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Bobbio neste capítulo vem tratar da terceira característica explicando a importância

deste valor para o Ordenamento Jurídico e por outro lado vem descrevendo quais os
problemas encontrados quando não se tem dentro de uma norma esta característica e,
ressalta que a completude é a base na qual uma norma pode solucionar qualquer caso
dentro do Ordenamento Jurídico. Mas adiante ele fala como agir quando há ausência de
norma que possa regular um caso dentro do Ordenamento Jurídico, de tal modo que, o
problema em questão é chamado de lacuna e isso representa uma omissão em relação a
todos os fatos de um determinado caso em que a lei teoricamente deveria abranger, no
entanto quando isso não acontece torna o Ordenamento incompleto, impedindo que o
juiz possa dá solução ao caso.

Bobbio a partir desta característica procura definir algumas técnicas da completude, de


modo a compreender melhor os problemas entre a completude e a coerência. Desta
maneira define a coerência como a exclusão de situações contraditórias de ambas as
normas dentro do sistema jurídico, por outro lado a completude é as exclusões de
situações contraditórias em que nenhuma destas normas pertença ao sistema jurídico.
Após dá estas definições, ele faz uma contraposição entre a incoerência e a
incompletude e, os problemas que isso acarreta na decisão de um caso para um
magistrado. Nesta situação de incoerência terá o magistrado duas normas que se
contradizem sobre o mesmo fato para decidir o caso, uma que proíbe e outra que
permite um comportamento dentro do mesmo sistema jurídico, denominado assim de
antinomia. Já a incompletude é a ausência de norma, não existindo nem uma norma que
proibi e nem outra norma permiti um determinado comportamento dentro de um
sistema.

Norberto enfatiza que existe um nexo entre dois problemas que quase sempre foi
esquecido por todos, sendo este o da incompletude por exuberância, que no caso são as
antinomias e, aquele o da incompletude por deficiência, que são as lacunas. Ele ao
deparar com esse nexo apresenta uma solução para ambos, sendo este por meio da
interação visa acrescentar tudo aquilo que falta para que uma norma se torne completa,
já aquele utiliza a purgação a fim de eliminar todo o excesso de uma norma dentro do
sistema jurídico.

Logo, Norberto Bobbio conclui-se que a completude é uma condição necessária para o
bom funcionamento do sistema jurídico, de tal modo que torna este sistema completo e
permite que um magistrado possa julgar qualquer caso mediante uma norma que esteja
contida no sistema jurídico.

Dogma da Completude

O dogma da completude é o princípio da propriedade em que o ordenamento jurídico


precisa para ser completo, no qual fornece mecanismos coerentes ao juiz para
solucionar os casos sem que este tenha a necessidade de recorrer à equidade, uma forma
de discricionariedade da norma. Embora tenhamos que nos remeter ao passado devido o
termo equidade, que outrora nascera na era romana medieval, pouco a pouco o direito
romano se tornou direito por excelência, sendo capaz de se fazer entendido por todos os
que tinham capacidade para interpretar a fim de solucionar os problemas jurídicos. Mas
a frente o dogma da completude toma concepções estatal do direito, tal concepção agora
passou a fazer parte do monopólio jurídico do Estado, extinguindo toda e qualquer fonte
do direito que não fosse à norma legal, estatizando assim todo o sistema jurídico. Com a
estatização todo e qualquer direito que não era emancipado não tinha reconhecimento
direito ou indireto do soberano, de tal modo que as lacunas que surgiam em um caso o
juiz não poderia recorrer a fontes jurídicas extraestratais, como a equidade, o costume e
a natureza das coisas, pois se isso acontecesse era o mesmo que dizer que tal monopólio
estatal não era completo.

