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Estúdio Paidos

Últimos títulos publicados:

111. M. Douglas - A aceitabilidade do risco segundo as ciências sociais 112. H.-G.


Gadamer - O Começo da Filosofia Ocidental
113. EW Said - Representações do intelectual 114. EA
Havelock - A musa aprende a escrever 115. CF Heredero
e A. Santamarina - Film noir 116. B. Waldenfels - De Husserl
a Derrida 117. H. Putnam - O legado do pragmatismo 118.
T. Maldonado - O que é um intelectual?

121. G. Vattimo - Creer que se cree 122.


J. Derrida - Aporías 123. N. Luhmann -
Observaciones de la modernidad
124. A. Quintana - Cinema italiano, 1942-1961 125.
PL Berger e T. Luckmann - Modernidade, pluralismo e crise de sentido 126. H.-G.
Gadamer - Mito e razão 127. H.-G. Gadamer - Arte e verdade da palavra 129. M.
Maffesoli - Elogio da razão sensível 130. Ch. Jamme - Introdução à filosofia do mito
na modernidade

poránea
131. R. Esposito - A origem da política 133. R.
Aron - Introdução à filosofia política 134. A. Elena -
Cinemas periféricos 135. T. Eagleton - A função da
crítica 136. A. Kenny - A metafísica da mente 137. A.
Viola (ed.) - Antropologia do desenvolvimento 139. P.
Barker (ed.) - Vivendo como iguais 140. S. Shapin - A
revolução científica 141. JR Searle - O mistério da
consciência 142 R. Molina e D Ranz - A ideia do cosmos
143. U. Beck - A democracia e seus inimigos 144. R.
Freixas e J. Bassa - Sexo no cinema e cinema de sexo
145. M. Horkheimer - Autoridade e família e outros
escritos 146. A. Beltrán - Galileu, ciência e religião 147. H.-G. Gadamer
- O princípio da sabedoria 148. RA Spitz - Não e sim 149. R. Flecha, J.
Gómez e L. Puigvert - Teoria sociológica contemporânea 150. G.
Baumann - O enigma multicultural 151. E. Morin - Os sete saberes
necessários para a educação do futuro 152. O. Marquard - Filosofia da
compensação 153. C. Geertz - Reflexões antropológicas sobre temas filosóficos 154.
Z. Bauman - Cultura como práxis 155. M. Canto-Sperber - Inquietação moral e vida
humana 156. J. Habermas - Ação comunicativa e razão sem transcendência 157. H.
Arendt - Palestras sobre a filosofia política de Kant 158. Ch. Taylor - As variedades da
religião hoje 159. J. Habermas - A ética do discurso e a questão da verdade 160.
A .Jacquard e outros - Uma educação sem autoridade ou sanção?

161. J.-P. Fitoussi - Democracia e mercado 162. JR


Searle - Liberdade e neurobiologia 163. M. Canto-
Sperber e R. Ogien - Filosofia moral e vida cotidiana 164. M. Augé e JP Colleyn -
O que é antropologia 165. R. Rorty e G. Vattimo - O futuro da religião 166. R.-P.
Droit. - Entrevistas com Michel Foucault

167. J. Butler - Desfazendo gênero 168.


J. Butler - Gênero em disputa
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Ramón Flecha, Jesús Gómez e Lidia Puigvert


Teoria sociológica contemporânea

Prefácio de Ulrich Beck


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Capa de Mario Eskenazi

1.' Edição, julho de 2001


4.3 Impressão, junho de 2010

Não é permitida a reprodução total ou parcial


deste livro, nem a sua incorporação em sistema
informático, nem a sua transmissão sob
qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele
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outros métodos, sem a autorização prévia por
escrito da O editor. A violação dos referidos
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(Barcelona)

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Resumo 11 Prefácio de Ulrich Beck


13 Introdução

17 Apresentação. O conteúdo do livro

21 1. Sistemas
22 1.1. A sociedade como um sistema de subsistemas
23 1.1.1. funcionalismo estrutural
25 1.1.2. Crítica ao primeiro funcionalismo
28 1.1.3. funcionalismo sistêmico
30 1.1.4. ÁGIL

34 1.2. função manifesta e latente. Efeito Mateus


35 1.2.1. Abertura do funcionalismo
36 1.2.2. Sociologia da ciência. Efeito Mateus 1.2.3.
38 funções manifestas e latentes
42 1.3. Uma utopia automatizada: teoria dos sistemas
42 1.3.1. Sentido sistémico e não subjectivo
43 1.3.2. Pessoas e sistemas psíquicos
46 1.4. Do funcionalismo ao estruturalismo
46 1.4.1. A virada lingüística das ciências sociais
47 1.4.2. Diferença

49 1.4.3. descentramento do sujeito


49 1.4.4. estruturalismo marxista
52 1.5. estruturalismo construtivista. hábitos
52 1.5.1. estruturalismo construtivista
53 1.5.2. hábito

57 2. Temas
58 2.1. Pessoas que dão sentido às suas ações.
Sociologia fenomenológica 2.1.1.
58 Experiências conscientes dos atores
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60 2.1.2. Polêmica objetivista-subjetivista


62 2.1.3. mundo da vida

66 2.2. A análise da realidade socialmente construída

66 2.2.1. construtivismo social

68 2.2.2. Socialização primária e secundária


69 2.2.3. Limitações do construtivismo

72 23. interacionismo

72 2.3.1. Do construtivismo à interação

74 2.3.2. Eu, eu e a pessoa 2.4.


77 Dramaturgia
77 2.4.1. O teatro como modelo de análise

das relações sociais

78 2.4.2. Total de instituições e outras instituições 2.5.


80 Etnometodologia 2.5.1. As pessoas não são "idiotas culturais"
80

82 2.5.2. pesquisa etnometodológica


83 2.5.3. Questionando as estatísticas

85 3. Sujeitos e sistemas
85 3.1. sociedade informacional

87 3.1.1. Características da empresa


postindustrial
88 3.1.2. Características principais da empresa
informacional

93 3.1.3. Diferenças entre as teorias da sociedade

teorias pós-industriais e da sociedade


informacional

94 3.1.4. Capitalismo informacional 3.1.4.1.

Do capitalismo industrial ao capitalismo


94
informacional 3.1.4.2. capitalistas

da sociedade
95
informacional

3.1.4.3. Desigualdades no capitalismo


96
informacional

3.1.5. Movimentos sociais


98

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98 3.1.5.1. Os assuntos da época


da informação

99 3.1.5.2. Demanda social, pressão política

e movimento social
102 3.2. uma nova modernidade

103 3.2.1. sociedade de risco

105 3.2.2. teoria da estruturação

106 3.2.3. Modernização reflexiva e individualização

109 3.2.4. Rumo a uma nova modernidade

114 3.3. Indivíduos como base de ações sociais

115 3.3.1. individualismo metodológico

116 3.3.2. Teoria da escolha racional. Regras

social. emoções

117 3.3.3. teoria dos jogos


120 3.3.4. Democracia deliberativa

122 3.3.5. emoções

125 3.4. Teoria da Ação Comunicativa

127 3.4.1. Noções básicas da teoria


da ação comunicativa

127 3.4.1.1. racionalidade instrumental

e comunicativo
128 3.4.1.2. teoria da argumentação
3.4.1.3. reivindicações de validade
129
e reivindicações de poder

3.4.1.4. compreensão mítica e compreensão


132
mundo moderno

3.4.1.5. Quatro tipos de ações: teleológicas,


133
reguladas por normas, dramatúrgicas e

comunicativas 3.4.1.6. Concepções de


135 linguagem nos quatro tipos de ações

135 3.4.1.7. Entendimento nas ciencias sociais


137 3.4.2. Reelaboração comunicativa da teoria

sociológico
137 3.4.2.1. teoria weberiana da racionalização

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140 3.4.2.2. Teoria comunicativa em termos


de pragmática formal
141 3.4.2.3. Comunicação alternativa ao fracasso

da primeira teoria crítica


142 3.4.2.4. Sobre a lingüística do sagrado
à teoria da comunicação

143 3.4.2.5. Desacoplamento entre o sistema


e mundo da vida
144 3.4.2.6 Conexão da teoria da ação

com teoria de sistemas


145 3.4.2.7. interpretação da modernidade
e tarefas atuais de uma teoria
crítica da sociedade
148 3.5. A virada dialógica das ciências sociais
148 3.5.1. Sociedades dialógicas
150 3.5.2. Modernidad dialógica
151 3.5.3. Teorías dialógicas 3.5.4.
153 Investigación dialógica

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Prefácio

Há muitos livros que encontram seu caminho para seus leitores e lêem
res com títulos como este: Teoria Sociológica Contemporânea. processar
Eles tendem a ser muito abstratos, cheiram a moda antiga e convidam você a imitar a dança

dos teóricos e teóricas nos ramos semânticos de suas teorias.


Esta não é a pretensão desta introdução aos segredos do trabalho teórico. As

teorias sociológicas contemporâneas —tanto as mais clássicas quanto as mais

recentes— que estimulam os debates atuais em todo o mundo estão envolvidas em

diálogos nos quais se relacionam com as questões levantadas pelos leitores. É,

portanto, um livro em diálogo em múltiplos sentidos que tira o leitor de sua

passividade e o convida a uma colaboração e resposta ativa.

As teorias não permanecem no pedestal de suas premissas e não


inspiram admiração reverente: consequentemente, giram em torno do
nível empírico, enquanto são testadas no nível prático. Neste contraste,
revela-se a parte essencial do seu significado: sem conhecimento teórico,
os problemas práticos parecem mais difíceis ou impossíveis de resolver.
Essa é a convicção que transparece neste livro.

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Este é um livro atípico, na medida em que é expressão de uma sociologia

orientada para a práxis e ao mesmo tempo activa, que combina o

investigação rigorosa com os fatos, e mesmo com a pretensão

de uma utopia dialogante. Algo assim é possível?, pergunta-se rindo o sociólogo

profissional que nega tal possibilidade. Mas essa ampla pretensão é apresentada
no livro unindo teoria à crítica e estudo empírico à práxis, de forma tão encantadora

que contagia os leitores e os leitores prendendo-os em seu encanto.

Para quem é este livro? Naturalmente, aos estudantes de sociologia. Mas

também visa atingir aqueles que não pretendem estudar sociologia. É indicado,

especialmente, para os movimentos sociais que procura envolver em um diálogo

teórico que deve servir para fortalecê-los em seu trabalho cotidiano. No

Se fosse verdade que os movimentos sociais precisam

mais teoria para aumentar sua capacidade de ação política, este livro seria uma

contribuição essencial para esse fim.

ULRICH BECK

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Introdução

Dois meninos de 14 e 15 anos morreram no trem de pouso de um


avião que os levava da Guiné para Bruxelas. A falta de oxigénio e os
50° abaixo de zero não tiveram piedade das suas vidas, mas não
conseguiram calar as palavras da carta que traziam consigo: «Senhores
membros e dirigentes da Europa, à vossa solidariedade e bondade
clamamos pela ajuda da África. Ajude-nos, nós sofremos muito."
A sociologia estuda por que essas coisas acontecem. As teorias
sociológicas atuais sugerem que não nos limitemos a descrever esses
fatos e nos forneçam elementos para analisar quais ações os promovem
e quais os evitam. Assim, nossa disciplina cumpre sua tarefa específica:
fornecer a indivíduos e grupos uma compreensão científica de suas
sociedades e das ações que são realizadas para reproduzi-las e/ou
transformá-las.
Nosso trabalho sociológico não consiste em tomar decisões
(ninguém votou em nós), nem em promover certos valores morais. Mas
cabe a nós analisar cientificamente que consequências têm as
diferentes ações possíveis e quais são os caminhos abertos para que
as sociedades aproximem as realidades de suas próprias opções.

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O autor e os autores deste livro são apaixonados pela sociologia.


Não concordamos com quem diz que a sociologia é apenas mais um jogo de
poder ou que é inútil; Pelo contrário, afirmamos que esta opinião é promovida
pelos poderes mais obscurantistas que sempre olharam com desconfiança a
crítica sociológica. Lamentamos que haja alguns sociólogos, homens e mulheres,
e estudantes que se deixam influenciar por essa opinião. Não podemos pedir
que a sociedade leve em conta nossa disciplina e forneça recursos humanos e
materiais
sustentá-la, se nós que a ela nos dedicamos acreditamos que não é
não tem valor. Congratulamo-nos com o crescente número de profissionais e
estudantes que se dedicam com rigor e entusiasmo ao desenvolvimento de uma
sociologia de qualidade, valorizada como tal pelas pessoas e grupos que
diariamente compõem a nossa sociedade.

Este texto foi preparado durante sete anos de esforço para colaborar com
você no desenvolvimento deste estilo de sociologia. Seu conteúdo foi influenciado
por seminários, colaborações e/ou amizades pessoais que os membros do
centro de pesquisa do CREA mantiveram e mantêm com autores como Beck,
Berger, Elster, Habermas, Merton e Touraine. O CREA tem entre seus objetivos
o desenvolvimento de uma teoria sociológica válida para o século XXI, mas,
como diz Merton, sobre ombros de gigantes, ou seja, baseada em tudo o que
gigantes como Durkheim, Marx, Weber e os autores anteriores

citados.

Tudo o que é dito no livro é baseado no nosso trabalho


direto com as obras dos autores correspondentes; não confiamos nas versões
secundárias, pois nas ciências sociais, infelizmente, é muito comum falar e
escrever sobre o que nunca
foi lido. Eles também colaboraram direta ou indiretamente

muitas outras pessoas. Gostaríamos de destacar o Seminário de Teoria


Sociológica Crítica da Associação Catalã de Sociologia e do Departamento de
Teoria Sociológica,1 que após seis anos de

1. O nome completo é Departamento de Teoria Sociológica, Metodologia das Ciências


Sociais e Filosofia do Direito.

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reuniões mensais rigorosas e críticas "primeiro o texto" têm


recebeu o nome de um de seus co-fundadores, Raimon Bonal, uma
excelente pessoa e um sociólogo empolgante.
Nos capítulos, você encontrará quatro tipos de texto:

a) O conteúdo das principais teorias sociológicas contemporâneas


poraneas: nós os desenvolvemos, por um lado, escolhendo apenas seus
elementos principais, de forma compreensível; por outro, relacionando-
os entre si e entrando em suas aplicações em vários campos.
Tudo o que é dito é baseado em nosso trabalho direto com as obras
principais.2
b) Livros: esta publicação é apenas uma introdução às teorias que,
posteriormente, devem ser analisadas diretamente através de suas
principais obras. Por esta razão, através de várias caixas, tentamos
incentivá-lo a ler pelo menos algumas dessas fontes primárias. Parece-
nos essencial incluir a obra base de cada autor, embora por vezes seja
outra que aconselhamos a ler primeiro. Na secção "Outros livros"
apresentamos mais algumas sugestões, fugindo
de enumerações exaustivas, que podem ser encontradas em
qualquer banco de dados e/ou na Internet.
c) Contexto: as teorias sociológicas surgem em contextos sociais
específicos. Assim, através de algumas imagens tentamos
para apresentá-lo às circunstâncias mais ligadas a cada teoria.

Também aqui não fomos a favor da exaustividade, mas da


incluir apenas o que é difícil de encontrar em outro lugar: a seleção
ção dos elementos-chave.

d) Debate: as leituras são melhor compreendidas e retidas se forem


refletidas e relacionadas com situações específicas. Eles também são
tomados com mais "gosto" se forem discutidos com amigos e colegas.
Com esses textos tratamos de pensamentos e conversas que outras
pessoas já tiveram e que podem te ajudar, pelo menos,

2. Nesta publicação não incluímos citações sobre textos, pois demoraria uma eternidade e
atrapalharia, ao invés de facilitar, a leitura. No entanto, quem estiver interessado em uma cotação
e nos avisar por e-mail (publicrea@pcb.ub.es) receberá a resposta.

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para sua reflexão pessoal e, se possível, como início de um debate entre


você e você.

Duvidamos muito se incluímos ou não, em nossa versão final


Bem, este último tipo de textos. Acreditamos que eles podem ajudar
apenas para ter mais informações das teorias sociológicas contemporâneas
mas também para pensá-los e repensá-los de forma contínua e interativa.
vamente.

A maioria dos estudantes e profissionais que o leram o consideraram


muito útil. Mas também nos alertou para um perigo: quem se incomoda com
um livro tão rigoroso e compreensível ao mesmo tempo pode desqualificá-lo
(alegando falta de seriedade). Embora ciente de receber esse tipo de crítica
de pessoas que leram muito menos teoria sociológica, que contribuíram
menos
com seus autores e que menos o colocou em prática, optamos
Escolhi a opção que mais favorece a formação daqueles que serão, no
século XXI, os protagonistas de uma sociologia de muito melhor qualidade
que a atual.

Oportunidades não faltarão a quem trabalha com seriedade e coragem.


nidades para se dedicarem a esta profissão, que pode ter um enorme
Eu futuro nas sociedades informacionais. Para isso, um grande esforço deve
ser feito e contribuições da melhor qualidade possível podem ser usadas
para que as sociedades se conheçam e saibam como se aprimorar.

Como dizemos no último parágrafo deste livro:

A tarefa da sociologia no século XXI não é melhorar a sociedade,


mas fornece elementos de análise aos atores sociais (que são os que
eles o transformam por meio de suas ações). Seguindo esse caminho, o
a sociologia alcançará o devido reconhecimento social e se tornará
no topo de todas as agendas, tornando sociólogos e
sociólogos podemos nos dedicar a uma tarefa profissionalmente rigorosa
e pessoalmente emocionante. Esse é o nosso trabalho e o seu.

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Presentación.
O conteúdo do livro

O objetivo deste livro é apresentar-nos os principais elementos que


compõem a atual teoria sociológica contemporânea, bem como algumas
de suas possíveis aplicações. Reunimos conteúdos necessários para
quem quer desenvolver um trabalho sociológico de qualidade no século
XXI. Não buscamos o objetivo impossível de que todos concordem com
o texto inteiro, mas apresentar elementos-chave que, concordando ou
não, nos permitam refletir ou debater a teoria sociológica contemporânea
e o trabalho sociológico na sociedade atual.

Não fizemos, nem quisemos fazer, uma história das teorias


sociológicas contemporâneas; portanto, nem todas as contribuições ou
todos os elementos de cada contribuição estão aqui.
Você verá apenas aquelas teorias que têm um papel relevante na
teoria sociológica contemporânea atual e, de cada uma delas,
examinamos apenas os elementos que compõem esse papel.
Por que essas teorias e não outras? Poderia ser porque realmente
gostamos, digamos, de Habermas e Parsons, e não gostamos de
alguns dos ausentes, como Mills ou Boudon? Nada está mais longe da
realidade; amamos Mills, tanto ou mais do que qualquer outro e, desde

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então muito mais do que Parsons; mas consideramos que os conteúdos que podem ser

incluídos neste livro, ou em nossas aulas de teoria sociológica contemporânea, não devem

ser selecionados de acordo com os critérios

Eu rio do que gostamos ou lemos mais. Ao contrário, acreditamos

que a seleção deve ser feita de acordo com o critério de relevância, tanto para a teoria

sociológica contemporânea atual quanto para o trabalho sociológico. Não somos nós que

decidimos, mas sim a comunidade científica internacional, como aprendemos através do

estudo e da relação pessoal com o criador da sociologia da ciência (Merton).

Há pessoas desinformadas que afirmam que Boudon é muito mais importante do que

Habermas na sociologia de hoje. Há duas maneiras de corrigir esse erro. A primeira, e

mais aconselhável, é mergulhar na teoria sociológica atual, estudando seriamente suas

obras e as relações entre elas. A segunda é bem rápida:

dedique alguns minutos para consultar os bancos de dados científicos

social.

Em Sociological Abstracts, podemos ver como há quatro sociólogos muito mais

referenciados do que qualquer outro; são, nesta ordem, Weber, Marx, Habermas e

Durkheim (em itálico, os autores

da teoria sociológica contemporânea); ou seja, Habermas é o

único sociólogo contemporâneo que alcançou o patamar dos três grandes clássicos. A

uma certa distância está um segundo grupo com Simmel, Parsons, Bourdieu, Giddens,

Luhmann, Beck, Goffman, Merton, Schützy Mannheim. Depois, em outra série, aparecem

autores como Mills, Pareto e Boudon.

Incluímos todos os primeiro e segundo grupos. Tam


As teorias relevantes também estão em nossa seleção de conteúdo

que são elaborados por diferentes autores, sem que nenhum deles seja tão significativo a

ponto de incluí-lo entre os mais referenciados. É o caso do construtivismo, da

etnometodologia, da sociedade informacional e da teoria da escolha racional. Além dessas

teorias, incluímos o interacionismo. Embora seu principal representante (Mead) não fosse

um sociólogo, mas um psicólogo, sua obra

influenciou muito nossa disciplina, a ponto de ser pré

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Sentado por Habermas como um dos três pais fundadores da sociologia


moderna.
Não contemplamos alguns sociólogos importantes e referenciados,
como Norbert Elias, devido à sua escassa notoriedade na teoria
sociológica contemporânea (não é citado pelos autores que a praticam,
nem consta dos manuais sobre esta matéria); em outros casos, como
o de James Coleman, suas contribuições ao individualismo
metodológico ou à escolha racional são mais bem elaboradas em
outros autores como Elster. Com maior convicção, não lidamos com
outros autores e teorias de grande influência no pensamento social,
mas que não fazem — ou pretendem fazer — sociologia ou qualquer
outra ciência social.
De cada teoria e autor, não explicamos todos os elementos de sua
concepção, mas apenas aqueles que são relevantes para a teoria
sociológica contemporânea. Assim, de Bourdieu, contemplamos a
noção-chave, habitus, mas não examinamos outras —por exemplo, a
de campo— à qual ele dá grande importância em sua obra e que são
utilizadas apenas por ele e alguns seguidores insignificantes em nosso
disciplina.
Em suma, existem outros autores, teorias e elementos que
poderíamos incluir se quiséssemos fazer uma história das teorias
sociológicas ou um dicionário da sociologia. Mas nosso objetivo não
foi esse, mas apresentar um livro teoricamente rigoroso e compreensível
que contribua para aproximar sociólogos e estudantes dos elementos-
chave da teoria sociológica contemporânea.
Quem quiser trabalhar no resto pode recorrer aos bons dicionários de
sociologia e às diversas histórias das teorias sociológicas, que se
encontram nas livrarias e bibliotecas.

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1. Sistemas

Na teoria sociológica contemporânea (doravante TSC) existem


diferentes abordagens que podem ser classificadas em três perspectivas:
sistêmica, subjetiva e dual. A primeira vê a realidade social determinada
por sistemas e estruturas. A segunda o considera criado pelas ações de
indivíduos e grupos. A terceira enfatiza ambos os aspectos: sistemas

e pessoas.
Muitas pessoas veem as realidades que não conseguem entender e
controle como se fossem independentes de sua atividade humana.
Para o cidadão individual, o governo de um país parece tão independente
de sua vontade (um voto em milhões) que ele muitas vezes pensa que
tudo que funciona se deve ao "sistema político". Diante do indivíduo
desempregado, o sistema de relações trabalhistas é tão impenetrável
quanto o castelo de Kafka . A esses sistemas são atribuídas leis
determinantes de suas estruturas e ações que são completamente
autônomas de qualquer ser humano ou manipuladas por uma minoria
contra o restante da população. Essa visão de senso comum que muitas
pessoas têm está ligada a algumas perspectivas das ciências

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grupos sociais que normalmente são chamados de funcionalistas, estruturalistas ou

sistêmico.
As diferentes modalidades dessa perspectiva e suas contribuições para a
análise sociológica atual constituem o tema dos cinco capítulos da primeira parte
deste trabalho.

1.1. A sociedade como um sistema de subsistemas

CONTEXTO

Os anos cinquenta do século XX foram a idade de ouro do funcionalismo.


modo sociológico, principalmente nos EUA. Em 1945, a vitória (juntamente
com a URSS) contra o nazismo havia criado no mundo ocidental uma
ambiente favorável para movimentos democráticos radicais, enquanto

O marxismo gozou de grande influência na intelectualidade. Mas


Imediatamente, com a Guerra Fria (Doutrina Truman em 1947), houve um
forte ofensiva contra qualquer intelectual ou movimento que pretendesse afirmar

determinam a existência de sujeitos sociais que podem e devem transformar o


sociedade. A caça às bruxas macartista chegou até a personagens
como Bertolt Brecht (1947) e Charles Chaplin —Charlot— (1952). No
campo das ciências sociais, essa ofensiva encontrou um foco (o
funcionalista) que daria duas grandes contribuições:

a) Concepção da sociedade como um sistema contra o qual nenhum

haveria sujeitos sociais capazes de transformá-la; portanto foi

absurdo fazer um esforço para desenvolver movimentos sociais se, afinal,

no final, eles não iriam conseguir nada.

b) Desqualificação dos sociólogos que estivessem vinculados

relacionamento com os movimentos sociais, com a acusação de que não mantinham

a objetividade que a ciência social exige.

22
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1.1.1. funcionalismo estrutural

O funcionalismo estrutural aplicou contribuições da biologia ao estudo da


sociedade. Da mesma forma que o corpo humano1 pode ser considerado um
sistema composto por outros subsistemas (sistema digestivo, sistema locomotor,
sistema nervoso...), o primeiro funcionalismo considerava a sociedade como um
sistema composto por outros subsistemas, como sistema político ou judicial.

O estudo das funções de uma prática social ou de uma instituição


foi a análise de sua contribuição para a manutenção - como um

tudo—do sistema. Para fazer essa análise, vários

conceitos, incluindo os seguintes: sistema, estrutura e equivalência entre estrutura


e função.

DEBATES

Existem funcionalistas?

Eva: não te entendo Luis, não sei como podes dizer que tudo é

produto dos sistemas, se houver cada vez mais países que escolhem seus

parlamentos por maioria de votos.

Luis: Você sempre tão inocente. E o que as pessoas votam? O que dizem

a mídia em que você deve votar; eles até ameaçam

que tudo vai desmoronar se não o fizermos.

Paula: Mas Luis, a oferta de diversos canais está aumentando a cada dia.

dia. Afinal, a pessoa escolhe qual botão do controle remoto


quer apertar

Luis: Parece-me que você esqueceu a socialização que os sistemas fizeram

Família, escola e problemas de mídia. Eles fizeram o

trabalho em que o resto se baseia. Veja o que mostra as pessoas assistem;


você sempre acaba pressionando o botão que se adapta ao sistema.

1. Essa comparação com o corpo humano já havia sido feita por outros autores como
Comte ou Durkheim. No entanto, os primórdios do funcionalismo sociológico moderno
estão intimamente ligados ao trabalho anterior de antropólogos do início do século XX,
como Malinowski, que estudou as culturas das Ilhas Trobiand (no Pacífico) concluindo
que a função de uma prática ou instituição social é sua contribuição para a continuidade,
como um todo, de sua sociedade.

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1. Sistema: conjunto ordenado de elementos que tende a preservar


sua organização. Por exemplo, o sistema capitalista é constituído por
elementos que garantem sua continuidade, como a diferença empregador/
empregado e a lei das relações de trabalho.
2. Estruturas: elementos do sistema suficientemente

suficiente para ser considerada independente das flutuações de pequena


amplitude e curta duração resultantes das relações entre o sistema e o
ambiente externo. Por exemplo, a diferença entre empresários e assalariados
continua intacta apesar dessas mudanças.
tão importante quanto a transição de uma ditadura para uma democracia ou
a transição da sociedade industrial para a informacional. Pelo contrário, a
legislação laboral é revogada ou alterada quando o contexto se altera; A
democracia e/ou a sociedade da informação levaram ao desaparecimento
da anterior legislação laboral e à sua substituição por uma nova lei.

3. Equivalência entre estrutura e função: a função do


estruturas é contribuir para a manutenção e adaptabilidade dos sistemas a
que pertencem. Por exemplo, a função da diferença entre empresários e
assalariados é manter o sistema capitalista; Inversamente, o sistema
capitalista requer, para se manter, a diferença entre proprietários e
assalariados.

DEBATE

Reflexões de um funcionalista

Luis está fazendo um estudo sobre o sistema prisional. Diz que,


apesar de todas as políticas de reinserção e regimes abertos, a sua
estruturas (reclusão, instituição fechada) continuam a cumprir uma função
muito óbvia: que os cidadãos cumpram as regras com
acordados por suas sociedades e aprovam a punição pretendida para
que deles se desviam.
Insiste que os elementos do sistema que mudam permitem
adaptar-se melhor ao ambiente externo. Mais do que uma mudança, estamos antes
um alojamento. Quando se ouve falar em reinserção e regimes abertos
como se fizessem parte de uma transformação social, ele pensa que o

24
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tratamentos que acompanham a reinserção, bem como profissionais


aqueles que a praticam, supõem novas formas de internalizar as normas por

parte dos próprios internos e seus ambientes sociais; ao mesmo tempo,


Está a ser criada uma maior rejeição cidadã para com os reincidentes no
desvio. Em duas palavras, o sistema acomoda as novas necessidades
entidades ambientais, que absorve.

A pergunta é para os leitores: você concorda


com a reflexão que o Luis fez? Em sua totalidade? Só em parte?
¿O en nada?

1.1.2. Crítica ao primeiro funcionalismo

O sucesso do funcionalismo também gerou muita contestação.


Dentre as críticas que se difundiram nas décadas de 1960 e 1970,
destacam-se três:

1. Conservadorismo. Viu-se nesta corrente a opção prévia pelas


estruturas sociais existentes e, dentro delas, por aquelas que alcançaram
maior predominância sobre as demais; em outras palavras, uma opção
prévia pelas estruturas sociais americanas. O sistema foi considerado
como um conjunto ordenado que a análise sociológica deveria manter e
aperfeiçoar. Por exemplo, os conflitos trabalhistas foram analisados
como imperfeições desse sistema e como uma ameaça a ele, mas não
como uma ameaça a ele.
luta de classes gerando uma ordem diferente.
2 2. Sem falsificação. A equivalência entre estrutura e função foi
qualificada como premissa tautológica, ao confundir causa e função:
toda estrutura desenvolve uma função para a manutenção do sistema,
sendo esta a causa de seu surgimento. Ou seja, a família desenvolve
uma função para a permanência do sistema, ao mesmo tempo em que foi

2. Para Popper, a falsificação consiste na possibilidade de encontrar fatos empíricos que


contradizem uma teoria.

25
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criado porque favoreceria essa estabilidade. Então você não pode provar que
a afirmação é falsa, mas aceitar que a família é necessária, ponto final. Outro
exemplo: a diferença entre empresários e empregados existe porque é
benéfica para o sistema, e por isso foi criada.
dá. Nessas condições, você não pode provar empiricamente que
a afirmação não é verdadeira, não é possível perguntar se uma determinação
se uma estrutura existente é benéfica ou não, ou se pode ser substituída por
outra. Tudo é dado como certo desde o início. Portanto, não há possibilidade
de falsificação da premissa de partida, jamais poderia ser demonstrado outro
tipo de afirmação; Seguindo o mesmo exemplo, não permite substituir essa
diferença entre empregadores e assalariados por outro tipo de propriedade,
nem demonstra que ela existe porque é benéfica para interesses particulares
de determinados grupos e indivíduos, e não para o sistema como um todo.

3. Dependência das ciências naturais. O funcionalismo supunha um certo


retorno à consideração da sociologia como uma ciência dependente das
ciências naturais; isso já era típico de autores do século XIX, como Comte
(com sua física da sociedade). Nesse sentido, não incorporou os avanços
metodológicos de Durkheim e (principalmente) Weber, no que diz respeito à
consideração da sociedade e da sociologia como realidade e ciência
autônomas. Em vez disso, torna as ciências sociais dependentes da biologia,
retornando - neste ponto - ao estágio em que Spencer havia deixado a
sociologia.

DEBATE

Reflexões de duas pessoas críticas ao funcionalismo

Paula: Parece-me lógico que o funcionalismo tenha tanto peso na


sociologia americana, porque dá cobertura científica à sua
domínio do mundo. Sua linguagem de biólogo me lembra o darwinismo
social: o sistema capitalista norte-americano triunfou porque é o
que melhor cumpre as funções necessárias para a manutenção
de sua sociedade, de acordo com seus próprios valores dominantes.

26
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Não deixa espaço para críticas de valores alternativos como resultado

das reflexões e movimentos de muitas pessoas; por exemplo,

impede a reprovação daqueles que o atacam por sua colaboração com muitos

ditaduras, ignorando os direitos humanos.

Eva: Paula, falando assim você facilita que os funcionalistas se desqualifiquem.

cação por ser um humanista, não um cientista. você pode contradizê-los

melhor se você entrar em sua própria teoria, já que falta algo que Popper

considera essencial ser científico: que explicite as condições

de sua falsificação. Por exemplo, se eu afirmar que a existência de um

sentido constitucional facilita a coexistência pacífica em uma comunidade,

Estou apresentando uma hipótese que deixa claras suas condições de fracasso.

ção: se nos lugares onde esse consenso está sendo alcançado não há

a violência diminui, a hipótese é falsificada e é preciso elaborar

outras hipóteses que dão origem a novas teorias. Pelo contrário, a afirmação

da existência da pena de morte porque cumpre uma função

necessária para a manutenção da segurança cidadã naquele

contexto não explicita suas condições de falsificação: embora em outros

sociedades há mais segurança e coesão social sem pena de morte,

sempre será respondido que é um contexto diferente.

Paula: Tá, mas a gente tem que destacar também que, para estudo

sociedades humanas, não basta com os conceitos extraídos

ciências focadas no estudo de realidades não humanas, porque

então perdemos o ponto. A família não funciona como

digestão e não pode ser reduzido ao "sistema" familiar ou de parentesco.

