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Aula 07
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Direito Administrativo para Funai 2016
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 07
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 07
Olá pessoal!
SUMÁRIO
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
NOÇÕES GERAIS
1 Sendo pessoa jurídica e, portanto, apta a contrair direitos e obrigações, o Estado possui a capacidade
necessária que lhe permite figurar como sujeito de contratos.
2 Abrangendo a Administração direta e indireta, inclusive as entidades com personalidade jurídica de
direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas.
CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Contratos da
Administração
Contratos
Contratos de
administrativos
direito privado
(direito público)
Contratos administrativos
Diferentemente dos contratos privados, os contratos
administrativos são regidos predominantemente pelo direito público.
Mas, havendo alguma lacuna legislativa no trato de determinada situação,
*****
Vistas as principais diferenças entre os contratos de direito privado
firmados pela Administração e os contratos administrativos propriamente
ditos, passemos a nos concentrar apenas nestes últimos, começando pelo
seu conceito.
CONCEITO
O ponto chave dessa definição está na parte que diz que os contratos
administrativos são “regulados basicamente pelo direito público”.
Afinal, só o fato de o Estado ser sujeito na relação contratual não
serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O
mesmo deve ser dito em relação ao objeto: é que não só os contratos
administrativos, mas também os contratos privados da Administração
devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse público.
Assim, tais elementos (sujeito e objeto) têm que ser sempre
conjugados com o regime jurídico, este sim o elemento marcante e
diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administração
Pública atua na qualidade de Poder Público, dotada, por isso, de
prerrogativas características de direito público (supremacia).
CARACTERÍSTICAS
CoFOCoI
Co nsensuais
F ormais
O nerosos
CO mutatividade
I ntuitu personae
FORMALISMO
6 Concorrência e tomada de preços são modalidades de licitação, assunto que estudaremos na próxima
aula.
3. (Cespe – TRT10 2013) Para os fins legais, somente será considerado contrato
o ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito.
Comentário: O quesito está errado, nos termos do art. 2º, parágrafo único
da Lei 8.666/1993:
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Ademais, em hipóteses excepcionais, a lei admite a celebração de
contratos verbais, em casos de pequenas compras de pronto pagamento (o
chamado regime de adiantamento). Portanto, embora seja a regra, nem sempre
os contratos administrativos serão firmados mediante documento formal por
escrito.
Gabarito: Errado
Gabarito: Certo
ONEROSIDADE E COMUTATIVIDADE
prevista no edital; e
prevista no contrato; e
5. (Cespe – MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado,
apuradas no procedimento da licitação.
Comentário: Aqui a banca reproduziu, ipsis litteris, um trecho da obra da
Prof. Di Pietro no qual ela afirma textualmente que “todos os contratos para os
quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de
condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação”,
daí a sua correção.
De fato, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu
personae, de modo que sua execução deve ser levada a termo pela mesma
pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a Administração após o
procedimento licitatório. Ora, a licitação tem o objetivo de selecionar a pessoa
mais apta para executar o objeto do contrato. Assim, não seria razoável a
Administração celebrar o contrato com o segundo ou o terceiro colocado na
licitação. Aliás, isso é vedado de forma expressa no art. 50 da Lei 8.666/1993:
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade.
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
CLÁUSULAS EXORBITANTES
ALTERAÇÃO UNILATERAL
qualitativas estariam sujeitas aos limites de 25% ou 50% previstos na Lei 8.666/1993. Parte da doutrina,
contudo (ex: Di Pietro), entende que os limites se aplicam apenas para as alterações quantitativas.
12 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizações do valor inicial do contrato. Mas não
se esqueça de que o limite de acréscimos e supressões (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o
valor inicial atualizado do contrato.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...)
RESCISÃO UNILATERAL
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou)
solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade
com o projeto, norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do
contrato.
Comentário: Nos termos do art. 67, §1º da Lei 8.666/1993, o “representante
da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário
à regularização das faltas ou defeitos observados”. Assim, se o fiscal verificar
que o serviço está sendo executado em desconformidade com o projeto,
norma técnica ou qualquer outra disposição oficial aplicável ao objeto do
contrato, ele possui amparo legal para tomar as medidas necessárias para o
exato cumprimento do contrato, entre elas, paralisar ou solicitar o refazimento
de qualquer serviço, daí o erro.
Ressalte-se que, nos termos do art. 67, §2º da Lei 8.666/1993, as
“decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
da Administração deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil
para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado
nele previstos.
