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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Gestão


Das Organizações Escolares

ALESSANDRA DE OLIVEIRA SUCENA ANDRADE

EAD/ Nova Iguaçu


2016
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Prática de Ensino e Estágio Supervisionado Em Gestão


Das Organizações Escolares

Relatório exigido como parte dos


requisitos para conclusão da disciplina
de Prática de Ensino e Estágio
Supervisionado Em Gestão Das
Organizações Escolares sob a
orientação da Professora Maria Dylma
da Silva Ferreira.

Curso: Pedagogia

EAD / Nova Iguaçu


201e
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se en-contram
um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino
porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que
ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 1996: 29).

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................... 04

1. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.............................................. 06

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA..................................................... 06


1.2 CARACTERIZAÇÃO DA EQUIPE GESTORA.................................... 08

2. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES


OBSERVADAS E
REALIZADAS........................................................................12

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 21

4. REFERENCIAS TEÓRICOS........................................................ 23
4

INTRODUÇÃO

O presente estágio foi realizado na Escola Municipal Deputado Oswaldo Lima, no


município de Belford Roxo, situada no bairro de São Bernardo, na área da Educação
Infantil visando observar e analisar aspectos referentes a atuação da equipe gestora,
proporcionando uma aproximação da realidade profissional por meio da participação
em ocasiões reais de trabalho.
Este relatório contém informações referentes ao estágio obrigatório de
observação, realizado durante o curso de Pedagogia, sob a orientação da professora
Maria Dylma da Silva Ferreira.
O estágio me proporcionou a observação dos procedimentos, planejamentos e
atividades desenvolvidas pela equipe gestora, bem como um conjunto de reflexões
que procuram esclarecer a articulação da escola com a família e o modo como se dá
a relação professor e gestores, além de observar a forma como as crianças se
relacionam entre si e com os adultos com os quais convivem. É o momento de
conhecer, avaliar e compreender através da observação as práticas pedagógicas
presentes na escola.
No capítulo I, serão descritos o espaço físico da escola, os recursos materiais e
humanos que compõem a equipe pedagógica que atua na instituição, bem como a
organização do ambiente escolar, a formação, as atribuições e a metodologia de
trabalho da equipe gestora. Tais aspectos levam a refletir sobre a importância de cada
profissional na concretização de uma gestão democrática em prol de uma educação
de qualidade e da formação de alunos mais críticos e conscientes de seus papeis na
sociedade.
O capítulo II relata as atividades realizadas pela equipe gestora que foram
observadas e analisadas, me proporcionando presenciar situações e desafios
encontrados pela equipe, ocasionadas pela constante ausência da diretora além dos
casos de indisciplina e de violência dentro e fora do ambiente escolar, que afetam de
forma negativa o processo ensino-aprendizagem e a relação professor-aluno.
Contudo, acredito que a atuação da equipe gestora não se limita às teorias
estudadas e tampouco encontra suas diretrizes a partir das experiências vivenciadas
durante a curta experiência do estágio. É um processo contínuo que requer um esforço
constante de reflexão, tornando-se um momento único para nós, aproximando assim,
a teoria da prática e refletindo sobre o importância de uma gestão democrática e a
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elaboração de projetos que minimizem a indisciplina e a violência no contexto escolar,


favorecendo uma aprendizagem significativa e um melhor relacionamento entre os
atores da comunidade escolar e assim, na formação integral do educando.

1. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
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1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Municipal Deputado Oswaldo Lima foi fundada na data de 20 de


Janeiro de 2011 e se trata de uma instituição pública sob o Decreto nº. 3009/2011. A
escola recebeu este nome em homenagem ao político, que foi deputado e morador
do município. As aulas tiveram início no dia 14 de Fevereiro de 2011, com a
participação de toda a comunidade escolar sob a orientação da Gestão e da Equipe
Pedagógica da Unidade Escolar. A instituição localiza-se no município de Belford
Roxo, no bairro de São Bernardo, na rua Guararapes, 59. A maioria dos alunos é de
origem humilde e muitos dependem do material didático e da merenda escolar.
A escola funciona em prédio alugado e possui todos os serviços necessários,
como água, luz, esgoto e coleta de lixo. Quanto à sua estrutura física, a escola possui
uma secretaria com espaço para trabalho interno de atendimento ao público. A área
térrea destinada às crianças da Educação Infantil é de fácil acesso, com apenas um
pavimento, possuindo duas salas de aula com banheiro adaptado à Educação Infantil
em cada sala e espaço para merenda e recreação dirigida. O espaço destinado ao
1ºsegmento do Ensino Fundamental possui uma entrada diferente da Educação
Infantil, próxima da quadra de esportes e do campo gramado.
As aulas são ministradas em 14 salas no prédio com 02 pavimentos. A cozinha
possui uma despensa e está centralizada no pátio semicoberto ao lado do refeitório.
A cantina e dois banheiros, com três reservados cada, para o uso de meninos e
meninas independentes também ficam localizados neste espaço. Existe a Sala de
Orientação Pedagógica e Educacional, onde os atendimentos a alunos com
dificuldade de aprendizagem e alunos infrequentes são realizados, a sala dos
professores e direção e uma pequena biblioteca.
A escola conta também com uma sala de Informática, que atualmente funciona
como espaço para aulas de reforço escolar, exclusivamente alfabetização para alunos
com dificuldades de aprendizagem.
Os locais da escola não possuem acessibilidade para portadores de
necessidades especiais e algumas salas são amplas com ar-condicionado de
pequeno porte e ventiladores e outras salas funcionam com divisória e poucos
ventiladores, tornando estas salas quentes e abafadas agravadas pelo grande
quantitativo de alunos.
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Os professores possuem um pequeno espaço para almoçarem e repousarem.