A redução do estudo da vida amorosa de um casal ou de um relacionamento

A relação mãe-filho com os conceitos das ciências naturais é opaca para

algumas de suas dimensões mais importantes. As ciências sociais não

Eles são a aplicação das ciências naturais ao estudo da sociedade.

mas sim ciências com uma lógica própria que se relaciona (e não subordina

da) com as ciências naturais.

A quem não o vê assim, aconselho-o a ler o Amor como Paixão ,

Luhmann; veremos onde está a radicalização sistêmica que

este autor fez da obra de Parsons e como essa visão dispensa

dos nossos sentimentos. É coerente que a perspectiva sistêmica,

que concebe mais ou menos radicalmente uma sociedade sem pessoas,

ser aquele que se baseia mais na biologia.

27
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Os funcionalismos que mais influenciam hoje

São justamente os que melhor corroboram as críticas anteriores:

a) O trabalho de Parsons, que substituiu o modelo biológico pelo

cibernética, ou seja, mudou a referência dos sistemas do corpo

po para os processos de comunicação e controle. b) as

contribuições de Merton, que vão além das mais

tautológicas, como a noção de equivalência.

1.1.3. funcionalismo sistêmico

Parsons dedicou sua vida à construção de um funcionalismo sistêmico.

Mico capaz de superar as avaliações anteriores. Suas contribuições dão

ao funcionalismo um forte poder explicativo dos fatos sociais,

impossibilitando desde então a construção de um

teoria da sociedade, de qualquer orientação, independentemente de seu trabalho.

Destacamos três de suas contribuições:

a) Controle parcial do meio ambiente. Na perspectiva de Parsons, o

sistemas controlam apenas parcialmente ambientes variáveis e

supercomplexos onde eles estão. Sua manutenção não depende apenas de suas

próprias estruturas, mas também de seus relacionamentos.


bilateral com esse ambiente.

Para os funcionalismos e estruturalismos mais fechados, apenas as estruturas são

importantes, pois suas relações com o ambiente são unidirecionais: os ambientes são

simples consequências das estruturas e só faz sentido estudá-los para ver como as

estruturas estão presentes neles. No entanto, para o funcionalismo

As relações sistêmicas de Parsons entre estruturas e ambientes são 28

bilateral, o que torna necessário o estudo dessas relações.

b) Estruturas e processos. Para um sistema, para sua manutenção, tanto as

estruturas quanto os processos podem ser funcionais. Dessa forma, muda a relação

entre estrutura e função que havia definido o funcionalismo estrutural; agora eles não são

mais automaticamente

28
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você equivalente. Por exemplo, o sistema familiar tem um ambiente


cada vez mais complexo desde a década de 1960. Manteve-se graças
às suas estruturas, como a diferença entre pais e filhos, mas também
graças a processos como a transformação das relações entre os
gêneros, que se adaptam às mudanças geradas pelos movimentos de
mulheres.

DEBATE

Existem pessoas que se consideram muito radicais e


defendem a mesma posição do parsoniano Luís?

Paula: Se não entendi mal, segundo os funcionalistas tradicionais

o movimento feminista foi criado pelas próprias estruturas.

nivele para segurar e espalhar.

Eva: Mais ou menos e, embora não compartilhe da sua perspectiva, acho

que há algo nisso. Em tempos de expansão econômica, o sistema

ma tem sido mais favorável à entrada da mulher no mercado de trabalho

e afirmou que meninas e meninos encontram nas escolas infantis

útil o complemento ideal da família. Em tempos difíceis, eles se recuperam

força as ideias que defendem a família como o melhor lugar para

pequenos e pequenos de 0 a 2 anos. De qualquer forma, eu acho que

funcionalistas esquecem que este foi apenas um dos fatores, enquanto

Depois outro fator decisivo foi a vontade das mulheres e grupos que

criaram movimentos feministas e as muitas pessoas que

Elas lutam, dia após dia, contra o machismo.

Luis: Não é justo que você estenda essa crítica a todos os funcionalistas.

AC. Parsons contempla no contexto e nos processos o que você atribui

Compras para indivíduos e grupos. A dele também é uma teoria da ação

construído —com grande rigor— com sua perspectiva sistêmica.

Paula: Eva fala sobre pessoas e grupos que moldam suas ações.

com suas intenções. A teoria dos sistemas, por outro lado,

substitui as intenções das pessoas pela lógica dos sistemas. É

melhor considerar os processos do que apenas levar em conta as estruturas,

mas processos não podem ser equiparados a pessoas. O que

Lamento é que, como sempre, Eva fica pela metade com suas críticas e

aceitar uma parte da abordagem sistêmica.

29
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1.1.4. ÁGIL

Parsons dedicou sua vida a construir um modelo global de análise sistêmica da

sociedade. Como outros funcionalistas, preocupou-se em estabelecer quais eram as

funções-chave para a existência de uma sociedade e quais sistemas as

desempenhavam. Ele definiu especificamente quatro funções e as chamou de "pré-

requisitos funcionais":

a) Adaptação . b) Alcance dos fins

(Meta). c) Integração (Integração). d)

Manutenção de padrões (Latência).

O nome AGIL é a união de suas quatro iniciais em inglês.

Cada uma dessas funções é realizada por um sistema:

a) Sistema comportamental. b)

Sistema de personalidade. c) Sistema

social. d) Sistema cultural.

Na realidade, esses quatro sistemas são um único sistema de

ação considerada, em cada caso, sob um aspecto diferente.

ÁGIL

funções Subsistemas

L. Latência sistema de cultura

I. Integração sistema social

G. Multas sistema de personalidade

A. Adaptação Sistema comportamental

30
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Parsons capta a predominância do sistema cultural do

A antropologia de Malinowski, porque é o sistema mais durável e cumpre a função de

permanência. Por exemplo, A República de Platão sobreviveu não apenas à

personalidade de seu autor, mas


também para a sociedade onde foi escrito.

• L: o sistema cultural nos mostra como os valores culturais

estabelecem os padrões para a escolha entre as alternativas de ação do sistema social

e do sistema de personalidade. Por exemplo, o valor cultural da predominância dos

homens sobre as mulheres. • I: o sistema social desempenha a função de integração

com alguns

normas que se baseiam nesses valores culturais e que supõem o estabelecimento de

papéis. Por exemplo, o valor citado acima gera a regra de colocar o primeiro sobrenome

do pai, estabelecendo o papel do chefe da família e do herdeiro.

• G: o sistema de personalidade desempenha a função de atingir metas. Esses

fins são alternativas de ação dos agentes, que seguem os padrões estabelecidos pelos

valores culturais e se ajustam às normas pactuadas em sua sociedade. Por exemplo,

dentro dos valores e normas sexistas de nossa cultura e sociedade, um homem pode

evitar o trabalho doméstico sentando-se confortavelmente

no sofá.

• A: o sistema comportamental realiza a função de adaptação de acordo com os

meios e recursos de que dispõe. Para isso, deve cumprir os propósitos estabelecidos

pelas personalidades, que se ajustaram às normas da sociedade que, por sua vez, se

basearam nos padrões estabelecidos pelos valores culturais.

Por exemplo, o prazer pode ser uma força motivadora que leva a buscar o sofá em vez

da pia.

A relação entre as quatro funções e os sistemas é bidirecional em um processo

de retroalimentação. Tal como nos parágrafos anteriores seguimos o percurso LlGA,

vamos agora fazê-lo ao contrário (AGlL), analisando, por exemplo, o anúncio típico: «Se

comprares este

carro, você vai conseguir essa garota. A busca do prazer (A) pode mentir

31
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Você terá que apontar (G) para conseguir um carro carregando nele a documentação

que mostra que você segue as regras (I) da propriedade privada e se enquadra nos

valores culturais machistas (L).

O trabalho de Parsons é de tal magnitude que é difícil prescindir dele ao realizar

análises sociológicas de qualquer orientação. Para compreender plenamente uma

instituição e os processos que a afetam, é conveniente situá-la no quadro destas


quatro funções e sistemas. O AGIL constitui, quanto a esta tarefa, a construção mais

completa realizada, até agora, nas ciências sociais.

Ao longo de sua vida, Parsons foi completando essa forma sistêmica de análise,

a ponto de transformá-la em um quadro capaz de abranger todas as realidades sociais

passíveis de estudo. Ele organizou esses sistemas de forma que cada um estivesse

dentro dos outros na forma de um subsistema. Assim, o AGIL se torna mais complexo:

A (AA, AG, Al, AL), G (GA, GG, Gl, GL), / (IA, IG, II, IL), L (LA, LG, Ll, LL ).

Por exemplo, dentro do sistema social ou integrador (I), encontramos por sua

vez um subsistema de latência (IL) que se encarrega de manter as estruturas e que

pode ser vinculado especialmente a instituições como a Igreja e a família; um

subsistema integrador (II) especialmente vinculado a instituições como o direito; um


subsistema de alcance de metas (IG) que se materializa em instituições como a

administração estadual, e um subsistema adaptador (IA) com instituições como a

empresa.

SISTEMA SOCIAL (I)

Orientações Exemplos de
ÁGIL De ação instituições

A. latência Valores igreja, família

II. Integração Normas Direito

IG. Multas Multas administração estadual

IA. Adaptação meios, recursos Empresa

32
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DEBATE

A teoria de Parsons é útil?

Paula-. E logo que? Estou estudando família na sociedade


e agora sei, graças a Parsons, que faz parte do sistema social e
que, portanto, colabora na função de integração. eu também sei disso
dentro dessa função de integração, trata mais de latência ou
manutenção do padrão. E o que eu faço com isso?

Luis: Parsons fornece uma estrutura para análise, não a receita para
o estudo concreto, que você tem que fazer, de algumas mudanças familiares que
ocorrido após sua morte. O que você tem que ver é como
essas mudanças estão contribuindo para essa função de manutenção de
padrões dentro do subsistema social. Por exemplo, a regulamentação da
casais não casados é consequência da relação bilateral entre os
subsistema familiar e um ambiente onde, cada vez mais, corresponde
mentir fora do casamento. Quando duas pessoas institucionalizam
em união de facto, estabelecem uma regulamentação que contribui para a manutenção

têm relações afetivas baseadas no núcleo familiar. não presuma


um enfraquecimento do subsistema familiar, mas, ao contrário, um teste
com base em sua estabilidade e adaptabilidade a um ambiente em mudança
que ele controla apenas parcialmente. Uma coisa é você não concordar ideologicamente

ly com a abordagem de Parsons e outro que você não sabe reconhecer seu
muito útil para qualquer tipo de análise sociológica.

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Parsons, T. (1966), O sistema social, Madrid, Alianza (po em 1951).

Quem trabalhar nesta obra verificará o quanto se fala e se escreve sobre


Parsons sem tê-lo lido. Juntamente com o ultrajado defensor da ordem,

também cobrirá um sociólogo sério e trabalhador e um intelectual preocupado


preocupado que a ordem democrática seja tão sólida que impeça o
retorno do nazismo. Não é o típico livro divertido para ler na praia,
mas sim para sublinhá-lo e disponibilizá-lo na biblioteca durante

33
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toda a vida profissional; Será muito útil fazer uso frequente de

qualquer uma de suas partes.

OUTROS LIVROS

Da Estrutura da Ação Social (1937) (trad. elenco.: A estrutura da

ação social, Barcelona, Guadarrama, 1968) à Teoria da Ação e

a condição humana (1978), obras seminais de Parsons

passar por uma evolução. Eles são cada vez mais teoria de sistemas e menos teoria.

rir da ação Assim como nesta última sua construção sistêmica é mais

terminada, na obra de 1937 encontramos um Parsons bastante desconhecido

conhecido, focado na ação social e não em sistemas, mais weberia

não e menos «parsoniano». A virada sistêmica é representada, acima

tudo, pelo sistema social, embora essa perspectiva sistêmica não pare

aperfeiçoou até sua morte em 1978. Precisamente nesse ano

publica seu último trabalho, que nos oferece o interesse de trabalhar com essa pessoa

pectiva quando estava mais acabado.

1.2. função manifesta e latente. Efeito Mateus

A afirmação de Merton é menos totalizante do que a de seu professor Parsons.


Longe de tentar construir uma explicação completa e, até certo ponto, fechada
da sociedade, o funcionalismo abriu teorias de médio alcance3 que permitem
compreender muitos fenômenos sociais. Entre suas contribuições, podemos
destacar:

a) A abertura do funcionalismo, com conceitos que vão além de seus


aspectos mais criticados.
b) A criação da sociologia da ciência, com contribuições
como o chamado efeito Mateus.

3. Para Merton, essas teorias de médio alcance são adequadas para alcançar conhecimentos
empiricamente validados em áreas específicas, ao contrário das grandes teorias que buscam
entender a sociedade como um todo.

34
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c) O desenvolvimento de conceitos amplamente utilizados por vários


correntes da sociologia atual, como funções manifestas e latentes.

1.2.1. abertura do funcionalismo

-Disfunção. A cada instituição foi atribuída uma função que servia


para manter a estabilidade do sistema; Essa premissa foi contestada
por Merton através do conceito de disfunção, que mudou
significativamente a análise sociológica: deu a certas instituições efeitos
negativos diante daquela
estabilidade. Por exemplo, em um estudo funcionalista tradicional, o
A religião cumpre uma função de coesão social. Porém, na perspectiva
mertoniana, a religião pode (também) ser a causa do oposto (guerra e
desordem social). Para o funcionalismo mais ortodoxo, tudo era
funcional, até os sacrifícios humanos ou as guerras. Para o funcionalismo
de Merton, as guerras são, ou podem ser, disfuncionais. A primeira
posição muitas vezes leva a rotular os pacifistas como utópicos e não
científicos, enquanto a segunda dá a eles, ou pode dar a eles,
argumentos sociológicos nos quais basear sua posição.

— Equivalente funcional. Ao invés da equivalência entre estrutura e


função, Merton defende que uma função pode ser abarcada por
diferentes elementos culturais. Por exemplo, o facto de uma cerimónia
religiosa cumprir uma função de integração social não significa que seja
essencial; Pode haver outras práticas seculares que cumpram a mesma
função ou função semelhante, como partidos políticos.
futebol ou shows de rock. O funcionalismo tradicional deu
possibilidades, pois apenas esclareceu a funcionalidade de determinada
instituição e não permitiu que essa mesma função fosse desenvolvida,
ou mesmo intensificada, por outro tipo de instituição.

35
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DEBATE

Merton é o funcionalista clássico?

Paula: Devo admitir que a obra de Merton não merece críticas.

ética que costumamos fazer ao funcionalismo. Por exemplo, atacamos


porque sacraliza as instituições dominantes como a pena de

morte (que existe porque é suposto cumprir uma função necessária

estuário). No entanto, a partir da abordagem de Merton, pode-se considerar que

não tem nenhuma função positiva para a coesão social, embora seja

disfuncional. Mesmo que tivesse uma função positiva para a integração, é

possível não mantê-lo, pois pode ser coberto, igual ou melhor, através
outra instituição que não cause dano humano irreparável.

Luis: Isso é muito importante para vocês que criticam o funcionalismo.

sem realmente saber o que está acontecendo. É hora de você ler e/ou analisar o que eu criei

marcação Dentro do funcionalismo tem gente que trabalhou e trabalha muito

seriamente e que fez e está fazendo contribuições fundamentais para o


Ciências Sociais.

1.2.2. Sociologia da ciência. Efeito Mateus

Merton foi o criador da sociologia da ciência, desenvolvendo conceitos aplicáveis a


outros campos sociais. Entre eles,
destaca o efeito Mateus * que esclarece como mais é dado a quem tem
mais e menos a quem tem menos. Na ciência, esse efeito é descoberto em
diferentes fatos; por exemplo, na atenção que damos a autores já reconhecidos,
enquanto outros talvez melhores ficam esquecidos. Em outras áreas, esse efeito
explica outros fatos; Por exemplo, ao escolher

pessoas com base no seu currículo.

É um efeito, tanto funcional quanto disfuncional. Funcional, porque seria


impossível escolher os autores com quem trabalhar

4. Este nome tem a ver com um versículo do Evangelho de São Mateus: «A quem tem,
mais lhe será dado, e mais terá; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado» (Mateus
13:12).

36
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depois de ter lido tudo; O reconhecimento pela comunidade científica representa a

garantia "menos ruim" de qualidade.


Disfuncional, porque supõe um certo culto à autoridade, que pode impedir o próprio

desenvolvimento da ciência.

Sociólogos e sociólogos devem levar em conta o que Merton nos diz em Sobre

os ombros de gigantes: leia e saiba o que os "gigantes" da sociologia têm contribuído,

explicando, na forma de citações, em que parte de suas contribuições baseamos


nossa análise e em quais investigações chegamos às descobertas que nos permitem

modificar, expandir ou retificar o que eles fizeram. Segundo Merton, as afirmações


científicas devem se basear nos trabalhos desses gigantes e em suas próprias

pesquisas: para fazer qualquer tipo de sociologia hoje, é preciso conhecer

rigorosamente as principais teorias dos "gigantes" contemporâneos da sociologia,

como, entre outras , Mer

ton, Parsons, Habermas ou Beck.

DEBATE

É importante conhecer teorias sociológicas?

Paula: Não me parece positivo que estejamos sempre à procura

o que os outros pensaram e elaboraram, em vez de se concentrar em pensar

nós e nós e em dar importância ao que cada um pensa

seres humanos. Se eu quiser analisar as famílias atuais, por que devo

estudar, também, o que Parsons escreveu décadas atrás e não o que eu

Eu penso agora e o que muitos e muito diversos pensam e sentem

pessoas que constroem diariamente as famílias de hoje?

Juan: Na minha opinião, não devemos nem depender dos autores de

décadas ou séculos atrás, nem de todos os sujeitos sociais. Os físicos não

atualmente desenvolvem sua ciência aplicando as teorias de Arquimedes

ou Galileu, nem perguntando às pessoas o que elas acham dos buracos

rios negros.

Eva: Merton me convence. Todo bom físico ou bom sociólogo

Go sabe imediatamente quais avanços as ciências estão fazendo em sua ciência.

autores e os autores mais destacados de sua disciplina, bem como todos

37
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descobertas anteriores. Só então eles podem fazer trabalhos que


representam um avanço em sua comunidade científica.

Juan: Bem, tudo bem, mas quando você faz parte disso
comunidade científica; não há necessidade de saber em nosso
fase de iniciação, quando estamos cursando o grau do sócio

apresentar. Basta-me que me expliquem esses conceitos e teorias


atual hoje; Eu não preciso saber os nomes ou as vidas e milagres de
quem os fez.

Eva: Não ridicularize de forma tão simplista o que eles fizeram e


todos os gigantes da sociologia, de Durkheim a
Habermas, passando por Weber ou Parsons. Nenhum deles tem
dedicado à vida e aos milagres de seus predecessores ou contemporâneos, mas
todos cultivaram rigorosamente a citação, conforme proposto por Merton.
Acredito que esta proposta mertoniana é essencial na fase de

iniciação. Se o professor de teoria sociológica contemporânea, por


exemplo, não explica as principais teorias e autores, o que fará é
dizer-lhe os "melhores e mais actuais conceitos", ou seja, os deles
seus próprios ou de seu autor favorito que, muito provavelmente, será
menos importantes do que os mais destacados pela comunidade científica.

Juan: Não há razão para pensar mal do professor. pode ser também
rigoroso e seleto em sua explicação -realmente- os conceitos
melhor e mais atual, como você diz.

Eva: Mesmo assim, será a visão ou a síntese do sociólogo que te tocou


faça na sorte como professor ou professora. Além dessa visão, eu quero

ro e eu temos o direito de ter também o dos autores mais importantes da


comunidade científica atual. A outra seria uma espécie de feudalismo

cognitivo, onde cada professor, do mais rigoroso ao mais


medíocre, ele se tornaria um senhor feudal do conhecimento que ele quer
transmitir em sua classe. Continuo com a proposta do criador do

sociologia da ciência.

1.2.3. funções manifestas e latentes

Este é um dos conceitos que utiliza uma diversidade mais ampla


das correntes sociológicas e é incorporado ao vocabulário cotidiano

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não de diferentes profissionais das ciências sociais. Juntamente com o efeito Mateo, é

uma das lições que podem ser lembradas

sempre, sem a necessidade de revisá-lo novamente:

—Funções manifestas são as consequências conscientes de

instituições e atos sociais.

—Funções latentes são as consequências geralmente não

reconhecida pelos participantes.

Vejamos alguns exemplos:

• A diferença entre médicos/médicos e enfermeiros/enfermeiros ou ATS tem a

função manifesta de melhor organizar a cura do sujeito paciente e a função latente de

manter uma ordem hierárquica no hospital.

• Cortar o cabelo pode ter a função manifesta de se sentir mais confortável ou sentir

menos calor, e a função latente de ir mais ao


moda.

• Propor a alguém que saia para tomar um ar fresco pode ter a função manifesta

de arejar um pouco e a função latente de promover


uma abordagem "quente".

DEBATE

Descubra ao seu redor funções manifestas e latentes

Paula: Agora é a vez dos leitores e das leitoras. Se trata de

escreva cada uma das funções manifestas e latentes de, no mínimo

mo, quatro instituições e/ou ações sociais; depois discuta-os com

seus companheiros e companheiras.

Merton aponta quatro contribuições desse conceito de funções manifestas e

latentes:

a) Esclarece a persistência e desenvolvimento de práticas sociais que não atingem

seus objetivos manifestos e que tendemos a qualificar como

39
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de irracional. Por exemplo, cerimônias religiosas para que


chuva.
b) Direciona a atenção para campos frutíferos na teoria. sociólogos
e os sociólogos fornecem, assim, a análise das consequências "extraordinárias"
das práticas sociais.5 Merton aponta para o exemplo de Haw
Thorne Western Estudos Elétricos. Um estudo sobre a influência
eficiência luminosa não encontrou resultados diferentes entre os

local onde a iluminação foi variada e onde foi deixada estável. Concluir que não
exerceu qualquer influência significa reduzi-la
tudo para seus fins manifestos. Em vez disso, leve em consideração as funções
as condições latentes permitem verificar que, embora os resultados não variem
do ponto de vista da engenharia, há alterações psicológicas, médicas, sociais e
até antropológicas. Aqueles que concluíram que não houve mudança têm uma
perspectiva tão distorcida quanto um meteorologista que afirmaria que a
cerimônia da chuva Hopi não tem efeito porque o clima não muda.

c) Permite avanços significativos no conhecimento sociológico, distanciando-


se do senso comum. Merton explica que desta
como os golpes que não vão pegar os reis podem ser entendidos
exigiram reivindicações salariais, mas que servem para demos
trazer a força dos sindicatos.

d) Explica inúmeras práticas cotidianas, como o consumo conspícuo e a


compra de determinados produtos ou serviços, não porque sejam melhores, mas
porque são caros e, assim, proporcionam uma distinção em relação às pessoas
que não podem comprá-los.

DEBATE

problema para resolver

Eva: Gostei da ideia de sugerir "lições de casa" aos nossos leitores.

ras e leitores. Agora vou propor um problema para discussão. As

5. Não confundir funções latentes com conseqüências indesejadas da ação ou efeitos


perversos, pois, além de latentes, são funções e não disfunções, como muitas das
conseqüências acima.

40
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empresas de grifes de roupas caras, embora possam atingir uma parte do mercado
mercado ao qual normalmente não têm acesso (mercados de pulga), não

eles querem fazer isso. Seria fácil para eles vender no atacado para vendedores

que trazem roupas para os consumidores a um preço muito mais baixo

do que o normal, mas isso significaria uma diminuição no lucro.

Porque?

LIVROS

trabalho básico

Merton, RK (1980), Teoria e estruturas sociais, México, Fondo de

Cultura Económica (po em 1968).

Esta obra semi-enciclopédica reúne as principais contribuições de

Merton à teoria sociológica da estrutura social e da mudança cultural.

ral. Os conceitos nele explicados são alguns dos mais utilizados

dois pelas diferentes abordagens da sociologia e por sociólogos e

sociólogos em sua prática diária.

trabalho recomendado

Merton, RK (1977), Sociologia da ciência, Madrid, Alianza (po en

1973).

Merton dedicou toda a sua vida a esta disciplina fundada por ele

mesmo. Embora esta obra seja publicada em dois volumes, é um dos

menos difícil de ler. É muito útil, tanto para sociólogos quanto para

logotipos já mais consolidados profissionalmente, como para

alunos "iniciantes" que querem entrar no interior de

nossa ciência e a correspondente 'família' profissional.

41
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1.3. Uma utopia automatizada: teoria dos sistemas

1.3.1. Sentido sistêmico e não subjetivo

A visão de Weber sobre a burocratização era pessimista; ele temia a chegada de um

mundo kafkiano, onde tudo estava sob o controle dos sistemas e nada dependia das

intenções e diálogos entre as pessoas. Além de Kafka, outros autores como Orwell ou

Hux

lei nos descreveram aquelas anti-utopias que assustam a maioria de nós e que

horrorizaram a última geração do


Escola de Frankfurt.

Para Niklas Luhmann, aqueles de nós que pensam e sentem assim têm uma

reação anticientífica semelhante à daqueles que recusaram

que o corpo humano pudesse ser aberto; ao fazer isso, descobriu-se que não havia

nada além de matéria. Segundo sua abordagem sistêmica, não é que as pessoas

sejam controladas por sistemas, mas sim que somos um elo entre os sistemas social e

psíquico. Os sistemas não controlam totalmente os ambientes, mas ambos (sistema e

ambiente) são dois lados da mesma moeda.6 Os espíritas que esperavam encontrar a

alma dissecando o corpo foram varridos pelos primeiros cirurgiões, assim como os

cientistas sistêmicos varrerão com sua dissecação da sociedade a

idealistas que ainda acreditam ver nela intenções, consciências e diálogos criativos.

Weber considerou a ação como uma conduta humana para o

que o sujeito ou os sujeitos vinculavam um significado subjetivo. Esse significado era

característico da ação humana, diferente do mero comportamento reativo. No entanto,

a relação se inverte em Luhmann: o sentido molda os sujeitos, e não o contrário. O

sentido de uma ação está em sua adaptação funcional, e não na intenção dos sujeitos;

Além do mais, essa intenção é o produto dessa adaptação.

tação.

6. Para Luhmann, o sistema é a forma de uma distinção que tem dois lados: o sistema
(como o interior da forma) e o ambiente (como o exterior da forma).

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Se acreditamos que o sentido de votar em determinadas opções


eleitorais é favorecer a convivência pacífica e que é por isso que escolhemos
as cédulas correspondentes, Luhmann
Ele nos refuta afirmando que as coisas funcionam ao contrário:
é funcional para o sistema que votemos nessas ou em outras opções.
Essa funcionalidade dá sentido a votar neles e esse significado nos dá
derrama em seus eleitores, levando-nos a realizar a ação de votar.
Portanto, para Luhmann o sentido da ação é anterior ao
sujeito (pré-subjetivo) e também aos acordos entre os sujeitos (pré-
linguístico). O significado da ação é sistêmico, pois é originado por sua
adaptação funcional, e não pelos sujeitos que a realizam.

1.3.2. Pessoas e sistemas psíquicos

Qualquer concepção que considere a sociedade formada por seres humanos


e as relações entre eles será qualificada, por Luhmann, como um
preconceito humanista. Ele ri dessas visões se perguntando: será que a
sociedade é feita de braços e pernas, ideias e enzimas? O cabeleireiro
corta o cabelo da sociedade? A sociedade às vezes precisa de insulina?
Houve quem, em uma imagem muito gráfica, tenha descrito a teoria de
Luhmann como uma sociedade sem pessoas. Este autor considera que ela
considera as pessoas, mas não em nossa concepção humanista delas,
mas sim como um elo estrutural entre sistemas sociais e psíquicos.

O sistema social é o todo que contém os subsistemas.


Entre eles estão os médiuns, que não transcendem ou pretendem
transcender os plexos sistêmicos de significado. Luhmann atribui ao tra
condição humanista a recusa de colocar os seres humanos no

ambiente do sistema de sociedade e o resto dos sistemas sociais. Os


acoplamentos estruturais dos sistemas social e psicológico
os quicos são compatíveis com sua autonomia, pois também são
sistemas operacionalmente separados.
Luhmann aplica a noção de autopoiese de Maturana e Vareta aos
sistemas sociais . Para esses dois biólogos, os seres vivos são

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sistemas autopoiéticos porque constituem uma rede fechada de produção


molecular em que as moléculas produzidas geram a mesma rede que as
produziu; dessa forma, esses seres são autorreferenciais. O que Luhmann
faz é aplicar essa noção aos sistemas sociais, fechando assim, ainda mais,
sua perspectiva sistêmica; os sistemas sociais se geram e se reproduzem e
a sociedade é uma rede de comunicações que gera novas comunicações. Há
quem diga que Luhmann fez a aplicação à sociologia da autopoiese; com um
pouco mais de rigor, deve-se dizer que foi aplicado à sociologia sistêmica.
Também as sociologias do sujeito e dual podem usar esses conceitos
aplicando a autopoiese ao ator social, e não apenas ao sistema.

DEBATE

Origem do significado

Laura: Li o Amor como Paixão pensando que encontraria

algo semelhante ao que seu título indica. A conclusão que tirei é que:

não fazemos nada por nós mesmos, mas em função de

nossa adaptação funcional. A causa de meu namorado e eu termos

uma relação mais igualitária do que a dos meus pais não é que ele e eu

queremos assim, mas as mudanças sócio-estruturais determinaram

o desejo de convivência não sexista.

Paula: Não entendo muito bem porque Luhmann diz que o senti

fazer é pré-subjetivo e também intersubjetivo. Parece-me um com

tradição

Laura: Parece-me que compreendi isso naquele livro. Ele sentiu

aspecto igualitário e não sexista da nossa relação é algo intersubjetivo entre

meu namorado e eu, e também nossos relacionamentos com outros casais e pessoas

Parece que estamos falando com você. Mas isso não significa que tal intersub

a subjetividade gera o sentido, mas se dá a ele como reflexo de

sua adaptação funcional; por isso é pré-subjetivo. Resumindo sim

queremos ter um relacionamento igualitário não é por causa de nossas ideias ou sentimentos

sentimentos, mas porque é funcional para o sistema social.

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LIVROS

trabalho básico

Luhmann, N. (1995), A ciência da sociedade, México, Anthropos

(após 1990).

Esta grande obra desenvolve uma teoria sistêmica que responde a

alguns dos desafios que pareciam tornar esse tipo de abordagem

obsoleto. A ênfase que a sociologia mais atual está colocando no

comunicação, intersubjetividade e autopoiese tornam a obra de Luh


mann em uma reelaboração que visa reforçar a perspectiva sistêmica
ca em vez de questioná-lo.

trabalho recomendado

Luhmann, N. (1985), Love as passion, Barcelona, Península (po

em 1982).

O amor e os sentimentos em geral são temas atuais na


as ciências sociais. Luhmann tem o mérito de ter sido um dos

primeiros teóricos da sociologia contemporânea a abordá-la, embora


de uma perspectiva sistêmica; é mais do que possível que sua leitura

incitar a discordância daqueles que estão desfrutando, ou desejam desfrutar,

momentos inspirados em Romeu e Julieta.

OUTROS LIVROS

A obra de Luhmann é abundante e abrange temas muito diversos. Entre

livros que podem interessá-lo como aplicações de sua perspectiva

sistêmico para diferentes áreas, estes três devem ser levados em conta:

Teoria política no estado de bem-estar, Teoria da sociedade e peda

gogia e poder.

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1.4. Do funcionalismo ao estruturalismo

CONTEXTO

Na Europa Ocidental do pós-guerra, movimentos sociais críticos

e a intelectualidade marxista teve grande influência. alguns tiveram

desempenhou um papel importante na resistência antinazista e exerceu muita força

za em países como França ou Itália. Com esse cenário, os setores

capitalistas estabelecem, como objetivo prioritário, estabilizar a situação

ção. Não podiam basear-se no funcionalismo, devido à sua imagem capitalista.

ta-imperialista e porque não era vendável numa França que não queria

dependente dos Estados Unidos. Mas Lévi-Strauss teve o direito de reconhecer

derramar o funcionalismo norte-americano em um estruturalismo que seria

apresentado como uma criação européia; Desta forma, tornou-se

uma alternativa intelectual influente para pensamentos revolucionários

do tempo.

A estabilização da sociedade como um todo também se refletiu

um dos movimentos críticos. Em seu próprio seio surgiram tendências

que questionava o “voluntarismo”. Nessas condições, o melhor

expressão intelectual desse questionamento seria um estruturalismo

apresentar-se como marxista. A mensagem que foi enviada ao aluno

revolucionário era: se você quer ser um bom marxista, dedique-se a

estudar, como fez o Marx maduro, em vez de promover assembleias

Como o jovem Marx.

No entanto, esta fraude não teria sido possível sem o inestimável

sustentação de hábitos difundidos nas ciências sociais: autores

e autores que publicam sobre o que nunca leram diretamente, leem

toras e leitores que nunca lhes perguntam em que livro e em que página

há o que eles dizem que outros autores e autores dizem.

1.4.1. A virada lingüística das ciências sociais

Lévi-Strauss europeizou o funcionalismo norte-americano ao


introduzir uma mudança importante em sua concepção de estrutura:
o modelo de referência. Em vez de confiar na biologia, Lévi-Strauss usou
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linguística. Desde então, os principais estruturalistas (Althusser, Bourdieu)


e pós-estruturalistas (Derrida, Foucault) são franceses, assim como Lévi-
Strauss e Saussure (o principal representante da linguística estrutural).

