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Devatā
Adidevatā
Pratyādidevatā
|| ॐ गं गणपतये नमः ||
|| oṃ gaṁ gaṇapataye namaḥ ||
http://sriganesa.blogspot.com.br/
Karen de Witt
(Astróloga Védica)
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Conteúdo
1. Devatā ........................................................................................................................ 3
2. Divindades Planetárias .............................................................................................. 6
3. Escolhendo o Devatā ................................................................................................. 8
4. Digbala e Dikpāla, e a Direção a Tomar ................................................................... 10
5. Mantra Bhāva ............................................................................................................ 13
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1. Devatā
Devatā, do Sânscrito (दे वता), deriva de Deva, que vem da raiz “div”, o qual significa brilhar,
iluminar, celestial, divino; uma divindade, deus; em oposição a Rākṣasa, demoníaco, e que faz oposição
à luz. Deva é algo que se move no sentido de Sattva Guṇa, o modo da bondade e da compaixão, e tem
por objetivo iluminar.
Assim como um horóscopo pode ser analisado em 3 níveis básicos, físico, mental e espiritual,
estes associados ao Lagna, Lua e Sol, respectivamente, assim também as divindades responsáveis por
conduzir a natividade ao estado de Sattva Guṇas, também são classificadas em 3 níveis. Cada um desses
níveis é estabelecido, por sua vez, em Devatā agindo no plano físico; Adidevatā no plano mental e
Pratyādi Devatā no plano espiritual.
Devatā é toda e qualquer divindade, quer em seu aspecto masculino ou feminino. Entretanto,
nesta abordagem, e para efeitos desses três níveis, a Astrologia Védica determina Devatā como aquele
que governa sobreo planeta (Graha). Assim, Sūrya Deva age sobre o planeta Sol, Candra Deva sobre a
Lua, e assim sucessivamente. É importante entender que o Devatā, tal como abordado neste artigo, é
aquele que age diretamente sobre o plano físico e está diretamente associado aos Navagrahas. Embora
bem conhecido o fato de que a doença deva ser tratada em todos os níveis, físico, mental e espiritual, em
Jyotiṣa, para cura de enfermidades, o mantra do Devatā é o mais indicado, bem como o uso de sua pedra
em dedos específicos para aumentar (mão direita) a energia planetária ou diminui-la (mão esquerda) em
casos específicos de tratamento.
É fato conhecido que cada um dos Navagrahas está associado com Guṇas (Sattvas, Rajas e
Tamas), bem como com os Pañcabhūtas (elementos sutis, ou os Tanmatras) e os Mahā Bhūtas
(elementos grosseiros). Estes elementos, combinados entre si, formam os Doṣas (humores), isto é, Vāta,
Pitta e Kapha. Tais elementos mostram que o Universo inteiro é formado por diferentes vibrações da
mesma substância primordial (Prakṛti) e o indivíduo, fazendo parte deste universo, contém em si todos
esses elementos dispostos de tal modo que qualquer desequilíbrio em um deles faz com que a doença
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rapidamente se instale em seu organismo. Portanto, para trazer equilíbrio rapidamente, evoca-se o
Devatā do planeta associado com tal elemento, quer pelo seu mantra, quer pelo uso de uma pedra
associada ao planeta ou outra substância colocada próximo da pele, chás, banhos, alterações na energia
interna da casa por meio de artigos do planeta colocado em locais apropriados etc.
1.2 Os Tattvas
Não se trata de mágica, mas sim de manipular os elementos sutis constituintes do corpo sutil
(śarīra sūkṣma) de modo que, reequilibrando-os, o corpo físico possa experimentar melhoras, cura,
harmonia etc. Contudo, uma vez que o corpo sutil é formado por Jñānendriyas, Karmendriyas, Pañca
prāṇa, e Buddhi e Mana, e que estes dezessete atributos evoluíram diretamente dos Pañca Bhūtas
(Ākāśa, Vāyu, Jala, Pṛthvī e Agni), é possível também, através da manipulação desses elementos sutis,
alterar circunstâncias na vida profissional, financeira, amorosa etc., uma vez que tais situações são
atraídas conforme a esfera de influência de cada um, e tal esfera de influência é formada neste corpo
sutil e manifestada no mundo da forma.
