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Material Complementar

DIMENSIONAMENTO
COMPLETO
versão 2.0
"Daqui 5 anos você
vai desejar ter
começado hoje"
Parte 01 - Leitura e interpretação do
laudo de sondagem

O passo a passo para leitura


1º Passo: Localizar as informações: Profundidade, Resistência SPT, Nível de Água
(N.A), Tipo de Solo e o Gráfico de Resistências.

2º Passo: Realizar a leitura das informações

O passo a passo para interpretação


1º Passo: Identificar a profundidade impenetrável = - 32,30m

2º Passo: Identificar a prof. do N.A = -1,45m

3º Passo: Identificar solo coesivo ou não? = Predominantemente não coesivo

4º Passo: Desenhar as linhas teóricas:

Do ponto de vista das fundações superficiais:


< 10 golpes = solo com baixa resistência
10 < golpes < 20 = solo com resistência mediana
20 < golpes < 30 = solo com boa resistência
> 30 golpes = solo com ótima resistência (ideal)

5º Passo: Possível fundação superficial?

São 4 critérios importantes a serem analisados:

1) Carga:
Até 40tf (carga baixa) - NSPT mínimo = 10 golpes p/ 30cm finais
De 40 tf a 100tf - NSPT mínimo = 15 golpes p/ os 30cm finais
Acima de 100tf - NSPT mínimo = 20 golpes p/ os 30cm finais

2) Nível de lençol freático:


Preferencialmente a cota de assentamento da fundação superficial deve ser acima do
lençol freático.
Pode realizar abaixo?
Sim mas acaba encarecendo a obra devido a ao rebaixamento do lençol freático.

3) Profundidade de assentamento:
De preferência até 2m, podendo chegar a 3m. Cuidado com a escavação devido a
segurança do trabalho e quanto maior a profundidade, maior o gasto também.

4) Cuidado com zona de plastificação.

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Parte 02 - Passo a Passo Para Escolha
da Fundação Ideal

Quando não utilizar fundações superficiais:


Aterros não compactados
Argila mole ou camada de argila mole
Areia fofa ou muito fofa
Existência de água onde o rebaixamento do lençol freático não se justifica
economicamente.
Quando são necessárias escavações maiores que 3m com exceções.

Não sendo possível a utilização de fundações superficiais passa-se a adoção de


fundações profundas.

1º Passo: Estaca Broca

Diâmetro de 15 a 25cm
Pequenas cargas (5t a 10t)
Comprimento máximo de 10m
Somente acima do lençol freático

2º Passo: Estaca escavada mecanicamente

Carga alta (25t a 100t)


Somente em solos com coesão
Somente acima do lençol freático
Escavada, redução na carga por ponta

3º Passo: Estaca strauss

Pequenas cargas (20t a 60t)


É possível abaixo do nível do lençol porém com recomendações específicas
Lenta ( 1 a 3 estacas por dia)
Equipe dependente

5º Passo: Estaca pré-moldada de concreto


Carga Alta (20t a 150t)
Possível abaixo do nível de lençol freático
Barata
Rápida - 6 a 12 estacas por dia
Vibração pode danificar os vizinhos
Não é capaz de atravessar camadas muito resistentes, matacões ou solo com
pedregulho grosso
Desperdício devido a sobras

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6º Passo: Estaca franki
Carga Alta (55t a 170t)
Muita vibração (vizinhança em estado precário)
Custo alto em comparação com outras
Desuso
Velocidade baixa (2 a 3 estacas por dia)
Em termos de capacidade de carga, uma das melhores

7º Passo: Estaca Hélice Contínua


Carga Alta (30t a 490t)
Exequível em praticamente todo tipo de terreno
Versátil
Rápida (8 a 15 estacas por dia)
Vem ficando mais barata ao longo dos anos. Atualmente está bem competitiva

8º Passo: Estaca Metálica


Carga Alta (40t a 300t)
Cara

9º Passo: Estacão ou Estaca Barrete


Acima de 150t
Compete com Tubulão a ar comprimido
Baixa resistência de ponta
Cara
Área para instalação dos equipamentos deve ser grande

10º Passo: Tubulão a Ar Comprimido


Alta capacidade de carga
Exequível abaixo do nível de lençol freático
Cara

Variável: Estaca Raiz


Alta capacidade de carga
Exequível abaixo do nível de lençol freático
Cara
Escavada, portanto não garante limpeza de fundo
Lenta, produção de (1 a 5 estacas por dia)
Perfura qualquer tipo de solo, quando conjugada com martelo pneumático de
fundo perfura inclusive rocha sã abrasiva.

Variável: Tubulão a céu aberto


Depende muito de região para região
Barato
Praticamente qualquer faixa de carga
Extremamente competitivo em determinadas regiões
Somente implantável em solos coesivos
Apenas acima do lençol freático

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Dimensionamento Geotécnico de
Estacas Hélice Contínua

Método: Antunes e Cabral (1996)

Os autores propuseram um método de previsão da capacidade de carga em estacas


hélice contínua a partir dos resultados do ensaio SPT e baseados em informações
obtidas em 9 provas de carga estáticas, realizadas em estacas com diâmetro de 35,
50 e 75 cm, fazendo uma comparação entre dois métodos semiempíricos tradicionais,
Aoki-Velloso (1975) e Décourt-Quaresma (1978).

Os autores utilizaram ensaios de SPT para correlacionar os dados, teorizando as


fórmulas abaixo, estas se utilizam de duas constantes para relacionar a sondagem e a
carga máxima, que são: β3 e β4, que são variáveis de acordo com cada tipo de solo.

Em que:

β3 = coeficiente retirado das tabelas a seguir


β4 = coeficiente retirado das tabelas a seguir
N1 = NSPT atuante na ponta da estaca
N2 = NSPT atuando na camada considerada (atrito lateral)

Os valores de β3 e β4 são retirados da tabela a seguir:

3 4

Pode-se determinar, então, a carga de ruptura da fundação:

Onde:
As = área lateral da fundação
Ap = área da seção da estaca

Deve-se tomar cuidado para atender a menor entre as duas equações de carga
admissível.

Considerando uma espécie de tensão admissível do material da estaca (σe), a sua


multiplicação pela área da seção transversal do fuste resulta uma carga admissível da
estaca (Pe).

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Muitos engenheiros confundem a carga admissível (Pe), com a carga admissível tendo
em vista o maciço (Pa), a qual considera o aspecto geotécnico.

Tendo em vista essa confusão, preferiu-se referir a carga estrutural como carga de
catálogo.

Na prática de projetos, a carga de catálogo é definida inicialmente, desta forma, ela


passa a ser o limite superior para a carga admissível.

Carga admissível estrutural (carga de catálogo)

Dimensionamento da armadura (carga centrada)

A NBR 6122, item 7.8.9.9.1 aceita que para fundações com tensão de compressão
inferior a 5 MPa não sujeitas a esforços de momento ou horizontal, sejam colocados
somente armadura de arranque, calculado como:

As = 0,5% Ac

Em que:

Ac = Área bruta de concreto

Recomenda-se armação mínima de arranque até 4m de profundidade, nunca antes


de camada com SPT=4.

Os estribos são construtivos, desta forma podemos optar por 6,3mm c/ 20cm.

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Bloco sobre 4 estacas

Ângulo de Inclinação da biela: (θ entre 45º e 60º)

Obs: (am) é a menor dimensão do pilar

Resultante de compressão na biela e força de tração na armadura principal

Verificação das tensões de compressão atuantes na biela

Junto ao pilar:

Junto a estaca:

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Onde as tensões de tração devem estar limitadas a:

Cálculo das armaduras:

A área da armadura principal de tração, segundo as direções das bielas (ou diagonais do
quadrado formado pelas estacas) é calculada por:

Entretanto, as armaduras podem estar dispostas na direção dos lados do quadrado


definido pelas estacas e segundo uma malha, conforme pode se verificado na imagem
abaixo.

Apesar de possível, não recomenda-se a utilização de armadura em malha.


Comprovações experimentais indicam que a eficiência do arranjo em malha é de cerca
de 80% de eficiência dos outros dois arranjos. Em outras palavras, deve-se majorar as
armaduras calculadas em 1 / 0,8 =1,25, desta forma, não se recomenda.

Para as armaduras dispostas segundo os lados dos quadrados formados pelas estacas
deve-se decompor a resultante T, conforme abaixo.

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