Talvez esta tenha sido a contribuição mais significativa do


estruturalismo para as ciências sociais: a colaboração com sua virada
linguística, ou seja, com sua crescente fundamentação na linguagem.
Essa virada afetou não apenas as teorias baseadas em estruturas e
sistemas, mas também aquelas centradas nos sujeitos e nos chamados
nada de «teorias duais».

1.4.2. Diferença

O estruturalismo dá prioridade aos significantes (signos)7 sobre os


significados. As diferenças entre signos relacionados é que originam o
significado. Por exemplo, a diferença entre alto e baixo cria o significado
de alto e baixo; não há nada que possa ser alto sem que haja algo baixo.
Uma árvore é alta ou baixa em relação a outras que são mais baixas ou
mais altas que ela; daí o caráter relacional do estruturalismo. O mesmo
vale para estudar a pobreza em um país ou determinar os conceitos de
classe alta ou baixa em uma sociedade.
concretude.

Não se trata de buscar um significante que represente cada


significação, mas o contrário: os significados são criados pela diferença
entre os significantes. Não nascemos com uma ideia de alto ou baixo,
mas fomos socializados em uma linguagem que tem esses conceitos
relacionados e nos acostumamos a ver as pessoas como altas ou baixas.
O estruturalismo afirma que a diferença entre os significantes cria o significado.

7. A semiótica (teoria dos signos) compreende a sintaxe (análise dos signos e as relações
entre eles), a semântica (os signos em relação aos objetos designados) e a pragmática (os
signos em relação aos sujeitos que os utilizam). As teorias sociológicas que levam em conta
os sujeitos inclinam-se para a pragmática, pois estudam como os atores sociais geram a
realidade social e a linguagem. Pelo contrário, as teorias estruturalistas consideram que as
estruturas linguísticas criam significados.

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DEBATE

não consigo encontrar palavras

Sandra-. Se entendi bem a concepção estruturalista da linguagem,

Se alguém me disser "Não consigo encontrar palavras para expressar o que sinto por

você", eu tenho que responder "Bem, se não há palavras, é porque você não sente
nada!».

Montse: Eu concordo com você. A visão tradicionalista do leão

cabaça considera a palavra como um veículo que transporta para outro

sujeito uma ideia ou sentimento previamente existente em um sujeito (significando

ficação pré-linguística). Por exemplo, se Pedro disser "Você é muito inteligente"

para Lola, é porque Pedro já teve essa ideia de que Lola é muito

inteligente e depois procura palavras para lhe dizer. Portanto, há oca

sões em que não podemos expressar alguns sentimentos porque não

existem ou não encontramos palavras para fazê-lo.

Ao contrário, o estruturalismo entende o processo de trás para frente.

Desde o momento em que nascemos, somos socializados na língua "disponível".

ble" e desenvolvemos os sentimentos e ideias contidos nele.

Portanto, é possível que tenhamos um sentimento que não pode

se expressam na língua em que fomos socializados.

Lydia: Não seja exagerado! A linguagem é muito mais ampla do que

palavras, ou as linguagens não verbais não contam, do tradicional

cional dos fãs ao da aparência ou a mesma linguagem corporal

ral? Que não possamos encontrar palavras para expressar um sentimento não quer

dizer que não há sinais em nossa comunicação que gerem esses sentimentos

medos. Então, Sandra, se você quiser, pode dizer a ela que está feito.

expressar o que sente de outras formas e com outras palavras. Até

essa mesma frase pode expressar denotativa (insinuar) que o sentimento

pensamento é mais forte do que todos aqueles que podem ser expressos em palavras.

Quando o corpo era visto como um simples receptáculo para a alma,


a palavra também foi considerada como um simples veículo que
transmitiu ao ouvinte a ideia ou sentimento pré-existente do
transmissor. A modernidade trouxe consigo uma concepção diferente que
ele não separou assim "espírito" e matéria, fala e sentimento.
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para. No início, as ciências sociais evoluíram paralelamente a essas


concepções de linguagem, e foi já no século XX que se deu a confluência
entre ambas as evoluções, ou seja, a virada linguística das ciências sociais.
O pós-estruturalismo é uma versão extrema dessa virada, porque acredita
que não há mais realidade.
do que aquele criado pelas estruturas da linguagem.

1.4.3. descentramento do sujeito

O estruturalismo também participa de outra das orientações do pensamento


social: retirar o sujeito do centro da realidade.
Desde o início, manifestou-se contra o existencialismo e o humanismo,
propondo a dissolução do "homem" como criador da atividade social.
Contrariando essas correntes, o estruturalismo afirma que as pessoas foram
criadas pelas estruturas nas quais nascemos e nos socializamos: não
produzimos
estruturas, mas que somos um produto delas.
A concepção estruturalista vê como a inocência do pensamento
O humanista o leva a acreditar que ele mesmo é uma criação do povo.
sonas, em vez de analisar cientificamente como ele é criado por estruturas
linguísticas. Uma estrutura típica de uma frase é: frase nominal mais frase
verbal; por exemplo, "As pessoas transformam a natureza". Essa diferença
entre sujeito e objeto da ação cria em nós a ilusão humanista de sermos os
sujeitos das ações sociais, sem nos darmos conta de que essa mesma
ilusão foi criada pelas estruturas das sentenças nas quais fomos socializados.
aquelas que diferenciam, justamente, entre sujeito e objeto.

1.4.4. estruturalismo marxista

O estruturalismo mais influente na sociologia foi o estruturalismo marxista.


Nessa corrente, a distinção entre um Marx jovem e um Marx maduro
desempenhou um papel fundamental. O primeiro seria

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os Manuscritos de economia e filosofia de 1844; e o segundo, o de O


Capital de 1867. O primeiro seria humanista e acreditaria no voluntarismo
idealista para mudar o mundo. O segundo seria um cientista e veria que
tudo dependia das estruturas. O jovem Marx foi identificado com os
ativistas e movimentos sociais que queriam mudar o mundo, sendo
desprezado como anticientífico. O segundo foi reconhecido com os
intelectuais «científicos» que, de confortáveis gabinetes, descobriram a
inutilidade e a inocência dos esforços idealistas do primeiro.

Althusser acabou reconhecendo que quando escreveu To Read The


capital, ele não havia lido O capital (apenas seu primeiro volume) e
sabia muito pouco sobre Marx. Portanto, o estruturalismo marxista e
sua distinção entre um jovem Marx hipotético e um Marx maduro têm
muito pouco a ver com a obra de Marx.
Como tantas vezes, descobriu-se que aqueles que desprezavam as
"pessoas comuns" por seu status de "cientistas" revelaram-se muito
pouco científicos e bastante impostores.
Houve quem confiasse nele, sem verificar onde estava essa
diferenciação nos textos originais de Marx. Não teria sido necessário
para eles lê-los profundamente, mas apenas perguntar ao professor de
quais páginas ele havia tirado essa interpretação e verificá-la mais tarde
por eles mesmos. Marta Harnecker escreveu um manual de marxismo
(dez milhões de cópias foram publicadas) com base no que seu
professor Althusser afirmou que Marx disse, e não
nas obras de Marx.

DEBATE

A importância de seguir autores sérios

Eva: Insisto que temos que avaliar seriamente os critérios


de Merton. O exemplo da fraude intelectual de Althusser deveria encorajar
Mantenhamos contato direto com as principais obras de nossa
disciplina. Devemos verificar por conta própria, nas fontes primárias
marias, o que as versões secundárias escrevem ou dizem sobre elas. Para

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Por outro lado, é muito importante que essas versões secundárias tornem explícito

sempre de qual livro e página eles tiram suas interpretações porque, se não,

eles podem ser extraídos de conversas de café.

Paula: Engraçado como eles chegam a ser pouco sérios, justamente,

aqueles que acusam —com muita insistência— de não-cientistas aqueles que,

Além de serem rigorosos em seu trabalho intelectual, eles estão comprometidos com

as realidades sociais de seu ambiente.

Iker. Acho que entendi, mais ou menos, a virada linguística e a

conceito de diferença como geradora de sentido. Porém,

Eu não entendo bem o descentramento do assunto. Se as pessoas não

somos o centro de produção da realidade social, mas sim uma consequência

das estruturas, como esses autores estruturalistas se consideram

o centro produtor de conhecimento científico?

Lola: Essa é a sua grande contradição. Alguns resolveram fazendo

dose pós-estruturalistas (hoje são chamados assim). Por exemplo, Derrida e

Foucault foram mais consistentes com essa ideia de descentramento

e eles pararam de fazer ciências sociais. Nenhum dos dois concorda com

nenhum tipo de sociologia, muito menos o quiseram fazer.

Laura: É verdade, porque Derrida também escreveu Spectres of

Marx, publicação que trata de um tratado científico sobre a

obras de Marx, onde um Marx antidemocrático é inventado em vez de

explicar um Marx anticapitalista. A diferença com Althusser é que o

As obras pós-estruturalistas não são científicas nem afirmam ser.

LIVROS

Althusser, L. e E. Balibar (1969), Para ler o Capital, México, século XXI

(nascido em 1967).

Juntamente com Balibar, Althusser expõe nesta obra um «mar

xismo imaginário” que falsificou as contribuições de Marx, repercutindo

em muitos marxistas e estudiosos das décadas seguintes.

Pelas razões expostas no conteúdo deste tópico, não posso

Não recomendamos a leitura deste autor (ele mesmo reconheceu a

importantes deficiências intelectuais de suas publicações).

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1.5. estruturalismo construtivista. hábitos

1.5.1. estruturalismo construtivista

Os estruturalismos estão muito desacreditados desde os anos oitenta.


A única versão que permanece frutífera na sociologia é a desenvolvida
por Bourdieu, que ele mesmo chama de estrutura
naturalismo construtivista ou construtivismo estruturalista:

—Por estruturalismo ele quer dizer que existem estruturas objetivas


independente da consciência e da vontade dos agentes.
— Por construtivismo você entende que há uma gênese social de
uma parte dos sistemas de percepção e estruturas sociais. Como prova
de seu não-estruturalismo ortodoxo, Bourdieu disse que não se baseia
no estruturalismo linguístico de Saussure, mas na lingüística gerativa
de Chomsky.

Assim, sem deixar de se declarar estruturalista, Bourdieu


tenta situar sua teoria dentro do mainstream na teoria
sociologia contemporânea: concepções duais. Apesar de tornar essa
afirmação mais explícita desde o final dos anos oitenta, ele lhe dá um
caráter retroativo, afirmando que já era um construtivista antes do
famoso livro de Berger e Luckmann (A Construção Social da Realidade).

No entanto, sua abordagem é muito diferente das concepções


duais, como veremos na terceira parte do livro. Há também diferenças
importantes entre a concepção de agente de Bourdieu e a de pessoa
de Chomsky. Para o linguista libertário, as pessoas são biologicamente
dispostas à racionalidade, à moralidade, à criatividade e à liberdade.
Sua noção de competência linguística implica um caráter criativo da
mente humana. Ele considera que tanto as pessoas quanto os
movimentos sociais são capazes de criar uma nova realidade social e,
ao contrário do que muitas vezes se fala mal dele, podemos reagir
contra as manipulações da mídia e encontrar e dizer o

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VERDADE. Pelo contrário, Bourdieu caracteriza a pessoa como um


agente, não como um sujeito social. O mesmo habitus é "não saber" do
ponto de vista do agente.

1.5.2. hábito

O conceito central de Bourdieu é o de habitus. dado o caminho


têm suas definições, escolhemos uma delas e a explicamos dividida
em seus vários elementos:

Estrutura estruturante, que organiza as práticas e a percepção dos

práticas, o habitus é também uma estrutura estruturada: o princípio

princípio de divisão em classes lógicas que organiza a percepção do mundo

social é, por sua vez, o produto da incorporação da divisão de classes

social. Cada condição é inseparavelmente definida por sua

propriedades intrínsecas e pelas propriedades relacionais que deve

sua posição no sistema de condições, que é também um sistema

das diferenças, das posições diferenciais, ou seja, por tudo o que

distinto de tudo o que não é e, em particular, de tudo a que

se opõe: a identidade social é definida e afirmada na diferença.8

Vejamos e exemplificamos os elementos que contém:

—Estrutura estruturante, que organiza práticas e por


concepção de práticas.
Por exemplo, o habitus da classe alta tende a encorajar a frequência
à ópera (organização de práticas sociais) e a perceber aqueles que a
frequentam como pessoas de gosto distinto (percepção dessas práticas).

—Estrutura estruturada, produto da incorporação da


divisão em classes sociais.

8. Bourdieu, P. (1988), The Distinction. Critérios e bases sociais do gosto, Madrid, Tau
rus, pp. 170-172 (após 1979).

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Esse mesmo habitus não só tende a estimular a frequência às


atos sociais como a ópera, mas, por sua vez, é produto de
aquela assistência. Ou seja, se você nasceu em um ambiente de classe alta, você terá

mais possibilidades de socialização na valorização desse tipo de


atos e você acabará adquirindo o gosto por eles.
—As condições definidas pelo habitus são relacionais. A identidade é
definida e afirmada na diferença. O habitus da classe alta é definido e afirmado
em sua diferença do habitus da classe baixa . Muitas pessoas que vão
regularmente à ópera consideram
que quem os frequenta tem gosto musical, enquanto eles não
Quem vai a shows de Los 40 principales tem. e vice versa
sa, os frequentadores de concertos de Los 40 principales costumam considerar
der pessoas "legais" para aqueles que fazem isso com eles e pessoas cafonas para
quem vai à ópera

DEBATE

Bar aberto para quem dá o melhor exemplo de distinção

Gregorio: A abordagem de Bourdieu está dando resultados importantes em

sociologia. Por exemplo, seu conceito de habitus é aplicado à função

compreensão das relações entre gosto distinto e gosto vulgar. Olhe para a

o que acontece com a relação entre imagem atraente e cor da pele.

Estamos no século XX. Nos anos quarenta, quando as pessoas

Eu trabalhava no campo ao ar livre, era atraente ser muito branco,

algo que só estava disponível para a aristocracia. Era normal ir para

praia com um guarda-chuva ou guarda-chuva e coloque cremes no rosto para ser


mais branco.

Nos anos 1960, com todo o desenvolvimentismo, muita gente sai do trabalho para

desça ao ar livre para fazê-lo em fábricas e escritórios. As pessoas bonitas não

ela ficou feliz em ver que todos podiam ser brancos, então ela

conseguiu impor o bronzeado de praia como novo signo de atração;

Paralelamente, ele começou a chamar a pele branca de "pálida". Tratava-se de

comprar chalés no litoral, não se proteger (com guarda-chuva) do sol.

As classes trabalhadoras começaram a tomar banho de sol aos domingos (e

depois aos sábados) ir à praia em trens lotados, espere

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usando o adjetivo "pessoas de domingo"; tudo para conseguir o bronze atraente


ceado. O belo, infeliz com a possibilidade de ser confundido
dois com a população, impôs uma nova cor mais atraente: o
bronzeado de neve e, em alguns ambientes, se estiver com a marca do
óculos de esqui, melhor ainda.
Laura: Sim, a verdade é que o nosso dia-a-dia está cheio dessas
exemplos. Tenho certeza de que cada pessoa que está nos lendo é
capaz de se inventar e sugerir aos colegas, como eu
ei, dois exemplos.

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Bourdieu, P. (1988), A distinção. Critérios e bases sociais do gosto,


Madrid, Touro (po em 1979).

Este livro contém, ao mesmo tempo, os conceitos mais importantes


O teste de Bourdieu (como o habitus) e sua aplicação a um conjunto de
esferas sociais que vão desde música e museus até esportes
chá ou refeições. Este trabalho é de grande interesse, mesmo para aqueles que
discordar de sua perspectiva estruturalista.

OUTROS LIVROS

Bourdieu publica muito e com grande diversidade de temas, abordagens


e extensão. Podemos encontrar, em sua longa lista de títulos, aquele que mais
atende a nossa necessidade. No entanto, quem quer ter um
visão geral de seu trabalho e como ele se via alguns anos atrás
Você pode ler as coisas ditas. Pelo contrário, quem quiser fazer uma
própria ideia de sua evolução intelectual pode comparar seu immobilis
ta Reprodução com sua tentativa de se tornar o Chomsky europeu
em Sobre la televisión e Contrafuegos.

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2. Assuntos

Muitas pessoas e grupos veem que eventos e ações sociais são


criados por indivíduos. Se duas pessoas se apaixonam, é por causa de
seus próprios sentimentos e desejos individuais, e não porque certas
estruturas os levaram a isso. Se quisermos saber por que uma pessoa
rouba, temos que analisar suas experiências e intenções, e não a
classe social a que pertence sua família, pois pode ser que seu próprio
irmão ou irmã esteja completamente
mente contra o roubo. Essa visão de senso comum de muitos
Pessoas está ligada a perspectivas nas ciências sociais que são
chamadas de "fenomenológicas", "construtivistas", "interacionistas",
"dramatúrgicas" e "etnometodológicas".

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2.1. Pessoas que dão sentido às suas ações.

sociologia fenomenológica

CONTEXTO

Estamos no século XX. Na década de 1960, a preocupação

a vida cotidiana. As pessoas começam a viver de forma diferente, independentemente

raro para uma mudança de sistema global. É a era dos movimentos do quadril

pés, ecologia, feminismo, amor livre e o questionamento da

autoritarismo nas organizações. Muitos indivíduos e grupos sentem

ser capaz de construir suas próprias biografias sem seguir os ditames

do sistema. Nesse clima, cresce a influência de uma sociologia fenomenológica.

menologia que tinha sido limitada a círculos muito pequenos no

décadas anteriores. Esses grupos e pessoas veem isso como a orientação

sociologia para a construção da própria realidade.

Para quem queria mudar de vida nos anos sessenta, tanto o

o funcionalismo e o estruturalismo diziam a eles: "Se você não mudar tudo,

Nada muda; o sistema é tudo e não há ninguém para mudá-lo.

Ao contrário, a sociologia fenomenológica permitiu-lhes descuidar-se

cuide do sistema e confie nas possibilidades de construir seu pro

vidas cotidianas piedosas no contexto imediato em que tiveram influência.

Forneceu análises relacionadas à sua preocupação

por se sentirem "realizados", por encontrarem sentido em suas ações.

2.1.1. Experiências conscientes dos atores

Na visão de Schütz, a compreensão sociológica da ação social requer tanto uma

análise profunda quanto uma interpretação das experiências conscientes do ator. Por

exemplo, para entender o que acontece em torno de um estádio de futebol, devemos

perguntar às pessoas que são protagonistas de tudo o que acontece naquela área e

interpretar sociologicamente suas respostas. As pessoas, e não os sistemas, são os

protagonistas das ações sociais.

Para esclarecer uma análise sociológica baseada nas experiências dos atores,

vamos usar, precisamente, um evento

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ocorreu nas proximidades de um campo de futebol: um esfaqueamento


perfura o coração de Aitor Zabaleta.

Que análise sociológica pode fornecer elementos de conhecimento da


realidade que sirvam à comissão antiviolência, às diretivas, aos clubes
torcedores e às instituições públicas para criar as condições necessárias que
impeçam que tal evento volte ao seu lugar?
ceder?

Do ponto de vista de Schütz, precisamos saber quais foram as experiências


que motivaram o perpetrador da faca, como essas experiências se relacionam
com as da gangue Bastión à qual ele pertencia e por que seus membros gostam
de usar emblemas nazistas. Imagine que o estudo é realizado e se conclui que
tanto o agressor
como seus companheiros pretendiam causar dificuldades em
o processo de pacificação no País Basco, criando conflitos entre
hobbies e as comunidades basca e madrilenha. Nesse caso, o
Os atores sociais podem interpretar que o melhor antídoto contra
Repetir essas ações violentas seria reagir unindo mais os torcedores, ao invés
de se enfrentarem.

As reações do público nos dias seguintes ao evento foram nesse sentido.


Duas seleções, uma de Madri e outra do País Basco, entraram em campo com
uma bandeira pacifista em espanhol e basco. A família de Aitor reagiu com raiva
e desejo de justiça, mas rejeitando a vingança. Muitas mágoas do Real Madrid
pediram camisas do time basco para vesti-las em sinal de solidariedade. O
governo de Madri pediu ao governo espanhol que dê prioridade à luta contra os
grupos neonazistas. Todas as instituições e forças políticas bascas actuaram
com uma atitude pacifista e dialogante, centrando o problema no comportamento
pró-nazista, e não nos adeptos de uma ou outra equipa ou nos cidadãos de uma
ou outra comunidade. Os jornais bascos tiveram a mesma atitude.

Um jornal esportivo de Madri criou o prêmio Aitor Zabaleta para os torcedores


que se comportaram de forma mais pacífica.

Para Schütz, esses fatos sociais são gerados por pessoas e grupos de
pessoas, de acordo com o significado que dão às suas ações. Os conceitos
sociológicos que podemos elaborar para

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entender essas realidades são construções de segunda ordem

que devem se conectar com as tipificações que destes mesmos realizam

os laços são feitos pelos atores que os estrelam. Em outras palavras, os conceitos

sociológicos que construímos devem estar ligados às reflexões dos atores. Com essa

conexão, a sociologia está em condições de construir conhecimentos científicos que não

estão naqueles

tipificações das partes interessadas: definir conceitos com precisão, esclarecer suas inter-

relações, determinar sua validade empírica e testá-los uns contra os outros.

Uma sociologia desse tipo permitiria que instituições, diretorias, torcedores, clubes

e torcedores direcionassem suas ações para resultados cada vez


mais perto de suas intenções. Se as reações comentadas não

produzissem os efeitos antiviolência desejados, seriam falsificados e teriam de ser revistos

e retrabalhados.

2.1.2. Polêmica objetivista-subjetivista

Schütz encontra em Weber o precedente para esse tipo de análise sociológica. Nisso ele

concorda com muitos outros autores.

Por vezes, Durkheim situa-se na origem da orientação estrutural da sociologia e

Weber na perspectiva mais subjetiva.

O sociólogo francês também é colocado na base das metodologias de pesquisa

quantitativa e o sociólogo alemão na parte inferior.


damento dos qualitativos.

Nessa visão simplificadora, Durkheim representaria os objetivistas e seria o pai do

funcionalismo e do estruturalismo, de uma concepção de sociedade sem pessoas ou com

agentes que são produtos não produtores das estruturas e sistemas em que se socializam

e vivem. Fatos sociais seriam estudados como coisas e quantificados com critérios

estatísticos; os esquemas de interpretação seriam baseados em conceitos retirados de

outras ciências naturais, como a biologia.

Ao contrário, Weber representaria os subjetivistas e seria o pai da sociologia

fenomenológica e seus derivados, de uma

60
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concepção de sociedade construída pelas ações das pessoas. Seu estudo da sociedade

requer as vozes desses sujeitos coletadas em diferentes metodologias de pesquisa

qualitativa.

Como já dissemos, essa visão é simplificadora. O Durkheim de A Divisão do

Trabalho Social ou Suicídio pode ser relacionado

com o funcionalismo, mas o das Formas Elementares de Vida

religião ou o prólogo da segunda edição de The Division of Labour

baixo social é mais focado em conscientização, comunicação e

as matérias. O Weber "subjetivista" e "qualitativo" tem uma concepção

burocracia que faz contribuições importantes para qualquer perspectiva sistêmica como

a de Parsons; por outro lado, sempre valorizou a coleta e interpretação de dados

quantitativos.

No entanto, essa simplificação contém parte da verdade. As

sociologias que levam em conta os sujeitos sociais são sempre baseadas

pre em algumas das contribuições de Weber. Dentre eles, cabe

atacar sua teoria da ação: a sociologia abrangente tinha que lidar com a interpretação da

ação social. Seu conceito de ação seria este: um comportamento humano ao qual o

sujeito ou sujeitos atribuem um significado subjetivo. Significado é o que Weber

considerava característico do comportamento humano e o que o diferenciava do mero

comportamento reativo. Na ação social, o sentimento

fazer refere-se ao comportamento dos outros.

Segundo Schütz, Weber mantém ambiguidades em sua concepção de ação social,

pois não deixa claro se o significado pertence ao cientista social ou ao ator. Schütz parte

de Weber e inclina sua ambigüidade para o ator, afirmando que os atores sociais são os

que dão sentido às suas ações. O criador da sociologia fenomenológica tomou, assim, o

caminho oposto ao de Parsons, que havia inclinado a ambigüidade de Weber para o

cientista social.

partindo de outro pressuposto: o sentido da ação social é descoberto por


abrir o observador ao analisar a funcionalidade da ação em relação

ção para a manutenção do sistema. Ambos marcam dois caminhos

fundamentos da sociologia: aquela que põe ênfase nos assuntos

(como geradores do sentido de suas ações) e aquele que se concentra nos sistemas

(como geradores do sentido que analisa os cem

61
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típico social). No entanto, como veremos, as teorias sociológicas


mais atuais são duais e incluem ambas as dimensões da sociedade como
complementares, sem vê-las em nenhum caso como
alternativas únicas.

DEBATE

Quem tem o motivo?

Luis-. Em toda democracia estabelecida, as pessoas votam no par

tidos que garantem uma maior estabilidade do sistema político. As

motivações subjetivas que expressam em suas intenções de voto

eles importam muito; o significado de seu voto é social e é dado por sua função

cionalidade para a manutenção do sistema. A sociologia não está interessada

E se uma pessoa disser que votou em um candidato porque parece

honesto e outro porque "vai defender o meu"; simplesmente, deve

veja qual funcionalidade esses milhões de votos têm para manutenção


mentira do sistema.

Paula: Para você, as pessoas são simples instrumentos dos sistemas.

questões, eles não pensam por si mesmos. Se um candidato ganha com dez mil

de votos, significa que houve dez milhões de pessoas que,

depois de pensar sobre isso (alguns deles depois de pensar e comentar muito sobre isso),

Eles decidiram votar nele. A análise sociológica deve estar muito interessada

todos aqueles pensamentos e intenções das pessoas, porque eles são o

com base no fato social do triunfo dessa opção política.

2.1.3. mundo da vida

A sociologia abrangente weberiana colocou ênfase na interpretação da


ação social. Schütz torna essa visão concreta ao focar sua sociologia
fenomenológica na interpretação de
experiências conscientes dos atores sociais. Ele se inscreveu na ação
conceito de «sentido» de Husserl, reformulando a sociologia compreensiva
em termos fenomenológicos e dando um grande papel à
a conciência.

62
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Dos diferentes elementos retirados de Husserl, o conceito de


O mundo da vida é o mais influente na sociologia contemporânea hoje. Schütz
a transformou em sociológica, definindo-a como pano de fundo de autoevidências
e convicções inquestionáveis utilizadas pelos participantes em processos
cooperativos de interpretação. Muitas realidades sociais dependem do que
"tomamos como certo"; Por exemplo, o dinheiro depende da crença de que as
notas que recebo agora serão aceitas em troca das coisas que desejo comprar.
Se aquele acordo que damos como certo deixasse de funcionar, o dinheiro
desapareceria, mas não o seu suporte material (o papel do bilhete). Esse acordo
tácito faz parte

do mundo da vida.

Para cada situação de ação, apenas um fragmento desse mundo da vida


conta. Por exemplo: eu entro em um bar, peço uma água ao garçom, coloco a
conta no bar e ele me dá o troco.
Para que essa situação se desenvolva sem mais palavras ou sinais do que uma
única frase ("uma água fria e parada"), eles estão dando como certo.
contou muitos elementos do mundo da vida. Entre outros, que
os garçons estão nos bares para servir determinados produtos
tosse e que os clientes paguem pelo que consomem. Esses dois elementos
que contam para aquela situação de ação estão dentro do horizonte
dar-lhe a situação

Existem outros elementos que não são relevantes para aquela situação e
que não estão dentro do seu horizonte. Por exemplo, a profissão do cliente ou
se existe uma farmácia junto ao bar. No entanto, esses elementos podem se
tornar relevantes em outra situação: se alguém sofre um infarto. O garçom pode
rapidamente se interessar por algo em que não havia pensado antes: um cliente
será médico? Ambos os elementos (a farmácia próxima e a possível profissão
de saúde de um cliente) fazem parte do mundo da vida, mas a situação de cada
ação é o que marca a relevância de cada elemento e, portanto, sua

horizonte.

Conhecer o mundo da vida é essencial para entender os fatos e as ações


sociais. A relevância que a vida cotidiana tem

63
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A aquisição na sociedade é abordada nas ciências sociais com base —em grande parte

— na teorização sobre esse conceito. A necessidade de estudá-la cresce em um mundo

onde profissionais

problematizam cada vez mais os mundos da vida de diferentes culturas,

em parte por causa da crescente inter-relação entre eles. Se você for apresentado

Madrid para um menino, é possível que você estenda a mão se for menino e

que você dê dois beijos nele se for uma menina. Mas se o fizer nas Ilhas Canárias,

onde eles só dão um beijo, um peninsular pode ficar com o la

bios no ar ao tentar dar o segundo. Desde então, não mais

terá como certo como dizer olá. Pior pode ser (e frequentemente é) a situação nos

Estados Unidos, onde, em muitos grupos sociais, o beijo na bochecha é reservado aos

casais. Um menino da Galícia pode cumprimentar um colega nos Estados Unidos com

dois beijos na bochecha e surge uma situação problemática semelhante ao que

aconteceria em sua cidade se cumprimentasse um colega com um beijo

nos lábios.

Com essas relações interculturais, o mundo da vida é provado

problematiza e surge a necessidade de determinar com maior precisão

suas características. Embora Schütz tenha entrado em contato com o atual

interacionista na América do Norte, continuou a considerar o mundo

da vida fundamentalmente em sua faceta cultural, compreendendo


como conhecimento de fundo transmitido através da cultura. aquele com

a concepção dificulta a compreensão dos problemas atuais; na verdade, Schütz dizia

que o mundo da vida não poderia ser problematizado e que, se fosse, entraria em

colapso. Ele tem razão em parte: com o aumento das relações entre as culturas, muitas

coisas não são mais dadas como certas, inclusive a forma de cumprimentar.

Mas, então, como e como são os mundos da vida hoje, se problematizamos cada

vez mais o legado da “nossa” cultura?

Para essa pergunta, há respostas mais elaboradas do que a deixada por Schütz. Nós

os veremos na terceira parte do livro.

64
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DEBATE

O mundo da vida é importante?

Você vai ao cinema com um amigo e conhece muita gente que

está esperando em frente à bilheteria. Como o mundo da vida influencia

para evitar conflitos entre quem deseja já ter os ingressos

você entrega em suas mãos?

Por que antes eram os homens que vinham

comprar algo em uma mercearia? concreto pelo menos

três coisas que foram tomadas para concedido.

Por que esse costume foi perdido ou está sendo perdido agora?

Como essas coisas que eram consideradas certas estão mudando?

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Schütz, A. (1993), A construção significativa do mundo social, Bar

celona, Paidós (po em 1932).

Pode ser considerado o trabalho fundacional da sociologia do fenômeno.

lógica. É um excelente passeio pela obra de Weber, completando o que

que Schütz considerou suas ambiguidades com contribuições da borda

sofia fenomenológica. Constitui a base sociológica mais séria da

ideias construtivistas. Analisar aspectos da nossa vida diária

alvo, como a situação face a face, a experiência e as experiências de

um ponto de vista abstrato, mas também com exemplos.

OUTROS LIVROS

As outras obras de Schütz são póstumas e em grande parte escritas

e/ou concluído por alguns de seus alunos.

65
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2.2. A análise da realidade socialmente construída

2.2.1. construtivismo social

Berger e Luckmann, dois alunos de Schütz, enfatizaram, na obra


mais conhecido do construtivismo social, a dimensão culturalista da
Sociologia fenomenológica: a construção social da realidade.
Eles definem os processos de externalização, objetificação e
internalização para apoiar como a sociedade é criada pelas pessoas e
como, simultaneamente, as pessoas são criadas pela sociedade.'

—Com a externalização, enfatizam que a ordem social é um


produto humano, tanto por 1) gênese quanto por 2) existência:

1. Por gênese, já que no passado foi construído por per


sons
2. Pela existência, uma vez que apenas essa ordem pode existir - no
presente e no futuro - se houver pessoas que o apoiem.

Por exemplo, um exército é um produto humano por gênese, pois foi


construído por pessoas; é também pela existência, pois desapareceria
se não existissem as pessoas que a sustentam.
Outro exemplo: o Tesouro de um país é um produto humano por gênese,
pois foi construído por pessoas; também o é pela existência, pois
desapareceria se as pessoas que
eles seguram

—A objetivação é o processo que converte os produtos da atividade


humana em algo externo a ela. Este processo inclui 1) institucionalização
e 2) legitimação:

1. A institucionalização é a repetição de uma ação que se torna


típica e que, ao ser transmitida a outras gerações, aparece como

1. Essa dupla dimensão poderia levar a classificar sua contribuição como uma teoria dual.
No entanto, a ênfase de seu trabalho está na dimensão construtivista e não leva em conta,
da mesma forma, as categorias sistêmicas.

66
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objetivamente; por exemplo, o Tesouro aparece como uma realidade objetiva


para quem paga impostos pela primeira vez. Essas ações
eles aparecem para o primeiro Durkheim, não como construções humanas,
mas como fatos sociais, como coisas, como reificação.

2. A legitimação abrange os conhecimentos e as normas que explicam


podem e justificam as instituições: mitologia, teologia, filosofia ou uma centena
Inc. Por exemplo, as filosofias políticas de um estado contribuem para
legitimar o seu Tesouro.