Marte exaltado é condutivo de todo sucesso profissional, ao passo que um debilitado destrói a
vida profissional. Por isso o uso de um coral vermelho é indicado para aumentar Agni e promover
mudanças neste campo. Igualmente uma pessoa que deseja perder peso seria aconselhada a aumentar
Agni usando um coral vermelho, este responsável pelo fogo digestivo, de modo a acelerar o
metabolismo e promover rápida queima do alimento ingerido. Deve-se sempre consultar um astrólogo
experiente, pois o uso de pedras inadequadas em dias, hora e partes do corpo também inadequados, pode
causar problemas em outras áreas da vida que estão em equilíbrio e não deveriam ser tocadas.
Uma bem conhecida técnica de purificação é conhecida como Bhūta Śuddhi, a purificação dos
elementos Ākāśa, Vāyu, Jala, Pṛthvī e Agni. Nesta técnica, realizada através da visualização dos
elementos, o indivíduo é levado a purificar os elementos constituintes do seu śarīra sūkṣma. Um a um
dos elementos é visualizado e diluído um no outro no processo inverso da criação. Em seguida, ele
precisa reconstruí-los novamente, na ordem correta. Essa é a construção de um novo corpo sutil,
purificado e pronto para a realização das injunções diárias.
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O objetivo aqui não é ensinar a técnica acima, porém explicar, por meio de exemplos, que tais
elementos sutis são manipuláveis através do poder mental, da força da visualização, de mantras, do uso
de pedras e outros artigos planetários, do uso de plantas medicinais em forma de chás, banhos,
massagem com óleos, do uso de alimentos específicos etc.
Cada objeto neste mundo contém em si os cinco elementos sutis com predominância de um
deles. É essa predominância que faz um determinado objeto ativar um Tattva específico, quer
aumentando ou diminuindo sua presença, de modo a trazer o equilíbrio desejado. Assim também os
mantras, contendo em si todos os elementos da criação, conservam predominância em um Tattva
específico agindo sobre ele.
Em relação às Divindades e suas relações com os 5 Tattvas, temos que Viṣṇu se manifesta
através de Ākāśa Tattva; Śiva/Rudra através de Vāyu; Sūrya através de Agni; Durgā (ou a contraparte
feminina) através de Jala; e Gaṇeśa através de Pṛthvī. Estas divindades são conhecidas como
Pañcadevatā, e são as manifestações primárias de todas as outras divindades a partir destas formas. Esta
é a base da filosofia Hindu, cuja adoração destes cinco principais Devatās foi chamado de Pañcāyatana
Pūjā por Ādi Śaṅkara. Embora elas tenham tal representação, o estudo para a escolha da divindade
segue uma regra mais detalhada e menos simplicista na aplicação das retificações, como veremos a
seguir, sendo a Divindade associada ao Tattva utilizada quando o planeta está domiciliado apenas.
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2. Divindades Planetárias
O conhecimento sobre as Divindades associadas aos Navagrahas é útil para determinar qual
Deva em específico deve ser adorado pela natividade para que ele obtenha (1) seu sustento e satisfação
dos desejos materiais (Artha e Kāma); (2) a realização de seu Dharma; (3) Mokṣa; (4) equilíbrio físico,
mental e espiritual; (5) remoção de doṣas (ferimentos planetários) e curses; (6) proteção em períodos
planetários difíceis etc.
Vahni (o deus do Fogo, Agni); Ambu (o deus da Água, Varuṇa); Śikhijā (Kārtikeya, o filho de
Śiva); Viṣṇu (Viṣṇu); Viḍaujaḥ (Indra); Śacī (esposa de Indra); Kā (Brahmā); dvija (Oh duas vezes
nascido!); Sūryādīnāṃ (Sūrya etc.); [khagānāṃ (dos planetas); ca (e) devā (os devas) = os Devas dos
planetas]; jñeyāḥ (devem ser todos conhecidos); krameṇa (nesta ordem); ca (e)...