Comentários: A redução no número de postos de vigilância previstos
num contrato de prestação de serviços de segurança não constitui simples ato
de fiscalização, a fim de assegurar a correção das faltas ou defeitos
observados, e sim efetiva alteração do contrato (diminuição quantitativa do
objeto), com impacto no valor devido pela Administração. Portanto, trata-se de
medida que extrapola as competências do fiscal do contrato, cuja missão é
acompanhar e fiscalizar o correto cumprimento daquilo que está previsto no
ajuste. No caso, se o fiscal verificar a necessidade de alterar o contrato para
diminuir o número de postos, aplica-se a hipótese do art. 67, §2º da Lei
8.666/1993, pelo qual as “decisões e providências que ultrapassarem a
competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado
APLICAÇÃO DE SANÇÕES
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
Ocupação temporária
19. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte
do contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do
contrato, de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado
essencial à sociedade.
Comentário: O item está correto. A possibilidade de ocupação temporária
de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato
é uma das cláusulas exorbitantes previstas na lei que colocam a
Administração em um patamar superior em relação à outra parte do contrato, a
fim de assegurar a continuidade de serviços essenciais ao interesse público.
Eis o teor da lei:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Repare que a lei prevê a ocupação temporária em duas hipóteses: (i)
como medida cautelar, para possibilitar a continuidade dos serviços enquanto
EXIGÊNCIA DE GARANTIAS
Caução
REGRA: até 5%
Seguro do valor do
Fiança contrato
Contratual
EXCEÇÃO: até Contratações de
10% do valor do grande vulto e
Garantia contrato complexidade
até 1% do valor
Proposta orçado
21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para
a execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
Comentário: A questão está errada. A prestação de garantia pelo
particular não é obrigatória para a execução de contratos administrativos.
Podem existir contratos administrativos cuja execução não é coberta por
nenhuma garantia prestada pelo contratado, daí o erro. Na verdade, a
Administração poderá, a seu critério, exigir garantia para assegurar o
cumprimento do contrato. Para tanto, deve prever tal exigência de forma
expressa no instrumento convocatório da licitação. É claro que, se a
Administração, no uso do seu poder discricionário, exigir a constituição de
garantia, aí sim o contratado será obrigado a optar por uma das modalidades
previstas na lei, quais sejam, caução, seguro ou fiança bancária (o contratado
deverá optar por uma, mas não deixar de escolher alguma).
Gabarito: Errado
Até 60 meses e
Serviços de execução
excepcionalmente por
continuada
mais 12 meses
Exceção
Aluguel equipamentos e
Até 48 meses
programas informática
Segurança nacional e
Até 120 meses inovação tecnológica
(licitação dispensável)
Por fim, cumpre anotar que, nos termos do art. 57, §2º da
Lei 8.666/1993, a prorrogação de prazo (mantidas as demais cláusulas
do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
financeiro) deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada
pela autoridade competente para celebrar o contrato.
A lei enumera as seguintes razões que podem ensejar a prorrogação
do prazo do contrato:
Alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura
de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por
decreto;
XXVIII para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de
2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. [a Lei
dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
produtivo e dá outras providências
22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações
está limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A
única exceção feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam
contemplados nas metas estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser
prorrogados se houver interesse da administração.
Comentários: De fato, é verdade que a duração de contratos regidos pela
Lei de Licitações está limitada à vigência dos créditos orçamentários
referentes a tais contratos. Também é correto que, como exceção, os projetos
cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no plano
plurianual podem ser prorrogados se houver interesse da administração,
nesse caso, até o máximo de 4 anos. O erro é que a lei prevê outras exceções.
São elas:
Serviços de execução continuada: até 60 meses e excepcionalmente por mais 12
meses;
Aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses;
Segurança nacional e inovação tecnológica (hipóteses específicas de licitação
dispensável): até 120 meses.
Gabarito: Errado
23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos
relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática
devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
Comentário: O quesito está errado. Em regra, os contratos
Fiscais
Comerciais Da empresa contratada
ENCARGOS
Trabalhistas
Previdenciários Solidária com a Adm.
Na ADC 16/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou que o art. 71, §1º da Lei
8.666/1993 é compatível com a Constituição Federal.
O referido dispositivo, como visto, estabelece que a responsabilidade pelo
pagamento dos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais é exclusiva do contratado,
não podendo ser transferida à Administração.
Contudo, em relação aos encargos trabalhistas, o Supremo17 entende que,
excepcionalmente, no exame de casos concretos, é possível a responsabilização
subsidiária (e não solidária) da Administração (vale dizer, primeiro tenta-se cobrar a
dívida da contratada e, quando esgotados os esforços financeiros desta, cobra-se a
17 Rcl-AgR 12.758/DF
18 De acordo com o art. 6º, V da Lei 8.666/1993, considera-se obras, serviços e compras de grande vulto -
aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite para a licitação na modalidade concorrência
de obras e serviços de engenharia (R$ 1,5 milhão).