—A interiorização implica nossa assunção subjetiva de algo que vem de


fora de nós e que nos aparece como se fosse objetivo, embora, na realidade,
seja uma construção subjetiva de outras pessoas. Quando existe um grau de
internalização suficiente para nos considerarmos membros de uma sociedade,
falamos de socialização. Por exemplo, quando dizemos que pagar impostos
não é algo que fazemos coercitivamente, mas que queremos contribuir para as
despesas comuns da sociedade, estamos demonstrando um grau muito alto de
internalização.

Na perspectiva de Berger e Luckmann, tanto a sociedade quanto o


conhecimento que temos dela são construções humanas. Em comparação com
os tipos ideais de cientistas sociais, as tipificações de atores não são conceitos
no sentido científico, uma vez que não são definidas com precisão, nem suas
inter-relações são esclarecidas, nem sua validade empírica é esclarecida. Seu
objetivo é fornecer um plano para a vida.

O conhecimento sociológico requer o senso comum das tipificações dos


atores sociais, que deve ser o ponto de partida dos tipos ideais. Por exemplo,
se o casamento monogâmico/monoândrico é típico das sociedades ocidentais
(tipo ideal), é porque as pessoas têm na consciência a tipificação desse tipo de
casamento.

67
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2.2.2. Socialização primária e secundária

Para esses autores, a socialização primária é a primeira a atrair


viu o indivíduo, na infância, quando se tornou membro da
sociedade. A socialização secundária refere-se a qualquer processo posterior
que introduz o indivíduo —já socializado— em novos setores do mundo objetivo
de sua sociedade.

Essa diferenciação entre fase primária e secundária é uma interessante


contribuição de diferentes áreas que vem modificando as definições tradicionais
de socialização (muitas vezes restritas à sua fase primária). Berger e Luckmann
abordam essa dis
manchas de sua perspectiva construtivista, mas eles também foram
desenvolvendo, a partir de várias disciplinas e perspectivas, outras
extensões semelhantes do conceito.

Atualmente, o que interessa às ciências sociais —realmente— é a extensão


da socialização e a diferenciação entre suas duas fases, e não tanto os detalhes
dessas definições específicas, algumas das quais devem ser corrigidas. Por
exemplo, a redução da socialização primária a uma espécie de preparação para
a integração na vida adulta é cada vez mais questionada devido a uma dupla
evidência: raparigas e rapazes também são membros da sociedade e vivem um
progressivo prolongamento da vida pré-adulta (pelo menos na sua aspectos
acadêmicos e de trabalho).

A aceleração das mudanças no mundo atual faz com que


a sociedade está mais consciente (e as ciências sociais também) do ne
necessidade de estender o conceito de socialização a toda a vida, abandonando
estabelecendo sua identificação exclusiva com a introdução na vida adulta.

Nas sociedades industriais do Ocidente, era bastante


idade adulta clara que poderia se desenvolver quando você tivesse, aproximadamente

2. Já na década de cinqüenta haviam se consolidado estudos sobre a vida adulta, como os


do psicanalista Erikson, na mesma linha da contribuição posterior de Berger. As relações
interdisciplinares entre a sociologia e outras ciências sociais também são vistas em outros
elementos, como a pesquisa sobre a inteligência prática na idade adulta e o conceito
posterior de consciência prática de Giddens. Como diz Merton, a interdisciplinaridade e a
transferência de conhecimento entre as disciplinas é uma dimensão cada vez mais
fundamental para a nossa formação como sociólogos.

68
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te, 20 anos: trabalho, família e comunidade de referência para a vida.

Nas sociedades informacionais, as mudanças ocupacionais, familiares e comunitárias

de referência são cada vez mais frequentes.

As pessoas socializam e ressocializam continuamente ao longo de suas vidas. Questões

consideradas típicas da idade adulta podem ser vivenciadas pelos Sujeitos na

adolescência; entretanto, na idade mais madura tem-se, pela primeira vez, experiências que antes

eles eram reservados para a adolescência.

Nesta socialização alargada ao longo da vida, a diferenciação entre as suas duas

fases (primária e secundária) tem um papel que poderá esbater-se no futuro, mas que é

importante neste momento. Existem diferentes fatores legais (maioridade), ocupacionais

e educacionais que criam um antes e um depois com consequências fundamentais nas

possibilidades de decidir com autonomia sobre a própria vida. A socialização na infância

é orientada

para a interiorização do mundo adulto; em vez disso, durante a idade adulta

visa escolher entre diferentes opções disponíveis socialmente, podendo alterá-las sempre

que quiser (e puder).

2.2.3. Limitações do construtivismo

Dentre as diversas críticas às correntes fenomenológicas e construtivistas, há duas que

ajudam especialmente a compreender os limites com os quais devemos utilizar suas

contribuições:

—Uma destaca a evidência: existe realidade além de tudo

construção social.

—Outro lembra que a consciência dos sujeitos individuais é

69 gerados em suas relações intersubjetivas com os outros.

A primeira das críticas é especialmente bem elaborada em


O trabalho de Searle A construção da realidade social.

Ajude a corrigir o construtivismo social. Existem realidades sociais como dinheiro

ou casamento monogâmico que são construtivas.

69
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ções, mas há outras realidades, como a montanha Mont Serrat ou o rio Douro, que não

o são. Searle chama aqueles que dependem do acordo humano de "fatos institucionais"

e aqueles que não dependem de "fatos brutos".

O erro construtivista está em reduzir a realidade à linguagem. Até a montanha de

Montserrat passa a ser considerada uma construção social

reduzindo sua realidade ao que nós, seres humanos, colocamos nela.

As rochas de Montserrat não foram colocadas por pessoas. No entanto, alguns

construtivistas dizem que apenas chamá-lo de Montserrat já

estamos colocando muitos significados inseparáveis dos elementos

objetivos normalmente considerados. Essas concepções não diferenciam entre a

realidade objetiva (montanha) e a linguagem que colocamos com todos os consequentes

significados culturais e sociais. Dessa forma, não levam em conta que, mesmo que não

tivéssemos dado um nome, a montanha ainda estaria lá.

A segunda crítica refere-se à ênfase de Schütz na consciência e seu (embora não

total) esquecimento da intersubjetividade. Esta última deficiência é consideravelmente

aumentada em seus seguidores construtivistas, como Berger e Luckmann. Em contato

com o interacionismo, Schütz desenvolveu uma concepção intersubjetiva do mundo da

vida que não está presente em Husserl. No entanto, Habermas o critica dizendo que ele

reduz essa intersubjetividade a um simples reflexo das experiências subjetivas de um ator

solitário. E tem toda a razão, pois Schütz afirma que o mundo da vida faz sentido em atos

explicativos da consciência, não em interações.

ções entre os atores.

A perspectiva fenomenológica enfatiza a construção do sentido.

pelo sujeito e, como resultado, a construção do

realidade; dinheiro é dinheiro porque o sujeito que o usa dá aquele sinal

destinado a um papel; coloca a força da análise nas consciências dos atores. As

perspectivas dialógicas incluídas na terceira parte deste livro enfatizam que esses

significados são construídos pelos sujeitos em suas interações; dinheiro é dinheiro porque

concordamos em dar-lhe esse significado; coloca a ênfase da análise em

Relações sociais.

70
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DEBATE

¿Searle o Berger?

Rocío: Acho que Searle exagera em suas críticas ao construtivismo.

Berger e Luckmann não são tolos o suficiente para acreditar que as pessoas

nações construíram a montanha de Montserrat, como construíram a

Alhambra. Já se compreende que, quando falam da construção social

da realidade, referem-se à construção social da realidade social,

e não da realidade natural.

Iker. Não concordo que deixem isso tão claro. Muita gente

relaciona Berger e outros construtivistas a uma reivindicação postal

estruturalista: não há realidade objetiva fora de nós. existe mesmo

que o associam a afirmações como a de Baudrillard, que veio

para decidir que a Guerra do Golfo não existiu.

Gregorio: Eu discordo de ambas as opiniões. Quem quer identificar Ber

ger com Baudrillard sabe muito pouco, pelo menos, de um dos dois.

Berger afirma que a realidade existe e que existem algumas ciências — como

sociologia - que eles podem descobri-la; e as duas coisas são opostas ao post

Estruturalismo. Mas, por outro lado, concordo que não deixa claro que só

a realidade social é socialmente construída. É possível, pelo menos, interpretar

que indica como construímos o que Montserrat é para nós e

que, além disso, não há nada que possamos conhecer ou experimentar. não mais

longe, pode-se interpretar que, embora os seres humanos não tenham

feito uma rocha ou uma montanha, a partir do momento em que a vemos como

rocha ou montanha já a estamos construindo socialmente como tal.

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Berger, P. e T. Luckmann (1968), A construção social da realidade,

Barcelona, Amorrortu (po em 1966).

Talvez este seja um dos livros de teoria sociológica contemporânea

linha mais lida e referenciada em nossas faculdades. Embora inferior em

71
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importância para a obra principal de seu professor (Schütz), tem sido a obra

mais representativo da corrente construtivista das ciências

social. Explica detalhadamente os processos de terceirização, objetiva

ción e internalización.

OUTROS LIVROS

Berger é um autor muito prolífico. Ele escreveu livros sobre religião ou sobre

a dimensão cômica da experiência humana (riso redentor). É um

um dos autores de sociologia contemporânea mais lidos, em parte porque

tem se preocupado em escrever pensando nas pessoas que ama

leia para ele Entre os livros voltados para estudantes, o mais conhecido é Introdução

dução à sociologia, embora nos pareça melhor A reinterpretação

interpretação da sociologia. Claro, também é altamente recomendável

leia Searle, The Construction of Social Reality.

23. interacionismo

2.3.1. Do construtivismo à interação

A virada linguística nas ciências sociais afetou tanto suas perspectivas sistêmicas quanto

subjetivas.

Já vimos na primeira parte como o estruturalismo se baseou nas estruturas

linguísticas para elaborar conceitos que permitissem analisar as estruturas sociais. De

fato, a ênfase sistêmica está em como essas estruturas lingüísticas e sociais geram

subjetividades, criam pessoas e relações sociais.

As perspectivas subjetivas, ao contrário, não colocam sua maior ênfase nas

estruturas linguísticas ou sociais, mas em como as pessoas geram a linguagem e como

são geradas pela linguagem que elas mesmas criam. A obra de Schütz nos ajuda a

compreender o mundo da vida, mas ao focar na consciência ela limita e dificulta nossa

análise das relações sociais.

72
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Schütz estava aprisionado nas categorias da consciência. O mundo da


vida acaba sendo, quase, o que é dado como certo na consciência do ator.
Mas o que mais interessa à sociologia dialógica atual é justamente como o
que é dado como certo
contado é o resultado de uma relação social, de uma interação
entre os diferentes sujeitos, ou seja, da intersubjetividade.
O interacionismo prioriza os processos de interação; a ação não consiste
apenas na realização de objetivos pré-estabelecidos por cada indivíduo, mas
também resulta da interação entre os sujeitos. Centra-se na linguagem,
porque a interação ocorre
conduz através dela.

Por que uma pessoa da cultura A vê uma mesa na mesma


objeto que outra pessoa da cultura B vê um pedaço de lenha? As abordagens
construtivistas afirmam que cada pessoa constrói um significado diferente
do mesmo objeto a partir de seus conceitos anteriores, que, por sua vez, se
baseiam no que é dado como certo em seu contexto. Na cultura A, essa
madeira é utilizada para comer e/ou escrever nela. Na cultura B, é usado
para fazer fogo.
O interacionismo engloba e supera a concepção anterior com
uma precisão: se as pessoas da cultura A, ao verem aquele objeto, estão
vendo uma mesa e, além disso, têm aquele conceito anterior em sua
consciência, é porque fizeram o acordo, mantido até agora, de comer e
escrever sobre aquele objeto .
Por que uma pessoa da cultura A teria nojo das mesmas formigas que
fazem uma pessoa da cultura B ter apetite?
O organismo da pessoa A necessita de alimentos e os desenvolve ao longo
de sua vida em interação com outras pessoas de sua cultura, das quais
assume um conjunto de atitudes que constituem seu “eu”; por exemplo,
atitudes de rejeição em relação às formigas e desejo por enguias. O
organismo responde a essas atitudes com um "eu" moldado pelas respostas
que dá a essas atitudes. A inter-relação entre esse "eu" e esse "mim"
constitui a pessoa. E a pessoa gerada e geradora de interação também
muda com ela.
Pode chegar o dia em que as pessoas da cultura A também acharão as
formigas apetitosas. Por exemplo, algumas décadas atrás

73
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O tamboril era um peixe desprezado em algumas zonas, onde era chamado de sapo-

do-mar e era muito barato. Porém, hoje, nesses mesmos lugares, é um dos pratos

mais apreciados e caros.

2.3.2. eu, eu e pessoa

Nem a sociologia clássica nem o primeiro profissional de sociologia contemporânea

viram elementos para teorizar a interação entre sujeitos linguísticos

mente mediada. Por isso, a teoria sociológica atual recorre cada vez mais a Mead e

ao interacionismo simbólico, que têm fornecido importantes fundamentos a essa

ciência social, a tal ponto que, como dissemos na apresentação, Habermas

considerou Mead

como um dos três pais fundadores da sociologia moderna.

Para Mead, a pessoa (self) é uma inter-relação entre o «eu» (/) e o «me» (me).3

O «eu» é formado pelas respostas do organismo às ações dos outros. O “eu” é o

conjunto de atitudes dos outros que o “eu” assume. O "eu" e o "mim" são fases de

a pessoa. A pessoa é o "si mesmo", que pode ser simultaneamente

claramente sujeito e objeto.


Essa concepção interacionista da sociedade é extremamente útil

para a sociologia contemporânea, embora já seja adotada em versões diferentes


daquelas que Mead teorizou em sua época. Como veremos em

na secção «Uma nova modernidade», a pessoa é cada vez mais um

dialogar consigo mesma. Se a qualquer momento pararmos e trabalharmos


Temos que nos lembrar de tudo o que passou pela nossa cabeça no passado.

cinco minutos antes, verificaremos a riqueza e variedade de

aquele diálogo. Talvez estejamos participando de uma conversa de

um grupo, por exemplo, em um pub irlandês . alguém está conosco


superando como é maravilhoso esquiar nos Alpes, opinião

3. O trio /, me, self deve ser traduzido por outro trio de palavras, termos diferentes em espanhol:
«Yo, mí, persona» ou «Yo, mí, sí mismo». Convém atentarmos para a tradução de muitos livros
(por exemplo, de Giddens) que dão o mesmo termo tanto a self quanto a /, com a consequente
confusão de conceitos. Nestas traduções, por trás da mesma palavra «eu» escondem-se dois
conceitos muito diferentes na versão original: / e self.

74
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que recebe grande aceitação no coletivo. Meu “eu” tende a aceitar aquela opinião

grupal e começa a fazer minha “pessoa” pensar onde conseguir dinheiro para ir até

lá; mas meu "eu" se rebela pensando que talvez o palestrante não tenha se divertido

tanto quanto diz, que o que realmente lhe interessa é se gabar de ter ido lá ou

simplesmente ser o centro da conversa.

Essa interação nos constitui, no mesmo processo, como pessoas e como

sociedades humanas. É uma abordagem que supera a dicotomia indivíduo-sociedade

e individualismo-holismo. Existem duas etapas principais no processo:

—A transição da comunicação por gestos para a comunicação por

sinais.
—A transição da comunicação por sinais para a fala.

O interacionismo analisa a conversa por meio de gestos, característica de

diferentes espécies. Nesta conversa, cada gesto tem um significado direto; Por

exemplo, um gato levantando a pata pode ser o início ou a ameaça de um arranhão.

O interacionismo simbólico estuda a conversa por meio de sinais ou símbolos; um

gesto torna-se um sinal quando adquire um significado que é produto de um acordo;

por exemplo, toques de sinos ou sinais de fumaça quando indicam perigo ou um

casamento. Mead deu esse primeiro passo e, em parte, o seguinte: da sinalização à

fala.

DEBATE

Construtivismo, interacionismo e educação

Paula: A reforma educacional implementada na Espanha no final do séc .

século XX foi baseado em uma concepção construtivista: o que pode

aprender meninas e meninos depende de conhecimento prévio e,

como estes são diferentes em cada pessoa, a aprendizagem é individual.

Se você perguntar às crianças de um bairro marginal o que elas querem fazer

Quando ficam mais velhos, respondem que vão ao mercado. Nestas condições é inútil

75
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tente ensinar-lhes muito inglês ou álgebra; é melhor se adaptar ao seu con


texto, ensinando-lhes coisas que podem ser mais úteis para eles.

Eva: Claro! e, entretanto, os filhos das famílias académicas preparam


rindo para a faculdade. Se as reformas educacionais baseadas

na adaptação à diversidade aumentaram as desigualdades é, em

em parte, devido à sua ancoragem em teorias obsoletas como o construtivismo. Com

teorias sociológicas atuais que levam em conta as contribuições

Interacionistas tudo parece e acontece de forma diferente. eu mesmo já participei

um experimento semelhante. Se você fizer a mesma pergunta a essas crianças mais tarde

que falaram com ciganos que estudam na universidade, suas respostas

o pôr do sol varia totalmente. Expectativas e aprendizado em geral não

dependem fundamentalmente do conhecimento prévio (como o

construtivismo), mas de interações com outras pessoas, como

dizem as principais teorias sociais (Habermas) e educacionais (Freire) da

a atualidade. Experiências educativas que superam as desigualdades


na atual sociedade da informação são baseados nessas teorias.

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Mead, GH (1982), Espírito, pessoa e sociedade, Barcelona, Paidós

(nascido em 1934).

Vai parecer um livro de psicologia para você, e de fato é. No entanto


ir, é também uma das obras mais influentes na sociologia
contemporânea, devido ao seu conceito interacionista de pessoa e sua relação
ção com a sociedade. O livro termina com uma concepção de sociedade
com base em sua análise prévia e exaustiva da pessoa e da mente (mente
aparece traduzido na versão espanhola como “espírito”).

OUTROS LIVROS

As outras publicações tiveram uma relevância muito menor do que as


Trabalho principal. Mais valioso é Selected Writings, uma coleção
ção de artigos publicados em diferentes épocas.

76
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2.4. Dramaturgia

2.4.1. O teatro como modelo de análise

das relações sociais

"Eu passo minha vida fazendo teatro." Não é difícil ouvir frases desse tipo. Goffman

elaborou um modelo de dramaturgia que ajuda a explicar, em parte, não apenas as

instituições que analisou, mas também


Também outras relações sociais.

A dramaturgia concebe a interação entre as pessoas como se fosse uma

performance teatral. O indivíduo se apresenta aos outros controlando as impressões

que produz sobre eles. Ao apresentar apenas uma parte de si, o ator social se relaciona

com sua subjetividade, decidindo quais desejos e sentimentos ele demonstra. Há uma

diferença com o teatro; aqui, o trio ator1-ator2-público (típico do teatro) torna-se um duo,

onde para cada atorl o ator2 é (ao mesmo tempo) o público perante o qual ele representa

seu papel e outro ator que também representa o dele.

Um preso em um centro penitenciário pode desempenhar o papel de arrependido

e submisso para obter autorizações que lhe permitam cometer um crime novamente.

Goffman analisa como o interno pode controlar as impressões que expressa diante do

profissional, a ponto de manipulá-lo e burlar a instituição que ele representa.

Ele define as instituições totais4 como aquelas que rompem

barreiras entre espaços para dormir, brincar e trabalhar. eu os premiei


ca quatro características:

• O mesmo espaço e a mesma autoridade.

• Cada fase é feita na companhia de outros colegas e/ou outros colegas. • As regras

são muito explícitas e definidas de cima. • A instituição tem objetivos oficiais.

4. Segundo Goffman, o termo “total” foi usado por Amitai Etzioni na Harvard Educational Review,
XXVII (1957), p. 115.

77
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Algumas dessas características estão, individualmente, em outras


instituições; mas nas instituições totais existem todos os quatro.
As instituições totais compreendem cinco tipos de pessoas:

• Desabilitado. • Que
não podem cuidar de si mesmos e são um perigo para as pessoas.
outros (hospital psiquiátrico).
• Aqueles dos quais a comunidade deve se proteger (como
prisões).
• Aqueles que realizam determinadas tarefas especiais (estágios
escolas, campos de trabalho).
• Os afastados voluntariamente da vida social (conventos).

2.4.2. Total de instituições e outras instituições

A teoria das instituições totais de Goffman foi motivada por

múltiplas interpretações. O impacto esmagador das instituições


sobre as pessoas tem levado a ser considerada uma perspectiva funcionalista
ou estruturalista. No entanto, também aponta como as pessoas
As pessoas se protegem com astúcia e criam estratégias para manter
sua própria realidade. Aqui, ao contrário do funcionalismo, as hierarquias são
contornadas: psiquiatras profissionais são manipulados por pacientes de
hospitais, o comportamento dos criminosos torna-se modelo para entender o
comportamento de pessoas respeitáveis, e o palco do teatro é um modelo para
entender a vida.

Do ponto de vista da teoria sociológica contemporânea, é interessante essa


análise interacionista que leva em conta as estruturas. Pode ser vista como uma
sociologia do ponto de vista do sujeito, com elementos da concepção dual. As
pessoas interagem tendo em conta as estruturas em que se encontram e,
embora não as possam alterar (nem o tentem), são capazes de as utilizar,
manipulando-as.

Do ponto de vista da teoria sociológica atual, é necessário


levar em conta os efeitos que esta teoria pode ter; por exemplo

78
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pío, em profissionais prisionais: por um lado, pode ajudar a


compreender melhor os mecanismos de dissimulação, dando relatórios
que conduzem a autorizações sem risco grave de reincidência; por
outro, pode aumentar a já patológica desconfiança que se sente nos
reclusos, que os leva a considerá-los sempre culpados (mesmo
aqueles que nunca cometeram um crime e estão num centro
penitenciário por causa de instituições torpes e racistas).

DEBATE

A teoria da ação dramatúrgica é importante?

Marta: A teoria da ação dramatúrgica só deveria ser aplicada

explicar o desempenho de pessoas internadas em instituições totais.

Quando uma teoria é criada para um determinado contexto, ela não deve ser aplicada.

ser usado em situações para as quais não foi validado.

Yolanda: A ação dramatúrgica nos ajuda a explicar muitos

comportamentos de pessoas em outras situações; na verdade, em tudo isso

onde fazemos teatro. Outra coisa é que não pode ser aplicado no

formas concretas que foram elaboradas para algumas situações também com

cretas. O próprio Goffman em A apresentação da pessoa na vida

cotidiano dá muitos exemplos de ação dramatúrgica em situações

ações muito variadas que não ocorrem em instituições totais.

O que vocês acham leitores e leitoras?

LIVROS

trabalho básico

Goffman, E. (1981), A apresentação da pessoa na vida cotidiana,

Buenos Aires, Amorrortu (po em 1959).

Esta é definitivamente a obra mais importante de Goffmann, aquela que

melhor condensa sua teoria da dramaturgia. Sua descrição da arte de

lidar com impressões nos faz refletir sobre a aplicabilidade

essa concepção e nos fazemos a pergunta sugerida pelo debate antes

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anterior: aplica-se apenas a instituições totais ou fornece elementos para


compreender uma multiplicidade de situações do nosso quotidiano?

trabalho recomendado

Goffman, E. (1970), Internados, Buenos Aires, Amorrortu (po em 1961).

Professores e alunos parecem mais interessados neste aplicativo


da dramaturgia a um tipo de instituições totais (hospitais psicológicos
quiátrico) do que na teoria explicada na obra principal. A participação
diretamente de Goffman, por três anos, na instituição cujos internos
análises também dá idéias sobre as formas de fazer pesquisa social e
sobre as relações entre as teorias sociológicas e o trabalho empírico.

OUTROS LIVROS

Goffman escreveu outros livros semelhantes aos dois mencionados. de par


interesse particular pode resultar em Estigma, onde observamos um contraste
entre virtualidade e realidade em nossas vidas e identidades: é muito
corrente para as ciências sociais.

2.5. Etnometodologia

2.5.1. As pessoas não são "idiotas culturais"

CONTEXTO

Também no século XX e nos anos 1960, os sujeitos sociais


ouviram suas vozes dos movimentos afro-americanos de Martinho Lutero

King e Malcolm X até maio de 1968 ou os guerrilheiros latino-americanos.


Um número crescente de profissionais das ciências sociais considera
para que as ações dessas pessoas e grupos anti-sistema não possam
ser explicada a partir de categorias sistêmicas. Em maio de 1968, as pessoas gritavam: «A

80
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estruturas não saiam para a rua”. As experiências subjetivas das pessoas


as sonas, expressas por si mesmas, são consideradas essenciais

pelo conhecimento das ações que desenvolvem. as técnicas

pesquisas quantitativas são questionadas como pertencentes ao

ciências naturais, mas incapaz de captar a subjetividade humana. o

a pesquisa qualitativa é elogiada por possibilitar uma nova

forma de fazer sociologia, mais ligada aos anseios das pessoas

e menos aos objetivos tecnocráticos dos sistemas.

Garfinkel5 entende por etnometodologia a investigação das


propriedades racionais de expressões indexicais e outras ações práticas
como realizações contingentes de práticas hábeis e organizadas da
vida cotidiana.
Nos parágrafos seguintes, incluímos uma explicação de alguns
dos termos usados nesta definição.

Garfinkel protesta perante as ciências sociais de seu tempo,


afirmando que os atores não são idiotas culturais e que os fatos sociais
são realizações dos próprios sujeitos. As atividades realizadas pelas
pessoas para produzir situações da vida cotidiana são idênticas aos
procedimentos usados para descrevê-las.
junto

Assim, Garfinkel abriu um novo caminho na sociologia: o estudo


das propriedades do raciocínio prático do senso comum em situações
de ação ordinária. As interpretações dos atores não apenas descrevem,
mas também constroem aqueles com textos. Para Parsons, a
racionalidade científica gera uma atividade bem-sucedida; em Garfinkel,
essa racionalidade produz, em muitas situações da vida cotidiana, uma
atividade com menos sucesso do que o raciocínio prático. Por exemplo,
com as amizades nos movemos melhor pelo que aprendemos na vida
cotidiana do que pelos estudos científicos que pudemos fazer sobre
amizade.

5. Talvez o fato de o livro fundamental de Garfinkel, What is etnomethodology?, não ter


sido traduzido tenha sido um fator importante no fato de que seu valioso trabalho não é
suficientemente conhecido.

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Aluno de Schütz e Parsons, Garfinkel inclinou-se mais para o


fenomenólogo e criticou duramente o funcionalista. Ele diz que a
sociologia estudou a vida cotidiana, mas sem interpretá-la a partir
as categorias do senso comum desse cotidiano, que são as utilizadas
pelas pessoas que o protagonizam. Ele propõe levar essas categorias
em consideração para analisar as práticas da vida cotidiana.
diana.

2.5.2. pesquisa etnometodológica

A pesquisa sociológica requer ouvir conversas, perguntar aos atores


sobre suas performances e analisá-las. Também temos que pedir para
coletar o mundo da vida em que a conversa ocorre; os acordos
intersubjetivos estabelecidos ou pressupostos pelos participantes são
básicos.
Por expressões indexicais, Garfinkel entende aquelas que possuem
um significado diferente em cada contexto. Por exemplo, a palavra
"você" tem um significado diferente em cada situação. Se X e Y estão
conversando, "você" na boca de X significa Y, e na boca de Y significa X.
A etnometodologia estendeu essa característica a toda linguagem
e também às ciências sociais, considerando que sua linguagem era um
caso particular de linguagem.
Garfinkel aborda o problema criado pelas categorias sociológicas
que utilizamos na análise e que modificam o contexto em que ocorre a
conversa. A indiferença etnometodológica que ele propõe é diferente da
neutralidade axiológica de Weber, pois para ele a modificação do
contexto não é gerada apenas pelos valores não científicos do
pesquisador, mas também pelas categorias sociológicas da análise. Por
exemplo, se entrarmos em um grupo de amigos para analisar
sociologicamente suas conversas sobre política, por mais neutros que
fôssemos, a própria análise científica em andamento modificaria suas
conversas.
A solução que Garfinkel dá é esconder dos atores a realização da
análise sociológica. As teorias dialógicas atuais o refutam com

82
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outra solução: propor um diálogo entre pesquisadores e pessoas investigadas.

Nessa linha, Garfinkel criou experimentos de ruptura para


demonstrar como os atores usam o método documental de interesse

pretação. Este método procura padrões gerais de comportamento que servem para

interpretar uma ampla variedade de comunicações. Ele queria mostrar que, quando nós,

atores, descobrimos esses padrões gerais, tentamos mantê-los o maior tempo possível.

Justamente, seus experimentos de ruptura quebravam aqueles padrões que

garantiam a estabilidade dos atores. Um de seus exp


mentos consistiam em um sistema tutorial onde eu só respondia

"sim" ou "não" às respostas dos alunos, sem que eles saibam

que uma ou outra resposta foi selecionada aleatoriamente. Uma vez o

confiança dos alunos no professor, já não era recons

truir; Foi assim que Garfinkel demonstrou que não só a manutenção era estável

padrões de comportamento, mas também a sua ruptura.

2.5.3. Questionando as estatísticas

Cicourel estendeu a orientação etnometodológica ao questionamento dos métodos

tradicionais de pesquisa sociológica, dando especial ênfase à estatística.

Vendo os dados dos crimes cometidos pelos diferentes

comunidades étnicas nos EUA, os afro-americanos foram interpretados como mais

propensos ao crime do que os brancos. Algumas análises críticas atribuíram esse fato

ao racismo de uma sociedade que marginalizou esses grupos ou ao racismo da polícia

que os culpou. No entanto, não houve análise de como os próprios estudos influenciaram

nesse racismo.

Cicourel mostrou que esses estudos não analisavam apenas um fato

objetivo, mas também construiu esse mesmo fato. Diante de estatísticas que refletiam

uma proporção maior de crimes nesses grupos, a polícia estava ainda mais propensa a

considerá-los suspeitos. As estatísticas foram, assim, mais um caso de profecia que

fatalmente se concretizou.

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DEBATE

Somos "idiotas culturais"?


Carmen: Se bem entendi, Garfinkel afirmou que o ato

Os assistentes sociais não eram idiotas culturais, mas o corpo discente nos tratou

Como tal; pior ainda, sem nenhum respeito. eu gosto mais de pesquisar

relação dialógica, em consonância com a teoria da ação comunicativa de

Habermas, que não confronta a ciência com a ética e que conduz os investigados

res a colaborar com os investigados ao invés de utilizá-los e, ainda,

enganá-los

Laura: Não tenho intenção de desculpar Garfinkel. EU

Parece fatal o que ele fez, tanto ética quanto cientificamente. Mas o que

queria mostrar era justamente que não somos idiotas e que, quando

Quando somos enganados, não confiamos mais em quem o fez.

Carmen: Prefiro Cicourel; Acho que ele entendeu - melhor do que

Garfinkel - que foi o professor de ambos: Schütz. Também longe de

restringindo-se à etnometodologia, Cicourel foi o promotor da sociolo

cognitiva e chega a conclusões que estão na mesma linha que

nicativo de Habermas; por exemplo, que os atores e pesquisadores

são forçados a confiar em procedimentos interpretativos comuns.

Eva: Olha, eu não quero tirar Cicourel, mas Garfinkel é

muito mais importante para a teoria sociológica atual. outro tópico para

O debate é se as avaliações científicas devem ou não depender do

problemas éticos; que Garfinkel agiu eticamente errado não invalida

Ele dá suas descobertas científicas. Vamos, eu digo.

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3. Sujeitos e sistemas

3.1. sociedade informacional

CONTEXTO

Nos anos setenta do século XX, a consciência do esgotamento da


modelo de desenvolvimento da sociedade industrial e o início de uma nova
tipo de sociedade. As ciências sociais presentes, a princípio, resistem
aceitar um paradigma e uma linguagem que eram vistos como pró
pessoas do mundo dos negócios e da tecnologia. Dessa forma, diminui
a contribuição da sociologia para essas mudanças.
Mas a evidência da transformação em todas as esferas sociais

e sua assunção progressiva por organizações internacionais


leva sociólogos e sociólogos a teorizar a sociedade da informação
e situar seus estudos dos diferentes fenômenos sociais dentro deste quadro.
eles. No entanto, a tradicional burocratização e lentidão da sociologia
acadêmico significa que grande parte do corpo discente é treinada,
ainda, sem a oportunidade de saber em que sociedade está (qual
é onde terá de desenvolver a sua profissão).

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Nos tempos clássicos, a preocupação fundamental da teoria


A sociologia girava em torno da caracterização da sociedade industrial.
Agora gira em torno de uma nova sociedade que alguns, como Daniel Bell,
chamaram de pós-industrial, embora a maioria dos autores já a caracterize
como uma sociedade da informação.
Nesse período (clássico), autores como Saint Simón —e de
da mesma forma que Comte - valorizava a sociedade industrial como uma
produção ordenada de bens que superava a sociedade militar, vista como o
reino da pilhagem e do desperdício. Durkheim destacou a solidariedade
orgânica: um mundo de especialização, complementaridade e interdependência.
Weber concentrou-se na racionalização e
universalismo, embora visse com pessimismo o predomínio da racionalidade
de acordo com os fins da empresa e do Estado. E Marx eliminou
pessimismo foi associado à revolução como uma saída, embora também
lembrou que ser influenciava mais a consciência do que a consciência
na existência.

