Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Strong, A. H. (2008). Teologia Sistemática. (J. C. Martinez, Org., A. Victorino, Trad.) (Edição Revisada e Ampliada, Vol.
1 & 2, p. 248–249). São Paulo: Hagnos.
Os milagres de Jesus eqüivalem, em linguagem metafórica, a pequenas conchas que precisamos
encostar ao ouvido uma após a outra. Em cada uma o ouvinte percebe o marulhar dos mares da
eternidade, a certeza da glória vindoura!2
Escritura não tem uma palavra específica para milagre. O conceito é uma combinação de ideias expressas
por três termos: maravilha (ou prodígio), obra poderosa e sinal.
Maravilha é o primeiro conceito (milagre, do latim miraculum, tem o sentido de algo que evoca admiração
ou espanto). Um milagre é um acontecimento observado que desperta a consciência da presença e do poder de
Deus. Providências e coincidências surpreendentes, e eventos admiráveis como um parto, tão significativos
quanto as obras de um novo poder criativo, são apropriadamente chamados milagres, uma vez que comunicam
essa consciência. Ao menos nesse sentido, há milagres hoje em dia.
A obra poderosa enfoca a impressão produzida pelos milagres e aponta para a presença na história bíblica
dos atos sobrenaturais de Deus, envolvendo o poder que criou o mundo do nada. Assim, a restauração dos mortos
à vida, que Jesus realizou três vezes, sem contar sua própria ressurreição (Lc 7.11–17; 8.49–56; Jo 11.38–44), e
que Elias, Eliseu, Pedro e Paulo fizeram uma vez cada um (1Rs 17.17–24; 2Rs 4.18–37; At 9.36–41; 20.9–12),
é obra desse poder criativo. Ela não pode ser explicada em termos de coincidência ou pela natureza no
desenvolvimento de seu curso. O mesmo é verdadeiro sobre as curas orgânicas, muitas das quais são narradas
pelos Evangelhos: elas também demonstram recriação e restauração sobrenaturais.
O sinal, como um rótulo para os milagres (o rótulo usado regularmente no Evangelho de João, onde sete
milagres-chave são registrados), indica que eles significam alguma coisa: em outras palavras, eles carregam uma
mensagem. Os milagres na Escritura estão quase todos agrupados no tempo do êxodo, de Elias e Eliseu, e de
Cristo e seus apóstolos. Antes de mais nada, eles consagram os operadores de milagres como representantes e
mensageiros de Deus (cf. Êx 4.1–9; 1Rs 17.24; Jo 10.38; 14.11; 2Co 12.12; Hb 2.3, 4), e também anunciam algo
do poder de Deus na salvação e julgamento. Tal é seu significado.
A crença no miraculoso é inerente ao Cristianismo. Teólogos que refutam todos os milagres, obrigando-se,
assim, a negar a encarnação e a ressurreição de Jesus — os dois milagres supremos da Escritura — não devem
alegar que são cristãos: a alegação não é válida. A rejeição de milagres pelos cientistas de ontem não resultou
da ciência, mas do dogma de um universo de absoluta uniformidade que os cientistas incorporaram a seu trabalho
científico. Nada há de irracional na crença de que Deus, que fez o mundo, pode ainda penetrar nele
criativamente. Os cristãos devem entender que não é a fé nos milagres bíblicos e na capacidade de Deus operar
milagres hoje, se assim o quisesse, mas a dúvida acerca dessas coisas, que é irracional.3
Por exigirem de nós milagres, agem de má fé. Ora, não estamos a forjar algum evangelho novo; ao contrário,
retemos aquele mesmo à confirmação de cuja verdade servem todos os milagres que outrora operaram assim
Cristo como os apóstolos. Acima de nós, eles têm isto de singular, que podem confirmar sua fé mediante
constantes milagres até o presente dia! Contudo, o fato é que estão antes a invocar milagres que se prestam a
perturbar o espírito doutra sorte inteiramente sereno, a tal ponto são eles ou frívolos e ridículos, ou fúteis e
falsos! Todavia, nem mesmo se esses alegados milagres fossem mui prodigiosos, certamente que não seriam
contra a verdade de Deus, quando importa que o nome de Deus por toda parte e a todo tempo seja santificado,
quer por meio de prodígios, quer mediante a ordem natural das coisas.