Parāśara fala neste Śloka: Os devas dos planetas devem ser todos conhecidos, de Sol em
diante, e nesta ordem, como Agni, Varuṇa, Kārtikeya, Viṣṇu, Indra, Śacī e Brahmā. Ele não faz
qualquer referência aos Nodos aqui.
Tabela 1
Planeta Devatā
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nativo um adorador não apenas de Divindades superiores ou secundárias, porém também de espíritos
maléficos.
Algumas sentenças declaradas por ele são: Ravi e Ketu na 12ª do Kārakāṃśa fazem o nativo um
adorador de Śiva; Candra com Ketu, Gaurī; Śukra com Ketu, Lakṣmī; Kuja com Ketu, Skanda; Budha e
Śani com Ketu, Viṣṇu; Júpiter com Ketu, Śiva e Pārvatī; Rāhu, Mahākālī, Caṇḍī e Durgā; Ketu sozinho,
Gaṇeśa e Skanda. Se a 12ª do Kārakāṃśa for governada por um maléfico ou se Śani estiver lá, a pessoa
é devotada a espíritos maléficos. Igualmente se Śukra estiver na 12ª em um signo governado por
maléfico. O mesmo se aplica à 6ª do Amātyakāraka em relação a tudo que foi observado aqui.
Já Harihara expõem a presidência dos Devatās sobre os Navagrahas de um modo bem mais
específico, como mostra a tabela abaixo. Além disso, ele também afirma que planetas masculinos em
yuti com Sol significam Śiva. Igualmente Júpiter no Lagna, assim como afirmado por Parāśara e
endossado por Harihara, significa Śiva. E várias outras observações que devem ser estudadas
atentamente nos clássicos, contribuem para identificar a divindade correta. Esta informação está
disponível em sua obra Praśna Mārga, Volume 1, traduzido por B.V. Raman.
Tabela 2
Harihara
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3. Escolhendo o Devatā
Tabela 3
Planeta Exaltado Debilidade Amigo Inimigo Domiciliado
Avatāras Mahā Vidyās Adi Devatā Pratyādi Devatā (Tattva)
Sol Rāma Mātaṅgī Agni Śiva Agni (Fogo)
Lua Kṛṣṇa Bhuvaneśvarī Apas Gaurī Durgā (Jala)
Marte Nṛsiṁha Bagalāmukhī Pṛthivī Rudra Agni (Fogo)
Mercúrio Buddha Tripurasundarī Viṣṇu Nārāyaṇa Gaṇeśa (Pṛthvī)
Júpiter Vāmana Tārā Indra Para Brahmā Viṣṇu (Ākāśa)
Vênus Paraśurāma Kamalā Śacī Indra Durgā (Jala)
Saturno Kūrma Kālī Prajāpati Yama Śiva (Vāyu)
Rāhu Varāha Chinnamastā Sarpa Caṇḍī Śiva (Vāyu)
Ketu Matsya Dhūmāvatī Nāga Gaṇeśa Agni (Fogo)
Lagna Kalki Bhairavī Tejas, Caṇḍa Bhairava Governante do Signo
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Praśna Mārga e outras Tradições preferem a adoração do Pratyādi Devatā para planetas
naturalmente maléficos. Na Tabela abaixo a segunda divindade é uma variável do que tenho encontrado
nos textos clássicos.