Se a teoria sociológica faz parte da autoconsciência da humanidade, é


normal que ela esteja passando por grandes mudanças e passe por outras
ainda maiores junto com as importantes transformações pelas quais passa a
sociedade. As teorias sociológicas atuais não são apenas o produto de uma
evolução interna do mundo das ideias, mas também uma consequência da
evolução do ser da sociedade. A principal diferença entre a sociedade
industrial e a sociedade da informação é que, na primeira, a chave está nos
recursos materiais e, na segunda, nos recursos humanos e, especificamente,
na seleção e processamento da informação. Essa seleção e processamento
são realizados com reflexões humanas freqüentemente auxiliadas por
tecnologias que são realizadas em comunicação com outras pessoas.
Consequentemente, as teorias sociológicas atuais dão um grande papel à
reflexividade (Beck) e à comunicação (Habermas).

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3.1.1. Características da sociedade pós-industrial

Daniel Bell tem o mérito de diagnosticar precocemente algumas características


da sociedade atual, que foram então contempladas e superadas nas teorias
mais completas e superiores da sociedade da informação. Em seu famoso livro
The Advent of Post-Industrial Society , ele destacou essas cinco características:

1. Economia de serviços.

2. Predominância da classe profissional e técnica.


3. Primazia do conhecimento teórico.

4. Planejamento tecnológico.
5. Tecnologia intelectual.

1. Da produção de bens à prestação de serviços

Muitas pessoas agora dizem que estamos passando de uma economia industrial
para uma economia de serviços. Esta (economia de serviços) é uma das cinco
dimensões da sociedade pós-industrial segundo Bell, que diagnostica
tica a passagem de uma economia produtora de mercadorias para uma
economia de serviços, transformação já avançada por outros autores. Bell
destaca que, dentro dos serviços, os mais importantes na sociedade pós-
industrial são: saúde, educação, pesquisa e
governo.

2. Predominância da classe profissional e técnica

A primeira característica referia-se ao setor onde as pessoas trabalham; a


segunda refere-se ao que as pessoas fazem. Bell previa uma predominância
das classes profissional e técnica, ao contrário do aumento do peso da
burocracia anunciado por Weber, já que Bell a vincula à primazia do
conhecimento teórico.

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3. Primazia do conhecimento teórico

Na sociedade pós-industrial, o conhecimento teórico ocupa o centro do palco.

qualidade como fonte de inovação e formulação política da sociedade.

Para Bell, a causa desse processo é mais de natureza sociológica.

do que econômico: os critérios de utilidade individual e maximização do lucro

benefícios tornam-se subservientes a concepções mais amplas

bem-estar social e interesse da comunidade, especialmente quando

tentativas são feitas para evitar os efeitos secundários da devastação ecológica que

multiplicam os custos sociais e ameaçam os confortos


da vida.

4. Planejamento de tecnologia

É comum dizer que as tecnologias provocam ou hegemonizam as mudanças sociais.

Ao contrário, Bell já sabia ver em 1973 que não estamos diante da dominação da

sociedade pela tecnologia, mas sim do controle social das contribuições tecnológicas.

5. Tecnologia intelectual

A criação de uma nova tecnologia intelectual tem como principal característica o

esforço para definir uma ação racional e identificar os meios para realizá-la. Assim, o

sonho do alquimista social poderia se tornar realidade: ordenar a sociedade de

massa, onde milhões de pessoas tomam trilhões de decisões diariamente sobre o

que comprar, quantos filhos ter, em quem votar, que trabalho escolher...

3.1.2. Principais características da sociedade informacional

Embora as análises da sociedade pós-industrial atinjam alguns contornos

fundamentais do que viria a ser uma sociedade informal,

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informacional, não souberam especificar a característica-chave da sociedade informacional:

seleção e processamento da informação. Também não especificaram o modelo social

com o qual foi abordada a primeira de suas fases (dualização social), nem o modelo da

segunda (sociedade da informação para todos).

a) Característica global: seleção e processamento de informações

Na sociedade informacional, a principal fonte de sucesso ou fracasso de indivíduos,

grupos e instituições é sua capacidade de selecionar e processar informações relevantes.

Na economia informacional, a fonte de produtividade e crescimento é a

geração de conhecimento por meio do processamento de informações


informação.

A chave não é o acúmulo de informação, nem o acesso a ela, pois a cada dia há

mais informação disponível para mais pessoas e de forma mais rápida e barata. não

podemos mais

dizem que quem tem a informação tem o poder, porque a informação

informações que a maioria das pessoas e instituições precisam

progredir está cada vez mais disponível para nós. não fique obcecado

No entanto, importantes grupos de poder são os donos de informações altamente

relevantes que ocultam ou simplesmente decidem quem pode usá-las e em troca de quê.

O problema reside na seleção da informação mais relevante para cada momento e no

seu processamento para aplicá-la adequadamente a cada situação.

Conforme vislumbrado por Bell, um passo de recursos é dado


materiais para os intelectuais como determinantes do

sociedade da Informação. Os Rockefellers acumularam sua fortuna

Com óleo; Bill Gates ou Case fizeram isso muito mais rápido selecionando e processando

informações. Uma imagem da sociedade industrial seria composta por Detroit ou pelas

grandes empresas automobilísticas, uma imagem da sociedade informacional nos seria

dada pela virtualidade e globalização da dinâmica de negócios de Sili com Valley.

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Na sociedade industrial, grande parte da informação relevante


estava fora dos limites dos níveis mais baixos da hierarquia social; se
uma pessoa tinha osteoporose e queria saber os remédios possíveis, o
normal era que só tivesse médico (e teve até quem escrevesse as
receitas com letra ruim, de modo que nem isso era entendido). Na
sociedade da informação, grande parte da informação relevante está
disponível de forma gratuita ou semi-gratuita para um maior número de
pessoas; um leigo em medicina (mas com capacidade de selecionar e
processar informações) que nunca ouviu falar em osteoporose pode
obter em uma hora as recomendações do hospital mais prestigiado do
mundo no
tratamento deste tema.

b1) Característica da primeira fase: dualização social

No início do último quartel do século XX, os grupos dominantes


eles priorizaram a rápida introdução na revolução da informação com
base no setor da sociedade com os recursos para isso.
Muitos países e setores sociais foram excluídos desse processo, o que
trouxe consigo uma polarização da estrutura social. Por um lado, a nova
economia aumenta a importância das ocupações com elevado conteúdo
de informação e conhecimento na sua atividade; por outro, faz crescer
a precarização e o desemprego.
No último período da sociedade industrial, o desemprego não era
um problema crucial nos países do chamado mundo ocidental.
Podemos rever os jornais ou revistas sociológicas de 1970 e veremos
que não se fala em desemprego, mas em trabalho com a cabeça ou
com as mãos, de colarinho branco e de macacão azul . Desde a guerra
do petróleo de 1973, desencadeando a passagem da sociedade
industrial para a sociedade da informação, o desemprego e,
posteriormente, a exclusão social aparecem nesses mesmos jornais e
revistas como problemas sociais crescentes.
O modelo dominante da sociedade informacional nos últimos
quarto do século 20 dividiu a sociedade em três setores infelizes

90
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fazendo ou modificando o processo de proletarização e homogeneização


previsto por Marx. No primeiro setor (para pessoas incluídas) teríamos
empregos estáveis com alto conteúdo de processamento de informações
para pessoas com diplomas. No segundo setor (para os explorados)
teríamos empregos precários para pessoas com pouca qualificação. No
terceiro setor (para excluídos) encontraríamos pessoas desempregadas
ou em economias criminosas.

b2) Característica da segunda fase: sociedade da informação


para todos e todos

No início do século XXI, duas dinâmicas provocaram a passagem do


primeira à segunda fase da sociedade da informação:

—Por um lado, o capitalismo informacional pretende se espalhar


para novos países e setores. Grupos como Bill Gates e Steve
A Case deseja apresentar seus produtos e serviços informativos a novos
públicos.
—Por outro lado, a pressão dos países excluídos e dos movimentos
sociais igualitários, juntamente com os problemas criados pela mesma
exclusão, levam à defesa cidadã de uma sociedade de
informação para todos.

Os governos dos países informatizados vão de limitar


preparar uma elite social para as novas tecnologias
para se concentrar em levar a extensão da Internet a todos os seus
cidadania. As empresas que já fizeram sua revolução interna geram
lucros e empregos, mesmo invertendo a tendência do desemprego:
diminui em vez de crescer, embora as novas condições de trabalho
sejam muito mais precárias do que as antigas.
última fase da sociedade industrial.

Movimentos sociais e ONGs lutam para superar


de exclusão, conseguindo que os seus objetivos sejam parcialmente assumidos

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medida por governos e organizações internacionais. Algumas dessas organizações


levantam como o crescimento do emprego e a queda da natalidade nos países ricos
levam à necessidade de abrir as portas para a imigração. A opção de uma sociedade
que não
é diferente da sociedade da informação para todas as pessoas

não implica a conquista da igualdade, mas sim um contexto no qual


quais é possível superar ou diminuir algumas das piores desigualdades
dados existentes na fase anterior.

DEBATE

O que vai acontecer com as qualificações, o desemprego, os subsídios...?

Luis: Por que tantos títulos, se depois vamos para o desemprego? a sociedade de

informação tem sido muito útil ao sistema capitalista para reduzir o

número de trabalhadores estáveis que você precisa e a solidariedade entre eles.

Como não sabe onde nos colocar, nos manda para a universidade e, de lá, para o

desemprego. Ainda me lembro de uma chamada para varredores de rua da prefeitura

de Madrid a que compareceu um advogado; estudar tanto, por quê?

Paula: Que pena que ser aspirantes a sociólogos e sociólogos

vamos falar tão superficialmente! Você já olhou para a enquete

População Ativa? Você já reparou que as proporções de ocupa

sobre a população total em qualquer faixa etária são muito

mais altos nos níveis de estudos mais altos do que nos mais baixos?

Já reparou que mais de 50% das paradas e dos desempregados universitários

veritarios tem menos de 29 anos, ou seja, mais do que desemprego estável

Trata-se de adiar sua inserção no mercado de trabalho? Mas não

precisamos de estatísticas, basta um pouco de reflexão: do ponto de vista

Do ponto de vista dos milhões de pessoas com baixo nível de escolaridade, uma

O advogado que se apresenta como varredor de rua assume que mesmo esses

empregos que costumavam ser nossos agora também são tirados de nós
então os universitários!

Laura: Concordo com a Paula. não conheço ninguém que seja

favor desse discurso e que ele não tente fazer com que suas filhas e filhos vão para o

faculdade. O discurso de que títulos não servem para emprego é

medíocre e falso; Isso me lembra o que lemos sobre Althusser.

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Eva: A sociedade da informação converte a seleção e o profissional


cessação da informação na capacidade chave de sucesso ou falha
caso. Para os empregadores, o nível de estudos é o mais
barato e rápido para verificar essa capacidade, embora não seja suficiente para eles
título e também quer experiência, etc. Por isso, os setores
altas redes sociais querem títulos, e é também por isso que aqueles de nós que os têm

queremos manter a maioria da universidade fora da universidade


sociedade com discursos como "não adianta ir ao
faculdade".

3.1.3. Diferenças entre as teorias da sociedade

teorias da sociedade pós-industrial e informacional

Não há tanto um passo desde a produção de bens até a realização de serviços quanto o

domínio da seleção e processamento de informações em todas as áreas da economia. A

primeira característica apontada por Bell nos faz pensar que antes o importante era produzir

tomates ou automóveis e que agora é ser

vícios como o turismo ou a saúde. Mas a mudança fundamental não é

o que é produzido ou feito, mas nos processos com os quais é feito; ou seja, continua e

continuará sendo importante produzir tomate, carros ou saúde, mas tudo isso está sendo

feito por meio de um profissional


processo cada vez mais informacional.

A questão básica não é que agora os setores primário e secundário

dario estão perdendo força em benefício do terciário, mas o

os setores primário, secundário e terciário estão sendo progressivos

mente dominada pelos processos informacionais que os hegemonizam. A agricultura e a

indústria não desaparecem nem deixam de ser importantes; ambos introduzem cada vez

mais processos informacionais em sua produção, assim como os serviços. Não mudou

tanto o tipo de produção a que a humanidade se dedica (“continuam a produzir canhões e

manteiga”), mas sim a sua capacidade tecnológica para a utilizar como força produtiva

direta.

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que distingue nossa espécie como uma esquisitice biológica: a capacidade de processar

símbolos.

Quando Bell apontou a predominância da classe profissional e técnica, omitiu o outro

lado da polarização ou, o que dá no mesmo, ocultou a dualização. Sua perspectiva

conservadora apresentava um cenário onde a sociedade pós-industrial nos levaria a

melhores condições de vida, sem a necessidade de lutas sociais e ideologias que

disponibilizassem essas melhorias para todas as pessoas, grupos e países.

Bell estava parcialmente certo, já que a sociedade informacional não

carrega necessariamente essas desigualdades; são gerados pelo

modelo social com o qual foram construídos. Não devemos esquecer como

Castells diz que um segmento específico da sociedade materializou uma nova forma de

produzir, gerir, comunicar e viver, e que as sociedades se organizam em torno de

processos humanos estruturados por relações de produção (relações de classe),

experiência (relações de gênero/sexo) e poder (uso de violência). Não é o desenvolvimento

tecnológico, mas opções sociais específicas que geraram uma sociedade da informação

dualizada com um certo tipo de desenvolvimento tecnológico. No entanto, a explicação

desses processos é justamente uma das tarefas da sociologia.

3.1.4. capitalismo informacional

3.1.4.1. Do capitalismo industrial ao capitalismo informacional

Às vezes, ambos os conceitos são confundidos. Não é incomum ouvir frases como:

"Estamos em uma sociedade capitalista e não em uma


informativo”. Essa afirmação é tão errada quanto dizer mid

do século XX: "Estamos em uma sociedade capitalista e não em uma

industrialidade”. Naquela época, as sociedades da Europa Ocidental

eram, ao mesmo tempo, industriais e capitalistas. As sociedades europeias de hoje

também são capitalistas, mas já não são industriais,

mas informativo. Como afirma Castells, o modo de

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desenvolvimento (informacional em vez de industrial), mas não o modo de produção

(capitalista). O problema é que essas distorções levantam mais resistência do que o

normal à análise competente das sociedades informacionais; isso impede que intelectuais

críticos e movimentos sociais contribuam para torná-los mais igualitários.

Frequentemente, essa resistência em entrar em uma análise séria do

a sociedade da informação é justificada a partir de alegados pontos de vista marxistas.

Assim, faz-se apenas o contrário do que Marx fez, que foi uma

estudante sério da sociedade industrial, que ele criticou por suas relações

condições sociais capitalistas que o moldaram, propondo o


trialização num quadro socialista de transição para o comunismo.

Na nova sociedade, capital e trabalho, instituições e relacionamentos são

transformados; Por isso, organizações e instituições como partidos políticos e sindicatos

têm dificuldade de assimilar os processos de individualização da produção —como o

teletrabalho— e a globalização das multinacionais que fragmentam a produção. Dessa

forma, perdem protagonismo em prol de movimentos sociais como o ambientalismo e o

feminismo. As mudanças sociais são tão importantes quanto a revolução tecnológica e

as transformações econômicas. Castells afirma que, no momento

Hoje, a busca pela identidade é uma mudança tão importante

Como a transformação tecnoeconômica que estamos vivendo.

3.1.4.2. Capitalistas da sociedade da informação

Castells se pergunta quem são os capitalistas e responde distinguindo três níveis:

a) Os titulares de direitos patrimoniais que sejam, por sua vez,

de três tipos:

• Proprietários coletivos de empresas, anônimos cuja decisão

As decisões de investimento e desinvestimento são geralmente tomadas com base na

conveniência de curto prazo em relação à situação financeira.

95
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• Proprietários familiares, ainda com muito poder, privados

mente no capitalismo asiático.

• Empresários individuais e outras figuras afins, que tiveram grande importância nos

primórdios do capitalismo industrial; antes ficaram ultrapassados nos tempos das

corporações e, agora, experimentaram um grande crescimento transpondo a inovação e

a flexibilidade da sociedade informacional.

b) A classe gerencial: são os controladores do capital dos proprietários coletivos,

particularmente importantes nas corporações multinacionais. Castells inclui aqui os

gerentes de empresas estatais.

c) Redes financeiras globais: essas redes constituem o setor-chave do capitalismo

informacional. A globalização dos mercados financeiros e as condições tecnológicas

com que operam


criar o contexto onde as redes financeiras globais se tornam

têm no setor fundamental do capitalismo informacional. Os movimentos que ocorrem

nesses mercados determinam a economia da informação, inclusive os mercados

moldados pelos próprios fluxos de capitais que ocorrem em escala global.

3.1.4.3. Desigualdades no capitalismo informacional

Durante a primeira fase da sociedade informacional, a dualização aumentou algumas

desigualdades já existentes na indústria.

julgamento, mas, ao mesmo tempo, desenvolveu outros mais específicos para o


nova sociedade, segundo Castells:

1. Interagindo e interagindo: em uma rede você pode concordar

várias maneiras. Quem acessa, seleciona e processa a informação ali disponível está

sendo interagido por quem cria essa informação, que são as atuais elites da rede. Essa

dualidade entre interagentes e interagidos é útil para as pessoas e também para

empresas e instituições.

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2. Trabalhadores em rede e trabalhadores desconectados: atual


mente, interagentes e interagidos constituem um setor minoritário
tatário e privilegiado no mundo como um todo. a maioria segue
estar fora da rede. Em geral, trabalham em rede aqueles que estão nas
empresas e instituições mais bem posicionadas na economia da informação.
macional; pessoas desconectadas estão concentradas, em maior
proporção, em instituições e empresas mais obsoletas, sofrendo maior perigo
de precarização ocupacional.
3. Explorados e excluídos: há setores da população que o capitalismo
informacional não quer, nem explorá-los, nem investir em um desenvolvimento
de curto prazo que torne efetivo o mercado potencial que eles representam.
A sociedade da informação é desigual, basicamente, por suas exclusões e
discriminações em uma rede flexível em contínua mudança. Organizações
internacionais, Estados, instituições e ONGs que, por motivos políticos e
humanitários, buscam a cidadania para toda a população mundial tornam-se
um elemento na construção —no longo prazo— de uma economia e
sociedade globais solventes e capazes de garantir os direitos humanos

nós de todos os seus membros.

DEBATE

Sociedade em rede/dualização social?

Paula: Cada vez mais os ricos ficam mais ricos e os pobres mais

pobre. Estamos caindo nas mãos da economia informal de meio expediente.

trabalho ruim e temporário. A este ritmo seremos cidadãos

de onde?

Luis: Não se preocupe, você será um cidadão do seu país; se por um lado ele

Estado perde força, por outro é exigido pela sede do multi

então levará tempo para você perder de vista o estado-nação.

Além disso, você já sabe que o sistema busca todos os mecanismos para sua

autopreservação.

Eva: É verdade que, mais rápido do que se pensa, o novo

novas tecnologias, a crise econômica e os movimentos de resistência

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levaram a sociedade a uma estrutura de rede, como diz Castells.

Agora devemos combater as desigualdades sociais com força, mas

com as armas da nova sociedade. Não concordo com o Luís,

porque a dinâmica sistêmica está perdendo terreno para

ques comunicativos.

Paula-. Embora eu goste do desenvolvimento de democracias locais,

Me assusto com a possibilidade do desaparecimento do Estado, pois, embora em

seu dia representou a defesa dos capitalistas contra as reivindicações

do proletariado, é hoje a principal garantia de que os

antes da perda de direitos sociais ou, o que é o mesmo, antes

a um mercado mundial capitalista que às vezes sonha com o laissez-faire.

É muito importante defender e aprofundar as conquistas sociais no

mundo, e para isso ainda precisamos de estados nacionais até

que as organizações internacionais têm poder executivo.

3.1.5. Movimentos sociais

3.1.5.1. Os sujeitos da era da informação

Uma crise de legitimidade está drenando o significado e a função das


instituições da era industrial. O desencanto, a anomia, a perda de
sentido... que Weber, Durkheim e outros sociólogos viram na
transformação das sociedades pré-modernas ou tradicionais em
industriais parecem reencarnar na nova transição para as sociedades
informacionais. As identidades que vão surgindo não vêm de outras
antigas, mas do desenvolvimento das resistências atuais, dentro de
uma estrutura social onde o poder não desaparece, mas nos domina
através de novas formas.
Castells afirma que esse fenômeno é muito diferente do que
estamos acostumados a vivenciar: o poder das instituições (Estado),
das organizações (empresas capitalistas) e dos controladores
simbólicos (Igrejas...). Agora, em torno desse novo poder, as
sociedades organizam suas instituições e as pessoas constroem suas vidas.

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decidindo seu comportamento. Em suma, diz Castells, a sede desta


o poder é a mente do povo. Então, perguntando quem são os sujeitos da era
da informação, ele vê os movimentos sociais surgindo da resistência comunal
à globalização, reestruturação capitalista, organização em rede,
informacionalismo descontrolado e patriarcado (porque movimento trabalhista
ou partidos políticos não soam como futuro). .

Esses novos movimentos, típicos da era atual, adquirem


formas de organização e intervenção interligadas e descentralizadas
lizadas.

3.1.5.2. Demanda social, pressão política


e movimento social

Em sua caracterização dos movimentos sociais, Castells se apoia continuamente


em seu ex-professor Touraine que, no final dos anos 1990, começou a
reformular e especificar sua concepção.
Embora existam nuances que variam em suas diferentes publicações atuais,
no XIV Congresso Mundial de Sociologia ele quis especificar um esclarecimento
para sair da confusão usual.

Ele afirmou que a expressão movimento social é utilizada a partir de visões


muito diferentes e não só por realidades diferentes, mas também contra
ri. É frequente sua identificação com ações sociais sem instituição.

finalize, que não são controladas por partidos políticos ou governos. Essa
concepção leva a considerar como "movimento social" tanto a oposição
democrática contra um governo ditatorial quanto algumas manifestações
fascistas exigindo a dissolução do Parlamento.

Para evitar essa indefinição, Touraine propôs diferenciar entre


três tipos de ação coletiva:

— Demanda social: ação que persegue um objetivo instrumental. Por


exemplo, uma reivindicação salarial de um setor profissional.
Esta ação tradicional (mais do que coletiva) é um apelo do
líderes aos interesses individuais.

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—Pressão política: ação que busca o reconhecimento que facilita a luta por
objetivos instrumentais. Por exemplo, uma luta dos trabalhadores pelo
reconhecimento dos sindicatos ou pela negociação
colectiva.

—Movimento da sociedade: ação que combina os interesses de


determinados grupos com os interesses gerais da sociedade.
Por exemplo, um movimento trabalhista em nome da racionalidade, o
progresso ou valores culturais.

A proposta de Touraine aborda a notável necessidade de precisão. Ele


considera que a terceira categoria deveria receber um nome diferente. Uma
alternativa é reservar para ele o nome de "movimento social" e não usá-lo para
os demais. A outra possibilidade é
incluir todos os três no nome «movimento social», mas chamando
em seguida, a terceira categoria com um nome específico, como
pode ser “movimento social”.

Essas tentativas de precisão têm uma orientação diferente da


distinção que Habermas faz entre “movimentos de distribuição de
recursos” (união) e “movimentos de mudança da gramática da vida
cotidiana” (feminista, ecologista).
Do ponto de vista apontado por Touraine, a classificação de Habermas
continua a colocar "no mesmo saco" as greves dos controladores de tráfego
aéreo e as manifestações contra o desemprego, o ambientalismo progressista
e aquela que propõe que haja uma parte da humanidade sobrando.

DEBATE

O feminismo e o movimento ambiental são os movimentos?


sociais do futuro?

Paula: O ecologista é o único movimento social que, pela primeira

tempo na história, é levantada em nome de todas as pessoas, beneficiando

linhas universais de defesa contra a destruição sistemática de

natureza.

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Miguel: Concordo, mas só em parte; porque pode ser

ambientalista e também um lutador contra as desigualdades sociais

eles, como outro que apenas os encoraja. Então, ser um ambientalista não me diz

nada sobre um futuro mais justo e solidário.

Laura: Quem dá "cana" é o feminismo. com um pouco de sorte

e muito trabalho, acabamos com a dominação atacando sua raiz: o

família patriarcal. Isso afetará, com certeza, o mundo todo, e não mais

pode ser parado; veja como a genética está sendo revolucionada, o tratamento

baixo e a própria consciência das mulheres.

Eva: É verdade, embora o feminismo tenha se desenvolvido mil vezes.

diversas maneiras, defendendo posições muito opostas; eu vejo bem

o chamado «feminismo da igualdade das diferenças», que exige res

respeito à diferença entendendo-a apenas como um subconjunto da mesma

Papai; Por outro lado, sou contra ambos considerarem as mulheres iguais aos homens.

homem para destacar, apenas, as diferenças entre os dois.

Gregorio: Em todo caso, parece claro que esses novos movimentos

movimentos sociais são mais capazes de criar e transmitir os códigos

mudanças culturais da nossa futura sociedade; de alguma forma, eles colocaram

questionar o patriarcado e o produtivismo.

Eva: A verdade é que o desafio que os movimentos sociais têm

é encontrar uma alternativa ao capitalismo; porque uma coisa é clara:

o capitalismo que agora governa todo o planeta é insolente e cria

pobreza e exclusão.

LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Castells, M. (1997/1998), A era da informação. economia, sociedade

idade e Cultura. Vol. 1: A sociedade em rede, Vol. 2: O poder da identidade.

Vol. 3: Fim do milénio, Madrid, Alianza (po em 1996/1998).

Giddens comparou este trabalho com Economics and Society of

Weber. De qualquer forma, a verdade é que estamos falando da análise

o sis empírico mais abrangente e detalhado que temos da sociedade de hoje

e o mais citado no mundo. É altamente recomendável ler este trilo

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sobre a era da informação, embora possamos discordar em muitos

partes do seu conteúdo. Como a primeira pista para decidir qual das

livros que vamos trabalhar primeiro, deve-se levar em conta que o primeiro

volume inclui "economia" (com tópicos como a economia da informação

nal), o segundo estuda identidade e «movimentos sociais» (com

partes interessantes, como o movimento de Chiapas) e a terceira análise

za «desigualdades» (a descrição do quarto mundo é impressionante).

OUTROS LIVROS

Este é um assunto que tem sido publicado e continua a ser muito publicado,

mas em que a mídia e os interesses comerciais dificultam

intensidade que temos um critério seletivo de qualidade.

O livro clássico sobre esses tópicos é The Advent of Society

pós- industrial de Daniel Bell; o tempo não o fez perder relevância.

Da Touraine podemos destacar Podemos viver juntos?, onde o

O professor de Castells e muitos outros sociólogos abordam a análise

análise da sociedade de hoje, incluindo - direta ou indiretamente - refletindo

ções sobre as contribuições de outros autores.

3.2. uma nova modernidade

CONTEXTO

Em meados da década de 1980, a teoria sociológica já era

estava superando a crise em que entrara com o falecimento do

sociedade industrial para o modelo dualizado da sociedade informacional.

Habermas abriu caminho para novas teorias sociológicas (Teoria da

ação comunicativa, 1981) e especificou os erros de desconstrução

mo pós-moderno (O discurso filosófico da modernidade, 1985).

Giddens estava terminando suas elaborações sobre o que chamou

explorou a "teoria da estruturação" e ainda não havia compreendido que o post

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O estruturalismo representava um desafio mais poderoso do que o estruturalismo.

lismo; é por isso que ele escreveu em 1987: «Estruturalismo e pós-estrutura

O ralismo são tradições mortas de pensamento. impactado pelo

teoria da ação comunicativa (ver a seção de livros do tópico 3.4),

muda sua trajetória e a direciona para o tema da modernidade, dando

como resultado quatro livros entre 1990 e 1994. Durante esses anos é

decisiva em sua obra a colaboração com Beck, que havia publicado La

sociedade de risco em 1988. Em 1994, publicaram em conjunto o texto

Modernização cuidadosa, incluindo uma nova perspectiva analítica

irmã sociológica, onde, embora com diferenças, ambas se inscrevem


autores.

Em meados dos anos noventa, Giddens faz uma nova mudança de

histórico aconselhando Blair sobre políticas que logo se tornaram

uma referência chave na Europa e outros continentes (tornando-se

mais um administrador do que um intelectual, segundo suas próprias palavras

bras), enquanto Beck continua a elaborar teoria sociológica nos moldes

que inspirou Giddens e outros sociólogos importantes.

Diversos movimentos sociais, opções políticas e instituições

já assumiram os desafios da sociedade informacional, procuram elaborar

buscar novas respostas para suas desigualdades e desenvolver novas formas

dos estados de bem-estar e das sociedades. Aqueles que rejeitam tanto o vie

soluções fixas (porque foram desenvolvidas para sociedades industriais)

julgamentos) como a renúncia a qualquer alternativa (para não ter que aceitar

fez as desigualdades das sociedades informacionais) buscar

orientações nas teorias sociológicas que elaboram propostas de

uma nova modernidade, superando tanto a modernidade tradicional

indiferença pós-moderna.

3.2.1. sociedade de risco

Beck define a sociedade de risco como uma fase de desenvolvimento


da sociedade moderna onde os riscos sociais, políticos, econômicos
e individuais tendem cada vez mais a escapar das instituições de
controle e proteção da sociedade industrial.
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Sua análise leva à constatação de uma série de características

da sociedade de risco que são atualmente o foco de grande parte da


literatura das ciências sociais:

a) Os riscos causam danos sistemáticos, muitas vezes irreversíveis.


visível e invisível.
b) A distribuição e aumento dos riscos segue também um processo
de desigualdade social, visto que a riqueza se acumula acima e os
riscos (de não conseguir emprego, radiação, intoxicação...)
para baixo, embora sua lógica acabe afetando quem os produz (efeito
bumerangue) e gera desigualdades internacionais.
c) Riscos são grandes negócios com dupla face: são riscos de
mercado e oportunidades. E obrigam a humanidade a unir-se, tornando
mais real a utopia da sociedade mundial (a energia atómica pode ser
uma grande oportunidade, mas o risco que comporta arrasta-nos para a
solidariedade planetária).
d) Há um vácuo político. O que é considerado apolítico torna-se
político: as iniciativas cidadãs e os movimentos sociais dão o sentido e
a identidade que outrora tinham os partidos políticos, os sindicatos ou
os parlamentos. Devemos dar sentido a uma vida em que Deus, a
religião, o Estado, as classes vão desaparecendo...

Beck analisa como, nessa sociedade, as fontes coletivas e/ou


grupais de sentido —como a consciência de classe e a fé no progresso
— estão em fase de desencantamento. Todo o peso recai sobre os
indivíduos, que vivem um processo de individualização através
em vez de um distanciamento das formas sociais da sociedade
industrial e um reencontro com outro tipo de modernidade onde as
pessoas produzem suas biografias, onde novas formas de vida se
desenvolvem, não por acaso, mas involuntariamente, e onde a cada dia
se trabalha mais com base nas negociações, no diálogo e na conquista
cotidiana da igualdade e liberdade. O desejo e a obrigação de serem
indivíduos independentes se cruzam com a necessidade de uma
convivência estável em meio a essa produção de biografias pessoais
onde o amor, tão cheio de promessas e conflitos, se desfaz.

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tornar-se —Beck insiste— o centro onde o mundo de


vida destradicionalizado.

3.2.2. teoria da estruturação

Esta teoria de Giddens entende por estruturação o conjunto de condições que determinam

a continuidade ou mudança das estruturas.

turas e, portanto, a reprodução do sistema social entendido

como práticas sociais regulares. Por outro lado, concebe o sistema social como o conjunto

de relações entre atores e coletividades organizadas como práticas sociais.

Por um tempo essa teoria foi considerada por seu criador como a alternativa ao

estruturalismo, que, como já dissemos, ele passou a considerar uma corrente de

pensamento morta. Diante da onipotência determinista das estruturas proclamada pelo

estruturalismo, Giddens se opôs a uma concepção dual onde, além das estruturas, havia

ação humana, atores e coletividades que conduziam práticas sociais que reproduziam

sistemas.

social em contínua transformação.

Essa concepção dual não era dualismo, pois as estruturas e a ação humana não

eram duas entidades independentes, mas, muito

Em vez disso, eles eram intimamente interdependentes. Assim, eu os estruturei


Essas eram propriedades do sistema social que marcavam as relações
nes entre os atores. Havia dois tipos:

a) Recursos: bases de poder que os atores manipulam. Eles são de dois tipos:

distributivo (sobre objetos, por exemplo, os meios de produção) e autoritário (sobre atores,

por exemplo, leis).

b) Regras: atividades e conhecimentos compartilhados entre os atores. Há dois

aspectos: semântico (significados) e normativo.

(obrigações compartilhadas entre atores).

Os atores reproduzem e transformam as estruturas de acordo com o

condições estudadas pela teoria da estruturação. aqueles agem

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Estes não são «idiotas culturais», mas têm um grau de consciência elevado, muito

superior ao que conseguem verbalizar e que é o único que nós cientistas e cientistas

sociais costumamos captar. Giddens considerou que havia uma grande diferença entre o

que chamou de «consciência discursiva» e «consciência prática» (conceitos intimamente

relacionados com os de inteligência académica e prática, preferencialmente desenvolvidos

pela psicologia transcultural). A consciência discursiva abrange tudo o que os atores são

capazes de verbalizar e a consciência prática o que eles não são capazes de verbalizar.

3.2.3. Modernização reflexiva e individualização

Beck criou o conceito de modernização reflexiva, que definiu como o processo de

transição da sociedade industrial para a de risco, assim como a modernização simples foi

a transição da sociedade pré-moderna para a sociedade industrial. Temas dominantes

como reflexividade, destradicionalização e ecologia afirmam como o natural está tão

intimamente ligado ao social que nada pode ser dado como certo em relação à natureza:

o assunto não é nem a revolução, nem a crise, mas a vitória.

história da modernização ocidental. Estamos falando de uma fase de

progresso onde um tipo de modernidade mina outro, onde as pessoas, como indivíduos,

"se libertam" da sociedade industrial para entrar na sociedade de risco global.

Se a sociedade industrial implicava o controle da racionalidade instrumental, a

sociedade do risco, que é imprevisível e baseada em efeitos indesejados, implica

incertezas sem responsabilidade e alienação por não seguir princípios éticos, legais e

políticos. A consciência dos riscos da modernização prevaleceu com

contra a resistência da racionalidade científica.

O velho modelo de racionalidade instrumental (especialistas que sabem e público

leigo) em busca do bem comum não nos serve mais; deve ser eliminado e devem ser

criadas outras formas de produção de consenso que desmonopolizem o conhecimento

especializado e permitam sua participação

Na estrutura decisória, nós “não especialistas” através de um

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diálogo público que torna possível as normas para este processo.


Este elemento é semelhante à análise de Habermas da inexistência

desigualdade qualitativamente relevante entre pessoas investigativas

gadoras e investigadas. De qualquer forma, a modernização

reflexivo significa uma mudança de racionalidade que exige uma radical


uso dele.

O principal ponto de diferença entre as concepções de modernização reflexiva de

Beck e Giddens está em suas respectivas ênfases no papel do conhecimento. Segundo

Giddens, justamente esse conhecimento cria, em grande medida, os riscos manufaturados

que nos afetam (energia nuclear) e que substituem os naturais (terremotos).

Giddens afirma que o que está acontecendo é por causa e não apesar do

conhecimento. Beck, por outro lado, enfatiza o papel da dinâmica indesejada da

modernidade (não conhecimento), que causa riscos que não são acidentais, mas

involuntários; à questão de qual é o meio da modernização reflexiva? contesta que, si bien

la respuesta parece obvia (el conocimiento en sus diver sas formas), él afirma lo contrario

(el no conocimiento, lo no visto y lo no deseado), como lo demuestra el hecho de estar

viviendo en la época de los efeitos colaterais. Seguindo essa linha, ele adverte que em

situações de classes e camadas podemos concordar com Marx

que o ser determina a consciência, mas nas de risco é

a ciência (conhecimento) determina o ser.

O que o autor alemão mais destaca é o processo de individualização, que ele separa

da atomização, isolamento, solidão ou desconexão, para posicioná-lo como um processo

em direção a novas formas de vida, não por acaso ou voluntariamente, mas

compulsoriamente e em um tempo. No meio de um processo imparável de globalização,

estamos condenados à individualização como uma compulsão que serve para escolher

uma biografia entre diferentes modelos (mundial

a diálise e a individualização são como duas faces da mesma

moeda). É um fenômeno complexo que implica na transformação da sociedade em uma

nova que substitua a antiga sem revolução e que ainda tome decisões de acordo com as

diretrizes da antiga.

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sociedade industrial: a sociedade de risco não é uma opção, mas fruto


da modernização, de um capitalismo sem classes que leva ao
aguçamento e à individualização das desigualdades sociais, fazendo
com que as crises sociais pareçam crises pessoais. Uma das
consequências foi que a luta de classes deu lugar à luta de gênero.

Beck reconhece a existência de uma outra individualização


burguesa, elitista e só para homens, que se baseou na posse do capital
e desenvolveu sua identidade social e política na luta contra a ordem
política e jurídica feudal; mas afirma que o atual processo de
individualização, ao abarcar todo o mundo, questiona os pensamentos
e as investigações que partem das categorias de estamentos, classes
ses ou camadas.

No campo político, ele vê como as pessoas não apenas esperam


encontrar a política onde a sociedade industrial a prescreveu, mas que
ainda confiam que são os partidos políticos, sindicatos e parlamentos
que vão desenvolvê-la. Isso é algo que, insiste Beck, a prática refuta
dia a dia, demonstrando como a imobilidade do aparato governamental
está sendo compatível com a mobilidade de todos os agentes sociais
e como o político vai além da dimensão formal: não podemos nem
confundir Política com Estado , nem podemos deixar de ver que o
político da sociedade industrial está se tornando apolítico e o que era
apolítico (grupos de iniciativa cidadã) está se politizando e tomando o
poder.
E enquanto as pessoas ainda se comunicam dentro das velhas
instituições e formas, estamos desenvolvendo novas formas com um
papel básico: moldar a sociedade de baixo para cima; uma tarefa nova
e difícil de fazer, onde Beck diz que os protagonistas são os indivíduos
que têm que lembrar uma frase que muitos motoristas podem ler em
um local tipicamente congestionado: "Você não está em um
engarrafamento, você é o engarrafamento."

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DEBATE

Como vamos nos relacionar? Em quais valores nos


basearemos ?

Luis: O sistema cultural usará qualquer valor que funcione para ele, como

sempre, para manter os novos padrões.

Paula: Mas que instituições o sistema cultural vai usar, se já

O Estado é inútil, a família patriarcal estremece e a Igreja está em declínio?

Eva: Eu acho que, de certa forma, a tecnologia da informação

e as comunicações se tornarão a instituição virtual do sistema

cultura, dando sentido ao sistema social. O que vejo é que não só

haverá relações de poder, mas também de amizade, amor e solidariedade.

É aqui que o sujeito tem que superar a imposição do sistema

e traçar seu próprio destino.

Carmen: Criaremos as instituições à medida que avançamos.

Estamos transformando a sociedade, e isso vai depender de como cada um vive.

um o processo de individualização, de como ele é capaz de organizar

sua própria biografia ligada a movimentos sociais transformadores.

Mas não é fácil, porque agora é não ser excluído e, vamos ver

cessar, que leva a querer ser explorado em vez de lutar por maior

igualdade.

3.2.4. Rumo a uma nova modernidade

Parece evidente que o feminismo e o ambientalismo são dois dos mo

Movimentos sociais que mais lutaram pela transformação:

—A verdadeira igualdade entre homens e mulheres significaria um mundo novo;

talvez por isso o patriarcalismo se rebele através


os fundamentalismos tão em voga.

—A natureza torna-se um projeto social utópico que deve ser reconstruído. Natureza

e sociedade se unem em um novo

natureza social que o movimento ecológico quer preservar.

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Mas Beck, na ânsia de encontrar uma nova modernidade que


ultrapassa em muito a anterior, procura na tecnologia mais uma hipótese,
que pretende retirar da sua dependência económica e militar para a
transformar em tecnologia pura, num subsistema autóctone que incorpora
novas instituições e radicaliza a democracia.
Para isso, é preciso declarar a tecnologia como de interesse público e
financiá-la publicamente. Impossível? E se pergunta se o mesmo não foi
feito com a educação e outros serviços sociais.
Exige um Tribunal Tecnológico como foro ideal que garanta a divisão de
poderes entre o desenvolvimento tecnológico e a aplicação da tecnologia
nologia.
Portanto, nos movemos entre certos movimentos
que possam constituir a alternativa a especialistas e instituições, já
vazias de conteúdo, que não conseguem resolver os problemas
ecológicos nem responder às justas reivindicações do movimento
feminista, nem são capazes de regular igualitariamente os benefícios da
revolução tecnológica. Beck acelera o motor da individualização ao
produzir nossas próprias biografias, ao mesmo tempo em que reivindica
o interesse público pela tecnologia.
A novidade é que ela não cria uma teoria da crise, das classes sociais
ou da decadência, nem uma teoria das desconexões e reconexões
baseadas no conhecimento, mas da individualização indesejada,
autonomizada pelo próprio sucesso da modernização ocidental que
produz profundas crises no instituições da sociedade industrial tardia.
Partidos políticos e sindicatos, leis e fronteiras nacionais... perdem sua
base. Mas também a ordem do núcleo familiar e do amor vão perdendo,
não só o seu fundamento, mas também a sua legitimidade; ele até se
pergunta e nos pergunta:

O amor entre iguais é possível? Existe um amor após a emanação


cipação? Ou é verdade que a libertação e o amor são dois
opostos irreconciliáveis?1

1. Beck, Ll. (2001), O caos normal do amor, p. 119, Barcelona, Paidós (po em 1990).

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Beck nos coloca diante de um amplo conflito de valores, em meio


a uma época de grandes transformações sociais onde a desigualdade
social se intensifica, a incerteza retorna com um risco que não é
instrumentalmente racional e comanda o que não se percebe. A
sociedade industrial não se opõe ao pós-modernismo, mas ao
Iluminismo, num projeto onde os sujeitos são essenciais, assim como
os movimentos sociais, o compromisso social cidadão e a opinião
crítica de massa. Se no final de
caminho da autonomização Luhmann só vê a autorreferencialidade

Com o poder absoluto dos sistemas, Beck encontra a comunicação,


o diálogo que possibilita a participação e a transformação dos sujeitos.
O desafio é como alcançar, a partir do poder do progresso, o
contrapoder da libertação, sem que haja uma paralisação ou um
retorno ao passado.

DEBATE

Amor na sociedade de risco

Laura: Beck fala sobre tecnologia e a constituição de um tribunal

tecnologia porque é um assunto de interesse público. E o amor? Não é

também um assunto de interesse público, assim como privado? Se as relações

relações que vivemos como se fossem um conflito pessoal acaba por ter

têm uma grande componente social, devemos intervir e participar diretamente

mente nos debates públicos sobre os processos de socialização: estamos sendo

influenciando decisivamente na hora de escolher por quem nos apaixonamos.

Alfonso: Pare de brincar, o amor se apaixona por você quando você menos espera.

você espera e não consegue evitar; você se apaixona e pronto. é algo que sai

de dentro, que faz parte de você e, mesmo que você queira raciocinar, não há

nada que a razão possa contra a irracionalidade das emoções. o

os instintos, a química, não atendem ao pensamento, mas ao sentimento.

Luis: O que você acha disso? Desde quando o amor é instinto? E você

você quer ser um sociólogo? Está mais do que provado que o amor é histórico

co, então instinto, nada mesmo. Além disso, qual é a química que

existe entre duas pessoas? As pessoas te atraem porque, praticamente

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desde que você nasce, os mecanismos de socialização, alimentados pelo

a mídia e o ambiente onde você se move, o tornam interessado

Priorize os valores que eles promovem. Desta forma, seus gostos, preferem

posturas, desejos e atrações não são o produto de sua escolha pessoal ou

um instinto, mas o resultado de um processo de socialização que fomos

assimilando e internalizando como se fosse algo nosso.

Ernesto: Então, quando eu vejo uma menina e digo "Essa é minha

mulher dos sonhos", sou mero instrumento de um poder socializador que

Isso me ensinou a me apaixonar por um certo tipo de pessoa. Não estou

Ok, mas mesmo que fosse, o que ele poderia fazer sobre isso?

Eva: É complicado, porque você vê que a gente sente amor como se

era inevitável. No entanto, eu aplicaria aquela famosa frase "eles falam

onde as pessoas se entendem" e debatíamos muito sobre quem

atrair e por quê. A democracia pública também está entrando em

nossas vidas privadas e estamos nos tornando cada vez mais conscientes

que as relações não são algo dado que se desenvolve de acordo com

normas estabelecidas por instituições nas quais não acreditamos, mas sim

elas se desenrolam impulsionadas pelo diálogo. Em suma, eu me preocupo

Desprogramaria os gostos, desejos e preferências que

incutido para reprogramar novos, com base em valores de amor,

Solidariedade e amizade que me facilitarão escolher bem por quem me apaixonar

ro, não me desmotivar depois, encontrar uma verdadeira libertação... Isso

sim, eu debateria constantemente com pessoas que estão procurando a mesma coisa que eu.

Gregorio: Até recentemente, quando você estava em um relacionamento, você queria

ou não, era para toda a vida; era assim que as coisas deveriam funcionar. No

Em outras palavras, a perspectiva sistêmica imperou. Agora houve um

Virada de vida: se os sentimentos acabarem, o casal deve acabar. Dizendo

caso contrário, a perspectiva comunicativa prevalece. estamos avançando em

aquele terreno; Tudo o que precisamos, como disse Eva, é ir mais fundo e mudar nossa

programar para outro que nos dê verdadeira satisfação.

Laura: Você está certo; caso contrário, como diz Beck, um amor seria impossível

entre iguais, porque levaria à desmotivação. Se não conseguirmos

existe um amor depois da emancipação, se a liberdade e o amor se tornarem

derramado em dois opostos irreconciliáveis, teremos perdido não apenas um

força transformadora da sociedade, mas também a grande ilusão de

nossa vida íntima

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LIVROS

trabalho básico

Beck, U., A. Giddens e S. Lash (1997), Reflexive Modernization. política


ca, tradição e estética na ordem social moderna, Madrid, Alianza
(pós em 1994).

Neste caso não há nenhuma obra claramente fundamental de Beck. Sem


No entanto, este livro reúne as elaborações mais importantes de Beck
e Giddens (além de Lash) sobre modernização reflexiva, incluem
fazer o debate cruzado entre as posições dos três. não possui
mente um trabalho fundamental da teoria sociológica contemporânea, mas não
onde melhor podemos encontrar um de seus temas centrais: a modernização
ção reflexiva.

trabalho recomendado

Beck, U. y E. Beck-Gernsheim (2001), El normal caos del amor, Bar


celona, Paidós (po em 1990).

Ulrich Beck e Elisabeth Beck-Gernsheim aplicaram as questões


modernização reflexiva para uma questão tão fundamental nas ciências

questões sociais do século 21, como o amor. As transformações do nosso


privacidade (pelo menos a privacidade das "classes médias" ocidentais)
são analisados e levantados a partir de uma perspectiva atual da teoria social
lógica contemporânea. Amor entre iguais, libertação e amor, autônomo
a minha, a religião terrena do amor... são temas que você vai trabalhar lendo
este livro.

OUTROS LIVROS

Neste caso, há muitos "outros livros" aconselháveis.


De Giddens temos a Modernidade e a identidade de si (o mais
do TSC). Nessa obra, ele aprimora a concepção de modernidade que já
desenvolveu em Consequências da modernidade; mais tarde, aplique
deu esta nova concepção de intimidade (A transformação da intimidade

113
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idade) e política (Além da esquerda e da direita). Estes


As obras de Giddens foram fortemente influenciadas pelo trabalho de Beck.
Beck também tem um corpo de trabalho muito prolífico que continua no
presente. A sociedade de risco é geralmente considerada como seu trabalho
fundamental (com ela alcançou a consideração de ser um dos principais
pálidos autores do TSC). Além disso, podemos recomendar Políticas Ecológicas
lógicas na sociedade de risco e na globalização.

3.3. Indivíduos como base de ações sociais

CONTEXTO

Dentro das ciências sociais há uma tendência recorrente que tenta


para elevar seu status, fundamentando-os nos fundamentos das ciências

"duro". Esta tendência reaparece com novo vigor às vezes


de crise nas ciências sociais. A década de oitenta do século XX consistiu
teve um desses momentos devido a diversos fatores: fim da sociedade
entidade industrial no âmbito da qual o principal
teorias sociológicas, lentidão das ciências sociais em se reposicionar no
novo contexto da sociedade informacional, crise da modernidade e
ataque pós-moderno aos próprios fundamentos da ciência social.

A noção de indivíduo que contribui para a economia (Homo economicus)


ou um certo tipo de psicologia (behaviorismo) têm sido os
recursos utilizados por algumas dessas tentativas. Desta forma, o
A ação social é estudada como o resultado de indivíduos dos quais
tínhamos conhecimento científico. Este processo adquiriu crédito especial
estabilidade num mundo que, ao mesmo tempo, parecia caminhar para
uma progressiva individualização.

114
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3.3.1. individualismo metodológico

O individualismo metodológico é baseado na consideração do

ação humana individual como uma unidade da vida social,

que a explicação tanto da mudança social quanto das instituições

social, mostra como ambos são resultado das ações do

indivíduos. Em suas versões mais ortodoxas, os únicos indivíduos

são pessoas e só existem ações que têm sua origem em


cada pessoa.

As versões de individualismo metodológico que atualmente

idade tornam-se mais importantes e têm uma concepção mais ampla

do indivíduo e das ações. No conceito de indivíduo incluem

grupos como governos ou empresas. Dentro das ações,

incorporar interações.

A sociologia rejeitou as versões mais tradicionais do individualismo metodológico,

pois reduziam a sociedade a uma soma de indivíduos, mas foi uma corrente que

alcançou grande influência em outras ciências sociais como a economia e a psicologia,

além de fornecer uma base importante para o liberalismo. No entanto, mesmo

Através de autores como Homans, o individualismo também influenciou

em sociologia, servindo de base para uma teoria da troca que tenta explicar a coesão

social como resultado das trocas realizadas pelos indivíduos. Este autor parte de uma

concepção utilitária e «egoísta» da pessoa, cujas ações são presididas tanto pelo seu

interesse individual como pelas recompensas ou punições que recebe ao realizá-las.

Homans, assim, assumiu a concepção de comportamento individual da psicologia de

Skinner e a utilizou como base de uma sociologia que estuda o comportamento social

influenciado por

diferentes comportamentos individuais.

Do ponto de vista da teoria sociológica atual, as contribuições mais interessantes

do individualismo metodológico encontram-se na teoria da escolha racional de Elster,

que evita o reducionismo de explicar as ações dos indivíduos apenas a partir do

utilitarismo. Na verdade, suas obras estão construindo uma estrutura cada vez mais

complexa para dar conta das ações dos indivíduos.

115
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Considera que as ações são resultado de oportunidades e preferências, que, por sua vez,

dependem de dois tipos de filtro:

a) O primeiro filtro, que afeta as oportunidades, é constituído pelas restrições físicas,

econômicas, legais e psicológicas, que criam o quadro de oportunidades que cada

indivíduo possui.

b) O segundo filtro, referente às preferências, é constituído pelos mecanismos que

estabelecem as opções a serem escolhidas a partir do conjunto de oportunidades

disponíveis. Em Porcas e Parafusos

aponta que os dois mecanismos mais importantes são:

— A escolha racional.

-Normas sociais.

No entanto, atribui cada vez mais importância a um terceiro mecanismo.

mo: preferências emocionais.

A maior ou menor importância dada às preferências marca diferentes perspectivas

das ciências sociais. Algumas tendências econômicas funcionam com uma ideia

homogênea de Homo economicus, de modo que todas as pessoas tenham as mesmas

preferências e só se diferenciem em suas oportunidades.

3.3.2. Teoria da escolha racional. Normas sociais. emoções

Elster resume perfeitamente a teoria da escolha racional quando diz que, quando

confrontadas com várias ações alternativas, as pessoas fazem o que lhes dará o melhor

resultado geral.
A teoria da escolha racional é enquadrada dentro de um contexto

conceito de racionalidade instrumental que se caracteriza pelo fato de que cada indivíduo

tem objetivos e escolhe os melhores meios para alcançá-los. Isso não significa que sejam

realmente os melhores meios de comunicação, mas sim o que o indivíduo considera ser.

Todas as ações racionais são instrumentais, mas nem todas

ações instrumentais são racionais. Elster destaca, entre esses

116
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Estes últimos, aqueles que buscam resolver impotência, insônia e gagueira:


os resultados são contraproducentes quando nos propomos a agir
espontaneamente, porque então não agiremos mais espontaneamente.
Considera também neste tipo de ações a criação de postos de trabalho para
aumentar a auto-estima de quem os ocupa, com resultados contraproducentes,
porque a auto-estima não é gerada desta forma, mas é principalmente um
produto de ações empreendidas para outras finalidades.

Como apontamos, além do mecanismo de eleição


racional, Elster considera as normas sociais e as emoções.
Ações guiadas por normas sociais não são guiadas por
pelos melhores meios, mas pela propensão a cumprir
normas do grupo social, especialmente se tiverem sido internalizadas.
A visão cínica que rejeita todas as normas, seja porque diz que se opõe à
nossa realização natural, seja porque afirma que é uma simples ocultação
de objetivos instrumentais, é criticada por Elster. Lembre-se que, no estado
natural, ninguém se importa com seus pares e, portanto, esta situação
beneficia os mais fortes, enquanto os fracos ficam melhor quando há regras.
Quanto à ocultação de outros objetivos, são muitas as situações em que as
pessoas cumprem regras, mesmo que não obtenham daí benefício pessoal.

Elster acredita que emoções como amor ou amizade, o


O ódio ou o medo são as cores do nosso dia a dia. Todas elas

elas produzem, de forma inseparável, uma força motivadora e também uma


força distorcida. Se não os levarmos em conta, a racionalidade cognitiva
pode não encontrar razões para agir, escolher fins e/ou meios.

3.3.3. teoria dos jogos

A teoria dos jogos é baseada em pressupostos que podem ser relacionados


ao individualismo metodológico e à teoria da escolha racional. O dilema do
prisioneiro é talvez o jogo mais utilizado na ciência.
social: dois presos suspeitos de terem cometido um crime

117
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Eles estão localizados em células separadas. A polícia diz a mesma coisa


para os dois: você será solto se denunciar o outro e o outro não denunciar você.
Se eles se denunciarem, ambos terão três anos de prisão;
quem não denuncia o outro e é por ele denunciado receberá cinco anos; Se
ninguém denunciar, cada um receberá um ano.
Neste exemplo, todos os elementos da teoria estão presentes.
rio de jogos:

—Existem dois ou mais jogadores: prisioneiro A e prisioneiro B.


—Cada um pode escolher entre duas ou mais estratégias: denunciar
o no denunciar.

—Cada conjunto de escolhas tem um conjunto de recompensas (veja a


caixa).
—A recompensa de cada «jogador» não depende apenas do seu
própria escolha, mas também as escolhas dos outros jogadores. Se o
jogador A decidir denunciar B, ele pode receber duas recompensas.
pensas (três anos ou liberdade) consoante a escolha que fizeres
B (denunciar ou não).
—Cada jogador toma suas decisões de forma independente (não
coordenam suas ações), embora dependendo das decisões que espera que
os outros tomem. A e B agem independentemente porque estão em células
separadas e não podem agir juntos.

Agora vamos ver a foto. O jogador A tem duas opções: cooperar com
seu parceiro (A1) ou denunciá-lo (A2). O mesmo acontece com o jogador B
(B1 e B2).

B1 B2

A1 1,1 5,0

A2 0,5 3,3

Quatro estratégias possíveis emergem da combinação de suas estratégias com

conjunto de eleições:

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1. Ambos cooperam: um ano cai para cada um (1,1).


2. A coopera e B denuncia: A tem uma pena de cinco anos e B
é liberado (5,0).
3. A denuncia e B não: A é solto e B recebe cinco
anos (0,5).
4. Ambos denunciam: ambos terão três anos de pena (3.3).

A teoria da escolha racional e a teoria dos jogos partem do


pressuposto de que cada pessoa age em seu próprio interesse. Desta
forma, cada preso terá uma estratégia dominante que consiste em
denunciar, pois, independentemente do que o outro faça, sempre
acabará melhor se denunciar do que se cooperar: 1) se B cooperar, A
receberá um ano se ele coopera e zera se reclama; 2) se B denuncia,
A receberá cinco anos se cooperar e três se denunciar.

DEBATE

Sempre agimos por interesse próprio?

Juan: É verdade que passamos por esses dilemas em muitas situações .

nes da vida No meu próprio apartamento, viveríamos melhor se nos importássemos

para limpar os pratos depois de usá-los; mas não é assim porque

Acontece menos comigo - se eu faço, os outros, em vez de me imitar, pensam

sarán: aquele o fará.

Paula: Não sei em que mundo está a pessoa que apresenta esse dilema de

prisioneiro, mas não no meu povo. pode nunca ter estado em

uma prisão ou realmente ouviram os presos. Claro,

tem muitos indivíduos que agem assim prejudicando a todos, mesmo

eles mesmos, por serem tão individualistas; mas você não pode estender isso

comportamento em um nível geral, pelo menos não no meu mundo.

Juan: Quer dizer que presidiários e presidiárias não agem assim?

Paula: Não, não estou dizendo isso, mas afirmo que alguns agem

outras formas diferentes e contrárias. Se o autor do dilema do prisioneiro

Se ele passasse por várias prisões, veria muitos casos diferentes.

aluguéis. Em situações semelhantes a esta, dois detidos que são pais e

119
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filho ou primos ou amigos se posicionam de não denunciar e defender

o outro, ainda mais do que eles mesmos.

Eva: Em casas de família há uma diferença entre você e

nós. Eu faço minhas coisas e ajudo na cozinha, compras e limpeza.

papel. Por outro lado, para a maioria dos caras, até a cama tem que ser
faça sua mãe

Juan: Você sabe muito bem que é minha mãe que não me deixa fazer

nenhuma coisa. Ela se sente melhor fazendo isso.

Paula: O velho truque: ela faz isso por seu egoísmo, para que ela se reconheça.

saiba que ele desempenha bem o seu papel; que nariz você tem. A coisa é

que existe uma racionalidade mais global do que aquela limitada à própria

objetivos individuais que este mundo mercantilista e patriarcal promoveu

que você criou No mundo da vida em sua casa e, mais ainda, no

de muitas famílias, existe uma racionalidade de solidariedade que leva a muitas

pessoas a agir pelo que é melhor para todos ou mesmo para os outros,

e não apenas para si.

Iker. Bem, vamos deixar isso, estamos envelhecendo. já com

você sentirá isso quando viver junto ou em solidariedade, ou pelo menos em

plano de contrato. Se não, você estará lutando o tempo todo.

3.3.4. Democracia deliberativa

A evolução intelectual recente de Elster está de acordo com a teoria


sociológica contemporânea atual. Em sua era mais ortodoxa de
individualismo metodológico e escolha racional, sua sociologia foi
excessivamente reduzida à escolha racional dos indivíduos, com uma
concepção de racionalidade limitada à sua modalidade instrumental e
com outra concepção, também limitada, do indivíduo e de suas
preferências (determinadas por seu próprio interesse).
Mais tarde deu mais importância às preferências que não a escolha
racional: as "irracionais" ou emocionais e as derivadas.
das normas sociais.

Posteriormente, foi colocado na perspectiva da comunicação


que vê a democracia como um elemento transformador, ao invés de

120
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para adicionar —simplesmente— as preferências. Ou seja, ao contemplar as


normas sociais como um tipo de preferências, já supunha que estas não poderiam
ser determinadas individualmente, mas que a coletividade —através de seu
consenso normativo— marcava não só as oportunidades, mas também as
preferências. Com a democracia deliberativa, dá-se um novo passo: os indivíduos,
discutindo e concordando, não apenas acrescentam suas preferências, mas
também
Eles também os transformam.

A ideia de democracia deliberativa e sua aplicação prática é


tão antigo quanto a própria democracia. Elster diz que

É principalmente devido à influência de Jürgen Habermas, que a ideia

que a democracia gira em torno da transformação e não da

a mera acumulação de ideias tornou-se uma das posições

princípios da teoria democrática.2

Elster comenta que, nos cinco meses decorridos entre a primeira versão da
introdução do livro citado e sua versão final, pelo menos três novos livros sobre o
assunto foram publicados nos Estados Unidos.

dele.
Dada a importância do tema, Rawls e Habermas questionaram a ideia de
Hume de que a razão deveria ser escrava das paixões. O equilíbrio reflexivo de
Rawls assume a possibilidade de deliberação moral, e a situação de fala ideal de
Habermas permite a deliberação sobre fins e meios. Apesar de suas diferenças,
ambos concordam que a escolha política, para ser legítima, deve ser o resultado
da deliberação sobre fins entre agentes livres, iguais e racionais.

Reconhecendo explicitamente a grande importância desse debate


para as ciências sociais atuais, Elster se coloca cada vez mais
um contexto intelectual dialógico, contribuindo para a abertura do
teoria da escolha racional com contribuições relevantes:

2. Elster, J. (2001), The Deliberative Democracy, p, 13, Barcelona, Gedisa (po em 1998).

121
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a) Em sua concepção, introduz a ação regulada normativamente, caracterizada por

sua falta de orientação para as consequências esperadas. Para explicar as ações de

um Homo sociologicus, são necessários dois tipos de ações: estratégicas e normativas.

A primeira é racional, a segunda é emocional e irracional.

b) Incorpora a intersubjetividade na ação racional através da negociação regulada

normativamente para que vários indivíduos

coordenar sua ação negocial.

Habermas diz que Elster tem o mérito, em relação a outras concepções da teoria

da escolha racional, de eliminar sua restrição à ação estratégica própria do Homo

economicus ou, em outras palavras, de dar uma explicação sociológica ao grande número

de honestidade e senso de deveres que existem no mundo real.

3.3.5. emoções

Para Elster, o estudo das emoções deve ser interdisciplinar e também afeta a sociologia.

As ciências naturais estudam as causas próximas (neurobiologia) e últimas (biologia

evolutiva) das emoções. A psicologia, a sociologia e a antropologia estudam as causas

das emoções sociais, enquanto a economia considera

seus efeitos sobre as transações econômicas. Nas humanidades,

destaca as contribuições de moralistas e romancistas e dramaturgos.

Elster distingue entre emoções (emoções que ocorrem) e disposições

emoções. Não é o mesmo que uma pessoa estar com raiva

ou que é irascível; o primeiro refere-se a uma emoção efetiva

Bem, a segunda coisa é uma disposição emocional.

A neurobiologia é a disciplina que mais tem lidado com as emoções como variáveis

dependentes. Os dois tipos de causas das emoções são percepções e crenças (crenças).

As percepções são os principais gatilhos para as emoções básicas, dentre as quais ele

considera o desejo sexual e as emoções parentais. Nos seres humanos, animais

formadores de crenças,

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estas são uma causa alternativa e muitas vezes a origem mais importante de
emoções complexas, como as causadas por aquelas ligadas à música e à
pintura.
Se olharmos para as emoções como variáveis independentes,
estudaram principalmente seus efeitos sobre a racionalidade, a definição
definida como a escolha instrumentalmente eficiente de meios

para atingir um determinado fim. Por um lado, as emoções podem ser


importantes na definição dos fins do agente, embora ao mesmo tempo
possam criar dificuldades na escolha dos melhores meios para atingir esse
fim: decisões precipitadas e estreitamento do foco de atenção a apenas
algumas das possibilidades.
As explicações evolutivas podem explicar as emoções
básicos, mas não os complexos: por exemplo, autoengano ou tenacidade
tendência a pensar o pior (como Otelo com Desdêmona). Os benefícios de
emoções como o ciúme quando se trata de matar não apenas o rival, mas
também o ente querido não são claros. O mesmo acontece com a inveja, a
vingança ou o amor que dura anos sem ser correspondido.

Esta é uma das observações ligadas à crítica de Elster aos teóricos da


escolha racional, que procuram explicar
caracterize todo comportamento como maximização de utilidade. O autor

Ele considera que eles incorrem no mesmo erro em que caiu a sociologia
funcionalista: todos os comportamentos foram benéficos ou funcionais para
alguém ou alguma coisa. Hoje, esses teóricos da escolha racional o fazem: o
vício é racional, o suicídio é racional, ir à igreja é racional, a vingança é
racional.
O frequentemente considerado principal autor da teoria da escolha
racional é hoje o primeiro crítico de algumas concepções que lhe são
atribuídas. Hoje ele está aberto a novos temas e perspectivas que enriquecem
suas contribuições. E a julgar por seus projetos futuros, essa perspectiva
continuará se expandindo e enriquecendo.
Nas disposições emocionais não foi feita tanta distinção.
relação entre efeitos e causas. Até agora, predominaram as explicações
funcionais: elas existem por causa de seu efeito benéfico sobre
sociedade.

123
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LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Elster, J. (2000), Alchemies of the mind. Racionalidade e emoções, Bar

celona, Roure (po em 1999).

Muitos especialistas da Elster estarão ansiosos para ver suas porcas e torques aqui.

nillos. Há três razões convincentes pelas quais esse não é o caso. a versão clássica
desse livro significou uma grande contribuição na época, que agora já
foi substituído pelo mesmo autor. Suas contribuições posteriores
estão contidas naquela que até hoje é sua grande obra: Alquimias de
mente. Ele já escreveu cem páginas do que será em poucos
anos a nova versão do Nuts and bolts, melhor e mais atual que o
que conhecemos hoje

Alquimias da Mente é a obra fundamental sobre um assunto tão importante.


e pouco trabalhado em sua abordagem social: as emoções. o parceiro
logia precisa analisar seu papel na vida mental e na geração de
conduta. Alguns alunos ficarão surpresos ao descobrir em
um trabalho sociológico um tratamento rigoroso de emoções como
inveja e amor e seu papel fundamental na sociedade, nas instituições
e nos relacionamentos.

OUTROS LIVROS

O trabalho de Elster está passando por uma evolução positiva para


abordagens mais dialógicas. Assim, consideramos que é melhor
concentre-se nos livros depois de Nuts and Bolts. De três
recentes compilações destacamos a Democracia Deliberativa, com contri
que giram em torno de temas derivados do debate de Habermas
Rawls. Sobre as Paixões. Emoção, dependência e comportamento
humana (Barcelona, Paidós, 2001), trata brevemente e revela
alguns temas-chave sobre as emoções. Em Ulysses Unbound
retrabalha e expande seu livro anterior Ulises y las sereias.

124
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DEBATES

o dilema da loteria

Dois amigos, Jorge e Javier, costumavam jogar na loteria, embora

ninguém sabia que eles fizeram isso juntos. Um dia eles ganharam o prêmio

especial (quinhentos milhões de pesetas), mas, como nenhum dos

dois foram procurar o décimo, foi depositado nas mãos de

um juiz que, separadamente, explicou a ambos as condições para cobrar

o prêmio, acrescentando que não se veriam ou se falariam antes de dar

a resposta.