Não há sala para estudos, quando necessário, as reuniões acontecem em salas de
aulas. Cada sala possui uma estante ou um armário a ser dividido entre os dois
professores. Não há espaço suficiente para guardar os livros dos alunos, apenas
materiais pessoais dos professores. Os demais profissionais, como inspetores e
faxineiros, dividem um armário coletivo para seus pertences pessoais.
A escola é composta por 808 alunos divididos em dois turnos, sendo 32 turmas,
um projeto de alfabetização para alunos com dificuldades de aprendizagem e um
projeto de leitura, levando os alunos a se interessarem e desenvolverem o gosto e o
hábito de ler.
Algumas turmas são organizadas de acordo com o grau de desenvolvimento,
onde as professoras podem fazer um trabalho paralelo com alunos com rendimento
mais baixo. Outras, não seguem nenhum critério de organização, apenas a
classificação do ano anterior, obtendo assim, turmas com diferentes níveis de
aprendizagem, dificultando o trabalho pedagógico, uma vez que há alunos que não
dominam a leitura e a escrita em turmas de 4º e 5º ano.
Sua equipe pedagógica é composta por uma diretora, duas coordenadoras,
duas orientadoras pedagógicas, duas orientadoras educacionais, uma secretárias,
três auxiliares administrativos, duas serventes escolares, seis inspetores e trinta e
quatro professores na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e dois para projetos
específicos, como alfabetização e leitura, sendo todos profissionais qualificados para
o cargo.
A escola possui um projeto que visa ministrar aulas de reforço para alunos do
1º ao 4º ano de escolaridade, trabalhando exclusivamente atividades relacionadas à
alfabetização dos alunos com dificuldades de aprendizagem. Periodicamente, a
escola recebe funcionários do Sesc, que executam projetos de recreação e
demonstrações da cultura popular brasileira, além da conscientização de hábitos de
higiene. A escola também tem um projeto com alunos do 4º e 5º ano, desenvolvendo
atenção e disciplina através do jogo do xadrez.
O projeto político-pedagógico existe na escola, mas nem todos os professores
têm acesso, por falta de interesse destes. Os professores trabalharam na construção
deste projeto no início do ano letivo, porém a participação é pouca pois se baseiam
sempre no projeto do ano anterior e as mudanças são mínimas. Existe coerência entre
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a proposta pedagógica e a prática, na qual é priorizado um ensino de qualidade a


todos, compatível assim, com o que é descrito no PPP.
Com o objetivo de aproximar a família, a escola tem realizado constantes
projetos, exposições, reuniões e festas culturais em horários acessíveis envolvendo
os familiares dos alunos, abordando vários assuntos, entre eles a importância da
parceria família x escola, tipos de violência, hábitos de higiene, frequência obrigatória,
a influência das mídias na vida dos alunos, respeito, conscientização de direitos e
deveres enquanto cidadãos, entre outros.
A equipe docente é avaliada através de observações e relatos de suas
vivencias no cotidiano durante reuniões bimestrais, uma vez que a equipe gestora não
possui a rotina de verificar planejamentos e trabalhos desenvolvidos na unidade
escolar.

1.2 – CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO DA EQUIPE GESTORA

A equipe gestora é formada por uma diretora, duas coordenadoras, duas


orientadoras pedagógicas e duas orientadoras educacionais.
A gestora atual assumiu o cargo há quatro anos. Como não há eleições para direção
no município, os diretores de escola da rede são cargos comissionados, sendo
nomeados em sua maioria, por indicações políticas. Assim, a gestora da escola
observada não possui habilitação em Pedagogia apenas licenciatura em Letras, não
tem cargo efetivo no município.
Sendo assim, é notório um não comprometimento da diretora com a
comunidade e com o regimento escolar, pois presenciamos uma ausência constante
e a autonomia dada as coordenadoras para resolução das dificuldades que surgem
no cotidiano escolar. Ela almeja conquistar uma matricula na rede, para que em um
momento oportuno possa se dedicar inteiramente a gestão da escola, que pelas
dificuldades de receber a remuneração, precisa se dedicar em outros serviços
paralelos, atuando em uma rede particular de ensino.

