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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADE

Cadeira: Matemática II Data: 16/10/2019 Período: Laboral & Pós-Laboral

Cursos: Contabilidade e Finanças & Economia A2 Ano: 1 Semestre: II

Tema 3: Funções De Diversas Variáveis

Derivada de uma função composta.

Definição:
Suponha-se que se tem uma função real de n variáveis reais f ( x1 , x2 ,..., xn ) . Pode acontecer que
as variáveis x1 , x2 ,..., xn dependam de outras variáveis, digamos t1 , t 2 ,..., t m . Define-se a função
composta:

g (t1, t2 ,..., tm )  f x1 (t1 , t2 ,..., tm ); x2 (t1 , t2 ,..., tm ),..., xn (t1 , t2 ,..., tm )

a) Caso de uma só variável independente

Proposição 1 (Regra de Cadeia)

Sejam f ( x1 , x2 ,..., xn ) uma função real de n variáveis reais e x1 (t ) , x2 (t ) ,…, xn (t ) funções de


uma mesma variável t e diferenciáveis.

Então a função real de uma variável real g (t )  f x1 (t ); x2 (t ),..., xn (t ) é diferenciável e

dg n f dxi f dx1 f dx2 f dxn 1 f dxn


       ...    
dt i 1 xi dt x1 dt x2 dt xn 1 dt xn dt

dg
Exemplo 1: Suponha-se que f ( x, y )  x 2 y  e y 1 , x(t )  sent e y (t )  cost . Calcule .
dt

Solução:

Usando a regra de cadeia obtém-se:

1
dg f dx f dy
   
dt x dt y dt
 
 2 xy  0   cos t  x 2  e y 1   sent  2 sent  cos2 t  sent  sen2 t  e cos t 1 .  

b) Caso de diversas variáveis independentes

Seja f ( x1 , x2 ,..., xn ) uma função real de n variáveis reais x1 , x2 ,..., xn . Suponha-se que existem
as derivadas parciais de primeira ordem das funções

x1  x1 (t1 , t2 ,..., tm ) , x2  x2 (t1, t2 ,..., tm ) ,…, xn  xn (t1, t2 ,..., tm )

Suponha-se ainda que f é diferenciável.

Então existem derivadas parciais de primeira ordem da função:

g (t1, t2 ,..., tm )  f x1 (t1 , t2 ,..., tm ); x2 (t1 , t2 ,..., tm ),..., xn (t1 , t2 ,..., tm )

dadas por

g n
f xi f x1 f x 2 f xn 1 f xn
       ...     .
t j i 1 xi t j x1 t j x2 t j xn 1 t j xn t j

u f f
Exemplo 2: Seja f ( x, y )  x 2  ln y , onde x (u , v )  e y (u, v)  3u  2v . Achar e .
v u v

Solucao:

f f x f y f f x f y
    e    
u x u y u v x v y v

Assim,

f 1 x2 u2
 2 x ln y    3  2 2 ln3u  2v   3 2
u

u v y v v 3u  2v 
f  u  x
2
u2 u2
  2 x ln y    2     2  2 3 ln3u  2v   2 2 .
v  v  y v v 3u  2v 

Exemplo 3: Demonstrar que a função z   ( x 2  y 2 ) (onde  é diferenciável), satisfaz a


z z
equação y  x .
x y

Solução: A função  depende de x e y através do argumento intermédio x 2  y 2  t , por isso

2
z dz t z dz t
    ' ( x2  y 2 )  2x e     ' ( x2  y 2 )  2 y .
x dt x y dt y

Colocando no primeiro membro da equação as derivadas parciais, teremos:

z z
y x  y ' ( x 2  y 2 )2 x  x ' ( x 2  y 2 )2 y  2 xy ' ( x 2  y 2 )  2 xy ' ( x 2  y 2 )  0 ,
x y

isto é, a função z satisfaz a equação dada.

Exercícios

df
1. Achar , se
dt
x
f ( x, y )  , onde x(t )  et e y (t )  ln t .
y
dz
2. Achar , se
dt
 x 
z  ln sen , onde x(t )  2t 2  t  1 e y (t )  3 t 2  1 .
 
 y
du
3. Achar , se
dt
u  xyz , onde x(t )  t 3  1 , y(t )  ln(t 2  2) e z (t )  t  1 .

dz
4. Achar , se
dx

z  u v , onde u ( x)  senx e v( x)  cos x .

z z
5. Achar e, se
x y

x2  y 2
z  f (u , v) , onde u ( x, y )  x 2  y 2 e v( x, y)  e .

z z
6. Achar e, se
u v

x
z  arctg , onde x(u, v)  usenv e y (u, v)  u cos v .
y

3
7. Demonstrar que se
u ( x, y, z )   ( x 2  y 2  z 2 ) ,
onde x   cos cos , y   cossen e z  sen , então
u u
0 e  0.
 
8. Demonstrar que se
z  f ( x  ay) ,
onde, f é uma diferenciável, então
z z
a .
y x
9. Demonstrar que a função
z  y ( x 2  y 2 ) ,
satisfaz a equação
1 z 1 z z
  2 .
x x y y y
10. Demonstrar que a função
 x2 
2

z  e   ye 2 y
y ,
 
 
satisfaz a equação
1 z 1 z z
  2 .
x x y y y

Derivadas e diferenciais de ordens superiores

a) Derivadas parciais de ordens superiores


Chamam-se derivadas parciais de segunda ordem de uma função z  f ( x, y ) às derivadas
parciais de suas derivadas parciais de primeira ordem.
Para designar as derivadas de segunda ordem se emprega as seguintes notações:
  z   2 z
    2  f xx ( x, y ) ;
''

x  x  x
  z   2 z
    f yy'' ( x, y ) ;
y  y  y 2
  z    z   2 z 2 z
         f xy'' ( x, y )  f yx'' ( x, y ) .
x  y  y  x  xy yx

4
Por analogia se determinam e se designam as derivadas parciais de ordem superior à
segunda.

Se as derivadas parciais a serem calculadas são contínuas, o resultado da derivação múltipla


não depende da ordem da derivação desta.

Exemplo 4: Achar as derivadas parciais de segunda ordem da função

z  x 2 cos y  2 xy 2  y ln x  a 2

Solução:

Achamos inicialmente as derivadas de primeira ordem:

z y z
 2 x cos y  2 y 2  e   x 2 seny  4 xy  ln x .
x x y

Tornamos a derivar:

 2 z   z    y y
     2 x cos y  2 y 2    2 cos y  2 ;
x 2
x  x  x  x x

 2 z   z  
y 2
   
y  y  y
 
 x 2 seny  4 xy  ln x   x 2 cos y  4 x ;

2 z   z  
   
xy x  y  x
  1
 x 2 seny  4 xy  ln x  2 xseny  4 y  ou
x

2 z   z    y 1
     2 x cos y  2 y 2    2 xseny  4 y  .
yx y  x  y  x x

Exercícos

2z  2 z 2z
1. Achar 2 , 2 e , se
x y xy
z  a x2  y2 .
2z  2 z 2z
2. Achar , e , se
x 2 y 2 xy
 
z  ln cos2 x 2  y . 

5
2z  2 z 2z
3. Achar 2 , 2 e , se
x y xy
 x 1 
z  arctg  .
 y  2 

 2 u  2u  2 u
4. Achar , e 2 , se
x 2 y 2 z
u  a2  x2  y 2  z 2 .
 3u
5. Achar , se
x y z
u  x 1 y   2 z  3 .
6. Achar f xx'' (0;0) , f xy'' (0;0) e f yy'' (0;0) , se
f ( x, y )  (1  x) p (1  y )q
7. Demonstrar que a função
y
u  arctg
x

satisfaz a equação de Laplace

 2u  2u
 0.
x 2 y 2
8. Demonstrar que a função
 x  x 0 2   y  y 0  2   z  z 0  2
1 
u ( x, y , z , t )  4 a 2t

2a t  3
e

( x0 , y0 , z0 e a são constantes) satisfaz a equação da condutibilidade calorífica.

u   2u  2u  2u 
 a 2  2 2  2  .
t  x y z 
9. Demonstrar que a função
 y  y
z  x      
x x

satisfaz a equação

2 z 2 z 2  z
2
x2  2 xy  y 0.
x 2 xy y 2

6
10. Determinar a forma da função u  u ( x, y ) , que satisfaz a equação
 2u
0.
x 2

b) Diferenciais de ordens superiores

Recebe o nome de diferencial de segunda ordem de uma função z  f ( x, y ) a diferencial da


diferencial de primeira ordem desta função quando as variáveis independentes têm
incrementos fixos:

d 2 z  d (dz)

Por analogia, se determinam as diferenciais da função z de ordem superior à segunda, por


exemplo

d 3 z  d (d 2 z )

e, em geral,

d n z  d (d n 1z ) , ( n  2,3,... ).

Se z  f ( x, y ) , onde x e y são variáveis independentes e a função f tem derivadas


parciais contínuas de segundo grau, a diferencial de segunda ordem da função z é calculada
pela fórmula:

2 z 2 2z 2 z 2
d 2z  dx  2 dxdy  dy .
x 2 xy y 2

Em geral, quando existem as derivadas contínuas correspondentes, é válida a fórmula


simbólica,
n
   
d z   dx  dy  z ,
n

 x y 

que, formalmente, se desenvolve segundo a lei binomial.

Exemplo 5: Achar as diferenciais totais de primeira e segunda ordem de função

z  2 x 2  3xy  y 2

Solução:

7
z z
 4x  3y e  3 x  2 y .
x y

Por isso,

z z
dz  dx  dy  (4 x  3 y )dx  (3 x  2 y )dy .
x y

A seguir,

2 z 2z 2z
4,  3 e  2
x 2 xy y 2

donde se deduz, que

2 z 2 2 z 2 z 2
d 2z  dx  2 dxdy  dy  4dx2  6dxdy  2dy2 .
x 2
xy y 2

Exercícios

1. Achar d 2 z , se
z  e x  y b .
2. Achar d 2u , se
u  2 x 2 y  y 2 z  5 z 2  4b 2 .
3. Achar d 3 z , se
z  e x cos y .
4. Achar a diferencial de terceira ordem da função
z  x cos y  ysenx,
e determinar todas as derivadas parciais de terceira ordem.
5. Achar df (1,2) e d 2 f (1,2) , se
f ( x, y )  x 2  xy  y 2  2 ln x  7 ln y  2015 .
6. Achar d 2 f (0,0,0) , se
f ( x, y, z )  x 2  2 y 2  12z 2  3xy  5 xz  yz ln a .

Provérbio: "Ser génio faz-se com de trabalho árduo e de inspiração Divina."

dr. Rui Alexandre Machava

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