Estas foram as condições para cada um igualmente: você vai coletar o qui

Centenas de milhões se você responder que eram só seus e o outro disser que eram

metade; receberá duzentos e cinquenta milhões se declarar que foram

meias e o outro também; você vai embolsar cento e vinte e cinco milhões se

você diz que tudo era seu e o outro também afirma que era dele. e você o que

você dará de nada se declarar que foram metade e o outro disser que foram apenas

seu.
Tanto Jorge quanto Javier decidem separadamente, sem coordenação;

Sabem que seria mais estratégico, para cada um deles, responder: «A

prêmio é só meu." No entanto, nenhum afirma que o décimo foi

apenas seu ou do outro; a resposta é unânime: «Jogamos a meio,

como sempre. A explicação: somos amigos muito acima do que

Eu quero egoísmo."

Agora é a sua vez. O que você acha? Você faria o mesmo? Solidariedade, amigos

tad, amor... Eles existem acima de "interesses" individualistas?

3.4. Teoria da Ação Comunicativa

CONTEXTO

No final do século XX e início do XXI, os atores sociais e a comunidade científica

as ciências sociais têm vindo a redefinir o seu papel na nova sociedade da informação

macional. Não estamos assistindo ao fim da história, mas ao surgimento contínuo

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de novos movimentos, grupos e organizações, que tentam mudar


uma parte da realidade e/ou influenciar a transformação do conjunto de
a sociedade. Mesmo cada pessoa quer ser sua própria "agência humana"
na», pretende construir a sua própria autobiografia. Cada vez mais, os movimentos
Os movimentos não mais se propõem a atingir seus objetivos destruindo o
grupos adversários, mas sim buscar criar condições para o diálogo
logotipo que incluem a solução dos problemas que eles levantam.

Ao contrário das profecias que anunciam o fim da "methana


narrativas”, as teorias globais são aquelas que alcançam maior influência
as ciências sociais. Essas teorias tentam explicar e encorajar que
dinâmicas de busca e realização progressiva do diálogo social. Neste
maneira, não é surpreendente que a teoria da ação comunicativa seja a
principal referência que temos na sociologia e que inspira grande parte
de seus elementos ao restante das teorias sociológicas contemporâneas.

Habermas é o sociólogo mais referenciado atualmente nas ciências


sociais e, se levarmos em conta autores de outras épocas, ele é apenas
atrás de Weber. Sua teoria da ação comunicativa cresce em
influência em um mundo onde os defensores superficiais da pena
pensamento fraco havia profetizado o fim das teorias explicativas
da sociedade. A contribuição de Habermas é um exemplo claro de
como a sociologia faz teorias gerais da sociedade. O livro
A Teoria da Ação Comunicativa é a principal obra sociológica de um
intelectual que se destaca também nos domínios da filosofia e do
direito, com contribuições como sua crítica aos pós-modernistas (O
discurso filosófico da modernidade) e seu tratado sobre direito e
democracia (Facticidade e validade).
Vamos nos debruçar sobre a obra sociológica de Haber mas, de
modo que sirva tanto como abordagem sintética da teoria da ação
comunicativa quanto como guia para sua leitura. O estudo do livro é
bastante difícil; no entanto, o resultado desse esforço também é muito
útil devido à revisão aprofundada das contribuições mais relevantes da
teoria sociológica clássica e contemporânea; Eles são

126
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suas contribuições para a elaboração de uma teoria explicativa


do mundo atual.

3.4.1. Conceitos básicos


da teoria da ação comunicativa

Nas primeiras 196 páginas do volume I da edição espanhola de A


Teoria da Ação Comunicativa, Habermas desenvolve
os conceitos básicos de sua teoria, que agrupamos aqui em sete pontos:

3.4.1.1. Racionalidade instrumental e comunicativa

Com as revoluções democráticas como a norte-americana e a francesa,


a humanidade decidiu se orientar; Deus não era mais a fonte de poder
para um rei, mas era o povo que votava para presidente de estado ou,
pelo menos, de governo. Para ser autodirigida, a sociedade teve que
se conhecer e desenvolver as ciências sociais como meio de fazê-lo.
Mas em períodos de crise há rebeliões contra esse processo; a última,
uma das mais virulentas, ocorreu na década de 1970, com o
pensamento pós-estruturalista questionando tanto a democracia
conquistada pela sociedade moderna quanto a racionalidade que
buscava entendê-la e transformá-la. Habermas saiu em defesa da
racionalidade analisando as causas de sua crise e fornecendo
elementos para uma nova saída. A chave era sua definição de
racionalidade e sua distinção entre racionalidade instrumental e
comunicativa.
A racionalidade, para Habermas, tem menos a ver com o
conhecimento e sua aquisição do que com o uso que dele fazem os
sujeitos capazes de linguagem e ação. São os sujeitos que criam e
utilizam a racionalidade, que não é uma realidade objetiva que nos é
imposta de forma determinista sem nos deixar espaço para ação.

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—Na racionalidade instrumental, os sujeitos fazem um uso instrumental do

conhecimento: eles estabelecem metas e tentam alcançá-las em um mundo objetivo.

Durante a industrialização, os sistemas ligados ao Estado e ao

A empresa fez com que muitos, como Weber, considerassem irreversível o passo para

uma crescente burocratização, com o consequente aniquilamento dos súditos. De fato,

o funcionamento racional da sociedade democrática havia sido colonizado por sua

dimensão.

música instrumental. Nos sistemas hospitalares que as pessoas

havíamos criado para curar, as burocracias que controlam

seu corpo, a ponto de causar trabalho de parto para que o médico

co correspondente está fora do fim de semana. A mesma coisa aconteceu em

escola, empresa ou partido político.

— Na racionalidade comunicativa, o conhecimento é uma compreensão

que nos fornece tanto o mundo objetivo quanto o intersujeito


tividade do contexto em que a ação ocorre.

Da crítica da colonização instrumental pode-se sair, basicamente, de duas maneiras.

A primeira é destruir a racionalidade, o que implica atacar também a democracia e a

ciência social construída sobre seus fundamentos. A segunda é dar a ele o sen

significado original da modernidade como um entendimento: quem é votado pelos

cidadãos deve governar, o hospital deve funcionar como convenhamos que deve

funcionar, e a sociologia deve cumprir as tarefas que a sociedade democrática lhe confia,

incluindo apresentar argumentos convincentes do verdades que afirma descobrir.

3.4.1.2. teoria da argumentação

Se a racionalidade comunicativa é a compreensão, o estudo é necessário.

determinar as condições que nos permitem chegar a um consenso racional

nal. Essa necessidade leva aos conceitos de argumento e argumentação.

128
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—Argumentos são feitos de enunciados problemáticos (conclusões) que

carregam consigo reivindicações de validade e as razões para torná-los duvidosos.

Por exemplo, no debate sobre o impacto político e social de Heidegger (questão

problemática), afirma-se uma pretensão de verdade (esse autor era nazista) e

fundamentam-se (fotos em que ele está em lugar privilegiado em um congresso

nazista e citações de seus escritos onde ele proclama a natureza nazista de seu

trabalho). Esta afirmação é suscetível de falsificação se novas citações forem

apresentadas sobre a natureza democrática ou igualitária de seu trabalho, ou se

forem fornecidas evidências de como ele foi forçado a participar daquele congresso.

—Argumentação é o tipo de discurso onde os participantes dão

argumentos para desenvolver ou desafiar reivindicações de validade

que se tornaram duvidosos.

Já mencionamos como na sociedade atual cobra-se mais

significando tanto a ideia de racionalidade e o uso do conhecimento pelos sujeitos,

quanto a concepção comunicativa que vincula a racionalidade ao entendimento.

Investigações sociológicas sérias afirmam que o diálogo, a contribuição de

argumentos e a ação do

Os sujeitos sociais estão entrando, a cada dia, em mais áreas da vida social. Anos

atrás, na maioria dos lares, o chefe da família ligava o canal de televisão que queria.

Agora o programa para estar conectado é mais debatido, embora sempre haja quem

prefira controlar o controle remoto e economizar convencendo os outros.

Essa mudança de cenário está relacionada à ação de sujeitos sociais que, assim

como os movimentos de mulheres, estão transformando


fazer à sociedade.

3.4.1.3. Reivindicações de validade e reivindicações de poder

É possível fingir que algo é considerado bom ou verdadeiro, seja impondo-o pela

força, seja querendo entrar em um diálogo onde os argumentos dos outros

129
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Eles podem levá-lo a corrigir. No primeiro caso, estamos diante de uma


pretensão de poder e, no segundo, de uma pretensão de validade.
Quando as reivindicações de poder expiram, o argumento se aplica.
mento de força; quando as reivindicações de vali rompem
tenso, a força dos argumentos prevalece (Habermas usa este
expressão: "coerção sem coerção do melhor argumento").
Essa diferenciação entre reivindicações de validade e poder
permite distinguir o que é bom e verdadeiro do que não é. Por exemplo,
concordar livremente em ter um relacionamento sexual ou não é bom
porque é baseado em reivindicações de validade, enquanto o estupro
é ruim porque é baseado em reivindicações de poder. Os escritores
pós-estruturalistas não diferenciam validade e poder: tanto a liberdade
sexual quanto o estupro são igualmente gerados pelo poder e, portanto,
nenhum deles é bom ou ruim.
ela teve.

Outro exemplo: a afirmação de que houve um holocausto nazista é


verdadeira porque se baseia em afirmações de validade demonstradas
pelas ciências sociais. No entanto, para os pós-estruturalistas essa
afirmação não é nem mais nem menos verdadeira do que seu oposto,
já que ambos são gerados pelo poder. O testemunho de um ex-
prisioneiro sobre a existência do Holocausto ou a pesquisa de um
historiador que o comprove são interpretações não mais verdadeiras,
mas diferentes, do que a de um exterminador do mesmo campo que
diz que os chuveiros não eram para gaseando judeus ou ciganos, mas
para eles se lavarem. Ambas as interpretações se impõem ou não
como verdadeiras dependendo do poder: como os aliados venceram,
essa verdade se impõe como a primeira; se os nazistas tivessem
vencido, teria sido o contrário. Esse erro levou o pós-estruturalista
Derrida e seu ex-amigo nazista De Man a criar o desconstrucionismo,
que tenta desconstruir (destruir) as ciências sociais afirmando que suas
verdades comprovadas são meras interpretações, meras narrativas.

Habermas construiu uma classificação em cinco tipos de


reivindicações de validade, cada uma com sua própria forma de argumentação:

130
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reivindicações Caminhos para

de validade argumentação

Afirmações de verdade (cognitivo-instrumental) discurso teórico

Reivindicações de retidão (prático-moral) discurso prático

Adequação dos padrões de valor (avaliativo) Crítica estética

Sinceridade das expressões (expressiva) crítica terapêutica

Inteligibilidade dos produtos simbólicos Discurso explicativo

Embora todos sejam importantes, vamos nos limitar aos três principais, tanto na

obra de Habermas quanto na de outros sociólogos: verdade, retidão e padrões de

valor. Eles coincidem, grosso modo, com as três esferas de valor de Weber: ciência e

tecnologia, direito e moralidade e arte e crítica de arte.

Para os dois primeiros, Habermas estabelece os discursos como formas de

argumentação; para o terceiro designa, ao contrário, a crítica. A diferença entre

discurso e crítica é que, no primeiro, os argumentos são apresentados com a intenção

de convencer um público universal. Nos campos da ciência e da moral, é necessário

chegar a um consenso sobre coisas que são verdadeiras ou falsas e outras que são

boas ou más; Por exemplo, temos que concordar se é verdade que os antibióticos

matam as bactérias e se a violação deve ser permitida ou penalizada.

lação. Pelo contrário, no campo da estética não é necessário

concordam com os mesmos padrões de valor: a mesma pintura

podem estar sujeitas a avaliações muito desiguais, sem que isso implique

a necessidade de chegar a um acordo sobre isso.

Quando a história diz que os campos de concentração nazistas existiram, ela

quer que isso seja considerado verdadeiro e se alguém diz que é falso, eles fornecem

evidências para sua afirmação. Embora possa parecer inacreditável, o neo-historicismo

relançado por Nolte na Alemanha em 1986 nega essa existência e , de forma menos

séria, autores
pessoas famosas como Baudrillard fazem sucesso com livros como o intitulado La

A guerra do Golfo não existiu. Nenhuma ciência pode sobreviver sem enfrentar esse

relativismo cognitivo.

131
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Quando a sociedade determina que o estupro é errado, eles fingem

fazer com que todos aceitem esse critério e o pune como uma ofensa sexual sabendo

que não conseguiu essa aceitação

em todas as pessoas. Embora pareça estranho, existem autores famosos

que acreditam que o estupro não é nem melhor nem pior do que a relação sexual

sexualidade decidida livremente: ambos são criados pelo poder. Em seu livro Fac
ticidade e validade, Habermas chama de "poder comunicativo" o

a necessidade de deter pela força aqueles que violam os acordos democráticos, como a

liberdade sexual das pessoas.

3.4.1.4. Compreensão mítica e compreensão moderna do mundo

O questionamento da modernidade leva a considerar a racionalidade

como outra forma de conhecimento do mundo. disso

relativismo, a forma racional de conhecimento não é superior à mágica; Em todo caso,

seria a forma adequada de saber que foi imposta no Ocidente. Se assim fosse, não

haveria verdades universais e, portanto, não haveria ciência.

Habermas, ao contrário, afirma que a substituição das explicações míticas pelas

modernas ocorre, em maior ou menor grau, em todas as culturas. Mesmo Malinowski,

enfatiza Habermas, reconhece que a mentalidade primitiva recorre a práticas mágicas

quando
quando ele percebe a insuficiência de seu conhecimento.

A sociedade ocidental desenvolveu, mais do que outras, a

compreensão moderna, mas distorceu a racionalidade ao centralizá-la

nos aspectos cognitivo-instrumentais. estruturas universais

de racionalidade tem que ser o resultado da interação entre

todas as culturas, com seus processos particulares de compreensão

mundo moderno. Portanto, as reivindicações de verdade

pode e deve buscar a aceitação universal, estando aberto


à sua modificação ou retificação em seu contato com outras culturas.

A sociologia nasceu no ocidente, mas hoje já é uma ciência

universal. As conclusões a que chegamos em nossas investigações afirmam ser

universais. Se descobrirmos em

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Na Catalunha existe uma correlação entre classes sociais e gostos


musicais, devemos tentar verificar se ela também ocorre em outras sociedades.
Se virmos que também é assim em culturas muito diferentes, concluiremos
que ocorre universalmente. No entanto, devemos estar atentos (como
disse Popper) à falsificação dessa conclusão, o que aconteceria se uma
nova investigação em outra sociedade mostrasse que ela não é verdadeira.
dessa correlação.

3.4.1.5. Quatro tipos de ações: teleológicas, reguladas


por regras, dramatúrgico e comunicativo

Estabelecido a necessidade e possibilidade de compreensão racional de


mundo e o desenvolvimento das ciências sociais, Habermas aborda
como se dá essa compreensão nos diferentes tipos de ação elaborados
pelas ciências sociais. Ele primeiro os define (Seção 3.4.1.5), depois
examina suas concepções de linguagem (Seção 3.4.1.6) e, finalmente,
explica seu impacto na compreensão nas ciências sociais (Seção 3.4.1.7).

• Na ação teleológica, um ator escolhe os melhores meios


para atingir um fim. O conceito-chave é a decisão, entre diferentes
cursos alternativos de ação, em um mundo que se apresenta a nós
como alvo. Desde Aristóteles, essa concepção tem estado no centro da
filosofia da ação. A ação estratégica é uma modalidade teleológica onde
cada ator leva em conta, em seu cálculo, suas expectativas sobre as
decisões que outras pessoas irão tomar.
Essa modalidade é encontrada na teoria da decisão e na teoria dos
jogos em economia, sociologia e psicologia social. Max Weber construiu
para a ação teleológica o tipo ideal de ação racional segundo objetivos e
estabeleceu, para a interpretação das ações racionais, o critério de
correção objetiva. Um exemplo de ação
teleológico seria fazer um anúncio com a intenção de aumentar as
vendas; a modalidade estratégica reflete-se perfeitamente no jogo de
xadrez.

133
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• Na ação regulada por normas, os membros de um grupo


orientar suas ações de acordo com padrões comuns. O conceito-chave
é a observância da norma em um mundo social. Essa concepção foi
desenvolvida na teoria sociológica por Durkheim e Parsons. Você
participa de uma ação normativa quando age de acordo com as normas
estabelecidas pelo grupo ao qual pertence. Um exemplo é a roupa: você
sai com roupa, mesmo que esteja muito calor, porque é isso que todos
os integrantes do grupo esperam.
Você e seu grupo social internalizaram essa expectativa.
• Na ação dramatúrgica, os participantes atuam em uma interação
onde uns constituem o público dos outros.
Cada pessoa apresenta ao seu público uma determinada imagem. O
conceito-chave é a auto-atuação em um mundo subjetivo, um aspecto
bem desenvolvido por Goffman na teoria sociológica. UMA
exemplo do desenvolvimento de uma ação dramatúrgica estaria em par
Tornar o preso mais integrado na prisão para facilitar os planos de fuga.

• Na ação comunicativa, a interação ocorre entre os sujeitos


capaz de linguagem e ação. O conceito-chave é a interpretação,
entendida como a negociação de definições susceptíveis de consenso.
Os mundos objetivo, social e subjetivo são construídos pela
intersubjetividade. Antes de Habermas, Mead e Garfinkel desenvolveram
aspectos dessa ação nas ciências sociais.
Vejamos um exemplo gráfico: Juan e Paula se encontram para sair
no sábado à noite; Para Juan, o importante é que eles decidam ir ver o
filme que ele precisa para fazer um trabalho, e ele não se importa se
Paula vai gostar ou não; estamos diante de uma ação teleológica. Laura
e Óscar também ficaram; ambos acham que o importante é estar bem
juntos e fazer algo que seja interessante para ambos; estamos diante
de uma ação comunicativa. Só quem nunca teve a atitude de Laura e
Óscar pode afirmar que a ação comunicativa é uma utopia irrealizável.

134
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3.4.1.6. Concepções de linguagem nos quatro tipos de ações

—Na ação teleológica, a linguagem é concebida como


metade mais.

—Na ação normativa, a linguagem é um transmissor de valores e


Portador de consenso. As relações interpessoais são estabelecidas.
—Na ação dramatúrgica, a linguagem é o meio onde ocorre a encenação.
Há expressão de experiências.
—Somente no modelo comunicativo da ação a linguagem é proposta como
um meio de compreensão sem mais delongas que coordena a ação. Dessa
forma, o problema da racionalidade passa do cientista social para os agentes:
as operações de compreensão do observador científico se conectam com a
hermenêutica natural da prática comunicativa cotidiana. Ou seja, o que eles
interpretam a partir de sua ação de ir ao cinema Oscar e Laura se conecta com
a interpretação
dessa ação que um pesquisador de preferências pode fazer
cinematográficas.

3.4.1.7. Entendimento nas ciencias sociais

Nas ações teleológicas, normativas e dramatúrgicas, é possível uma


julgamento objetivo; suas categorias garantem uma lacuna metodologicamente
relevante entre o plano de interpretação da ação e o da ação interpretada. No
exemplo acima, é possível que Juan diga que todas as críticas o consideram um
filme extraordinário sem ter lido nenhum. Nesse caso, há um distanciamento
entre a linguagem utilizada por Juan e Paula e a da interpretação científica da
ação. Paula pode acreditar que eles vão ver aquele filme porque Juan gostou
das críticas, e o pesquisador deve ir além do bom senso ao revelar que, na
verdade, eles estão fazendo isso por um interesse muito diferente.

Ao contrário, na ação comunicativa a interação depende, desde o seu


início, de os participantes poderem chegar a um acordo sobre um julgamento
intersubjetivamente válido de suas relações.

135
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com o mundo. Quando descrevemos o comportamento em termos de ação


comunicativa, nossos pressupostos ontológicos não são mais complexos do
que aqueles atribuídos ao ator; sujeitos que agem comunicativamente são
capazes de criticar uns aos outros. Assim, os observadores perdem nossa
posição privilegiada; as mesmas estruturas que tornam a compreensão possível
também fornecem a possibilidade de autocontrole reflexivo do processo de
compreensão. A questão de como as experiências comunicativas são
transformadas em dados não pode mais ser reduzida a um programa de
técnicas de comunicação. Seguindo o outro exemplo, Óscar e Laura coordenam
sua ação comunicando-se com a linguagem; são eles que contribuem com seu
significado. A pessoa que atua como observador sociológico e quer estudar
aquela ação precisa se conectar com aquela prática comunicativa, ao invés de
omiti-la e considerá-la senso comum

científico.

DEBATE

A teoria da ação comunicativa é útil?

Juan: Habermas baseia toda a sua teoria na comunicação, mas sua

forma de comunicação deixa muito a desejar; pelo menos para mim, isso me fez

Tem sido um império entender o que li dos dois volumes de O

Teoria da Ação Comunicativa.

Paula: É verdade; no entanto, depois de trabalhar um capítulo de

seu livro, fica muito mais fácil para você entender outros livros de diferentes

autores porque você adquire profundidade.

Luis: Eu acho um certo tom utópico nisso. o que vamos

compreensão através do diálogo me parece mais um romance de rosas do que um

Teoria científica. Eu reconheço como você valoriza a importância dos sistemas

mais, embora seja muito otimista com os assuntos: é muito bom conversar

na força dos argumentos, mas muito irreal. em uma mesa de

As negociações comandam o poder, não os argumentos.

Paula: Comigo acontece o contrário. Se vejo algum problema é porque

as limitações impostas aos sujeitos. Criamos os sistemas e

podemos mudá-los se quisermos.

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Gregorio: Habermas une ciência e esperança; desenvolve todo o seu


teoria, desfiando aos poucos os autores mais importantes, desde
que reúne suas contribuições fundamentais, até elaborar uma teoria
ciência que serve perfeitamente para entender o mundo atual. Y
a isso acrescenta uma dose de sonhos, utopias e esperança. E porque não?

Eva: Você não é tão ingênuo a ponto de pensar que, em uma mesa de
negociações, todas as pessoas e grupos têm o mesmo peso; mas
Ele acredita em divergências que geram novos consensos, mais igualitários.
Além disso, existe outra solução melhor do que argumentos? Porque a mim
Só consigo pensar em duas: força ou argumento. eu escolho o argumento
como Habermas. Por outro lado, acho muito bom que você veja o
força que os sistemas têm, porque essa é a realidade. Quanto mais
real e científica a teoria, mais ela permite que você sonhe. E os sujeitos, por
transformar e nos transformar, precisamos de utopias que nos emocionem.

3.4.2. Reelaboração comunicativa da teoria sociológica

Depois de expor os conceitos básicos da teoria da ação comunicativa, Habermas

enumera as sete seções de sua reelaboração comunicativa das abordagens sociológicas

da racionalização. Essas seções são desenvolvidas no restante do primeiro volume e ao

longo do segundo.

3.4.2.1. teoria weberiana da racionalização

A teoria weberiana da racionalização refere-se a:

a) A mudança estrutural das imagens religiosas do mundo e do potencial cognitivo

das esferas diferenciadas de valor, que são a ciência, a moral e a arte.

b) O padrão seletivo a que obedece a modernização capitalista.

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a) Weber chama de racionalização qualquer expansão tanto do


conhecimento empírico e da capacidade de prever quanto do domínio
instrumental e organizacional dos processos empíricos. Mede a racionalização
das imagens do mundo pelo seu grau de superação do pensamento mágico.
As estruturas de consciência típicas de
sociedades modernas nascem da racionalização cultural que
produz uma diferenciação de três esferas de valor (ciência, moral e arte),
cada uma com sua própria lógica. Essa separação produz uma perda de
sentido: a razão é dissociada em uma pluralidade de esferas de valor,
destruindo a universalidade (antes, o bom, o verdadeiro e o belo eram
buscados ao mesmo tempo). Gera-se também um desencanto: separa-se o
que é normativamente válido do que é empiricamente válido.
dado.

b) Assim como Marx, Weber entende a modernização da sociedade


como um processo onde a empresa capitalista e o
estado moderno. Portanto, ele estuda a racionalização social em referência
referência à racionalidade segundo os fins da gestão econômica e da ação
administrativa; constrói, para a ação teleológica, o tipo ideal de ação racional
segundo fins e estabelece correção objetiva para a interpretação das ações
racionais
como critério de racionalidade.

DEBATE

O bom, o verdadeiro e o belo

Eva: Para mim, essa perda de sentido e desencanto me surpreende.


reminiscente da Vênus de Botticelli .

Luis: Não confunda peras com maçãs. o que eles têm que fazer
Habermas e Vênus?
Paula: Estou interessado em você explicar por que você faz isso
relação.

Eva: O Nascimento de Vênus de Botticelli representa a união entre


beleza, verdade e bondade, isto é, entre as três pretensões de validade
mais clássico. eu explico:

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—Beleza: Acho que mais do que palavras, é melhor que você se lembre do

pintura para ver porque ela representa a beleza.


— Verdadeiro: se você dividir a altura total de Vênus pela distância de sua

umbigo aos pés, então esta última distância entre aquela que vai de

seu umbigo na cabeça e assim por diante, você verá que ele sempre dá o

mesma quantidade (1.618), que é a proporção divina ou áurea. sim Vênus

ela era linda, ela também era "científica", e a ciência da época era a matemática.
mática.

— Bondade: Vênus nasce do mar, expressando que ela foi concebida

sem união carnal. A virtude era então compreendida como espiritualidade

destacada do material. Você sabe, a coisa do amor platônico que levou a

Petrarca para agradecer a sua amada por ignorá-lo, o que foi

seu amor é mais puro

Esta pintura foi pintada por Botticelli seguindo as instruções

do pedagogo Ficino para mostrar ao herdeiro dos Medici o que era

o renascimento. Cumprindo essas instruções, Ficino seguiu as instruções

cações dos Médici: dar uma alternativa ao poder então hegemó

exclusivo da Igreja medieval. O Renascimento representou uma união

entre as três pretensões de validade que a Igreja reunia em

forma divina: cidades versus feudos, razão versus irracionalismo,

ideal de pessoa culta versus ideal de heróis violentos.

Paula: Você quer dizer que hoje também estamos testemunhando uma vontade de

união humana entre essas pretensões de validade?

Eva: Weber viu o colapso da unidade entre eles como inevitável

com a consequente perda de sentido e desencanto. Quando o

verdades científico-tecnológicas dominantes provocam a exclusão do

maioria da humanidade e põem em perigo até mesmo a subsistência da

planeta, parece que não há mais união entre o que é verdadeiro e o que é bom, embora

difícil se emocionar e encontrar sentido no desenvolvimento dessas verdades

des. Hoje, pelo menos, as reivindicações de bondade e

verdade, mas com diferenças importantes em relação ao Renascimento. UMA

uma delas é que a unidade se recupera pela comunicação, pelo ser visto

verdadeiro e bom o que concordamos ser através do argumento


mentos.

139
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3.4.2.2. Teoria comunicativa em termos de pragmática formal

O que era importante para Weber era a atividade teleológica de um ator


solitário; seu ponto de referência era a consciência, não a interação (já
vimos na segunda parte como Schütz "desviou" Weber para a
fenomenologia).
Habermas reafirma a questão da racionalidade ao priorizar o
relacionamento interpessoal de pelo menos dois atores linguisticamente
competentes.
Para Weber, o ponto de referência da racionalização social
foi a disseminação da ação racional proposital e a transformação
formação das esferas de ação comunicativa em subsistemas de

esse tipo de ação.


Para Habermas, a chave está no potencial de racionalidade contido na
validade do discurso. Dessa forma, Habermas toma a teoria weberiana da
ação como ponto de partida para desenvolver uma teoria da ação
comunicativa em termos de pragma.
ética formal.

A perspectiva da ação comunicativa assume duas coisas:

1. A substituição da linguagem perlocucionária (através da


qual o falante busca causar um efeito em seu ouvinte) pelo ilocucionário
(quando o falante emite sempre com intenção comunicativa, ou seja, para
que o ouvinte entenda e aceite sua emissão).
Habermas toma de Austin o conceito de ilocucionário e perlocucionário
e o utiliza para esclarecer os propósitos do falante. Um exemplo do
perlocucionário pode ser encontrado em frases como "Você tem o olhar
mais interessante que eu já vi", que muitas vezes tem o objetivo de
provocar um efeito diferente do declarado. Na linguagem ilocucionária, o
agente realiza uma ação dizendo algo, fazendo
seus objetivos explícitos.

2. A substituição das pretensões de poder pelas de validade. A


linguagem ilocucionária sozinha não é suficiente, porque existem
expressões ilocucionárias muito diferentes; aqui exemplificamos dois:

140
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• "Se você não votar em mim, vou dar um golpe."

• «Proponho que votem em mim, mas aceitarei qualquer resultado que surja.»

Ambas as expressões são ilocucionárias, pois o falante emite com intenção

comunicativa em ambas. Porém, na primeira, ele explicita sua pretensão de poder e, na

segunda, sua pretensão de poder.


ção de validade.

3.4.2.3. Comunicação alternativa ao fracasso

da primeira teoria crítica

Luckács passou a ver a racionalização e a reificação como dois aspectos do mesmo

processo na sociedade capitalista. A reificação leva a considerar a pessoa como

mercadoria (como coisa) ao abstrair seu valor de troca. Segundo Luckács, a identificação

de Weber entre a racionalização social e a racionalização capitalista trouxera a

racionalização para a esfera da ciência e o irracionalismo para as outras duas esferas

(moral e estética). Por outro lado, em um sistema diferente daquele do mercado, onde

tudo não se reduz ao seu valor de troca, a reificação não ocorreria. A burocratização da

URSS contradizia um dos aspectos fundamentais dessa análise luckacsiana.

Adorno e Horkheimer radicalizaram a crítica de Luckács ao

reificação ao desvinculá-la do contexto histórico capitalista e extenso


Dando-o às relações humanas. Eles fizeram uma crítica da razão

instrumental como crítica da reificação. Horkheimer passou a ver o "eu" como o reduto

contra a racionalização: o espírito só pode controlar a natureza externa ao preço de sua

repressão.

interna.

Esta primeira teoria crítica falhou devido ao esgotamento do paradigma da filosofia

da consciência; a consciência que dá à ação um indivíduo, um sujeito (o que chamamos

de «ator solitário»), deve ser substituída por aquela que se constrói por meio da interação

linguística.

141
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A teoria crítica fez uso da teoria de Weber sobre

racionalização, mas não conseguiu superar os limites impostos pela filosofia da

consciência. No entanto, Habermas o faz substituindo

o paradigma teleológico para o comunicativo.

3.4.2.4. Sobre a lingüística do sagrado


à teoria da comunicação

O primeiro Durkheim (A divisão do trabalho social) considera a solidariedade orgânica

como consequência da divisão do trabalho.

No entanto, o último Durkheim (As Formas Elementares da Vida Religiosa) enfatiza como

na transição da solidariedade mecânica para a orgânica, o sagrado é substituído pelo

consenso e o consenso é linguístico (no prólogo da segunda edição de A divisão do

trabalho social também dá esta nova visão). Ocorre, assim, um processo de racionalização

que converte as potências míticas em deuses transcendentes e, finalmente, em ideias e

conceitos. A princípio, os deuses não são diferentes do universo; depois, intervêm apenas

intermitentemente; com o cristianismo, Deus sai definitivamente do espaço e não é deste

mundo; finalmente, a ciência aparece como uma necessidade de justificação racional.

Mead, embora não conclua pessoalmente esse processo, é o

autor principal (vimos na segunda parte) que estudou a passagem do

comunicação por gestos à comunicação por sinais e da comunicação

nicação por sinais de fala. Com o interacionismo, analisa a conversa por meio de gestos,

e por meio do interacionismo simbólico estuda


a conversação de signos ou símbolos.

Habermas procura explicar a dimensão da racionalização ligada à interação governada

por normas e mediada lingüisticamente. Com esse propósito, ele reúne a ideia de

linguisticização da
O sacro de Durkheim com o estudo da comunicação de Mead

humano como interação lingüística.

142
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3.4.2.5. Desacoplamento entre sistema e mundo da vida

Como outros teóricos sociológicos atuais, Habermas propõe uma concepção dual de

sociedade. Assim, superam-se as perspectivas anteriores que reduziam a realidade

social aos seus aspectos sistêmicos (o funcionalismo de Parsons, o estruturalismo de

Bourdieu ou o sistemismo de Luhmann) ou subjetivistas (a fenomenologia de Schütz ou

a etnometodologia de Garfinkel). Retrabalha de forma comunicativa o conceito

sociológico de Schütz sobre o mundo da vida para superar a ancoragem da teoria

weberiana da racionalização em categorias sistêmicas. Sua concepção combina

aspectos de Schütz com outros aspectos sistêmicos de Parsons em uma perspectiva

que

ela leva em conta tanto o sistema quanto o mundo da vida.

Schütz deu continuidade ao abrangente programa de sociologia de Weber,

adotando seu conceito de ação social. Como já examinamos na segunda parte, Weber

via na ação humana um sentido do sujeito ou sujeitos que a diferenciava do mero

comportamento reativo; Schütz o desenvolveu para o sentido subjetivo do ator (Parsons

o fez a partir do sentido que descobre o

cientista social).

Para realizar essa linha subjetiva, Schütz recorreu ao conceito de mundo da vida

e o reformulou com as contribuições de Weber (dando-lhe assim uma orientação

sociológica), ao mesmo tempo em que retoma da fenomenologia o papel da consciência.