A Coordenadora do turno observado é formada em Pedagogia e está cursando


pós-graduação na área da Educação Infantil, seu vínculo empregatício com a função
de professora II se deu através de concurso no ano de 2012. Desde o início do
corrente ano letivo, foi designada pela diretora a atuar como coordenadora
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pedagógica, perfazendo uma carga horária maior do que a de 20 horas semanais,


uma vez que não possui horário para finalizar seu turno, ao resolver as pendencias
do dia e fechar toda a escola, procurando sempre desenvolver o seu trabalho da
melhor forma possível.

Sendo assim, as coordenadoras não assumem a sala de aula, porém


administram os horários de entrada e saída, a ausência de professores e a
organização de projetos e eventos na escola, bem como a distribuição da merenda
entre os turnos da escola.
Infelizmente, é notória a existência de uma competitividade entre os turnos por
parte de uma das coordenadoras, enquanto que a outra somente deseja fazer o seu
trabalho. As coordenadoras possuem um amplo trabalho, assessorando a diretora no
que se refere ao planejamento, ao controle, coordenação e comando da Escola,
responsabilizando-se pela escola na ausência do Diretor.
Como a diretora não se encontra presente diariamente, as coordenadoras
precisam de uma certa autonomia para agirem diante das situações cotidianas
ocorridas dentro do ambiente escolar, o que muitas vezes não lhe é concedida,
causando assim, obstáculos para as tomadas de decisões das coordenadoras,
acarretando nos problemas ocorridos na relação professor e equipe gestora e na
administração da escola e seus recursos humanos, materiais e financeiros.
Fica também a cargo da coordenadora, a gestão financeira, que de forma
coletiva, organizam eventos e festivais a fim de angariar fundos para a compra de
materiais essenciais para a escola e para o uso dos professores e alunos, tais como:
papel, tinta para fotocópias, lâmpadas, canetas para quadro branco, entre outros
recursos que não tem sido enviado pela Secretaria de Educação.
A coordenadora de turno, fica responsável também nas questões que
envolvem os funcionários de apoio, no que se refere limpeza e manutenção das salas
de aula, no controle de disciplina das crianças na entrada, nos intervalos e no recreio,
bem como a supervisão em relação a preparação das refeições para os alunos.
Durante o estágio, é notável a boa relação dos professores, funcionários e
alunos com a coordenadora, uma vez que esta possui uma posição democrática e
sempre que possível, toma decisões somente após reuniões com a sua equipe, a fim
de decidirem coletivamente o melhor para todos.
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Porém, por outro lado, há uma certa rivalidade entre os turnos, o que ocasiona
pequenos obstáculos ocasionados pela falta de diálogo, gerando conflitos e
competições desnecessários, levando a um certo desgaste entre os gestores e o
corpo docente.
A equipe gestora também é composta por duas orientadoras pedagógicas,
formadas em Pedagogia que possuem uma vasta experiência na área específica e
atuam em turnos diferentes. Em certos momentos, notam-se dificuldades em
trabalharem de forma coletiva e democrática, uma vez que as decisões já chegam
decididas no turno vespertino referentes as questões pedagógicas, gerando assim,
conflitos internos na escola.
O cargo de Orientador Pedagógico deve prestar assistência às equipes de
professores, ajudando-as quanto ao planejamento, a avaliação e o preenchimento de
diários e relatórios, colaborando na elaboração e no acompanhamento dos projetos
da escola e na realização de conselhos de classes. Porém, percebe-se também que
a Orientadora Pedagógica do turno da tarde, não se compromete muito em auxiliar os
professores nas questões pedagógicas e sim prioriza apenas o burocrático, ao afirmar
que precisa prestar contas de documentos, relatórios e diários à Secretaria de
Educação, justificando a preocupação dela.
Assim, os professores agem de forma autônoma quanto o planejamento de aula
e de curso, bem como a elaboração dos projetos ocorridos na escola, o que neste ano
letivo, foi um número bem pequeno. E, mesmo diante de debates e cobranças sobre
um maior envolvimento e assessoramento da orientadora pelos professores, esta
continua agindo de forma distanciada e descomprometida no processo ensino-
aprendizagem.
A Orientadora Pedagógica da escola promove apenas dois encontros
bimestrais, um é o Conselho de classe, a fim de orientar o preenchimento do diário e
relatórios, e outra reunião denominada de grupos de estudos, visando mediar os
conflitos existentes e levar alguns temas que enriquecerão a prática docente. Este
último, só ocorreu uma vez no decorrer deste ano letivo, levando-nos a confirmar a
prioridade desta profissional no contexto escolar.
Completando a equipe gestora, há duas orientadoras educacionais, que
trabalham diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal
e com os pais e responsáveis, ouvindo e dialogando com eles, encaminhando-os para
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especialidades médicas e serviços de apoio aos alunos com dificuldades de