Talvez mais deslumbrante poderia ser esse aparente matiz, não fora que a Escritura nos adverte quanto ao
legítimo propósito e uso dos milagres. Ora, os sinais que acompanharam a pregação dos apóstolos, no-lo ensina
Marcos [16.20], foram operados para sua confirmação. De igual modo, também Lucas narra que o Senhor deu
testemunho da palavra de sua graça, quando foram operados sinais e prodígios pelas mãos dos apóstolos [At
2
Rienecker, F. (1998). Comentário Esperança, Evangelho de Mateus (p. 164–165). Curitiba: Editora Evangélica
Esperança.
3
Packer, J. I. (2014). Teologia Concisa: Um Guia de Estudo das Doutrinas Cristãs Históricas. (R. Castilho, Trad.) (3a
edição, p. 57–58). São Paulo: Editora Cultura Cristã.
14.13]. Ao que se torna muito semelhante esta palavra do Apóstolo: Anunciado o evangelho, a salvação foi
confirmada, testemunhando juntamente com eles o Senhor, mediante sinais, prodígios e muitos atos de poder
[Hb 2.4; Rm 15.18,19].
Quando, pois, ouvimos que eles constituem marcas do evangelho, porventura os converteremos em
destruição da autoridade do evangelho? Quando ouvimos que foram destinados simplesmente à autenticação da
verdade, porventura os acomodaremos à confirmação de mentiras? Portanto, é conveniente examinar e
investigar, em primeiro lugar, a doutrina, a qual o evangelista diz ter precedência sobre os milagres; doutrina
que, se for aprovada, só então deve, por fim, de direito, receber a confirmação dos milagres.
Entretanto, a marca distintiva da boa doutrina, da qual o autor é Cristo, é esta: ela não se inclina a buscar a
glória dos homens, mas a de Deus [Jo 7.18; 8.50]. Quando Cristo declara que esta é a comprovação da doutrina,
os milagres são visualizados em falsa luz, os quais são levados a outro propósito que não é o de glorificar o
nome do Deus único. E convém que tenhamos sempre em mente que Satanás tem seus milagres, os quais, embora
sejam falazes prestidigitações, antes que genuínos prodígios, entretanto são de tal natureza, que podem seduzir
os desavisados e simplórios [2Ts 2.9,10]. Mágicos e encantadores sempre se destacaram por seus milagres. A
idolatria sempre foi nutrida por milagres de causar pasmo. Contudo, eles não legitimam nossa superstição, nem
dos magos, nem dos idólatras.
E com este aríete, os donatistas, outrora, abusavam da simplicidade da população, de que eram poderosos
em milagres. Portanto, agora respondemos a nossos adversários, o mesmo que Agostinho respondeu então aos
donatistas: o Senhor nos acautelou contra esses milagreiros quando predisse que haveriam de vir falsos profetas,
os quais, em virtude de sinais mentirosos e prodígios vários, induziriam os eleitos ao erro, se isso pudesse
acontecer [Mt 24.24]. E Paulo advertiu que o reino do Anticristo haverá de vir com todo poder, e sinais, e
prodígios enganosos [2Ts 2.9].
Mas, insistem eles, esses milagres não são operados por ídolos, nem por mistificadores, nem por falsos
profetas, mas pelos santos. Como se na verdade não soubéssemos que esta é a artimanha de Satanás: transformar-
se em anjo de luz [2Co 11.14]. Em tempos idos, os egípcios cultuaram a Jeremias, sepultado em seu meio, com
sacrifícios e outras honras divinas. Porventura não estavam abusando do santo profeta de Deus para os fins de
sua idolatria? E no entanto com tal veneração de seu sepulcro chegavam ao ponto de pensar que, como justa
recompensa disso, eram curados da picada de serpentes! Que diremos, senão que sempre foi esta, e haverá de
sempre ser, a mui justa punição de Deus: enviar a eficácia do erro àqueles que não têm recebido o amor da
verdade, para que creiam na mentira [2Ts 2.11]?