Assim o caminho continuou: se a sociologia compreensiva se preocupasse em

interpretar a ação social, a sociologia fenomenológica tentaria interpretar as experiências

conscientes dos atores. Schütz critica as correntes da sociologia que não o fazem e

exemplifica: se você vê alguém abrindo uma porta, não precisa deduzir que ela mora

ali se você não perguntou antes (como faria um cientista social parsoniano); pode ser o

chaveiro tentando a chave ou um ator ensaiando uma peça. Se não as questionarmos,

podemos errar, o mesmo que acontece com as correntes das ciências sociais que

prescindem das experiências dos sujeitos.

143
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Do ponto de vista de Habermas, esta contribuição tem dois


grandes lacunas.
Em primeiro lugar, falta-lhe a perspectiva sistêmica, a outra
dimensão de sua dupla concepção de sociedade; para isso ele recorrerá
a Parsons, como veremos na próxima seção.
Em segundo lugar, o conceito de Schütz do mundo da vida
baseia-se mais na filosofia da consciência do que na interação linguística.

Já vimos como Schütz entrou em contato, nos EUA, com os atuais


interacionistas e passaram a propor um mundo de vida intersubjetivo.
Mas essa intersubjetividade não foi gerada linguisticamente, mas foi
um reflexo das experiências subjetivas de um ator solitário. Isso supôs
tal idealismo que levou seus alunos Berger e Luckman a dissolver sua
teoria da sociedade em uma sociologia do conhecimento, no ato
subjetivo da interpretação, sem levar suficientemente em conta a
globalidade dos processos de interação.
social.

3.4.2.6. Conexão da Teoria da Ação

com teoria de sistemas

As categorias sistêmicas de Parsons (e mais ainda as de Luhmann)


descrevem a sociedade como se o processo de burocratização descrito
por Weber já estivesse concluído e encerrado. Nessa perspectiva, a
racionalização é reduzida à estrutura da ação orientada para um
objetivo. Essa visão de mundo administrado, que aterrorizava Adorno, é
considerada trivial pela visão mais conservadora de
Luhmann.
Habermas recorre a essas categorias para desenvolver uma das
os dois aspectos de sua concepção dual: dinâmica sistêmica
das nossas sociedades. Mas retrabalhar essas categorias em uma
perspectiva comunicativa que inclui também o outro aspecto: o
mundos da vida, origem desses sistemas que agora tentam
colonizá-los.
144
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O embrião do sistema escolar universal está nas relações

educacional dentro da família e da aldeia. Mas a burocratização que esse


sistema sofreu na modernização capitalista o levou a colonizar aquelas
relações educativas cotidianas de onde surgiu; agora, meninas e meninos
desvalorizam a cultura da avó —que lhes prepara as melhores refeições—
porque não sabem ler.
Habermas se propõe a analisar ambos os aspectos, para que possamos
fornecer elementos para uma melhor relação entre o sistêmico e o cotidiano,
entre a escola, a família e a vizinhança, como já estão fazendo as melhores
experiências educacionais do mundo.
Na perspectiva de Habermas, a burocratização analisada por
Weber e extremo por Parsons e Luhmann torna-se coloni
sistémica do mundo da vida. Esse processo leva a algo tão
inevitável, como Adorno e Horkheimer viram, se a racionalização for
reduzida à razão instrumental e a ação permanecer teleológica. Porém, em
uma ação comunicativa, é possível o desencargo, a descolonização do
mundo da vida: essa é a tarefa
da teoria crítica atual.

3.4.2.7. Interpretação da modernidade e das tarefas


de uma teoria crítica da sociedade

Com os meios da teoria da ação comunicativa, uma teoria da


a modernização capitalista pode se comportar criticamente, tanto diante das
ciências sociais contemporâneas, quanto diante da realidade que essas
ciências tentam apreender.
Comporta-se criticamente diante da realidade das sociedades
desenvolvidas, pois não fazem uso do potencial de aprendizagem que
possuem culturalmente, enquanto se entregam a um aumento descontrolado
da complexidade sistêmica. Habermas contempla três meios de regulação
das relações sociais: o dinheiro, o poder e a solidariedade.

A teoria crítica se comporta criticamente diante da burocracia e do


mercado, propondo a abertura de novos espaços para
145
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desenvolvimento solidário. Isso significa, entre outras coisas, contribuir para o

reconhecimento e exercício universal dos direitos humanos à alimentação, saúde e

educação.

Ele se comporta criticamente em relação às abordagens do

ciências sociais, porque só se preocupam em transformar o

sistemas sociais complexos, sem levar em conta a infraestrutura comunicativa dos

mundos da vida. As perspectivas funcionalista, estruturalista ou sistêmica reduzem as

práticas comunicativas de nossa vida cotidiana a novos sistemas ou estruturas. A teoria

crítica dá a essas práticas o mesmo status dos sistemas que tentam colonizá-las.

Somente a partir dessa dupla concepção podem ser aportados elementos para uma

sociedade que está tentando se transformar.

Se em toda tentativa de solidariedade ou democracia vemos apenas novos sistemas

mas tentando perpetuar, estamos negando toda possibilidade de emancipação.

As estruturas de comunicação carregam um potencial emancipatório que atua

como contrapeso ao potencial autoritário dos meios sistêmicos de controle. De fato, os

imperativos sistêmicos colidem com a lógica das estruturas de comunicação. Assim,

gera-se um potencial de protesto em que, aos movimentos tradicionais de distribuição

de recursos (sindicatos), se juntam os novos movimentos de mudança da gramática dos

modos de vida (feminista ou ambientalista). A teoria da ação comunicativa explica

aquela evolução social que abre ao mundo contemporâneo um acesso privilegiado às

estruturas gerais de seu mundo de comunicação.

vida.

Só um grande equívoco pode levar alguns autores a negar que existam movimentos,

como o das mulheres, que estão transformando nossas vidas nas empresas, nas

universidades e até em nossas próprias casas. Toda sociologia deve saber analisar e

interpretar essas mudanças, o que significa também contribuir com elementos para

aprofundá-las... ou detê-las.

146
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LIVROS

Trabalho básico e recomendado

Habermas, J. (1987), Teoria da Ação Comunicativa. I. Racionalidade


de ação e racionalização social. II. Crítica da razão funcional
ele, Madrid, Touro (po en 1981).

Esta é a obra de teoria sociológica contemporânea mais referenciada


está acontecendo atualmente e, sem dúvida, a que mais influencia — e vai
influência - na sociologia do início do século XXI. Já em 1985, Giddens
previu essa enorme influência intelectual ao dizer que "não há dúvida de que
este livro representa uma contribuição formidável, e todos os que trabalham
estamos na teoria social, vamos usá-lo como um recurso anos depois de
a maior parte da literatura atual das ciências sociais foi esquecida.

Embora seja clara sua inclusão como obra básica, é mais duvidoso
eleve-o conforme recomendado, devido a sua grande dificuldade. No entanto, eu encorajo você

Nós encorajamos você a começar a lê-lo, mesmo que você tenha que fazê-lo em
grupo para poder debatê-lo e assimilá-lo. O esforço de leitura do TAC é
talvez dez vezes maior do que o necessário para outra das obras que
eles são mal lidos, mas a utilidade é talvez vinte vezes maior. dele com
não só inclui a explicação do TAC, mas também um exame
da teoria social clássica e contemporânea.

OUTROS LIVROS

Acreditamos que o TAC consolida a virada dialógica do trabalho, tendo


masiana, que já havia sido ancorado em alguns dos
deficiências da Escola de Frankfurt. Por este motivo, aconselhamos
livros posteriores a 1981. Quem quiser trabalhar a ação comunicativa
em uma versão curta e aplicada a um tema específico, tem Con
ciência moral e ação comunicativa (1983) ou a inclusão do outro
(mil novecentos e noventa e seis). Para quem prefere ler uma grande obra focada nas regras, o

política e direito devem ir para facticidade e validade. Sobre o direito e


O Estado Democrático de Direito em termos de Teoria do Discurso

(1992). Qualquer pessoa que deseje examinar seriamente uma análise crítica da literatura

posmoderna tem O discurso filosófico da modernidade (1985).

147
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3.5. A virada dialógica das ciências sociais

3.5.1. Sociedades dialógicas

As sociedades atuais são cada vez mais dialógicas. Se as industriais constituíram


o contexto material onde se desenvolveram as democracias políticas, as
sociedades da informação são o contexto simbólico onde o diálogo está a penetrar
nas relações sociais, desde a política internacional à convivência em casa. A
análise sociológica descobre transformações dialógicas em todas as áreas; É
possível que isso não ocorra em relação aos valores de quem faz a análise, mas
fica claro ao comparar as relações atuais com as que existiam nessas mesmas
áreas em tempos pré-modernos ou industriais. Esta análise também descobre
valores na sociedade que —cada vez mais— são mais dialógicos, bem como uma
correlação progressiva entre esses valores e as transformações dialógicas que
eles ajudam a promover.

Análises sociológicas descritivas mostram que o diálogo tem agora um papel


maior do que na sociedade industrial e ainda mais do que nas sociedades pré-
modernas. Antes das revoluções americana ou francesa, quem disse que o rei
governava, que tinha poder hereditário que emanava de Deus; agora, em um
número crescente de países, o chefe de governo e/ou de estado é eleito pelos
votos dos cidadãos. Na primeira metade do século XX, os casamentos eram
regidos pelos papéis tradicionalmente reservados aos diferentes gêneros e idades;
No século 21, um número crescente de casais discute e renegocia constantemente
as tarefas que cada um deve realizar.

Esse movimento dialógico tem limitações consideráveis, como podem ser


endossados pelos importantes grupos de poder que condicionam o voto ou pelas
muitas mulheres que sofrem relações impostas. Dentre os muros que impedem as
transformações dialógicas, podemos distinguir dois tipos: os tradicionais e os
sistêmicos.

As paredes tradicionais prevalecem em áreas que ainda não foram


transformadas pelo diálogo. Por exemplo, apesar da
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muitos debates a esse respeito, uma distribuição igualitária do trabalho


doméstico não está sendo alcançada; não houve sequer uma abordagem
geral para esse objetivo. Mas isso não significa que vamos para um mundo
menos dialógico, mas que a marcha até
obtê-lo é longo e difícil.
Ao contrário das tradicionais, as paredes sistêmicas não
eles questionam a perspectiva dialógica, porque são gerados pelos mesmos
sistemas criados para possibilitar o diálogo.
Por exemplo, as burocracias dos partidos políticos ou da mídia não são
resistências feudais que se entrincheiram para se defender de dinâmicas
dialógicas; muito pelo contrário, são realidades que cresceram como parte
das mesmas sociedades democráticas. Os partidos políticos que foram
criados para veicular o direito de voto e a participação cidadã sequestram
esse direito, por exemplo, através da imposição de listas fechadas, sempre
mais facilmente controladas pelos seus membros.

burocracias do que pelo eleitorado.

Esta natureza particular das paredes sistêmicas torna possível


que os antimodernos apresentam o diálogo como uma farsa. As
eleições seria, portanto, uma manipulação onde as pessoas acreditariam que eram
escolhendo quem governa, enquanto suas escolhas seriam controladas
remotamente pela mídia. O chamado ideal de liberdade levaria adolescentes
que tinham uma vida melhor antes do auge do mercado do turismo sexual
à prostituição.
comunidades.

A sociologia contemporânea se propõe a descrever essas


transformações dialógicas, bem como as propostas que contribuem para
encorajá-los ou impedi-los. Uma parte dessa tarefa é dedicada a responder
der, precisamente, às questões que se fazem destes
dinâmica. Não é difícil ouvir que são transformações que só
acontecem em uma pequena parte privilegiada do mundo, que, mais
que diálogo, o que há de conflito e desacordo, que por trás
que aparente democracia e diálogo o que há é a imposição do
poderes de sempre, que mesmo essas imposições são legitimadas
com aparências dialógicas.

149
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3.5.2. modernidade dialógica

Na modernidade tradicional, era típico o debate entre a liberdade de se vestir livremente e

a opressão de ter que andar com o rosto ou a cabeça cobertos. Na modernidade dialógica,

novas situações se abrem.

Um exemplo são as manifestações de estudantes em

Istambul, algumas de minissaia e outras de cabeça coberta, juntas reivindicam o direito

de se vestir como quiserem. já a opressão

Não está em um tipo de roupa ou outro, mas em como as pessoas são impedidas de

forçar o exercício desse direito. É o caso das universidades

Turcos que expulsam mulheres que decidem ir com suas cabeças


área coberta.

Na sociedade informacional, não são apenas as "realidades" que

propósitos dialógicos, mas também dialógicos: as diferenças entre pessoas e grupos, cada

vez mais, tentamos resolver através

através do diálogo e, se não nos deixam, afirmamos que é possível


faça isso.

Entre os objetivos dialógicos dos movimentos progressistas e as realidades práticas,

há uma grande distância. É verdade, mas esses objetivos e o esforço feito para alcançá-

los estão movendo realidades em direção a eles, mesmo que em um ritmo muito mais

lento do que o desejado por aqueles que lutam para alcançá-los. Esse distanciamento tem

servido para atacar as sociedades dialógicas, afirmando que são uma farsa onde o diálogo

não vai além da declaração de princípios que, na hora da verdade, ninguém presta

atenção. No entanto, e muito pelo contrário, é a prova de uma força humana que impulsiona

estas sociedades para caminhos mais dialógicos.

Tal força é a modernidade dialógica, um projeto que está estendendo o diálogo

igualitário a mais esferas sociais e que é compartilhado (com vários graus de aceitação)

por diferentes grupos.

poses e pessoas

Aqueles que queriam que a identidade da mulher ocidental fosse transmitida para o

mundo inteiro estavam no quadro de uma modernidade tradicional (destruindo a imposição

da identidade de muitos

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povos e culturas). As contradições e crises dessa perspectiva tradicional reorientaram

a modernidade para uma opção dialógica onde os valores norteadores das

transformações não emergiram do im

posição de algumas culturas ou povos sobre outros, mas dos acordos


dois entre eles.

A modernidade dialógica possibilita alcançar a igualdade das diferenças, possibilita

que pessoas diferentes convivam nos mesmos territórios e com direitos iguais que não

ferem, mas reforçam suas respectivas identidades. Nas referidas manifestações

Em Istambul, eles não enfrentaram pró-ocidentais de minissaia com

não pró-muçulmanos com a cabeça coberta, mas mulheres de diálogo

com diferentes opções culturais contra linha dura que usam o

argumento de força em vez de argumentos de força.

A mesma luta pelo diálogo perpassa hoje os partidos políticos, as salas de aula e

os lares. O que conseguimos está longe do que nos propusemos a fazer. Mas —

precisamente— essa tensão avança o diálogo. Quando conseguirmos o que propomos

hoje, essa distância vai continuar, porque aí já estaremos propondo objetivos ainda

mais democráticos e igualitários. É nisso que consiste a modernidade dialógica.

3.5.3. Teorías dialógicas

Sociedades dialógicas geram teorias dialógicas. A tampa da tarefa

A mentalidade das teorias sociológicas do século XXI é dupla:

—Por um lado, a análise dessas dinâmicas dialógicas do


sociedades.

—Por outro, descobrir a partir de quais fatores impulsionam


ou parar tal dinâmica.

Se o século XX assistiu a uma viragem linguística nas ciências sociais, o século XXI

vive uma virada dialógica. Uma ampla gama de tópicos está aberta para teorizar e

colocar em prática:

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—Quais são as características do diálogo igualitário.

—Quais fatores a promovem e quais a impedem.

—Como acordo e conflito, consenso e acordo estão relacionados


dissidência.

—Quais indicadores diferenciam o argumento da força e a força dos argumentos.

A sociologia faz parte da modernidade. Como diz Habermas, seu contexto social

foi criado pelos indivíduos e grupos que se levantaram contra as monarquias absolutas

e lutaram pelas democracias. E eles merecem mais do que sua rotulagem inconsciente.

Também foi criado por muitas mulheres que desafiaram as obrigações de se casar com

quem quer que seu pai ou suserano decidisse e decidissem por si mesmas a quem

queriam se juntar.

Das sociedades modernas, e como recurso de autogoverno, nasceu um

conhecimento científico de si mesmas, que é


estruturada na forma de diferentes ciências sociais. conforme analisado

Weber, essas sociedades se burocratizaram durante a industrialização

ção, chegando a tal ponto que a colonização sistêmica do

mundo da vida afetou a própria sociologia, que se concentrou mais

os sistemas e estruturas que nas ações dialógicas do

pessoas. O objeto de análise acabou contaminando a própria instituição

instrumento de observação e as ciências sociais foram excessivamente reduzidas à

análise de estruturas e sistemas, ignorando os mundos da vida, as pessoas.

A sociedade informacional gerou uma crise dessa burocratização, que se

intensifica no século XXI. As pessoas estão lutando para se libertar de nossos sequestros

sistêmicos e queremos decidir por nós mesmos; não apenas a quem nos juntamos, mas

também exigimos total liberdade de separação e total igualdade entre casamento

heterossexual e homossexual; Não nos conformamos com a democracia, lutamos por

uma legislação universal que persegue ditadores ou ex-ditadores de qualquer país.

Ações dialógicas são desenvolvidas em todas as esferas sociais,

muitas das paredes estruturais tradicionais. As empresas vão

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tornam-se dialógicos e exigem que as ciências sociais, que sustentam


com seus recursos, contribuam para essa dinâmica que desejam e já
estão empreendendo.
Para cumprir essa tarefa, a sociologia também deve passar por um
processo de descolonização no que diz respeito aos sistemas e
estruturas aos quais esteve ligada ao longo de sua história. Nas últimas
décadas do século XX, tem sido excessivamente lenta na sua conversão.
Temos algumas tristes evidências na demora em analisar com seriedade
a sociedade informacional em que se insere e, principalmente
te, no pequeno estudo das principais contribuições contemporâneas
linhas para a nossa disciplina: a teoria da ação comunicativa tem sido
lido diretamente por apenas uma pequena proporção de teóricos e
teóricos da sociologia.

3.5.4. pesquisa dialógica

Um número significativo de sociólogos e sociólogos se concentrou em


analisar as consequências não intencionais das ações humanas

ignorando as consequências que vão na mesma direção que


as intenções de quem as faz. Dessa forma, indivíduos e grupos são
descartados como "idiotas culturais", incapazes de entender por que
fazem as coisas e os efeitos que causam.
Somente os especialistas em ciências sociais têm acesso privilegiado
ao conhecimento "sagrado" das verdadeiras motivações e consequências
das ações humanas.
Já apontamos que as ações dialógicas foram criadas pelas pessoas
antes mesmo da existência da sociologia.
Aqueles que lideraram as transformações igualitárias que vivemos hoje
merecem um pouco mais de respeito do que sua desqualificação de
ignorantes.
Uma das grandes contribuições da sociologia consistiu em
demonstrar como grande parte das ações que dão origem a esses
resultados são fruto de muitas e diversas intenções que, em parte,
eles são diferentes e até contrários aos efeitos que causam. Mas
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outra das contribuições, a que mais devemos trabalhar no novo


século XX, é a análise da seguinte questão: a partir de quais fatores
pessoas e grupos se aproximam ou se afastam de seus
intenções?

A controvérsia entre sociologia descritiva e sociologia normativa


perde o sentido quando temos um conceito de descrição que inclui a
descrição (perdoe a redundância consciente) da normatividade dos
atores sociais que realizam as ações. Uma boa análise da discriminação
de gênero na educação em meados do século XIX deve incluir
"realidades descritivas", como a incapacidade das mulheres de estudar
na universidade, mas também deve incluir a descrição de "realidades
normativas", como grupos de mulheres que foram já lutando por esse
direito.
Pela mesma razão, uma boa análise sociológica da discriminação
educacional do povo cigano não pode prescindir de «realidades
descritivas» como a sua exclusão da universidade, mas também não
pode prescindir de «realidades normativas» como os esforços de
muitos ciganos e grupos e não ciganos para conseguir um exercício
igualitário de seu direito de estudar. Uma boa análise sociológica deve esclarecer o que
Quais desses esforços alcançam mais objetivos perseguidos e quais
menos. Desta forma, a sociologia dá uma contribuição aos indivíduos
e grupos sociais em seus esforços para melhorar continuamente
você suas condições de vida.

A tarefa da sociologia no século XXI não é melhorar a sociedade,


mas fornecer elementos de análise aos atores sociais (que são os que
a transformam por meio de suas ações). Seguindo este caminho, a
sociologia alcançará o devido reconhecimento social e passará a ser
uma prioridade em todas as agendas, permitindo aos sociólogos dedicar-
se a uma tarefa profissionalmente rigorosa e pessoalmente estimulante.
Esse é o nosso trabalho e o seu.

154
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DEBATES

Em cada uma das situações a seguir, uma pessoa está envolvida.

cada uma dessas quatro perspectivas: sociologia sistêmica (como Par

filhos), sociologia subjetiva (como Schütz), sociologia dialógica (como

Habermas) e anti-sociologia (como Foucault). Dentro da reflexão e

debate, tente adivinhar o nome de cada uma dessas posições em

cada situação.

Situación 1

A Instituição A considera encomendar um estudo sobre exclusão social.

Por isso, convoca uma reunião de profissionais, na qual

forma um aluno, que se desenvolve da seguinte forma:

Rosa: Na minha opinião, devemos primeiro concordar

qual será o conceito de exclusão com o qual vamos trabalhar.

Para defini-lo, proponho levar em conta a voz das pessoas implicadas.

quedas; Por exemplo, poderíamos propor uma investigação qualitativa

que pudessem caracterizá-lo, para que as conclusões fossem discutidas

Vamos rir, de novo, com os investigados. Por fim, faríamos

uma pesquisa para encontrar as dimensões quantitativas da exclusão

Sião. Desta forma, daríamos orientações que serviriam para

realizar um tipo de ação que tende a superar a

problema.

Encarna: Somos cientistas e cientistas sociais, e não ativistas.

Nossa tarefa é analisar objetivamente o problema, sem utopias ou vontades.

tarismos. Tampouco devemos misturar nossos estudos sociológicos

com as idéias subjetivas que as pessoas têm sobre sua situação. Quer dizer,

a coisa certa a fazer seria focar em uma boa definição do conceito e

passar à sua quantificação.

Felipe: Não me parece original fazer mais uma definição ou elaborar

Procure outros estudos qualitativos e/ou quantitativos sobre este tema. É

É melhor pensar nas razões pelas quais tomamos o

existência da exclusão, sem nos perguntarmos onde está

conceito, quem o criou e por quê. Por enquanto não sabemos

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não foi criado por pessoas rotuladas de excluídas, mas por políticos e
cientistas sociais que aumentam seu prestígio, currículo e renda
estudar essa população e nela intervir.
Aroa: Concordo com a Rosa, mas apenas em relação a qual deve
ser a opinião que devemos levar em conta, que não é outra senão a de
os assuntos envolvidos. São as pessoas que definem e transformam
as situações, e não as estruturas dos sistemas; o que eu não vejo é o
precisa adicionar pesquisas para descobrir as dimensões quantita
tivas. Obviamente, sou contra a proposta da Encarna, que
nega a importância das ideias das pessoas envolvidas, mas ainda
Entendo menos a do Felipe porque, segundo ele, não faríamos nada.

Situación 2

A instituição A decide realizar o estudo com a orientação que forneceu.


postagem rosa. Uma organização internacional quer fazer algo semelhante em
países diferentes. Em primeiro lugar, convoca um encontro de pesquisadores e
pesquisadores para avaliar o que já foi feito.

Mary. O estudo A confunde o espírito científico dos sociólogos e


sociólogos com o voluntarismo humanista de quem faz a reforma
sou social. As conclusões que sugerem uma avaliação mais
capacidades culturais e laborais de setores desfavorecidos
vêm de uma análise científica, mas do paternalismo social de quem
investigar. Os dados e suas interpretações são confusos porque não diferem
diferenciar claramente os conceitos dos pesquisadores e dos pesquisadores
gadores, a partir das visões dos investigados.

Lilian: Eu acho o contrário. Não podemos continuar a segurar o


ideia de que sociólogos e sociólogos são pessoas que estão prestes a
acima do bem e do mal. Também não somos neutros. No mínimo,
nos preocupamos com nosso prestígio e remuneração, com a continuidade
de nossas empresas de estudo ou para conquistar e manter empregos
na Administração ou na Universidade. Em vez de insistir no neutro

qualidade, como se fosse uma qualidade inata que temos (ou que nos dá a
título), devemos reconhecer que a objetividade é obtida através

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o contributo e o debate das razões que sustentam a nossa inter

interpretações.

Walter: É curioso que vários estudos mantenham conceitos

declarações diferentes e contraditórias sobre a chamada "exclusão". No entanto,

vemos que todos eles se apresentam como cientistas. em vez de se esconder

atrás da palavra "científico", que parece justificar tudo, porque

por que não reconhecemos que somos pessoas diferentes que vêm de diferentes

Você é contextos e perspectivas?; Será que os juros máximos o colocam

Dependemos de nossa visão ou teoria sobre o problema que está

prevalecer sobre o resto?

Peter. Se somos diferentes ou iguais, esse não é o problema. Eu sei

tente chegar a um acordo sobre o que fazer. e podemos fazer ciência

perfeitamente, mas considerando que as visões das pessoas

investigados não confundem, mas esclarecem as análises sociológicas. Não

questionar as capacidades culturais dos setores desfavorecidos

dois não é paternalismo social, mas reconhecer uma realidade como

Pinheiro. Sem que as pessoas opinem, não há sistemas nem análises 100%.

tificos que valem a pena

Situación 3

O governo está muito preocupado com o impacto dos resultados

do estúdio de Rose. Movimentos sociais e mídia

cação denunciam situações de exclusão, como o desemprego estrutural,

aumento de pessoas em situação de rua e de pessoas sem assistência médica

taxa adequada. O estado de bem-estar está em crise e já não basta!

tanto! Além disso, a extensão do estudo a diferentes países coloca a

governo em situação delicada em relação a outros governos europeus. Para

que convoca uma reunião para discutir não só o estudo, mas também

suas conseqüências.

Jorge: Este estudo é mais um contributo para a normalização da

indivíduos como excluídos. A ajuda, que agora reclamamos do

movimentos sociais, não só não contribuem em nada para a saída da chamada

mada exclusão, mas a reforçam ainda mais. O salário social é um

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forma de perpetuar a situação. Assim, eles nunca procurarão ou encontrarão trabalho.

debaixo. As propostas utópicas e emancipatórias, saídas deste estudo,

não alcançarão utopia ou emancipação; em vez disso, eles obterão o

as pessoas afetadas estão mais presas em sua situação de exclusão.

Jaime: Concordo que o estudo não contribui para a melhoria

ção de exclusão, mas, em vez disso, acho que uma

boa análise objetiva do assunto se a ciência não tivesse sido misturada com

os valores. Seria interessante repetir o estudo com mais bases científicas.

Enrique: Embora o estudo crie uma situação desconfortável para nós que

ainda não sabemos muito bem como lidar com isso, não devemos atacá-lo como se

não era científico. Em todo o caso, e a partir da sua leitura, podemos explicar

que não temos recursos para atender o tipo de medidas que

exigem os movimentos sociais. Não é segredo para ninguém que o Estado

bem-estar não pode mais responder, apenas ele, a esses desafios. Na verdade, em

o estudo sugere que a solução está na sociedade imobiliária

alcatrão, com o esforço das administrações, empresas, organizações

organizações não governamentais e cidadãos em geral.

Tania: É bom que o governo esteja preocupado, porque a situação

ção é preocupante. O estudo realizado sobre a exclusão

tem sido um sucesso, pois reflete a desigualdade social existente. do que eu sei

O objetivo é resolvê-lo prestando atenção ao que as pessoas exigem

investigado. Afinal, o cliente sempre tem razão, senão é

Quem deve discuti-lo?

Situación 4

O governo encomendou uma análise de estudos e políticas sobre o

exclusão, seguindo a linha de abordagens de Felipe. esta análise

sis desconstrói o humanismo dos movimentos sociais e da política

Casos contra a exclusão. Uma de suas conclusões sustenta que

essas políticas e movimentos não servem para superar a chamada «exclusão

Sião". A publicação da análise é acompanhada de uma redução

redução drástica de recursos para essas políticas sociais e do prestígio

público dos movimentos que as reivindicam. Um grupo de ex-alunos

Estudantes de sociologia se encontram em seu jantar anual.

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Eli: Você vê como Felipe ganha o feijão e a fama, e isso


que ainda estuda. Ele já teve o suficiente de um discurso, um pouco
embelezado, no qual questiona quem critica quem paga e mantém
dar. Não sei por que estudamos tanto sociologia se, afinal, o
os charlatães prevalecem sobre os cientistas sociais!

Fernando: Todos procuramos a mesma coisa! Eli, você também quer dinheiro
rio e prestígio, como eu. O que acontece é que você tenta obter mais
valor ao que você faz, dizendo que é ciência. Também os líderes
revestidos de moralidade para apresentar, como se fossem nobres ideais, seus
reivindicações de poder.

Julián: Fernando, você aplica a técnica do leque. Como você se move?


você vê por reivindicações de poder, é conveniente para você pensar e afirmar que
o mesmo acontece com todos; mas você sabe que somos muitos e muitos
aqueles de nós que também se preocupam em fazer trabalhos científicos, que
fornecer elementos de análise para aqueles que tentam melhorar a situação
da maioria da humanidade, como, por exemplo, daqueles que
eles não podem pagar jantares como este. Muitas pessoas dos movimentos
tosse social dedica uma parte importante de sua vida à luta contra
esses problemas e não podem ser desqualificados porque alguns de seus
membros tentam tirar vantagem disso. ruim que pesa em você, além
Das reivindicações de poder, também existem reivindicações de verdade cognitiva.
retidão moral e moral.

Ángeles: A pena é que se fazem análises que só servem para


destruir as ilusões das pessoas, porque é fácil eliminar recursos e criticar
o humanismo dos movimentos sociais; mas o que é oferecido para cam
bio?; onde estão as vozes daqueles que não têm trabalho, nem casa, nem
assistência médica? Como é possível planejar políticas sociais sem
levar em conta as pessoas que dão sentido, justamente, ao
palavra social?

Situación 5

Do outro lado da mesa estão as pessoas "cultas". Eles ainda estão conversando

O "cravo bem temperado" de Bach ou algo assim...

Não, parece que agora é pintar...

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Leticia: Las Meninas de Velázquez são a metáfora perfeita para o

representação, como representação pura, livre de sujeito. é uma cua

dro onde tanto os sujeitos quanto os objetos do

representação. Desenhe a pintura em sua imaginação e observe: o pintor

está dentro da pintura, o espectador não vê o que o pintor pinta e é objeto

Apesar de seu olhar, os monarcas são espectadores e objetos de seu olhar,

sua imagem se reflete no espelho ao fundo... A realidade se revela

projetado na representação e este na realidade.

/nafa': Você vê assim porque você pertence a um setor com muito capital

cultural. Embora não gostemos, a realidade dos cargos que ocupam

nas estruturas sociais é o que cria nossas representações

ções. Se esse quadro é observado por pessoas de classes sociais mais baixas, apenas

Você verá uma família real e suas roupas. Não alcançará suas abstrações.

Margarita: Iñaki, parece-me que você despreza as habilidades de

interpretação artística de pessoas; É possível que seja porque eu nunca sei

Na verdade, ele pediu sua opinião. E você, Letícia, como acha que

você está além do bem e do mal, você considera que pode fazer inter

interpretações que dispensam o estudo rigoroso da realidade. Mas

há um assunto na pintura, por que as Meninas de Picasso são tão diferentes?

rendimentos dos de Velázquez? Ambos foram influenciados por estruturas e culturas

muito diferentes, mas também suas próprias interações. Velázquez, des

Terminada a pintura, acrescentou a Cruz de Cavaleiro de Santiago

(quando lhe deram a condecoração); Picasso foi ver o balé Las

Meninas e acabou se casando com quem interpretou Isabel de Velasco.

Isso não influenciou em nada o seu trabalho?

Virgínia: Diga sim, Margarita, quais foram os relacionamentos que tiveram

Velázquez e Picasso os que marcaram Las Meninas. E se houvesse outros

Meninas de outro pintor, seriam muito diferentes de todas as outras. É

É evidente que as estruturas e culturas têm muito pouca influência, porque não

não diga nada.

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CONTEXTO

Na Europa Ocidental do pós-guerra, movimentos sociais críticos e


a intelectualidade marxista teve grande influência. Alguns tiveram um
papel importante na resistência antinazista e exerceu muita força no país
Você é como a França ou a Itália. Com esse panorama, os setores capitalistas
Estabeleceram, como objetivo prioritário, estabilizar a situação. Não puderam
basear-se no funcionalismo, por sua imagem capitalista-imperialista e por
que não era vendável em uma França que não queria depender
EUA. Mas Lévi-Strauss teve a sabedoria de reconverter o funcionalismo

americano em um estruturalismo que se apresentaria como


criação europeia; Desta forma, tornou-se uma alternativa influente
vai intelectual para os pensamentos revolucionários da época.

A estabilização da sociedade como um todo também se refletiu


um dos movimentos críticos. Em seu próprio seio surgiram tendências
que questionava o “voluntarismo”. Nessas condições, o melhor
expressão intelectual desse questionamento seria um estruturalismo
apresentar-se como marxista. A mensagem que foi enviada ao aluno
revolucionário era: se você quer ser um bom marxista, dedique-se a
estudar, como fez o Marx maduro, em vez de promover assembleias
Como o jovem Marx.

No entanto, esta fraude não teria sido possível sem o inestimável


sustentação de hábitos difundidos nas ciências sociais: autores
e autores que publicam sobre o que nunca leram diretamente, leem
toras e leitores que nunca lhes perguntam em que livro e em que página
há o que eles dizem que outros autores e autores dizem.

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