Tabela 4
Planeta Graha Adi Devatā (signo amigo) Pratyādi Devatā (signo
Devatā inimigo)
Físico Mental Alma
Sol Sūrya Agni (fogo) Śiva/Rudra
Lua Candra Apas (água) Gaurī/Umā
Marte Maṅgala Pṛthivī (terra) Rudra/Skanda
Mercúrio Budha Viṣṇu Nārāyaṇa/Puruṣa
Júpiter Guru Indra ParaBrahmā
Vênus Śukra Śacī (esposa de Indra) Indra
Saturno Śani Prajāpati (incluindo Pitṛs, Svadhā) Yama
Rāhu Rāhu Sarpa Caṇḍī/Kāla
Ketu Ketu Nāga/Brahmā Gaṇeśa/Chitragupta
Lagna Tejas, Caṇḍa Bhairava
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Forma do Devatā – Se o planeta tem Digbala (Força Direcional) a partir do Lagna, então o
Dikpāla concede a bênção ao nativo. Atente para o fato de que o planeta que tem Digbala a partir do
Āruḍha Lagna simboliza a direção física para a realização do Karma Yoga, ou seja, a direção a partir do
Quadrante. Assim, se um planeta possui Digbala a partir do Āruḍha, o estabelecimento da natividade
naquela direção, de modo a morar ali para ganhar seu sustento, traz toda a sorte de Fortuna e
Prosperidade. Em relação ao digbala a partir do Lagna, trata-se da Deidade que, ao ser adorada,
conduzirá à realização profissional que possibilitará demais conquistas. Normalmente em relação aos
significadores do planeta para o exercício profissional. A casa na tabela abaixo é onde o planeta possui
Digbala. A Direção é aquela do quadrante que conduz à prosperidade, o qual deve ser indicado para os
planetas que possuem digbala a partir do AL. E o Devatā é a divindade que concede a bênção. Rāhu é
igual a Saturno e Ketu é igual a Marte no governo sobre o Tattva.
O digbala de um planeta é determinado por seu Tattva predominante e, por tanto, estabelecido
nos quadrantes. Leste governa sobre Pṛthvī e Ākāśa, terra e éter, respectivamente. O Sul governa sobre
Agni (fogo); o Norte sobre Jala (água); e Oeste sobre Vāyu (ar). Contudo, a direção para realização do
Karma-Yoga é aquela apontada pelo planeta, não pelo Tattva. Cada uma dessas direções, tem um
Dikpāla Devatā governante.
Tabela 5
Planeta Tattva Casa Digbala Direção do Karma-Yoga Dikpāla Devatā
Sol Agni 10 Sul Leste Indra
Lua Jala 4 Norte Noroeste Vāyu
Marte Agni 10 Sul Sul Yama
Mercúrio Pṛthvī 1 Leste Norte Kubera
Júpiter Ākāśa 1 Leste Nordeste Īśāna
Vênus Jala 4 Norte Sudeste Agni
Saturno Vāyu 7 Oeste Oeste Varuṇa
Rāhu Vāyu 7 Oeste Sudoeste Nirṛti (Kālikā)
Ketu Agni 10 Sul Vertical Ananta
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Normalmente, quando uma pessoa está no caminho da realização de seu Karma, ele está
naturalmente estabelecido na direção do planeta que possui digbala a partir do AL. É comum nos
períodos maior e menores que uma pessoa se desloque para a direção do planeta governante daquela
Daśā. Frequentemente esse planeta pode ser visto associado a um que possua força direcional, quer por
yuti ou por aspecto. A direção contrária à apontada para o sucesso, gera infortúnio e queda nos
empreendimentos.
4.1. Iṣṭa Devatā, Kula Devatā, Guru Devatā, Dharma Devatā e outros
Iṣṭa Devatā é a divindade que guia a alma para Mokṣa, Kula Devatā é a divindade que orienta o
indivíduo, melhorando sua vida, e o Guru Devatā é a divindade responsável por trazer o Guru físico
nesta vida. Estas três divindades são semelhantes ao Sol, o natural significador da Alma; à Lua, o
natural significador da Mente; e a Júpiter, o natural significador do Paka Lagna, ou seja, o signo
ocupado pelo senhor do Lagna e Guru, respectivamente. O Dharma Devatā ajuda a pessoa a alcançar os
objetivos e ideais desta vida.