Compras ou locação de
equipamentos EXCEÇÃO:
equipamentos de
grande vulto - termo
circunstanciado
- Gênereos perecíveis
- Serviços técnicos
Definitivo (dispensado
profissionais Recibo
o provisório)
- Obras e serviços até
R$ 80 mil
EXTINÇÃO DO CONTRATO
ANULAÇÃO
RESCISÃO
28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de
certame licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a
administração pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital
ou no contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo
estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade impostos
contratualmente, não poderá a administração rescindir o contrato unilateralmente,
visto que não se configura hipótese de prejuízo ou descumprimento de cláusulas
contratuais.
Comentário: O quesito está errado, pois a subcontratação (sempre
parcial) só é permitida se houver previsão expressa no edital e no contrato.
Além disso, a subcontratação deve estar dentro do limite admitido, em cada
caso, pela Administração. Se não for observada alguma dessas três condições
cumulativas, a subcontratação é ilegal, o que é motivo para a rescisão
unilateral do contrato, nos termos do art. 78, VI da Lei 8.666/1993.
Gabarito: Errado
29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão
público. Nessa situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a
substituição da garantia de execução, o contrato poderá ser alterado
unilateralmente.
Comentário: Durante a execução do contrato, a Administração não pode
exigir, unilateralmente, a alteração da garantia, daí o erro. A troca só é possível
se houver acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II, “a” da Lei 8.666:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
Gabarito: Errado
TEORIA DA IMPREVISÃO
Maria Sylvia Di Pietro ensina que a álea ordinária, por se referir aos
riscos comuns a qualquer contrato, decorrentes das flutuações ordinárias
do mercado, deve ser suportada pelos contratados, ou seja, não ensejam
a revisão/rescisão do contrato. Por outro lado, as outras áleas
(administrativa e econômica) são extraordinárias ou extracontratuais,
podendo levar a diferentes resultados: a revisão (reequilíbrio) do
contrato, sua dilação temporal (prorrogação) ou mesmo rescisão sem
culpa das partes.
A seguir, vamos examinar as áleas extraordinárias, circunstâncias
que conferem a característica de mutabilidade aos contratos
administrativos. São elas: fato do príncipe, fato da Administração, caso
fortuito e força maior e interferências imprevistas.
Atos ou omissões da
Fato da Administração que
Administração incidem diretamente
sobre o contrato
TEORIA DA
IMPREVISÃO
Eventos imprevisíveis ou
Caso fortuito e força inevitáveis que impedem
maior ou oneram a execução do
contrato
Fatos imprevistos,
Interferências preexistentes, que
imprevisíveis oneram, mas não
impedem a execução
FATO DO PRÍNCIPE
FATO DA ADMINISTRAÇÃO
INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência
do cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
Comentário: O item está errado. As chamadas áleas administrativas ou
econômicas constituem eventos imprevisíveis e extraordinários que provocam
um desequilíbrio excessivo da equação econômico-financeira original ou a
impossibilidade da execução do contrato a contento. A álea administrativa
engloba o fato do príncipe e o fato da Administração, enquanto a álea
econômica compreende circunstâncias externas ao contrato, estranhas à
vontade das partes, imprevisíveis quanto à sua ocorrência ou quanto às suas
consequências. Em ambos os casos, o contrato administrativo poderá ser
repactuado, por acordo entre as partes, com vistas a reestabelecer o equilíbrio
do ajuste, daí o erro.
Gabarito: Errado
*****
QUESTÕES DE PROVA
32. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado
quanto ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo
regime jurídico público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.
c) concessão de serviço público.
d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.
Comentários: A Lei 8.666/1993, ao dispor sobre sua abrangência, dispôs
no seu art. 1º:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Para a doutrina, a despeito da previsão do dispositivo, os contratos de
locação (assim como os de alienação) são contratos de direito privado (e não
contratos administrativos). Segundo Carvalho Filho, a sujeição ao direito
privado ocorre tanto quando a Administração figura como locadora quanto
como locatária. Portanto, nesses tipos de ajuste, as partes estão no mesmo
nível jurídico, sem qualquer preponderância da Administração sobre o
particular.
Do elenco traçado no art. 1º da lei, são realmente contratos
administrativos os de obras, serviços e fornecimento. Também são contratos
administrativos os contratos de concessões e permissões de serviços
públicos e as parcerias público-privadas, regidos por leis próprias.
Interessante observar que a preocupação da banca em especificar que o
Poder Público seria o “locatário” no contrato é porque essa hipótese está
prevista de forma expressa no art. 62, §3º da Lei 8.666/1993 como uma espécie
de contrato regido por norma de direito privado:
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no
que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por
norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
Gabarito: alternativa “b”
a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2
c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1
Comentário: Revisão, reajuste e repactuação não são a mesma coisa. A
relação correta é a seguinte:
Repactuação: solução aplicável apenas para os contratos de serviços
contínuos, que venham a ser objeto de renovação, de forma a garantir a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em face da
variação dos custos contratuais (principalmente custos trabalhistas). Deve
haver previsão para tanto no instrumento convocatório.