aprendizagem, déficit de atenção e com problemas comportamentais.
A orientadora educacional do turno observado, procura trabalhar em conjunto
com os professores, para uma melhor compreensão do comportamento dos alunos e
assim, saberem agir de maneira adequada e construtiva, ouvindo-os e dando
orientações de como agir.
Durante o estágio pude observar que não há uma integração na equipe gestora,
quando se tratam das orientadoras e coordenadoras de turnos diferentes, provocando
uma competividade e um distanciamento de professores e gestores, não permitindo
assim, uma unidade e um consenso na busca de soluções dos conflitos existentes na
escola.
Quanto a gestão administrativa, a escola possui uma secretária que fica
responsável por questões burocráticas e realização de matrículas, sendo auxiliadas
por duas auxiliares administrativas.
Portanto, cabe salientar que muitos dos problemas ocorridos no seio da gestão
escolar poderiam ser solucionados, ou até mesmo nem existido, caso a ausência da
diretora não fosse tão constante. O gestor é uma peça fundamental para uma escola,
tanto para o funcionamento da unidade como no que diz respeito ao aproveitamento
dos alunos, a uma boa relação de entre os professores e para a concretização de uma
educação de qualidade, com professores e equipe gestora motivada, interagindo e
buscando o melhor para toda a comunidade escolar.

2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES


OBSERVADAS E REALIZADAS
12

As atividades de gestão observadas e analisadas no presente estágio foram


de suma importância para o meu crescimento profissional, pois pude presenciar
situações e desafios enfrentados pela equipe gestora no cotidiano escolar.
Devido a constante ausência da diretora, a coordenação do turno fica a cargo
das coordenadoras, que necessitam organizar as turmas em relação à entrada e
saída, necessitando averiguar ausência e atrasos de professores, que acarretam num
mau funcionamento da escola, e por vezes, a despensa de alunos, por não existirem
professores substitutos a fim de amenizar as consequências ocasionadas pela falta
dos professores. Assim, a gestora tenta desempenhar suas funções além de dar
assistência aos pais informando-os sobre horário de saída, uso do uniforme, entre
outros avisos, com certa ética e responsabilidade.
Durante o estágio constatei uma falta de comprometimento da Orientadora
Pedagógica do turno observado com o corpo docente, uma vez que a orientadora
apresenta também faltas constantes e se dedica mais a parte burocrática. Tal atitude
acarreta num trabalho pedagógico prejudicado, uma vez que não há um
acompanhamento em relação aos planos de aula e de curso e uma assessoria caso
o professor precise para a melhoria de seu trabalho docente.
Durante este ano, só ocorreram projetos elaborados pela SME, que foram
desenvolvidos de forma autônoma entre os professores, sendo os trabalhos finais
apresentados aos pais no dia estabelecido para a culminância, porém preocupando-
se mais com a confecção e apresentação do que o trabalho a ser realizado com os
alunos, desenvolvendo o tema e alcançando assim, os objetivos propostos na
elaboração dos projetos.
A orientadora pedagógica realiza os Conselhos de classe a fim de passar
procedimentos a serem adotados na elaboração do diário, dos relatórios e outros
partes burocráticas. Ela institui um dia letivo, designado pela Secretaria de Educação,
para o Grupo de Estudo, sendo realizado na própria escola com temas do cotidiano
escolar. Estes momentos são de grande contribuição para a formação do professor,
porém não tem sua importância reconhecida tanto por parte das gestoras junto dos
professores, que se encontram desmotivados e desestimulados a enriquecerem e
atualizarem suas práticas docentes, não aproveitando assim, um ótimo momento para
13

troca de experiências e integração na equipe pedagógica além de uma formação


continuada dos professores. Assim:
O pensamento prático do professor não pode ser ensinado, mas pode ser
aprendido. Aprende-se fazendo e reflectindo na e sobre a acção. Através da
prática é possível apoiar e desenvolver o pensamento prático, graças a uma
reflexão conjunta (e recíproca) entre o aluno-mestre e o professor ou o tutor
(PÉREZ GÓMEZ, 1992, p. 112 – grifos do autor)

Sendo assim, torna-se importante destacar a importância de momentos de


Formação Continuada, incentivando uma troca de saberes e de experiências, levando
o professor a se atualizar e refletir sobre seu papel na formação integral do educando
e no processo ensino-aprendizagem.
Tais momentos de estudo contribuíram para levar a equipe a repensar sua
prática docente e a perceber que cada aluno é único e cada turma possui
características diferentes, sendo preciso adequar o trabalho educativo a realidade
escolar, que evolui e muda com o decorrer dos anos. Infelizmente, encontram-se
ainda professores acomodados e fechados a certa ruptura com um ensino
tradicionalista e centralizador. O que me leva a questionar, se nós enquanto
educadores, não estamos abertos a um trabalho pedagógico reflexivo e crítico, como
criaremos no educando uma postura critica e reflexiva perante os desafios da
sociedade a qual estamos inseridos? Como criar nos alunos, atitudes críticas se os
próprios professores não as possuem?
Certo dia, os professores cansados de tal situação solicitaram uma reunião
com a equipe gestora, a fim de exigirem um maior comprometimento, uma vez que
nem sempre podem contar com a intervenção e sugestões dela para resolução dos
conflitos encontrados em sala de aula, dificultando e prejudicando o trabalho
pedagógico. Em resposta, as cobranças da equipe docente, a OP informou os dias
que ela se encontra na escola e caso haja a necessidade de comunicação e ela não
estiver presente na escola, podem enviar as dúvidas por meio de uma rede social.
Quanto a diretora, esta não compareceu a reunião, causando um movimento
de revolta entre os professores, desestimulando-os quanto a realização de futuros
projetos, eventos e festividades, agravadas pelo momento desgastante a qual se
encontra o município, com a desvalorização do profissional, os quais estão com seus
salários atrasado e defasados, falta de recursos materiais e humanos e péssimas
condições de trabalho.
14