O Iṣṭa Devatā de uma pessoa é visto a partir da influência planetária mais forte na 12ª casa a
partir do Kārakāṃśa. Semelhantemente o Dharma Devatā é visto a partir da 9ª do Kārakāṃśa,
enquanto que o Palana Devatā é visto a partir da 6ª do Amātyakāraka (Amk). O Guru Devatā é
indicado pelo Bhrātṛkāraka (BK) no Navāṃśa, bem como os planetas que estão em yuti com ele ou o
aspectando. Estes Gurus ensinam o Dharma, Jyotiṣa, os Vedas ou Vedāṅga etc. Guru em outras áreas é
visto a partir de outras divisionais. A regra é como no quadro abaixo.
(1) o mais forte planeta depositado na 12ª casa do AK no Navāṃśa é o Iṣṭa Devatā;
(2) havendo mais de um, deve-se olhar para aquele que estiver em Exaltação e, em seguida,
no próprio signo etc., e nesta ordem ;
(3) não havendo a condição acima, aquele que tiver o maior número de graus na Carta Rāśi
deve ser considerado o mais forte;
(4) não havendo planetas depositados na 12ª do AK no Navāṃśa, então o aspecto planetário
sobre a segunda casa deve ser determinado;
(5) somente neste caso os aspectos dos signos (Rāśi Dṛṣṭi) devem ser usados, uma vez que as
divindades não existem em um corpo humano;
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(6) quando mais de um planeta aspecta, escolhe-se o mais forte dentre eles.
a
(7) Quando nenhum planeta aspecta a 12 casa, escolhe-se o governante do signo.
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O Kula Devatā é a divindade da família. A 2ª casa da Carta Natal governa sobre a família e a
Divisional D-20 (Viṃśāmśa) é usada para determinar Upāsana, ou adoração. Desta forma a divindade
da família é vista a partir da 2ª casa na D-20. As regras são as mesmas como vistas no quadro anterior.
O Palana Devatā é a divindade significada (kāraka) pela Lua e é responsável por guiar as
atividades dos membros da família em sua vida material. Em tempos antigos, a profissão dos pais
passava para os filhos. Hoje este hábito praticamente caiu em desuso e o estudo individual da Carta de
Nascimento deve ser feito para determinar a divindade favorável para seus meios de subsistência. O
Sábio Jaimini explica que o Palana Devatā é aquele visto a partir da 6ª do Amātyakāraka na Carta
Navāṃśa (D-9), utilizando, para isto, as mesmas regras como citadas para encontrar o Iṣṭa Devatā.
Grama Devatā é a divindade que protege a vila, o bairro. O Kula Devatā também é referido
como Grama Devatā, a vila de onde o indivíduo pertence, se for uma vila pequena. Entretanto, pode
haver diferenças se não existir qualquer associação entre a 2ª e 4ª casas. Para as grandes cidades, o
correto é o Sthana Devatā, e este é visto a partir da influencia planetária mais forte sobre a 4ª casa na
D-20.
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5. Mantra Bhāva
A 5ª casa da Carta Astrológica é o local de trabalho de Budhi, a sede de Mana em seu nível mais
elevado. Putra Bhāva é a casa regida pelo Sol na posição Natural do Zodíaco. Esta casa recebe vários
nomes, conforme seus significadores, isto é, Bhakti Bhāva, a casa da devoção, do amor, da divindade;
Mantra Bhāva, a casa dos Mantras, dos encantamentos, das palavras mágicas; Putra Bhāva, a casa dos
filhos; Pūrva Puṇya, a casa das boas ações, dos méritos, de vidas passadas etc.
Assim como Sol rege naturalmente esta casa, transmitindo sua luz para a remoção da escuridão,
Júpiter é Kāraka desta casa, representando o Guru dos Devas, o preceptor, o doador da luz, do
conhecimento, o removedor da ignorância, o que desperta Vidyā. É por meio da graça do Guru que se
pode obter o conhecimento, e é somente através de Vidyā que a alma pode se livrar da ilusão deste
mundo e romper com o ciclo de renascimentos e mortes.