Portanto, de modo nenhum nos faltam milagres, e esses não são passíveis de dúvida, nem suscetíveis a
zombarias. Aqueles, porém, aos quais eles apelam em seu abono, são meros embustes de Satanás, uma vez que
desviam o povo do verdadeiro culto de seu Deus para o engano.4
4
Calvino, J. (2006). As Institutas. (W. Carvalho Luz, Trad.) (Edição Clássica, Vol. 1, p. 23–25). São Paulo: Editora Cultura
Cristã.
A. Milagres de Jesus:
(a). Expulsão de demônios Mt 8:28–34; 9:32–34; 12:22–23; 17:14–20; Mc 1:23–28.
(b). Curas:
– Leprosos Mt 8:1–4; Lc 17:11–19.
– Febre Mt 8:14–15.
– Paralisia Mt 9:1–8; 12:9–14; Jo 5:1–9.
– Hemorragia Mt 9:20–22.
– Surdo-mudo Mc 7:31–37.
– Cegos Mt 9:27–31; 20:29–34; Mc 8:22–26; Jo 9:1–12.
– Mulher encurvada Lc 13:10–13.
– Hidrópico Lc 14:1–6.
(c). Curas à distância Mt 8:5–13; 15:21–28; Jo 4:46–54.
(d). Ressurreições Mt 9:18–19, 23–26; Lc 7:11–17; Jo 11:1–44.
(e). Multiplicação de alimentos e bebida Mt 14:13–21; 15:32–39; Lc 5:1–11; Jo 2:1–11; 21:1–6.
(f). Livramento de um perigo Mt 8:23–27; 14:28–32.
(g). Milagres em geral Mt 8:16; 9:35; 11:4–5; 12:15; 14:35–36; 15:30–31; Mc 1:39; 3:7–12; Lc 8:1–3.
B. Milagres dos discípulos:
(a). Em geral Mc 16:17–18; 1 Co 12:9–10, 28–30; Hb 2:4.
(b). Dos apóstolos em geral Mt 10:8; At 2:43; 5:12–16; 14:3.
(c). De outros discípulos Lc 10:9; At 6:8; 8:6–7.
(d). De Pedro At 3:1–10; 5:15–16; 9:32–42.
(e). De Paulo At 13:6–12; 14:8–10; 16:16–18; 19:11–12; 20:7–12; 28:1–9.
C.. Milagres dos falsos profetas Mt 24:24; Ap 13:13–14; 16:14;5
5
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil.
CONCEITO: Um evento que desafia expectativas comuns de comportamento e subsequentemente é atribuído
a um agente sobre-humano; uma ocorrência que demonstra o envolvimento de Deus no curso dos assuntos
humanos.
FORMAS DE MILAGRES
• objetos e animais agindo de maneira inesperada (por exemplo, Nm 22: 22–35; 2 Rs 6: 5-7).
RESPOSTA AO MILAGRE
MILAGRE (δύναμις, dynamis).
Relevância bíblica
Os milagres podem ser caracterizados por quatro meios:
1. forma do milagre;
2. identidade do agente direto (ator em última instância responsável pelo milagre);
3. presença ou ausência de agente intermediário;
4. respostas dos observadores.
Esses meios de caracterização estão inter-relacionados. Por exemplo, a confirmação de Jesus de Nazaré como
intermediário para os milagres dos Evangelhos afeta as funções teológicas dos milagres.
A Bíblia Hebraica freqüentemente retrata Deus como o agente direto de milagres na Bíblia Hebraica. Por
exemplo, Números 22: 22–35 atribui explicitamente a responsabilidade de um milagre a Deus, afirmando que
“o Senhor abriu a boca do jumento” para que conversasse com Balaão (Núm 22:28 NRSV). Ele freqüentemente
emprega um intermediário humano (por exemplo, Moisés em Êx 14:21). Às vezes, Seu poder é tão essencial
para o caráter humano que dificilmente se reconhece a divisão entre o poder de Deus e o poder inerente ao
caráter humano (por exemplo, 2 Rs 1:15; 2 Rs 6: 5–7; Lindars, “Elias, Eliseu. e Milagres do Evangelho ”, 62–79).