A ausência da gestora e a falta de comprometimento da orientadora pedagógica


me levaram a refletir sobre a importância de uma gestão democrática que vise
realmente, a realização de um trabalho pedagógico eficaz e comprometido com uma
educação de qualidade, facilitando assim o processo ensino-aprendizagem dos
alunos.
Sendo assim, podemos afirmar que o papel do diretor é essencial, assim como
a participação de todos no processo educativo, sendo realmente necessária para que
se dê a efetivação da gestão democrática e participativa. Assim, a LDB prevê em seu
artigo 3º, inciso VIII, que o ensino será ministrado com base no princípio da gestão
democrática:

Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino


público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme alguns princípios como: A participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; participação da
comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes
(BRASIL, 2001, p. 17).

A postura autoritária e individualista da gestora e da orientadora pedagógica,


vem comprometendo o cumprimento das metas e dos objetivos almejados no Projeto
Político Pedagógico, que é o de promover uma educação de qualidade dentro de um
espaço democrático. Portanto, torna-se necessário que os gestores desenvolvam
novos conhecimentos, habilidades e atitudes pertinentes à nova concepção de
educação, incentivando a participação de todos nas tomadas de decisões e as
consequentes responsabilidades sobre estas.
Em relação ao trabalho da orientadora Pedagógica, que prioriza apenas os
aspectos burocráticos, esta deveria se envolver mais com os aspetos que abordam o
corpo docente e o discente, buscando avanços, garantindo assim um processo de
ensino-aprendizagem de qualidade, realizando um trabalho de cooperação de toda
a equipe pedagógica, de forma coletiva, participar das mesmas identificando as
características pertinentes da escola, da comunidade e das atividades executadas.
Percebi, durante o estágio, que a direção do município, por se tratar de cargos
comissionados, indicados por políticos, prioriza mais os aspectos burocráticos
preocupados com aquisição de votos, tais como, matriculas para alunos independente
de haver condições de receber mais alunos, ocasionando assim, em salas
superlotadas e professores exaustos e sem condições dignas de trabalharem.
15

Funcionários beneficiados com licenças especiais, causando prejuízo aos


cofres públicos e ao andamento do funcionamento da escola, uma vez que recebem
e não comparecem às escolas, além de outros funcionários sem habilitação para a
realização das atividades que lhe são encarregadas, prejudica o cotidiano escolar.
Além da falta de recursos materiais e de uma merenda digna para os alunos.
Tais situações são resultantes de uma gestão submissa a ação de políticos que
visem apenas a aquisição de votos da comunidade. Sendo assim, a falta de
profissionais competentes, habilitados adequadamente e comprometidos com uma
educação de qualidade, trazem consequências para o ambiente escolar,
principalmente na processo ensino-aprendizagem.
Diante da importância do papel de um diretor, Castro afirma:

O papel da diretora de escola municipal está marcado pela dimensão de


liderança, passando pela questão da forma de sua seleção para o cargo, e
de sua profissionalização, a base do conhecimento para a ação
administrativa. Aparece também a questão da diretora como educadora e
como líder comunitária, bem como a ação específica da diretora, com o seu
plano de direção, divisão de tarefas, cargo de trabalho (CASTRO, 2000, p.
73).

Durante o estágio, pude vivenciar um momento importante para a educação


deste município, mostrando assim, um grande avanço para a concretização de uma
gestão democrática. Trata-se de um dia, determinado pela secretaria de Educação,
DIA D, em que foi promovido um debate envolvendo toda a comunidade escolar
sobre as Eleições para diretores das escolas do município de Belford Roxo, o que até
então são comissionados e indicados por políticos.

Apesar do debate acalorado, a comunidade escolar definiu as características


de uma gestão democrática e os pré-requisitos que os candidatos a diretor deverão
possuir. Entre estes, matrícula há mais de dois anos na rede municipal, graduação em
Pedagogia além da necessidade de apresentar um plano de ação a fim de garantir
uma educação de qualidade.

As decisões foram tomadas coletivamente com um aluno representante de


cada turma de 4º e 5º ano, juntamente aos seus pais, professores, especialistas e
todos os funcionários da escola. Tal documento foi redigido e encaminhado a
secretaria da educação para continuar o debate em outro momento, também com a
presença de alguns representantes do Conselho Escolar, a fim de chegarem a uma
16

conclusão sobre os requisitos de um gestor para as escolas de tal município. Foi um


debate bem democrático, onde todos foram ouvidos e votaram no que achavam que
contribuiriam para a construção do perfil de um gestor democrático, resultando assim,
em mudanças significativas no contexto da educação municipal.

Portanto, o papel do gestor deve estar comprometido com a escola para um


melhor desempenho de sua equipe, visando a melhora do trabalho pedagógico e um
efetivo trabalho coletivo na elaboração e execução do planejamento e a conquistas
das metas almejadas.
De acordo com Maia e Bogoni (2008), a rotatividade no quadro de dirigentes,
por meio de eleições é fundamental para efetivação do processo democrático na
escola. A eleição para diretores é um caminho para a implantação de uma gestão
mais democrática na escola, visto que a eleição para diretores envolve todos os
segmentos da comunidade escolar (pais, alunos, funcionários e professores), na
participação nas discussões e no exercício do fazer político.
Desta forma, como afirma Luck (2000, p. 23), a eleição do diretor compreende
uma área de atuação sobre a qual muito se tem a aprender, sobretudo, sobre “como
eleger o melhor e mais competente disponível para o cargo, como superar os
interesses individuais e de grupos isolados”, como buscar o bem social e a qualidade
da educação, como manter a mobilização da sociedade e o compromisso coletivo em
torno da escola.
Portanto, torna-se necessário uma abertura a comunidade escolar de opinarem
e exporem suas ideias a fim de que todos trabalhem, tomem decisões e assumem
responsabilidades, assim como a capacitação tanto de professores quanto de
gestores em prol de uma educação de qualidade.
Assim, de acordo com Maia e Bogoni (2008),
(...)para realizar uma gestão democrática é preciso acreditar que a
atuação do todo conjuntamente “têm mais chances de encontrar os
caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da
atuação da escola”. Quanto maior for o número de pessoas
participando na vida escolar, maior é probabilidade de “estabelecer
relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e
comunidade escolar”, pois: Quando pais e professores estão
presentes nas discussões dos aspectos educacionais, estabelecem-se
situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua
função pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos
da escola. As famílias começam a perceber melhor o que seria um bom
atendimento escolar, a escola aprende a ouvir sugestões e aceitar
influências (MAIA; BOGONI, 2008, p. 23)
17

A segunda problemática a ser mencionada, são os casos de indisciplina, que


vem se tornando corriqueiro dentro das escolas, e tais atitudes vem prejudicando o
processo ensino-aprendizagem. A escola e os profissionais que nela trabalham,
devem procurar os fatores implicantes da indisciplina e da agressividade no contexto
escolar.
Alguns casos são encaminhados a orientação educacional, que por sua vez,
toma as providencias cabíveis, conversando com os alunos e convocando os pais
para uma conversa informal sobre o comportamento de seus filhos. Neste contexto
percebe-se a importância de uma parceria entre a escola e a família para que juntos
possam realizar um trabalho que venha minimizar o problema da violência.

“Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1996).

Na escola citada, a orientadora educacional realiza um trabalho diretamente


com os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e casos de
agressividade e indisciplina na escola, assumindo um compromisso com a formação
de valores e atitudes, melhorando assim as relações pessoais e sociais dentro e fora
da escola, indo além do atendimento aos alunos.
O Orientador Educacional deve buscar os subsídios, a fundamentação teórica
específica de sua área, bem como os conhecimentos necessários para
entendimento desse novo tempo que vivemos na sociedade e, portanto, na
própria Educação. (GRINSPUN, 2010, p. 33)

Embora, esta profissional não seja tão valorizada pelos pais, ela é reconhecida
pelos professores pela sua dedicação e responsabilidade na intervenção junto aos
problemas e ás dificuldades dos alunos. Infelizmente, não há uma reciprocidade, pois
mesmo os pais sendo comunicados e convocados, muitos não comparecem à escola
por acharem se tratar de perda de tempo, pois já conhecem seus filhos e netos, não
havendo assim motivos para procurarem a Orientadora Educacional.
A falta da presença da família na escola pode acarretar nos alunos,
comportamentos cada vez mais indisciplinados e agressivos, não respeitando assim
os limites e regras existentes no contexto escolar, não assumindo sua parcela e
responsabilidade na formação dos educandos, deixando assim, pais e profissionais
da educação amedrontados e desmotivados diante do crescente número de alunos
indisciplinados e casos de agressão e desrespeito aos professores.
18

Sendo assim, torna-se necessário repensar na importância de se combater tais


casos de indisciplina e violência, pois a escola deve contribuir para a formação do
cidadão consciente, reflexivo, crítico e preparado para viver em sociedade.

