário ou permanente – possuem


necessidades especiais decorrentes de sua condição atípica e que, por essa razão, estão
enfrentando barreiras para tomar parte ativa na sociedade com oportunidades iguais às da
maioria da população.

O termo necessidades especiais é utilizado com um significado amplo. Necessidades


especiais não deve ser tomado como sinônimo de deficiências, vai mais além.

A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se refere às práticas


sociais. Ela começou praticando a exclusão social de pessoas que por causa das condições
atípicas não lhe pareciam pertencer à maioria da população. Em seguida desenvolveu o
atendimento segregado dentro das instituições, passou para a prática da integração social e
recentemente adotou a filosofia da inclusão social para modificar os sistemas sociais
gerais.Essas fases foram acontecendo gradativamente e não podemos dizer que estejamos
praticando a inclusão porque estamos em uma sociedade moderna. Ainda hoje vemos a
exclusão e a segregação sendo praticadas em relação a diversos grupos sociais serem mais
vulneráveis.

O movimento de inclusão social começou incipientemente na segunda metade dos anos 80


nos países mais desenvolvidos, tomou impulso na década de 90. Este movimento tem por
objetivo a construção de uma sociedade realmente para todas as pessoas, sob a inspiração
de novos princípios, dentre os quais se destacam:
a) celebração das diferenças;
b) direito de pertencer;
c) valorização da diversidade humana; solidariedade humanitária;
d) igual importância das minorias;
e) cidadania com qualidade de vida.

INCLUSÃO SOCIAL - é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em
seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas
se preparam para assumir seus papéis na sociedade. È um processo bilateral no qual as
pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir
sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.

O modelo da inclusão se baseia no modelo social da deficiência, em contraposição ao


modelo médico da deficiência ( conceito pré-inclusivista).

Esse modelo médico da deficiência nos designa o papel desemparado e passivo de


pacientes, no qual somos considerados dependentes do cuidado de outras pessoas, levando
vidas inúteis , são inválidos.

Fletcher( 1996, p7) explica o modelo médico da deficiência nos seguintes termos:
Tradicionalmente, a deficiência tem sido vista como um problema do indivíduo e, por isso,
o próprio indivíduo teria que se adaptar à sociedade ou ele teria que ser mudado por
profissionais através da reabilitação ou cura. Ou ainda pode ser explicado como a pessoa
deficiente é que precisa ser curada, tratada, reabilitada, habilitada, etc, a fim de ser
adequada à sociedade como ela é, sem maiores modificações.

O modelo médico da deficiência tem sido responsável, em parte, pela resistência da


sociedade em aceitar a necessidade de mudar suas estruturas e atitudes para incluir em seu
seio as pessoas com necessidades especiais para que estas possam, aí sim, buscar o seu
desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. É sabido que a sociedade
sempre foi, de um modo geral, levada a acreditar que, sendo a deficiência um problema
existente exclusivamente na pessoa deficiente, bastaria prover-lhe algum tipo de serviço
para solucioná-lo.

O modelo social da deficiência

Por este modelo, os problemas da pessoa com necessidades especiais não estão nela tanto
quanto estão na sociedade. Assim, a sociedade é chamada a ver que ela cria problemas para
as pessoas com necessidades especiais causando-lhes incapacidades no desempenho de
papéis sociais em virtude de:
a) seus ambientes restritivos;
b) suas políticas discriminatórias e atitudes preconceituosas que rejeitam a minoria e
todas as formas de diferença;
c) seus discutíveis padrões de normalidade;
d) seus objetos e outros bens inacessíveis do ponto de vista físico
e) seus pré-requisitos atingíveis apelas pela maioria aparentemente homogênea;
f) sua quase total desinformação sobre necessidades especiais e os direitos que essas
pessoas têm;
g) suas práticas discriminatórias em muitos setores da atividade humana.

Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e atitudinais


para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso aos serviços, lugares,
informações e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal , social, educacional e
profissional.

Notas de aulas

Profa. Wanilda Maria Alves Cavalcanti

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