Revisão: consiste em análise realizada ordinária e extraordinariamente,
destinada a reestabelecer a relação original entre encargos e vantagens,
independentemente de previsão contratual. Resume-se numa comparação
entre as situações existentes em dois momentos distintos.
Reajuste: envolve uma previsão contratual de indexação da remuneração
devida ao particular a um determinado índice (ex: índice de inflação), de
modo a promover a alteração do preço periodicamente de acordo com a
variação do referido índice.
37. (ESAF – CGU 2008) Na elaboração dos contratos a serem celebrados pela
Administração Pública, são cláusulas necessárias, exceto:
a) os casos de rescisão.
b) o regime de execução e a forma de recebimento.
c) o cronograma de desembolso dos recursos.
d) o crédito pelo qual ocorrerá a despesa.
e) o objeto e seus elementos característicos.
Comentários: O art. 55 da Lei 8.666/1993 define que “são cláusulas
necessárias em todo contrato as que estabeleçam”:
I. Objeto e seus elementos característicos.
II. Regime de execução ou forma de fornecimento.
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste.
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega.
V. Crédito pelo qual correrá a despesa.
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.
VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das
multas.
VIII. Casos de rescisão.
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por
inexecução do contrato.
X. Condições de importação, quando for o caso.
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou.
XII. Legislação aplicável.
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e qualificação
exigidas na licitação.
Verifica-se que, dentre as alternativas, apenas o cronograma de
desembolso dos recursos (opção “c”) não é uma cláusula necessária prevista
na lei.
Gabarito: alternativa “c”
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
IV. a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
V. os casos de rescisão.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas.
c) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
Comentário: Trata-se do mesmo tema da questão anterior. Neste caso,
todas as alternativas listadas constituem cláusulas necessárias previstas no
art. 55 da Lei 8.666/1993. Portanto, correta a alternativa “a”.
Gabarito: alternativa “a”
39. (ESAF – CGU 2012) São contratos que podem durar além da vigência da Lei
Orçamentária Anual, exceto:
a) os contratos autorizados pelo plano plurianual.
b) a contratação de serviços contínuos.
c) a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
d) a contratação de equipamentos e programas de informática.
e) a locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia.
Comentários: De acordo com o art. 57 da Lei 8.666/1993, a duração dos
contratos administrativos ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no
Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão
ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção
de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta
meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Portanto, as opções “a”, “b” e “d” estão contempladas nos incisos acima,
de tal sorte que ficamos entre as alternativas “c” e “e”. Quanto a esta última,
referente aos contratos de locação de imóveis para uso da Administração, a
jurisprudência do TCU entende que eles não estão sujeitos aos limites
constantes do art. 57 da Lei 8.666/1993 (Acórdão 1.127/2009-Plenário).
Portanto, só nos restou a letra “c”, que é o gabarito. Com efeito, a aquisição ou
restauração de obras de arte e objetos históricos constitui hipótese de
licitação dispensável, mas está prevista no inciso XV do art. 24 da
Lei 8.666/1993, ou seja, não está em um daqueles incisos do art. 24 que
autorizam a prorrogação por prazo superior à vigência dos créditos, conforme
se vê no art. 57, V, acima transcrito.
Gabarito: alternativa “c”
42. (ESAF – CGU 2008) São motivos para a rescisão do contrato administrativo,
exceto:
a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.
b) a subcontratação total ou parcial do seu objeto, não admitidas no edital e no
contrato.
c) a alteração do valor do contrato para reduzi-lo em vinte por cento.
d) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento.
e) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.
Comentários: Para responder a questão, necessário conhecer o art. 78 da
Lei 8.666/1993:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou
prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos
estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o
do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
45. (ESAF – STN 2008) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
pela Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, confere à Administração certas
prerrogativas em relação a eles. São prerrogativas da Administração Pública frente a
seus contratos, exceto:
a) modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado.
b) fiscalizar-lhes a execução.
c) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
d) exigir o cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente
pactuadas, independente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
e) rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados na lei.
Comentários: Dentre as alternativas, apenas a opção “d” não constitui
exemplo de cláusula exorbitante dos contratos administrativos. Com efeito, a
Administração não tem o poder de exigir o cumprimento do contrato, sem
alteração das condições inicialmente pactuadas, independente da ocorrência
de álea econômica ou administrativa; ao contrário, nesses casos, o reequilíbrio
do contrato deve ser reestabelecido, por acordo entre as partes. É o que diz o
art. 65, II, “d” da Lei 8.666/1993:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
[...]