É necessário modificar não somente a organização escolar, os conteúdos


programáticos, os métodos de ensino e estudo, mas, sobretudo, a
mentalidade da educação formal. Essas mudanças devem redefinir papéis,
funções e expectativas de todas as partes envolvidas no contexto
educacional. (SILVA, 2009, p. 63)

A Orientadora ao receber os alunos envolvidos em casos de indisciplina e


violência em sala de aula, procura conversar com eles e nos casos mais graves, que
envolve agressão física e o Bullyng, convoca os responsáveis e em determinadas
situações, convoca os órgãos competentes e/ou a ronda escolar, para que realizem
uma conversa com os alunos, conscientizando-os sobre a importância de se
observarem os valores e possuírem atitudes de respeito aos professores e ao próximo
na sociedade. Este trabalho é realizado de forma individual ou em grupo, em turmas
de séries de 4º e 5º ano, objetivando realizar um trabalho preventivo junto a equipe
gestora.
Para auxiliar no combate a estes casos, a escola conta com o projeto Proerd
(Programa Educacional de Resistência ás Drogas e á Violência) que consiste na
ministração de palestras semanais para turmas do 5ºano, cujos temas perpassam
pelas situações do cotidiano dos alunos, como drogas, violência, gravidez na
adolescência, DSTs, Bullyng e o respeito a si e ao próximo, nos quais os alunos são
orientados e conscientizados sobre as causas e consequências de nossas escolhas.

Já é hora de se pensar na responsabilidade social dos indivíduos e das


organizações, não só na manutenção da ordem pública como na sua
construção, e, consequentemente, na prevenção da criminalidade, sob pena
de cairmos no terrível círculo vicioso: maior repressão, mais criminosos nas
ruas, maior policiamento nas ruas, e assim indefinidamente.(CERQUEIRA,
1985, p.15)
Por fim, outro caso a ser mencionado foi causador de um grande alvoroço no
pátio da escola. A equipe gestora enfrentou uma situação de maus tratos a uma aluna
por sua própria mãe. Uma aluna do primeiro ano apareceu certo dia com um grande
hematoma no rosto, que afirmava haver caído de bicicleta.
A professora e as orientadoras duvidaram da versão contada pela aluna e
resolveram investigar a situação e entrar em contato com a responsável legal pela
aluna, a avó.
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Após uma longa e cautelosa conversa entre as Orientadoras e a aluna, esta


relatou o real motivo dos hematomas. A menina havia passado o final de semana na
casa da mãe, que se tratava de uma usuária de drogas, que agrediu a aluna e sua
irmã. Assim, a orientadora educacional, acionou o Conselho Tutelar, que já havia
recebido uma denúncia horas antes do mesmo caso de agressão pelo pai da aluna.

[...] o orientador educacional precisa ter consciência, em cada caso, das suas
condições e preparo para prestar uma ajuda efetiva. Ele não deve ir além do
que é capaz. Nos casos mais difíceis, e em relação aos quais não se sinta
perfeitamente seguro, não deve assumir sozinho o aconselhamento, mas sim
procurar o auxílio de outros profissionais. (Giacaglia & Penteado, 2010, p.
79):

Após a chegada dos envolvidos e do órgão acionado, a situação se agravou,


por ter ocorrido no momento da saída dos demais alunos, levando aos pais que se
encontravam na escola, mediante a curiosidade, se envolverem na situação.
E assim, pelo alvoroço que estava ocorrendo nos arredores da escola, os
conselheiros resolveram levar os envolvidos para a sede a fim de concluírem a
resolução do caso com mais sigilo e cautela, a fim de preservar a imagem das alunas
envolvidas. De acordo com Grinspun:

A escola é lugar de educação e, portanto, de formação de atitudes. Assim,


considera-se relevante definir critérios de conduta, pautados em seriedade,
verdade, união, respeito humano. A ética é valor pessoal e social
indispensável à qualidade das ações, para que preservem e dignifiquem a
instituição, os professores, os funcionários, os alunos e as famílias.
(GRINSPUN, 2008, p. 130)

Tal fato, leva-nos a concluir a influência dos comportamentos familiares e


sociais nas relações pessoais e que acarretam em certas dificuldades no âmbito
escolar, ressaltando a importância da equipe gestora estar calcada com princípios
éticos que visem uma ação preventiva nos casos de agressividade e indisciplina.
Portanto, a equipe gestora e os professores, devem estar atentos e observarem
alterações no comportamento dentro ou fora de sala de aula, buscando assim
soluções para tais casos, através do diálogo nas relações estabelecidas. Neste
sentido, Ferreira afirma:

É pelo diálogo que os homens, nas condições de indivíduos cidadãos,


constroem a inteligibilidade das relações sociais. Trata-se, pois, de eliminar
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tudo aquilo que possa prejudicar a comunicação entre as pessoas, pois só


através dela se pode chega a um mínimo de consenso. (...) A cidadania
aparece como o resultado da comunicação intersubjetiva, através da qual,
indivíduos livres concordam em construir e viver numa sociedade melhor.
(Ferreira, 1993, p. 17-18).