As respostas humanas aos milagres dependem da situação pessoal do observador, da situação sociopolítica e
das suposições teológicas. Assim, o mesmo evento milagroso pode provocar respostas diferentes entre vários
observadores. Por exemplo, enquanto a resposta inicial de Belsazar à escrita da mão misteriosa na parede é o
medo, Daniel não mostra medo (Dan 5: 6, 17–28). Além disso, um milagre geralmente afeta a reputação de
seus agentes. Os filisteus de 1 Sm 4: 8, por exemplo, temem os “deuses” hebreus que afligiram os egípcios
com pragas (Êx 7–12; Stirrup, “Por que Yahweh nos derrotou?” 89–90).
• O evangelho de Marcos trata milagres como demonstrações simbólicas do reino de Deus, em vez de
validações de Jesus e do evangelho (Glasswell, “Milagres em Marcos”, 154–62; Robbins, “Dynameis e Semeia”,
19; compare Saucy, “Milagres e Proclamação ”, 281–307).
• O evangelho de Mateus usa milagres para retratar Jesus como o cumprimento da promessa de Deus de
levantar um profeta como Moisés (Dt 18:18; Baxter, "Mosaic Imagery", 76).
• O evangelho e os atos de Lucas se referem aos milagres de Jesus e dos primeiros seguidores de Cristo como
sinais e maravilhas válidos (por exemplo, Atos 2:43; Achtemeier, “Perspectiva de Lucan”, 553–56; Lampe,
“Milagres em Atos”, 165 ) Milagres em Atos funcionam dentro de um relacionamento mutuamente
interpretativo com a mensagem do Evangelho (Marguerat, “Magia e Milagre em Atos”, 124).
• O evangelho de João descreve os milagres de Jesus como sinais explicativos (σημεῖα, sēmeia); o texto nunca
os chama de “milagres” (δύναμεις, dynameis; Kee, Medicine, Miracle and Magic, 88).
• Sinais e maravilhas milagrosas são confirmações do apostolado de Paulo e valiosas ferramentas
evangelísticas (Romanos 15:19; 2 Coríntios 12:12). Paulo considera a capacidade de realizar milagres um dom
espiritual (1 Cor 12:10, 28–29).
Por todo o Novo Testamento, os inimigos do movimento de Cristo são capazes de realizar sinais e maravilhas
milagrosas:
• Marcos 13:22 e Mateus 24:24 atribuem sinais e maravilhas a “falsos cristos” e “falsos profetas” (Glasswell,
“Milagres em Marcos”, 155).
• 2 Tessalonicenses 2: 9 indica que o “homem de iniquidade” fará sinais e maravilhas para enganar os
seguidores de Cristo.
• Revelação refere-se a sinais e prodígios como visões celestiais e instrumentos das forças de Satanás (Ap 12:
1, 3; 13: 13-14; 15: 1; 19:20; Aune, Profecia, 281; Aune, “Intertextual Reading 130, 138).
• instrumental - como o maná celestial (Êx 16: 11–21), que serve para alimentar os israelitas;
• comunicativa - por exemplo, a mão que escreve na parede do palácio de Belsazar (Dan 5; Collins, Daniel,
250);
• punitivo - como os tumores que afligem o filisteu enquanto eles possuem a arca da aliança (1 Sm 5: 6-12;
Culley, "Temas e Variações", 9);
• sociopolítico - como quando Deus confirma que Elias é o profeta superior enviando fogo do céu para
consumir sua oferta encharcada de água (1 Rs 18; compare Theissen, Miracle Stories, 231–64);
• teológico - que pode ser dividido ainda mais em quatro funções principais:
• validação de Deus - por exemplo, o consumo da oferta de Elias (1 Rs 18) valida a superioridade do Deus
hebreu sobre Baal e questiona a existência de Baal, e a voz celestial e o Espírito descendente no batismo de
Jesus confirmam Seu status como Filho de Deus ( Kee, Medicina, Milagre e Magia, 80, 86);
• validação da mensagem de Deus - como os milagres de Moisés diante de Faraó (Êx 7-12; Woods, "Valor
Evidencial dos Milagres", 21-22);
• sinal da atividade de Deus - como os milagres de Jesus em Mateus e Marcos (Glasswell, "Milagres em
Marcos", 154-55);
• ato divino de salvação - os milagres em Atos, por exemplo, são eles mesmos atos salvadores, não apenas
sinais de salvação (Lampe, “Milagres em Atos”, 171–78).
