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Disciplina: Direito Urbanístico

Docente: Otacílio dos Santos Silveira Neto

Discente: Felipe Eugênio Cabral da Silva

FICHAMENTO DO LIVRO “DIREITO URBANÍSTICO


BRASILEIRO” DE JOSÉ AFONSO DA SILVA

Capítulo III – Dos Instrumentos de Controle Urbanístico

Segundo o autor os instrumentos de controle urbanístico são “todos


aqueles atos e medidas destinados a verificar a observância das normas e
planos urbanísticos pelos seus destinatários, privados especialmente” (SILVA,
2012 p. 428) esses instrumentos são uma forma de o poder público ter o controle
no processo de urbanização, esse controle pode ocorrer em três momentos:
antes da atuação do interessado (controle prévio); durante a atuação (controle
comitante); e depois da atuação (controle sucessivo).

Virgílio Testa (apud SILVA, 2012 p.430) diz que “A lei urbanística prevê,
como algures dissemos, o controle sobre a atividade edilícia da parte da
autoridade municipal em duas formas: uma que tem em mira as construções
isoladas e se propõem assegurar-lhes a plena correspondência às exigências
higiênicas, estéticas e de incolumidade pública e idoneidade à função a que cada
qual se destina (controle técnico-estético), e outra que se propõe realizar, no
desenvolvimento das construções, a plena correspondência dos edifícios aos
ditames do plano regulador e determinada ordem nas obras, capaz de fazer com
que a zona de assentamento nasça, engrandeça ou se transforme de modo
racional e em perfeita harmonia com a evolução dos serviços públicos em cada
zona (controle urbanístico)” .

Nesse ponto o autor esclarece que os instrumentos de controle


urbanístico são os mesmos do controle estrutural, ou seja, a exigência da
aprovação de projetos, expedição de alvarás e etc.
A atividade urbanística é função pública e, portanto, não pode ser exercida
enquanto direito subjetivo por parte de particulares, nesse sentido se observa a
necessidade de outorga do poder público, daí surge se destaca a figura do
licenciamento e eventual expedição de um alvará que possibilita ao particular
exercer tal atividade.

Conforme o nobre autor “A licença reconhece e consubstancia um direito


do requerente. Trata-se, porém, de um direito cujo exercício é condicionado ao
preenchimento de determinadas exigências e de alguns requisitos impostos em
lei” (SILVA, 2012 p.435), o licenciamento é uma técnica de intervenção que
permite ao poder público controlar uma gama de atividades urbanísticas de
diversas índoles, no sentido de propiciar uma melhor acomodação ao
planejamento urbanístico e as normas estabelecidas pelo próprio poder público.

As Licenças edilícias tem como principal ator a licença para edificar, que
consiste numa análise técnica, anterior ao início da edificação, por profissionais
do poder público, onde irão verificar inexatidões e deficiências e por conseguinte
aprovar ou não a licença.

Quando se manifesta sobre o controle sucessivo e o repressivo, José


Afonso da Silva (2012 p. 450) traz a seguinte assertiva “Ambos são a posteriori.
Ambos são corretivos” o primeiro se realiza através do auto de conclusão e o
segundo possui como característica a correção de desvios de legalidade
presente na edificação perante a legislação urbanística.

A atuação repressiva de natureza administrativa realiza-se pela aplicação


de sanções administrativas, que podem ser de natureza pecuniária (multas) ou
interdições de atividade (visando a corrigir, por exemplo, infração às normas de
uso), ou embargos de obras ou demolição compulsória (SILVA, 2012 p.451).

Capitulo VI – Dos instrumentos de composição dos custos


urbanísticos

A atividade urbanística é sumamente custosa. Impõe sacrifícios de várias


espécies (sociais, financeiros etc.) [...] Muitos desses custos constituem meios
de intervenção urbanística, porquanto são medidas de que se serve a
Administração para a consecução dos objetivos colimados pelos planos e
normas urbanísticos (SILVA, 2012 p. 453).

Custos sociais são sacrifícios que a atividade urbanística importa para a


população, sem possibilidade de compensação. Assim, por exemplo, a
desapropriação de áreas gera dificuldades aos moradores, agravando o
problema habitacional (SILVA, 2012 p. 453).

Custos financeiros consistem nas despesas públicas com a execução da


atividade urbanística. A carência de meios financeiros para satisfazer as
despesas urbanísticas é responsável em grande medida pela deficiência do
planejamento urbanístico entre nós, ainda que mais recentemente se venha
procurando estruturar um sistema de financiamento do desenvolvimento urbano
(SILVA, 2012 p. 454)

As fontes e instrumentos jurídicos de captação de recursos para o


financiamento das atividades urbanísticas do Poder Público—Municipal,
especialmente — são de variada natureza, sujeitando-se basicamente ao regime
de direito público, mas também ao de direito privado (SILVA, 2012 p. 455).

13/06/19
Natal/RN

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