1- Todas as alternativas são corretas B) preocupação com a identidade
sobre o Padre José de Anchieta, exceto: brasileira.
a) Foi o mais importante jesuíta em C) crítica velada à forma de governo atividade no Brasil do século XVI. vigente. b) Foi o grande orador sacro da língua D) reflexão sobre dogmas do portuguesa, com seus sermões barrocos. Cristianismo. c) Estudou o tupi-guarani, escrevendo E) questionamento das práticas pagãs na uma cartilha sobre a gramática da língua Bahia. dos nativos. Resolução: Competência de área 5 – d) Escreveu tanto uma literatura de Analisar, interpretar e aplicar caráter informativo como de caráter recursos expressivos das linguagens, pedagógico. relacionando textos com seus e) Suas peças apresentam sempre o contextos, mediante a natureza, duelo entre anjos e diabos. função, organização, estrutura das Resolução: Comentário: O grande manifestações, de acordo com as orador sacro da língua de nossa condições de produção e recepção. língua, chamado por Fernando H15 – Estabelecer relações entre o Pessoa “Imperador da Língua texto literário e o momento de sua Portuguesa”, é o Padre António produção, situando aspectos do Vieira, autor pertencente ao período contexto histórico, social e político. Barroco. Comentário: 2- ENEM2014 O texto de Gregório Quando Deus redimiu da tirania de Matos apresenta uma Da mão do Faraó endurecido intertextualidade clara O Povo Hebreu amado, e esclarecido, com as Sagradas Escrituras. Páscoa ficou da redenção o dia. Para resolver a questão, o candidato deve recordar Páscoa de flores, dia de alegria as características da Àquele povo foi tão afligido poética daquele escritor. O dia, em que por Deus foi redimido; O poeta barroco utilizava sua liter Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia. atura como meio de criticar a sociedade de sua época, ainda que Pois mandado pela Alta Majestade o fizesse por meio de metáforas, Nos remiu de tão triste cativeiro, como ocorre no texto acima. Nos livrou de tão vil calamidade. 3- ENEM 2015 Quem pode ser senão um verdadeiro Casa dos Contos Deus, que veio estirpar desta cidade & em cada conto te cont o Faraó do povo brasileiro. o & em cada enquanto me enca nto & em cada arco te a (DAMASCENO, D. Melhores poemas: barco & em cada porta m Gregório de Matos. São Paulo: 2006) e perco & em cada lanço t Com uma elaboração de linguagem e e alcanço & em cada escad uma visão de mundo que apresentam a me escapo & em cada pe princípios barrocos, o soneto de dra te prendo & em cada g Gregório de Matos apresenta temática rade me escravo & em ca expressa por da sótão te sonho & em cada A) visão cética sobre as relações esconso me affonso & em sociais. cada claúdio te canto & e m cada fosso me enforco & (ÁVILA, A. Discurso da difamação do final do poema e que veio a falecer na poeta. São Paulo: Summus, 1978.) casa durante a prisão. Ele foi O contexto histórico e literário do encontrado enforcado aparentemente período barroco- árcade fundamenta o tendo cometido suicídio. poema Casa dos Contos, de 1975. A Podemos confirmar a descrição da restauração de elementos daquele “Casa dos Contos” nos seguintes contexto por uma poética trechos: “… em cada porta…”, “… em contemporânea revela que cada arco…”, “… em cada porta”…, A) a disposição visual do poema reflete “… em cada fosso…”. Confirmamos sua dimensão plástica, que prevalece ainda a presença do inconfidente e de sobre a observação da realidade social. sua morte trágica “… em cada B) a reflexão do eu lírico privilegia a Claudio…”, “…cada fosso me memória e resgata, em fragmentos, enforco…”. fatos e personalidades da Inconfidência Diante disso, a alternativa E está Mineira. perfeita, o poeta recria a partir de uma C) a palavra “esconso” (escondido) nova forma de fazer arte (concretismo) demonstra o desencanto do poeta com a um momento histórico importantíssimo utopia e sua opção por uma linguagem para nós: a Inconfidência Mineira. erudita. D) o eu lírico pretende revitalizar os 4- (ENEM) contrastes barrocos, gerando uma Torno a ver-vos, ó montes; o destino continuidade de procedimentos estéticos Aqui me torna a pôr nestes outeiros, e literários. Onde um tempo os gabões deixei E) o eu lírico recria, em seu momento grosseiros histórico, numa linguagem de ruptura, o Pelo traje da Corte, rico e fino. ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes. Aqui estou entre Almendro, entre Comentário: é muito importante Corino, perceber a ponte que o autor faz entre Os meus fiéis, meus doces o Concretismo do século XX (estática companheiros, de ruptura, quebra de palavras nos Vendo correr os míseros vaqueiros versos, uso de símbolos na poesia, etc) e Atrás de seu cansado desatino. a produção literária do século XVIII (barroco-árcade), com referência Se o bem desta choupana pode tanto, aos poetas envolvidos na Inconfidência Que chega a ter mais preço, e mais valia Mineira. Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, O eu-lírico foi descrevendo em todo o poema a famosa “Casa dos Contos”. A Aqui descanse a louca fantasia, casa – que dá título ao poema, o que já é E o que até agora se tornava em pranto a primeira dica para o estudante – é hoje Se converta em afetos de alegria. um museu em Ouro Preto (antiga Vila (Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Rica), Minas Gerais. No século XVIII, a Proença Filho. A poesia dos construção servia para o recolhimento inconfidentes dos impostos, depois foi a Sede da . Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. Administração e Contabilidade Pública 78-9.) da Capitania de Minas Gerais (então Assinale a opção que apresenta um chamada de Casa dos Contos), em 1879. verso do soneto de Cláudio Manoel da O imóvel histórico serviu também Costa em que o poeta se dirige ao seu de prisão para os Inconfidentes, entre interlocutor. eles Cláudio Manoel da Costa, citado ao a) “Torno a ver-vos, ó montes; o quem se poderiam fazer convites destino” (v.1) amorosos mais ousados. b) “Aqui estou entre Almendro, entre d) Em que se notam diálogo e estrutura Corino,” (v.5) paralelística, o ponto de vista dominante c) “Os meus fiéis, meus doces é o do amante que vê seus sentimentos companheiros,” (v.6) antagônicos refletidos na natureza. d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” e) A natureza é o espaço onde o amado (v.7) se sente à vontade para expressar e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro diretamente à amada suas inclinações encanto,” (v.11) sensuais. Comentários/Resolução/Passo-a- Comentários/Resolução/Passo-a- passo: passo: No trecho “Torno a ver-vos, ó montes; o Neste poema, a natureza atua como destino”, percebemos a presença de um plano de fundo para a vivência de um vocativo. O eu lírico direciona sua romance do eu lírico com sua amada. mensagem ao cenário natural, Além disso, percebemos implicitamente característica da temática árcade, a presença do lema árcade “Carpe relatando sua felicidade em retornar a Diem”, que consiste em aproveitar a seu lugar de origem, o ambiente vida intensamente, confirmando a letra campestre, o que confirma a letra A. E. A alternativa A está errada porque o Nas alternativas B, D e E não há eu lírico aborda a efemeridade da vida, presença de um direcionamento ao mas fala sobre aproveitar o presente. Já interlocutor e, na alternativa C, o trecho as letras B, C e D também estão erradas, “meus fiéis” não se dirige ao porque as Cantigas de Amigo possuíam interlocutor, mas funciona como uma um eu lírico feminino e o sentimento referência ao verso anterior. saudosista pela distância de seu amado. Além disso, não há a presença da ironia 5- (MACKENZIE) no texto, tampouco