A Lei de Biossegurança Nacional foi criada em 2005 (Lei Nº 11.105, de 24 de março de
2005). O artigo 1º refere a lei como estabelecimento de normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados desde a construção, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento, pesquisa, comercialização, consumo, liberação no meio ambiente e descarte. Tem como diretriz o estímulo ao avanço científico na biotecnologia e biossegurança, a proteção à vida e saúde humana, animal e vegetal, observando o princípio da precaução do meio ambiente. A lei considera a atividade de pesquisa e de uso comercial. A importância deste artigo está na consideração da proteção da vida e saúde humana, animal e vegetal do meio ambiente, em vista do avanço científico na área de biotecnologia, exigindo normas de segurança e mecanismos de fiscalização, ocasionando a biossegurança. O artigo 8º cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) que tem como atribuição: fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre a matéria; analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados; e avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados. Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à realização da atividade analisada, encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de registro e fiscalização; e quando deliberar contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua manifestação à CTNBio para informação ao requerente. A importância deste artigo está na fixação de princípios e diretrizes por parte de um Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), que deve ser constituído por pessoas experientes e éticos nessa área (nem sempre condizente devido à política). Esse Conselho deliberará ou não a realização da atividade com OGM ao requerente. O CNBS é muito importante, pois, será quem decidirá as pesquisas com OGM no Brasil, que poderá criar problemas para os seres humanos se não tiver diretrizes de proteção do ser humano. Pode-se ver que a lei está bem feita, somente é necessário uma ética profissional dos encarregados da fiscalização nas pesquisas com OGM, que tenham um verdadeiro sentido do valor do ser humano, não reduzindo-o a um simples objeto. ANEXO: LEI DE BIOSSEGURANÇA NACIONAL
LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. § 1o Para os fins desta Lei, considera-se atividade de pesquisa a realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, como parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de OGM e seus derivados, o que engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados. § 2o Para os fins desta Lei, considera-se atividade de uso comercial de OGM e seus derivados a que não se enquadra como atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização, da importação, da exportação, do armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins comerciais. [...] Art. 8o Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, vinculado à Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presidente da República para a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança – PNB. § 1o Compete ao CNBS: I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre a matéria; II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados; III – avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados; IV – (VETADO) § 2o (VETADO) § 3o Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à realização da atividade analisada, encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei. § 4o Sempre que o CNBS deliberar contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua manifestação à CTNBio para informação ao requerente. [...] Brasília, 24 de março de 2005; 184o da Independência e 117o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos Celso Luiz Nunes Amorim