O soberano para assegurar que o juiz cumprisse o desejo do Estado foi criado às
codificações, para fazer com que em seus veredictos fosse baseado dentro do sistema
regulamentado pelo Estado, pois isso servia como regra para todo e qualquer caso,
tornando o código um prontuário de modo que o juiz possa seguir fielmente todos seus
fundamentos, sendo proibidas suas decisões que não estivessem em acordo com este
código. Com isso mais adiante surgiram duas escolas a escola da exegese e a escola
científica que divergem sobre a codificação, sendo está que contrária a codificação, já
aquela que tem uma admiração incondicional pela obra codificada pelo legislador, de tal
maneira que confia cegamente nas leis contida neste código e, é para ela a base
suficiente para solucionar qualquer problema, não existindo incompletude ou ausência
da norma.
A Crítica à Completude

A crítica à completude ocorre através de um jurista alemão chamado Eugen Ehrlich que
por meio de sua obra, através de um livro faz duras críticas à mentalidade dos juristas
tradicionais, mostrando de formas significativas revolta contra o monopólio de direito
criado através do Estado, quase que ao mesmo tempo na França e na Alemanha no fim
do século passado. Através essa obra fez despertar a terceira escola de direito, escola
essa chamada de ESCOLA DE DIREITO LIVRE com o objetivo de desfazer toda e
qualquer cresça de que o direito estatal era completo.Com isso iniciou-se uma batalha
entre as escolas , aquelas que defendiam o direito estatal como completo que é o caso da
escola da exegese na qual afirma que não há lacunas dentro do direito, por outro lado
tinha a escola de direito livre que contrapõem esta ideia, afirmando que o direito criado
pelo Estado está repleto de lacunas, porém alega que é possível resolver isso confiando
principalmente na discricionariedade do juiz ,tendo em vista que o magistrado fora
chamado para solucionar os casos que gerem essas lacunas dentro de uma relação
social, nem que para isso ele possa ir além da norma constituída.

Mas adiante tal posicionamento vai se modificando, fazendo com que a codificação
tornasse envelhecida e com isso aquela admiração que existia por parte daquelas escolas
que seguiam o Estado cegamente vão se tornando críticas deste código. Por essa razão a
confiança toma o lugar da desconfiança de modo que a onisciência do legislador
diminuir ou quase deixando de existir. No entanto nesse período surgem novos códigos
com comportamento a confrontar o código antigo, mudando até a jurisprudência de
energética para jurisprudência cientifica, desenvolvendo assim uma critica livre aos
códigos que gerou sua reforma. Em segundo plano o processo natural do
envelhecimento desse código ocorre na segunda metade do século passado através da
revolução industrial, com isso ocorre uma profunda e ágil transformação por parte da
sociedade, antes as primeiras codificações que refletiram direto em uma sociedade na
qual seu foco principal era a agricultura e pouco a pouco vai sendo industrializada,
apresentando como um código ultrapassado e por isso foi sendo insuficientes e
inadequadas, tornando uma maior aceleração do processo natural do envelhecimento
deste código.
Como o envelhecimento do código começou a surgi um descompasso distanciando o
direito construído da realidade social e, isso foi acompanhado particularmente de perto
pelo desenvolvimento da filosofia social e de das ciências sociais no século seguinte, na
surgiram diversas correntes que resultaram em uma característica comum que foi a
visão contrária ao Estado e descoberta da sociedade antes não reconhecida pelo Estado.
Neste surgiram duas correntes uma sociologia positiva através do marxismo e outra
filosofia social, ambas fizeram uma crítica contra o monismo estatal. Ao passo que o
Estado se erguia sobre uma sociedade antes não visível, isso fez surgiam novos
agrupamentos sociais através das lutas de classes que tendia a romper continuadamente
os limites da ordem do Estado, e com isso, esses novos agrupamentos sociais como os
sindicatos, os partidos e de relações tornaram evidente uma vida subjacente ou que era
contrária ao Estado por meio das transformações econômicas, na qual nem o sociólogo e
nem o jurista podiam deixar passar despercebido.

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