• poder (δύναμις, dynamis) - em certos contextos, “milagre” e “ação poderosa” são traduções alternativas;
• sinal (σημεῖον, seção) - muitas vezes se refere a um milagre que representa figurativamente outra coisa,
como o reino de Deus ou o evangelho;
• maravilha (τέρας, teras) - indica algo extraordinário.
A justaposição de “sinais” (אותת, 'wtt) e “maravilhas” (מפתימ, mptym) ocorre no Novo Testamento com a
combinação das palavras gregas para “sinais e maravilhas” (σημεῖα καὶ τέρατα, sēmeia kai terata) (por
exemplo, , Marcos 13:22; João 4:48; Atos 2:43; Rom 15:19; McCasland, “Signs and Wonders”, 149–52). João
refere-se aos milagres de Jesus como obras (ἔργα, erga; por exemplo, João 10:20). Outra palavra grega para
“maravilha” (θαῦμα, thauma) aparece fora do Novo Testamento como uma referência a milagres. No Novo
Testamento, (θαῦμα, thauma) refere-se à “maravilha” no sentido de simples espanto (2 Cor 11:14; Ap 17: 6).
O termo moderno “milagre” deriva do uso de miraculum, um termo latino para “maravilha”, durante o final
do período imperial romano e os primeiros períodos medievais. Agostinho (354-430 dC) formulou primeiro um
conceito cristão unificado de milagre (Harrison, “Milagres, Ciência e Religião”, 495-96). Os fundamentos do
conceito cristão estão na apresentação do Novo Testamento dos feitos extraordinários realizados por Jesus e
Seus seguidores.
A distinção entre "milagre" e "mágica" deriva da perspectiva do observador, que pode envolver vários fatores,
incluindo: participação em grupos; contexto histórico; Contexto cultural; e visões teológicas. No quinto -
quarto séculos aC, muitos gregos e romanos suspeitaram que os curandeiros, adivinhos, profetas e milagres
tradicionais eram "mágicos" (Graf, Magic, 26-27, 30-35). Os períodos clássico e helenístico da história grega
viram um declínio acentuado na popularidade dos oráculos gregos tradicionais, como o de Delfos (Luck, Arcana
Mundi, 305–08; Aune, Profecia, 24). A medicina hipocrática, que diagnosticou doenças como resultado de
causas naturais e fisiológicas, cresceu em popularidade. O ceticismo em relação aos milagres colocou muitos
curandeiros e milagres populares na defensiva contra suas caracterizações como "mágicos" (Graf, Magic, 232-
33). No período imperial romano, os seguidores de Cristo reconheceram as maravilhas realizadas por ou
através de Deus como "milagres" e comumente caracterizaram todas as outras maravilhas de “magia”
realizadas pelo ou através do diabo. Stratton se refere a isso como o “discurso mágico cristão” (por exemplo,
Atos 8: 9–15; 13: 6–12; Stratton Naming the Witch, 107–41; veja também Remus, Conflito Pagão-Cristão, 48–
82; Lampe , “Miracles and Apologetic”, 205–18).
• críticas de forma e redação (por exemplo, Fortna, "Fonte e redação do quarto evangelho"; Theissen, Miracle
Stories, 43–228);
• estudos sócio-históricos - uma maneira de entender os milagres bíblicos em seus contextos sociais antigos
específicos (por exemplo, Kee, Miracle in Early Christianity);
• crítica sócio-científica - estuda milagres e magia usando os insights, teorias e modelos das ciências sociais
modernas (por exemplo, Craffert, Life of a Galilean Shaman);
• racionalização de milagres - defendendo a autenticidade histórica dos milagres, explicando como um
milagre pode ter ocorrido de acordo com a ciência moderna; essa abordagem caiu em desuso (Smith, “Estado
atual dos estudos do Antigo Testamento”, 20; compare Gruenthaner, “Dois milagres do sol”, 271–90).
Como exemplo da abordagem sócio-científica, Kee e Klauck estão entre os estudiosos da Bíblia que rotulam
ações extraordinárias realizadas espontaneamente como "milagre" e ações produzidas através de ritual
coercitivo como "mágica" (ver Kee, Medicine, Miracle, and Magic no Novo Testamento. Times 3; Klauck, O
contexto religioso do cristianismo primitivo, 154-77). Essa distinção se baseia na caracterização da religião
como ritual de petição e da magia como ritual coercitivo.