II - por acordo das partes:
[...]
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos
do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,
serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém
de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado,
ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual.
Gabarito: alternativa “d”
46. (ESAF – MIN 2012) Não constitui cláusula exorbitante dos contratos
administrativos, legalmente prevista, a que estabeleça a seguinte possibilidade:
a) de aplicação de sanções pela Administração contratante.
b) de alteração unilateral de cláusulas contratuais.
c) de rescisão unilateral do contrato.
d) de ocupação provisória de móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao
objeto do contrato.
e) de prorrogação unilateral dos contratos de serviços contínuos.
Comentários: Dentre as alternativas, apenas a opção “e” não constitui
exemplo de cláusula exorbitante dos contratos administrativos. Tais cláusulas
estão previstas, em grande medida, no art. 58 da Lei 8.666/1993:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do
contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
47. (ESAF – CVM 2010) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
pela Lei n. 8.666/1993 confere à Administração, em relação a eles, as seguintes
prerrogativas, exceto:
a) modificá-los unilateralmente, respeitados os direitos do contratado.
b) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
c) rescindi-los unilateralmente, nos casos especificados.
48. (ESAF – CVM 2010) A critério da autoridade competente, e desde que prevista
no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras, cabendo ao contratado optar por uma
das seguintes modalidades de garantia, exceto:
a) caução em dinheiro.
b) seguro-garantia.
c) cédula hipotecária.
d) fiança bancária.
e) caução em títulos da dívida pública.
Comentário: A resposta está no art. 56 da Lei 8.666/1993:
49. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade
inscrita no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a
aplicação definitiva da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa
"B", com o mesmo objetivo social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo
município que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito, (assegurados
o contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa "B" os efeitos
da sanção de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A", aplicando-se no caso
em tela a desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.
a) A extensão da penalidade à empresa "B" seria válida ainda que não tivesse sido
precedida de procedimento administrativo que lhe tenha garantido o contraditório e a
ampla defesa.
b) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" não
era autoexecutório e seria necessário levar o caso à apreciação do Poder Judiciário.
c) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" é nulo,
posto que a lei não faculta à Administração Pública a possibilidade de desconsiderar
a personalidade jurídica para estender sanções administrativas a outra sociedade
empresária.
d) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica neste caso
concreto deu-se em respeito ao princípio da moralidade administrativa.
Por outro lado, a álea ordinária são os riscos inerentes ao negócio, ou seja,
riscos comuns, que podem e devem ser suportados pelo contratado, estando
fora do âmbito de aplicação da teoria da imprevisão, daí o gabarito.
Gabarito: alternativa “e”
52. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por
intermédio do Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação
e asseio, solicita ao contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro
do contrato em virtude do aumento salarial determinado por dissídio coletivo da
categoria profissional e com base na teoria da imprevisão.
Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência
majoritária no STJ, assinale a opção correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da
teoria da imprevisão.
b) O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de consequências
incalculáveis e, portanto, legitima a aplicação da teoria da imprevisão.
c) O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em álea ordinária, capaz
de legitimar a teoria da imprevisão.
d) O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo
constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da
proposta.
e) O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea extraordinária, capaz
de possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus sic stantibus.
Comentários: Segundo a jurisprudência do STJ, o aumento salarial
determinado por dissídio coletivo de categoria profissional é acontecimento
previsível e deve ser suportado pela contratada, não havendo que se falar em
aplicação da Teoria da Imprevisão para a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato administrativo. Veja-se, como exemplo, os
seguintes julgados:
AgRg no REsp 957999 / PE, 22/6/2010
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO ADMINISTRATIVO.
DISSÍDIO COLETIVO QUE PROVOCA AUMENTO SALARIAL. REVISÃO
CONTRATUAL. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. FATO PREVISÍVEL. NÃO-
INCIDÊNCIA DO ART. 65, INC. II, ALÍNEA "D", DA LEI N. 8.666/93. ÁLEA
ECONÔMICA QUE NÃO SE DESCARACTERIZA PELA RETROATIVIDADE.
1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que eventual
aumento de salário proveniente de dissídio coletivo não autoriza a revisão o
contrato administrativo para fins de reequilíbrio econômico-financeiro, uma vez
53. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações
acerca dos contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que
seu objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando
conveniente a substituição da garantia de execução.
c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
podem ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
54. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública
orçada inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos.
Considere, ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para
R$ 170 milhões e que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para
R$ 220 milhões. Nessa situação, o limite legal para aditivos foi observado, não
havendo irregularidade.
Comentário: Segundo a jurisprudência do TCU, “os limites de aditamento
estabelecidos no art. 65, inciso II, 1, da Lei 8.666/93 devem ser verificados
separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas supressões de itens e
quantitativos, e não pelo cômputo final que tais alterações (acréscimos menos
decréscimos) possam provocar na equação financeira do contrato”.
Ou seja, não seria possível, por exemplo, ocorrer, no mesmo termo
aditivo, um acréscimo no percentual de 80% ao objeto inicial e uma supressão
de 55%. Embora, nesse exemplo, o cômputo de acréscimos e supressões
resulte em 25% (= 80 – 55), a jurisprudência do TCU diz que as alterações
devem ser verificadas separadamente, ou seja, um acréscimo de 80% excede o
limite de 25%, da mesma forma que uma supressão de 55% também excede.
No caso em exame, o primeiro aditivo reduziu o valor da obra em 15%, de
R$ 200 milhões para R$ 170 milhões, dentro, portanto, do limite de 25%
previsto na Lei 8.666/93. Com essa redução, o valor referência para novos
acréscimos e supressões passou a ser R$ 170 milhões. Sendo assim, o
segundo aditamento, que majorou o contrato para R$ 220 milhões, representou
57. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse
contrato, assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48
meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente
enquanto não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,
limitada a sessenta meses.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O serviço de limpeza predial é um serviço de prestação
continuada. Segundo o art. 57, II da Lei 8.666/93, os contratos de prestação de
serviços a serem executados de forma contínua poderão ter a sua duração
prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
e condições mais vantajosas para a administração, limitada a 60 meses.
b) ERRADA. Como afirmado acima, o contrato poderá ser prorrogado por
até 60 meses, em regra. Esse prazo, em caráter excepcional, poderá ser
prorrogado por mais 12 meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo
essa prorrogação adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda,
autorização da autoridade superior (Lei 8.666/93, art. 57, §4º).
c) ERRADA. A Lei 8.666/1993 veda a celebração de contratos por prazo
indeterminado (art.57, §3º).
d) CERTA. Nos termos do art. 57, II da Lei 8.666/93.
Gabarito: alternativa “d”
JURISPRUDÊNCIA
Bons estudos!
Erick Alves
RESUMÃO DA AULA
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: características
Administração atua nessa qualidade, com supremacia sobre o particular.
São regulados pelo direito público e, supletivamente, pelo direito privado.
Existência de cláusulas exorbitantes.
Natureza de contrato de adesão (cláusulas fixadas unilateralmente pela Administração).
Onerosidade e comutatividade.
Formalismo:
o Instrumento formal de contrato é obrigatório -> valores de concorrência e tomada de preços (inclusive
em casos de dispensa e inexigibilidade), exceto compras com entrega imediata.
o É possível contratos verbais para pequenas compras.
Natureza pessoal (intuitu personae): admite subcontratação parcial apenas se houver previsão no edital e
no contrato e estiver dentro do limite autorizado pela Administração.
Mutabilidade (ex: alteração unilateral, teoria da imprevisão).
Contratos privados: seguro, financiamento, locação, prestação de serviço público em que a Administração é
usuária (regem-se, predominantemente, pelo direito privado e, no que couber, pelo direito público,
inclusive cláusulas exorbitantes).
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
I. Objeto.
II. Regime de execução ou forma de fornecimento.
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste.
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega.
V. Crédito pelo qual correrá a despesa.
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.
VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das multas.
VIII. Casos de rescisão.
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por inexecução do contrato.
X. Condições de importação, quando for o caso.
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou.
XII. Legislação aplicável.
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Por modificação do projeto ou das especificações;
Alteração Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25% (ou até 50% de acréscimo em caso
unilateral de reforma de edifícios ou equipamentos).
Somente cláusulas de execução -> não pode alterar o equilíbrio econômico-financeiro.
Advertência
Multa
Aplicação de
Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até dois anos.
sanções
Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração enquanto
perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.
Poderá ser exigida garantia do contratado, até 5% do valor do contrato (até 10% em
contrato de grande vulto com alta complexidade).
Exigência de Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
garantia Modalidades de garantia (opção do contratado): caução em dinheiro ou títulos da dívida
pública; seguro garantia; fiança bancária.
Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do valor estimado do objeto).
Fiscalização Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.
Restrições à Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.
TEORIA DA IMPREVISÃO
Eventos excepcionais e imprevisíveis, ou de consequências imprevisíveis, que provocam desequilíbrio da
equação econômico-financeira do contrato, e totalmente estranhos à vontade das partes.
Fato do príncipe: ato geral de Governo, não relacionado diretamente com o contrato, que proíbe ou
encarece a execução.
Fato da Administração: ato da Administração diretamente ligado ao contrato, que dificulta ou impede sua
execução.