A 9ª de Júpiter mostra o Guru, pois Júpiter é Naisargika Kāraka para Guru, dentre outros
assuntos. Enquanto os Naisargika Kārakas mostram assuntos a partir de determinadas casas contadas do
planeta significador destes assuntos, os Cara Kārakas mostram pessoas, isto é, os corpos físicos. Assim
é que o BK, Bhrātṛkāraka, mostra o corpo físico do Guru. O Guru pode ser várias pessoas, cada um
ensinando algo diferente, por isso não se descarta nenhuma associação deste planeta com outros. Veja
4.1. O Guru ilumina a mente e dissipa a escuridão, doando conhecimento e iniciação através do correto
mantra. O aspecto do trânsito de Júpiter (por Rāśi Dṛṣṭi) sobre o Mantra Pada (A5) traz contato com o
Guru e o recebimento de Mantra. Já o trânsito de Ketu em trinos ao AL, faz uma pessoa inclinada
espiritualmente e a renúncia e/ou elevadas experiências espirituais podem ocorrer neste momento. A
Viṃśottarī Daśā de planetas influenciando Mantra e Dharma Bhāvas dá o conhecimento de Mantra e
traz o Guru. Isto também pode ser visto a partir do Viṃśāmśa (D-20).
Planetas na 5ª casa têm Argalā sobre o Lagna, transmitindo sua influência de acordo com a
natureza do planeta. Caso haja mais planetas na casa 9 (a casa que obstrui a Argalā a partir da 5ª sobre o
Lagna), então essa influência não pode ser sentida. Em termos gerais, o planeta na 5ª casa não deve ser
inimigo de planetas colocados no Lagna, pois negariam as bênçãos deste último.
Maléficos e Benéficos nesta casa têm de ser avaliados cuidadosamente. Basicamente eles são
classificados em doadores de maus ou bons pensamentos, respectivamente. Isto é, os maléficos
destroem a inteligência, devoção e capacidade de adoração, enquanto os benéficos conferem uma
natureza elevada e inclinada ao modo devocional, elevada inteligência etc.
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Alguns fatores que podem contribuir para anular a influência de maléficos sobre esta casa é o
aspecto de benéficos sobre ela. Sol e Júpiter desempenham um papel importante na direção de Mana e
Dhī, uma vez que o primeiro é o governante natural desta casa e o segundo é kāraka de inteligência,
conhecimento etc. Estando o governante desta casa associado quer com um deles, então também não se
pode dizer que o nativo incorrerá em loucura, perda de memória e/ou de aprendizado, pois a associação
do governante desta casa com Júpiter forma um poderoso yoga para inteligência e fácil aprendizado,
bem como com o Sol. Mercúrio, sendo o planeta responsável pela memória, também deve estar
desprovido de ações de maléficos para proporcionar uma boa memória. Lua, kāraka de mente, e sua
décima (que mostram as ações das sementes que nascem na mente) devem ter bons aspectos também.
Todos estes planetas mostram a direção de Mana (Mente) e o Mantra, de Mana (mente) + Tra (proteger)
é utilizado para proteger a mente dos efeitos maléficos de planetas colocados, aspectando ou em yuti
com um desses significadores da mente, ou seja, o governante da casa 5, Lua e Mercúrio.
Com base nestas e em outras considerações, muitos astrólogos são apressados em indicar
mantras da divindade correspondente ao governante da 5ª casa para proteger a mente (man + tra) da
influência planetária negativa nesta casa. Mas se o senhor da 5ª não tem um bom relacionamento com o
senhor do Lagna, então propiciar os senhor da 5ª com mantras pode colocar a vida dos filhos em perigo.
Em suma, planetas nesta casa indicam a direção da adoração, o amor (Bhakti) direcionado a
específicas divindades. Algumas dicas podem ser úteis aqui:
(1) Signo masculino, planetas masculinos colocados ou aspectando esta casa, bem como o governante
associado com planetas masculinos, indicam a adoração de divindades masculinas.
(2) Signos femininos etc., como o exemplo acima, indicam a adoração de divindades femininas.
(3) Signos e planetas Sattvicos, indicam a adoração de divindades maiores e dedicação firme no
caminho.
(4) Maléficos direcionam para a adoração de divindades menores, e até mesmo de espíritos;
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