Portanto, a Orientação Educacional vai muito além do simples atendimento a


alunos com dificuldades de comportamento e de aprendizagem, ela passa a
adquirir um papel de mediadora, agindo de forma conjunta com os professores e
com todos os atores da comunidade escolar, visando garantir uma educação de
qualidade, contribuindo para o desenvolvimento de uma escola mais democrática e
emancipadora e alunos mais críticos e conscientes de seu papel na sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da observação da equipe gestora na unidade de ensino, pude constatar


a importância da gestão democrática e da participação e envolvimento de todos para
21

a organização do ambiente escolar e a efetivação de uma educação de qualidade e


comprometida com a formação integral dos educandos.

A prática do estágio me possibilitou novas experiências e conhecimento na minha


vida profissional, uma vez que já trabalho como docente e aspiro participar
futuramente de uma equipe gestora, atuando como Orientadora Pedagógica, a qual
mais me identifico profissionalmente.

O presente trabalho foi de suma importância, uma vez que me deu a


oportunidade de aprofundar meus conhecimentos em relação à competência e ações
do gestor escolar frente à gestão democrática, me levando assim, a desenvolver
novas experiências e obter um novo olhar perante as situações do cotidiano escolar.

É notória a importância de uma gestão democrática na escola, estimulando


toda a comunidade escolar numa maior participação na tomada de decisões e na
elaboração de projetos sociais e até mesmo no Projeto Político Pedagógico da escola,
almejando garantir o acesso a uma escola de qualidade a todos.

As propostas de uma real participação na instituição, depara-se com


obstáculos e atitudes autoritárias existentes ainda na escola e desmotivação de
professores, influenciadas por vezes por questões politicas que limitam o trabalho da
equipe pedagógica e prejudicam o processo ensino-aprendizagem.

Diante da situação, torna-se necessário uma maior conscientização e incentivo


a participação de todos os componentes das comunidade escolar, a fim de promover
a gestão democrática e o envolvimento dos sujeitos envolvidos e seu
comprometimento com os processos de mudança.

É de fundamental importância que se estabeleça a articulação entre a escola


e a comunidade que a serve, pois a escola não é um órgão isolado e suas ações
devem estar voltadas para as necessidades comunitárias com muito trabalho,
dedicação, participação para se chegar ao objetivo da educação que é promover o
educando integralmente dentro de seu contexto social e político.

Ao longo do estágio, percebi a importância e a necessidade de se construir


coletivamente um projeto pedagógico da escola, de forma particular, olhando a
realidade escolar, levando os envolvidos a participarem de forma compartilhada nas
decisões da escola, visando uma transformação da própria consciência, autocrítica e
humildade para aceitar a diferença como condição para o diálogo em conjunto,
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visando assim uma melhoria na qualidade do ensino ofertada não só na escola, como
em toda a rede pública que vivencia as mesmas dificuldades. .

Apesar das dificuldades encontradas para a concretização de uma efetiva


gestão democrática, é possível criar um ambiente no qual cada membro da
comunidade escolar é valorizado de forma que se sintam importantes no processo de
tomada de decisões, sendo ao menos ouvidos nos seus anseios e expectativas.

Cabe ao gestor, incentivar toda a comunidade escolar a expor suas ideias e


opiniões, através do diálogo constante, levando em consideração a realidade escolar
e as dificuldades encontradas, obtendo assim uma ação comprometida, crítica e
principalmente, democrática na escola.

Portanto, tais situações me levaram a compreender que somente a


organização, a participação e as modificações no interior da escola, vinculadas ao
processo de uma gestão democrática atenderão as perspectivas de um real
comprometimento com a transformação da prática educativa atual, para que resulte
numa educação de qualidade e na formação integral do educando.

REFERENCIAL TEÓRICO

BRASIL. Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
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reflexo sobre a prática cotidiana da diretora de escola municipal. Em Aberto,
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CERQUEIRA, Coronel Carlos Magno Nazareth. Prevenção da criminalidade:


educação com justiça social é a melhor arma. Revista da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro, 1985. Disponível em:
http://www.proerdbrasil.com.br/oproerd/oprograma.htm> Acesso em 17/11/2016.

FERREIRA, Nilda Teves. Cidadania: uma questão para a Educação. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996.

GIACAGLIA Lia Renata Angelini; PENTEADO, Wilma Milani Alves. Orientação


Educacional na prática: princípios, histórico, legislação, técnicas, instrumentos. 6.
ed. São Paulo: Thomson Leaning, 2010.

GRINSPUN, Mirian Paura Sabrosa Zippin.(org). Supervisão e orientação


educacional: perspectiva de integração na escola. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008

___________, Mirian P. S. Z. A orientação educacional: conflito de paradigmas e


alternativas para a escola-4 ed. – São Paulo: Cortez, 2010. p. 20-33

LÜCK, Heloisa. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação


de seus gestores. Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 11-33, fev./jun. 2000.
MAIA, Benjamin Perez; BOGONI, Gisele D’angelis. Gestão Democrática.

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PÉREZ GÓMEZ, Angel. O pensamento prático do professor: A formação do


professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, António (Org.). Os Professores
e a sua Formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas - Rio de
Janeiro: Objetiva, 2010, p. 23-24-37

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