Força maior: evento humano, como uma greve ou rebelião.
Caso fortuito: evento da natureza, como uma inundação.
Interferências imprevistas: fatos imprevisíveis, preexistentes ao contrato, mas só descobertos
posteriormente ao início da execução; oneram, mas não impedem a execução.
5. (Cespe – MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado,
apuradas no procedimento da licitação.
12. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e fiscalizada
por representante da administração designado especialmente para tal, não sendo permitida
13. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela fiscalização na
interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais elementos de projeto, bem
como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado para eximir a contratada da
responsabilidade pela execução dos serviços e obras.
14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou) solicitar
o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade com o projeto,
norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do contrato.
15. (Cespe – Bacen 2013) Durante a execução do contrato dos serviços de segurança e
vigilância do edifício sede do Banco Central do Brasil, o representante da administração
pública responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do contrato tem autonomia
para autorizar a redução no número de postos de vigilância nele previstos.
17. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não admite reabilitação.
19. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte do
contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do contrato,
de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado essencial à
sociedade.
21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para a
execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações está
limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A única exceção
feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser prorrogados se houver interesse da
administração.
24. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser prorrogados, é
vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de vigência indeterminado.
25. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Considerados os limites estabelecidos pela lei,
o recebimento provisório ou definitivo da obra não exclui a responsabilidade civil e ético
profissional, por parte da contratada, pela solidez e segurança da obra ou do serviço e pela
perfeita execução do contrato.
26. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das nulidades,
segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele deveria
produzir e desconstituindo os já produzidos, o que isenta inteiramente a administração
pública do dever de indenizar o contratado.
27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra pública, o
contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão do contrato após obter
autorização judicial em ação proposta com essa finalidade específica.
28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de certame
licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração
pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no contrato. Nessa
situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo estipulado e com estrita observância
aos critérios de qualidade impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de prejuízo ou
descumprimento de cláusulas contratuais.
29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha celebrado
contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa
situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência do
cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
31. (Cespe – GDF 2013) Dada a necessidade de aumento da rede pública de ensino do
estado Y, o secretário de educação, com o intuito de construir uma nova escola pública,
resolveu consultar a procuradoria do estado para que esta esclarecesse algumas dúvidas
relacionadas ao modelo licitatório e às normas contratuais aplicáveis à espécie.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
32. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado quanto
ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo regime jurídico
público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.
c) concessão de serviço público.
d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.
33. (ESAF – CGU 2012) A coluna I, abaixo, traz as características de três instrumentos
jurídicos utilizados para a recomposição da equação econômico-financeira. Já a coluna II
traz a nomenclatura desses institutos. Correlacione as colunas I e II para, ao final, assinale a
sequência correta para a coluna I.
a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2
c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1
35. (ESAF – Pref./RJ 2010) Referente aos contratos administrativos, assinale a opção
incorreta.
a) É motivo de rescisão contratual a subcontratação parcial do objeto do ajuste, desde que
não admitida no edital e no contrato.
b) Considera-se condição de eficácia do contrato administrativo a publicação do seu extrato
na imprensa oficial.
c) A Lei 8.666, de 1993, mitigou a lição tradicional de óbice à "Exceção de Contrato não
Cumprido", por parte do particular, quando houver inadimplemento da Administração,
prevendo hipótese de rescisão contratual em face do atraso de pagamento pelo Poder
Público.
d) É vedada a realização, pela Administração, de contratação verbal, de sorte que todo
ajuste pressupõe formalização mediante termo de contrato.
e) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução contratual, não excluindo ou
reduzindo tal responsabilidade a fiscalização do ajuste por agente da Administração.
37. (ESAF – CGU 2008) Na elaboração dos contratos a serem celebrados pela
Administração Pública, são cláusulas necessárias, exceto:
a) os casos de rescisão.
b) o regime de execução e a forma de recebimento.
c) o cronograma de desembolso dos recursos.
d) o crédito pelo qual ocorrerá a despesa.
e) o objeto e seus elementos característicos.
38. (ESAF – ATRFB 2012) Conforme determina a Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993,
são cláusulas necessárias em todo contrato administrativo:
I. o objeto e seus elementos característicos.
II. o preço e as condições de pagamento.
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
IV. a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.
V. os casos de rescisão.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas.
c) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
39. (ESAF – CGU 2012) São contratos que podem durar além da vigência da Lei
Orçamentária Anual, exceto:
a) os contratos autorizados pelo plano plurianual.
b) a contratação de serviços contínuos.
c) a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
d) a contratação de equipamentos e programas de informática.
e) a locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.
41. (ESAF – CGU 2012) Em se tratando de serviços, executado o contrato, o seu objeto
será recebido provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado assinado
a) pelo fiscal em até cinco dias úteis da comunicação escrita do contratado.
b) pelo fiscal em até quinze dias úteis da comunicação oral do contratado.
c) pelo gestor administrativo em até três dias úteis da comunicação escrita do contratado.
d) pelas partes em até quinze dias da comunicação escrita do contratado.
e) pelas partes em até três dias da comunicação escrita do contratado.
42. (ESAF – CGU 2008) São motivos para a rescisão do contrato administrativo, exceto:
a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.
b) a subcontratação total ou parcial do seu objeto, não admitidas no edital e no contrato.
c) a alteração do valor do contrato para reduzi-lo em vinte por cento.
d) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento.
e) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.
45. (ESAF – STN 2008) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído pela Lei
n. 8.666, de 21 de junho de 1993, confere à Administração certas prerrogativas em relação a
eles. São prerrogativas da Administração Pública frente a seus contratos, exceto:
a) modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado.
b) fiscalizar-lhes a execução.
c) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
d) exigir o cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
e) rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados na lei.
47. (ESAF – CVM 2010) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído pela Lei
n. 8.666/1993 confere à Administração, em relação a eles, as seguintes prerrogativas,
exceto:
a) modificá-los unilateralmente, respeitados os direitos do contratado.
b) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
c) rescindi-los unilateralmente, nos casos especificados.
d) suspender pagamentos devidos, a título de sanção administrativa.
e) fiscalizar-lhes a execução.
48. (ESAF – CVM 2010) A critério da autoridade competente, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
obras, serviços e compras, cabendo ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia, exceto:
a) caução em dinheiro.
b) seguro-garantia.
c) cédula hipotecária.
d) fiança bancária.
e) caução em títulos da dívida pública.
49. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade inscrita
no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a aplicação definitiva
da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa "B", com o mesmo objetivo
social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo município
que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito, (assegurados o
contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa "B" os efeitos da sanção
de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A", aplicando-se no caso em tela a
desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.
50. (ESAF – CGU 2012) Nos termos da IN 02, de 11/10/10 e alterações posteriores, a
única penalidade que exige requerimento junto à autoridade competente para a cessação de
seus efeitos é
a) a advertência estabelecida no inciso I do art. 87 da Lei n. 8.666/93.
b) a suspensão temporária estabelecida no inciso III do art. 87 da Lei n. 8.666/93.
c) a declaração de inidoneidade estabelecida no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93.
d) a multa estabelecida no inciso II do art. 87 da Lei n. 8.666/93.
e) o impedimento de licitar e contratar, estabelecido no art. 70 da Lei n. 10.520/2002.
51. (ESAF – CGU 2012) A aplicação da teoria da imprevisão deriva da conjugação dos
seguintes requisitos, exceto:
a) Inimputabilidade do evento às partes.
b) Ausência de impedimento absoluto.
c) Imprevisibilidade do evento ou incalculabilidade de seus efeitos.
d) Grave modificação das condições do contrato.
e) Álea ordinária, também chamada de risco do negócio.
52. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por intermédio do
Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação e asseio, solicita ao
contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em virtude do
aumento salarial determinado por dissídio coletivo da categoria profissional e com base na
teoria da imprevisão.
Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência majoritária no
STJ, assinale a opção correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da teoria
da imprevisão.
53. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações acerca dos
contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que seu
objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando
conveniente a substituição da garantia de execução.
c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos podem
ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
d) A declaração de nulidade do contrato, imputável ao contratado, exonera a administração
do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data da
declaração.
e) Tratando-se de serviços essenciais, é vedada a ocupação provisória de bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, caso haja rescisão do contrato
administrativo.
54. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública orçada
inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos. Considere,
ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para R$ 170 milhões e
que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para R$ 220 milhões. Nessa
situação, o limite legal para aditivos foi observado, não havendo irregularidade.
56. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) O artigo 71 da Lei de Licitações assim dispõe: Art.
71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1.º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu pagamento,
nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o registro de imóveis. (redação dada pela Lei n.º 9.032/1995)
57. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse contrato,
assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48 meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente enquanto
não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses.
*****
GABARITO
2) C 3) E 4) C 5) C
1) C
7) C 8) E 9) E 10) E
6) E
12) E 13) E 14) E 15) E
11) C
17) E 18) C 19) C 20) E
16) E
22) E 23) E 24) C 25) C
21) E
27) E 28) E 29) E 30) E
26) E
32) b 33) b 34) a 35) d
31) E
37) c 38) a 39) c 40) c
36) a
42) c 43) a 44) c 45) d
41) d
47) d 48) c 49) d 50) c
46) e
52) d 53) d 54) E 55) E
51) e
57) d
56) c
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.