o paralelismo, Ornemos nossas testas com as flores, característica muito presente do período e façamos de feno um brando leito; do Trovadorismo. prendamo-nos, Marília, em laço estreito, 6- (UFSCAR) gozemos do prazer de sãos amores (…) Texto 1 (…) aproveite-se o tempo, antes que Eu quero uma casa no campo faça do tamanho ideal o estrago de roubar ao corpo as forças pau-a-pique e sapê e ao semblante a graça. Onde eu possa plantar meus amigos (Tomás Antônio Gonzaga) meus discos meus livros Nos versos acima: e nada mais. a) O eu-lírico, ao lamentar as (Zé Rodrix e Tavito) transformações notadas em seu corpo e Texto 2 alma pela passagem do tempo, revela-se Se o bem desta choupana pode tanto, amoroso homem de meia-idade. Que chega a ter mais preço, e mais b) Que retomam tema e estrutura de valia, uma “canção de amigo”, está expresso o Que da cidade o lisonjeiro encanto; estado de alma de quem sente a Aqui descanse a louca fantasia; ausência do ser amado. E o que té agora se tornava em pranto, c) Nomeia-se diretamente a figura Se converta em afetos de alegria. ironizada pelo eu-lírico, a mulher a (Cláudio Manuel da Costa) <http://www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso Embora muito distantes entre si na linha em: 9 jul. 2009. do tempo, os textos aproximam-se, pois “A feição deles é serem pardos, maneira o ideal que defendem é: d’avermelhados, de bons rostos e bons a) O uso da emoção em detrimento da narizes, bem feitos. Andam nus, sem razão, pois esta retira do homem seus nenhuma cobertura, nem estimam melhores sentimentos. nenhuma cousa cobrir, nem mostrar b) O desejo de enriquecer no campo, suas vergonhas. E estão acerca disso aproveitando as riquezas naturais. com tanta inocência como têm em c) A dedicação à produção poética junto mostrar o rosto.” à natureza, fonte de inspiração dos CAMINHA P. V. A carta. Disponível poetas. em:<www.dominiopublico.gov.br>. d) o aproveitamento do dia presente – o Acesso em: 12 ago. 2009. carpe diem-, pois o tempo passa Ao se estabelecer uma relação entre a rapidamente. obra de Eckhout e o trecho do texto de e) o sonho de uma vida mais simples e Caminha, conclui-se que: natural, distante dos centros urbanos. A) ambos se identificam pelas Comentários/Resolução/Passo-a- características estéticas marcantes, passo: como tristeza e melancolia, do A temática árcade preza pela movimento romântico das artes simplicidade da vida, longe dos apegos plásticas. materiais, o que confirma o gabarito da B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu letra E. As demais letras (A, B,C e D) objeto, representando-o de maneira estão erradas porque o arcadismo tem realista, ao passo que o texto é apenas como aspecto o racionalismo, a fantasioso. harmonização de ideias e, embora C) a pintura e o texto têm uma utilize a natureza como cenário de característica em comum, que é muitos poemas, junto ao sentimento representar o habitante das terras que pastoril, a alternativa C não cumpre sofreriam processo colonizador. com o que foi pedido no enunciado e, D) o texto e a pintura são baseados no na alternativa D em relação aos poemas, contraste entre a cultura europeia e a tampouco fazem referência ao lema cultura indígena. árcade Carpe Diem. E) há forte direcionamento religioso no 7- (Enem–2009) texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica. resolução Conforme o que diz a alternativa C, ambos os textos verbal e não verbal – a pintura de Eckhout e o texto de Pero Vaz de Caminha – tratam do índio, povo nativo encontrado na América, o qual seria colonizado e explorado pelos povos europeus. A pintura parece ilustrar exatamente o que diz Caminha, apresentando o índio completamente despido, em posição de extrema naturalidade, com seus instrumentos ECKHOUT, A. Índio Tapuia (1810- típicos. 1866). Disponível em: