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¹⁴ Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que

adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com


toda a firmeza à fé que professamos,

¹⁵ pois não temos um sumo sacerdote que não possa


compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que,
como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem
pecado.

¹⁶ Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a


confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos
graça que nos ajude no momento da necessidade.

Hebreus 4:14-16

Somos pó e é difícil assumir essa condição na sua integralidade.

Quantas vezes cometemos o mesmo erro? Quantas pessoas se


decepcionaram conosco? O peso das falhas repetidas e da
falência moral nos pressiona? De fato, o fracasso é uma marca
humana que conhecemos depois da queda do Éden. Como lidar
biblicamente com isso?

Ao perceber as fraquezas, frequentemente nos atolamos em


culpa, ressentimento e autocomiseração. O coitadismo é nosso
refúgio. No sentido oposto, há quem finja que está tudo bem e
tente se auto-ajudar cultivando frases motivacionais na frente do
espelho. Coitado do espelho.

Escreva aqui qual a sua tendência: pena de si mesmo ou se fazer


de durão?

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Ao olharmos nossas fraquezas no espelho, o que vemos? Na


verdade, o olhar de si para si mesmo é um modo de ver imperfeito
que precisa de Deus para ser reorientado.

Só Deus nos vê plenamente (Sl 139). Só Deus nos vê desde antes


da fundação do mundo (Ef 1.4). Só Deus depois de ver nosso caos,
responde com amor eterno (Jr 31.3).
Nessa mesma esteira o autor de hebreus nos ensina uma das
formas com as quais a Palavra de Deus acolhe nossas
vulnerabilidades: olhar para a grandeza do caráter e da
compaixão de Cristo.

O primeiro verso do texto acima nos presume que estamos


vendo o grande e supremo sacerdote vitorioso que adentrou os
céus e nos deu toda esperança. A fé que professamos não está
baseada no nosso desempenho, ela é o fruto da ação do Filho
de Deus em nós.

Reconhecer nossas rachaduras morais e nossa incompetência


em fazer o certo só vale a pena se nosso olhar sair de onde vem
nossa ruína - nós mesmos - e se direcionar ao autor e
consumador de nossa fé (Hb 12.2). Diante disso, responda
sinceramente: qual faceta do caráter de Deus tem te escapado
e feito com que o desânimo te absorva completamente? Você
não tem percebido Deus como alguém grande, fiel, supremo e
amoroso? Bem, isso é sério, nossa falta de conhecimento sobre
quem Deus é nos leva ao desespero e a distorções a respeito
da nossa própria identidade e valor.

DEUS VÊ UM FRACO

Com efeito, Hebreus nos diz que temos um sumo sacerdote que
se compadece! Jesus não olha nossa fraqueza como alguém
decepcionado e meramente acusativo. E o mais maravilhoso
disso é o motivo do seu olhar:

Ele sabe o que é padecer (Is 53.3-5).

Jesus se encarnou, se embrenhou na lama do mundo caído.


Jesus se fez mamífero, bípede, humano como um de nós.
Jesus passou por rejeição, violência e dor.
Jesus escolheu nossa morte, carregou nossas vulnerabilidades e
venceu.

Portanto, olhe para a sua fraqueza com os olhares de Cristo. Ele


foi tentado como você, embora sem pecado, conhece as suas
pegadas cambaleantes. Ele não espera perfeição da sua parte,
antes pede que confie nele e em seu amor restaurador.

Quando Deus vê um fraco ele se compadece. Lembre-se disso!


APROXIME-SE!

Para terminar, Hebreus nos anima a entrar diante da


sala do trono, sem ter nada a oferecer. Esse lugar de
intimidade é para os falidos que carecem de
misericórdia e ajuda que se manifesta em cada ocasião
oportuna.

Ore neste momento como um sinal de aproximação do


Deus de amor e graça. Não deixe a culpa e o medo te
bloquearem. Sim! Você não merece, porém coragem. O
caminho para o trono de Deus está aberto pelo sangue
de Cristo que te cobre e te conduz
(Hb 10.19-22).

Ser amado sem merecer é algo que só os fracos


entendem.
¹ E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, apresentando-
se ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois
homens, um rico e outro pobre.
² O rico possuía muitíssimas ovelhas e vacas.
³ Mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma
pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha
crescido com ele e com seus filhos; do seu bocado
comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu
regaço, e a tinha como filha.
⁴ E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este
de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para
assar para o viajante que viera a ele; e tomou a
cordeira do homem pobre, e a preparou para o
homem que viera a ele.
⁵ Então o furor de Davi se acendeu em grande
maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive
o Senhor, que digno de morte é o homem que fez
isso.
⁶ E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado,
porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu.
⁷ Então disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim
diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre
Israel, e eu te livrei das mãos de Saul;
⁸ E te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu
senhor em teu seio, e também te dei a casa de
Israel e de Judá, e, se isto é pouco, mais te
acrescentaria tais e tais coisas.

⁹ Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor,


fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o
heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por
tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos
de Amom.

2 Samuel 12:1-9.
¹Confessar não é fácil, só ocorre com esforço, mas é
uma força virtuosa que só os fracos experimentam.
Sendo assim, ninguém deve se gloriar pela coragem
da confissão: é um efeito da graça em nós.

Você já teve a experiência de confessar pecados a


irmãos maduros? Você já teve medo de falar um
erro secreto e foi descoberto? O que é pior?

Nesse sentido, o texto acima relata o confronto feito


por Natã ao rei de Davi que ainda não havia se
arrependido de seus pecados gravíssimos. Sabemos
que essa história é conhecida por tratar do episódio
de adultério do monarca. No entanto, o maior
pecado da narrativa não é o fato de ter feito sexo
com uma mulher casada. Esse ato foi extremamente
reprovável, mas o pior de tudo foi mandar matar o
marido da amante, um guerreiro valoroso de seu
exército e amigo pessoal.

Há quem diga: não tem pecado mais grave que


outro. Isso não é verdade. Pecados são iguais
quanto à natureza: a rebeldia contra Deus, porém as
consequências de cada ato são distintas (Sl 51.14).
Com efeito, Davi mandou assassinar uma pessoa
para que algo lhe fosse preservado. O que seria tão
importante ao Rei que o levou a essa ação
abominável? Bem, não foi o sexo que o induziu a
isso.

Há um ídolo mais profundo nessa história:


a reputação!
O ídolo é aquilo amado por você de tal forma, que
é capaz de te fazer ir até às últimas
consequências, mesmo que isso signifique
desprezar a Deus e passar por cima das pessoas.

Para tocar no assunto diante do rei, Natã conta


uma história de um homem que tinha muitos
recursos, porém pegou o que não era seu. Essa é a
essência da cobiça: não importa o que tenhamos,
nossos corações ingratos buscam a satisfação
fora daquilo que temos recebido do Pai.

Admitir tal fraqueza é assustador. Contudo,


devemos confiar em Deus ao ponto de deixar
ecoar a frase cabal do profeta dentro de nós: o
grande pecador que você acha que está fora de
você, "na verdade, É VOCÊ". Isso nos levará ao
arrependimento e ao acolhimento do perdão e da
graça.

"Tu és esse homem!" não é uma frase de culpa


gratuita e sem sentido que produz tormento e
desespero. Antes gera aquilo que Paulo chamou
de "tristeza segundo Deus" (2 Co 7.10) capaz de
nos conduzir à santificação.

De fato, a Bíblia acolhe nossas vulnerabilidades:


nos incentivando a transparência e a confissão
clara e direta, sem desculpas ou meias verdades.
Deus fala a verdade e corrige aquele que ama (Hb
12.6). É preciso crer nisso para con(fé)ssar, enfim,
ter uma confiança plena no caráter amoroso de
Deus (1 Jo 1.9).
O problema é que frequentemente preferimos
manter as aparências e ficar com as fachadas
caiadas de um verniz moral, mortal.

Cuidado, esconder vulnerabilidades e pecados


pode te matar, ou levar outros a morte.
Definitivamente, não vale a pena.

Escutemos a voz de Davi arrependido:

"Confessei-te o meu pecado, e a minha


maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao
Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste
a maldade do meu pecado" (Sl 32.5).
DIA 3
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina;
persevera nestas coisas; porque, fazendo
isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como
aos que te ouvem.

(1Tm 4.16).

Não há vitimização na Bíblia. Os fracos e


pecadores são tratados como seres
humanos caídos que devem se queixar de
seus pecados (Lm 3.39) e viver como
adultos responsáveis, capazes de tomar
providências sobre suas próprias
existências.

Isso nos leva a fala de Paulo ao seu amigo


Timóteo: cuide-se!

Nesse sentido, é verdade que tudo que


fazemos, no fundo, é um eco da graça de
Deus operada em nós, contudo Deus nos
colocou como mordomo de nós mesmos.
Por isso, Timóteo não poderia pastorear aos
outros e ser um bom teólogo, com uma
doutrina bem alinhada com as Escrituras.
Mais do que isso: ele precisava administrar
sua própria vida com zelo.
Seja sincero, você tem cuidado de sua
devoção a Deus? Você tem cuidado de sua
saúde física e emocional?

Essas coisas importantes frequentemente


são negligenciadas por conta de todas as
urgências do dia-a-dia. Assim, não
buscamos a Deus com prioridade, devido às
ocupações que nos roubam a atenção.

Em complemento a isso, devemos lembrar


da integralidade de nossos corpos e
psiquismos: Deus não criou e nem se
relaciona com almas desencarnadas. O
corpo é o locus no qual nossa espiritualidade
se manifesta (1 Co 6.18-20). Ele não é inferior
à alma, não é um cadáver dos sentidos que
aprisiona a bela alma. Ao contrário, a matéria
é o centro da adoração a Deus (Rm 12.1-2).

Com efeito, Paulo, na mesma carta do trecho


acima, pede que seu amigo:

"Não continue a beber somente água;


tome também um pouco de vinho, por
causa do seu estômago e das suas
frequentes enfermidades" (1Tm 5.23).
Veja que o apóstolo não é um triunfalista
que decreta: "em nome de Jesus, você não
ficará doente". Antes, ele acolhe a
vulnerabilidade de Timóteo, toca num
assunto delicado, conhece o padecer
frequente do amigo e o insta ao
autocuidado.

Portanto, se nos lançamos em uma espiral


maluca de trabalho e negligenciamos tudo
que é importante para nossa saúde integral,
estamos desonrando a Deus e sendo maus
mordomos da criação.

Como essas palavras tocam seu coração?


Seja sincero e cuide de si mesmo com os
instrumentos de Deus e para a máxima glória
Dele.
COMO UM ANIMAL
Quando o meu coração
estava cheio de amargura
e o meu íntimo se comoveu,
eu estava embrutecido
e sem entendimento;
era como um animal diante de ti.
No entanto,
estou sempre contigo,
tu me seguras
pela minha mão direita.
Tu me guias com o teu conselho
e depois me recebes na glória.
Quem tenho eu no
céu além de ti?
E quem poderia eu querer
na terra além de ti?
Ainda que a minha carne
e o meu coração desfaleçam,
Deus é a fortaleza do meu coração
e a minha herança para sempre.

Salmos 73:21-26
Os Salmos são como respirações, ora
normais e suaves, ora solavancos da
alma e espirros barulhentos. Bem, o
Salmo acima é um grande brado de
socorro de um fiel que conhecia de perto
a fraqueza humana.

Nessa esteira, o autor se coloca em


oração como alguém sem medo de
expressar a Deus exatamente o que
sente. De fato, suas orações são
cortantes e altamente sinceras.

Eu sei que nem sempre oramos assim.


Por vezes, temos excesso de pudor e não
rasgamos nosso coração diante daquele
que conhece a palavra antes que sai da
boca (Sl 139.4). Nossas preces se
mostram robóticas, esquemáticas e
"comportadas". O oposto dos poemas e
canções oradas no saltério do povo de
Deus.

Responda com sinceridade: Você fala


com Deus dizendo o que realmente se
passa no seu coração?
Você teria coragem de clamar: "o meu
coração estava cheio de amargura e o
meu íntimo se comoveu, eu estava
embrutecido e sem entendimento; era
como um animal diante de ti"?

O caminho é esse: aprender a despejar


toda nossa amargura em oração! É desse
modo que as Escrituras foram cheias de
todo tipo de crises e dúvidas humanas.

Nela, há um tipo de oração que só os


fracos entendem, às vezes, tal prece sai
como um gemido inconveniente que o
próprio Espírito Santo traduz ao pai (Rm
8.26).

Nesse sentido, vemos o salmista


confessando o seu estado emocional,
sua condição geral perturbada e seu
entendimento afetado.

Ele se chama de anima. Eita!


Veja, a linguagem aqui é tão íntima que
chega a ser brutal.

Porém no verso 23 temos uma curva, um


grande "no entanto". O autor começa a
olhar para Deus e constata Sua presença,
Seu auxílio, Sua condução por meio da
Palavra e o destino aguardado pelos que
esperam no Senhor: a Sua própria glória.

Assim, o texto termina com a


contradição entre o humano
desfalecente e a fortaleza encontrada no
Altíssimo. Com efeito, ele destaca que
não há absolutamente nada nos céus e
na terra que se iguale a Deus.

Quem tenho eu
no céu além de ti?
E quem poderia eu querer
na terra além de ti?
Só os fracos entendem o que significa
não ter nada além do Senhor. Só os
desesperados por perdão, salvação e
graça podem ecoar essa oração de
profunda dependência.

Apenas os pobres de espíritos


conhecem esse reino, esse Rei (Mt 5.3).

Ao terminar esse devocional faça a


oração mais descarada e desmascarada
que você puder e no final veja o Senhor
como aquele que preenche tudo.
OS ESBOFETEADOS
⁷ E, para que eu não ficasse orgulhoso
com a grandeza das revelações, foi-me
posto um espinho na carne, mensageiro
de Satanás, para me esbofetear, a fim de
que eu não me exalte.
⁸ Três vezes pedi ao Senhor que o
afastasse de mim.
⁹ Então ele me disse: "A minha graça é o
que basta para você, porque o poder se
aperfeiçoa na fraqueza." De boa vontade,
pois, mais me gloriarei nas fraquezas,
para que sobre mim repouse o poder de
Cristo.
¹⁰ Por isso, sinto prazer nas fraquezas, nos
insultos, nas privações, nas
perseguições, nas angústias, por amor de
Cristo. Porque, quando sou fraco, então é
que sou forte.

2 Coríntios 12:7-10

Paulo não é preciso a respeito do


significado do tal "espinho na carne".
Muitos teólogos discutem esse assunto:
poderia ser uma luta psicológica do
apóstolo por ter perseguido a igreja? Ou
seriam os seus oponentes que não
desistiam de persegui-lo? Ou ainda algum
tipo de aflição física?
Embora essa última hipótese faça algum
sentido, não há consenso. O mais
importante é o motivo pelo qual o espinho
lhe foi posto: para lhe manter humilde.

Vale lembrar que Paulo não se apresentava


como um ser superior, pelo contrário, em
sua carta a Timóteo, ele se descreve como
o pior dos pecadores (1Tm 1.15). No entanto,
a revelação que ele recebe de Deus o
poderia tentar. Afinal, mesmo o mais
simples dos homens quando diante de
algum destaque pode ver em seu coração
surgir o fogo da vaidade.

Essa ideia fica muito clara no livro épico "O


Senhor dos anéis". Nele, há um anel
extremamente poderoso que a tudo
governa, esse artefato precisa ser jogado
no fogo de Mordor para ser destruído. Bem,
quem seria capaz de tomar o anel, não
ceder à tentação de usá-lo em benefício
próprio e viajar dias até o local adequado
para consumar sua aniquilação?

Na Saga de Tolkien, todos os grandes


homens com boa moral e sábios são
descartados, resta a tarefa a um humilde
hobbit frágil e inexperiente.
Bem, ele também enfrenta grandes
tentações e precisa de muita ajuda externa
para ter êxito em sua missão.

Diante disso, responda: você já percebeu


orgulho no seu coração? Uma sensação de
superioridade por conta de alguma
virtude? Cuidado! Pessoas fracas - um
pobre hobbit - que são usadas por Deus
podem, com o tempo, se esquecer de
onde vieram.

Nesse sentido, ao retornarmos ao texto


paulino percebemos que ele havia
desistido de orar sobre o espinho na carne.
A resposta de Deus foi: minha graça é o
bastante.

Isso quer dizer que a graça é suficiente


para que ele viva em plenitude
independente das circunstâncias adversas.
Essa disponibilidade de Deus nos capacita
a prosseguir em meio ao caos deste
mundo caído, contra os ataques de
Satanás e ante nosso próprio coração
cobiçoso.

De fato, a frase "minha graça te basta" é


algo que os fracos entendem.
Nessa fraqueza vemos o poder de Deus se
aperfeiçoar. A força dada por Deus para
enfrentar aquilo que nos esbofeteia é
usada pelo Eterno como sinal de sua
poderosa ação no mundo. Muitos verão
nosso testemunho de fé e perseverança e
glorificaram a Deus.

Paulo já estava no nível de acolher suas


fraquezas e se gloriar nelas, sabendo que
isso o levaria ao repouso no poder de
Cristo. Assim, ele era um fraco cheio de
força. Ou em outra metáfora: um vaso de
barro com um poder sobreexcelente
dentro de si (2 Co 4.7).

E você, consegue acolher suas fraquezas e


frustrações colocando-as diante do altar
de Deus com um coração confiante? Se Ele
não tirou isso da sua vida, então te dará o
poder necessário para suportar.
DIA 6

OS INEXPRIMÍVEIS
²⁶ E da mesma maneira também o Espírito
ajuda as nossas fraquezas; porque não
sabemos o que havemos de pedir como
convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós com gemidos inexprimíveis.
²⁷ E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele
que segundo Deus intercede pelos
santos.
²⁸ E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados segundo o seu
propósito.

Romanos 8:26-28

Ter que orar e não saber como se


pronunciar é algo que só os fracos
entendem.

Com efeito, o apóstolo Paulo afirma com


todas as letras: "não sabemos o que
devemos pedir como convém". Bem, às
vezes, achamos que sabemos, porém o que
sai de nossos lábios são orações não
alinhadas com o supremo propósito de
Deus em nossas vidas: nos tornar mais
semelhantes a Cristo.
Nesse sentido, quando lemos que Deus faz
tudo cooperar para que seu intento
máximo se realize, é esse objetivo que
deveríamos ter em mente. Cristo é o alvo
de todo o nosso processo de santificação.
Ainda nos termos paulinos:

"Tornem-se meus imitadores, como eu


sou de Cristo" (1Co 11.1).

Ou ainda,

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo,


não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a pela
fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se
entregou a si mesmo por mim" (Gl 2:20).

Diante disso, seja sincero: você já orou


pedindo que, mediante as suas
circunstâncias adversas, o caráter de
Cristo fosse formado em você?

Ao contrário disso, frequentemente


oramos: faça sumir todos meus problemas
e me dê o que quero. Há quem peça ainda
pior: para gastar com de maneira vaidosa
com deleites típicos deste mundo
(Tg 4.3-4).
Por isso, pelas misericórdias de Deus, o
Espírito Santo nos assiste e ora ao Pai de
maneira perfeita. Ele recebe cem por cento
de respostas afirmativas, pois como nos
diz o verso 27, ele conhece o coração de
Deus e é conhecido por Ele.

No fundo, é a Trindade agindo em nosso


favor para não nos dar o que pedimos,
quando nossa oração é inconveniente.

Isso é uma tremenda demonstração de


amor, você não acha? Quantas vezes nos
sentimos perdidos e sem palavras ou com
desejos influenciados por emoções
desequilibradas? Imagina se Deus leva a
sério todas nossas orações? Seria o caos!

Neste momento, eleve sua voz a Deus e


agradeça por ouvir as orações do Espírito
Santo ao seu favor.
DIA 7

RESSURREIÇÃO
²⁵ Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição
e a vida; quem crê em mim, ainda que
esteja morto, viverá;
²⁶ E todo aquele que vive, e crê em mim,
nunca morrerá. Crês tu isto?
²⁷ Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu
és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de
vir ao mundo.

João 11:25-27

Diante da morte, Maria e Marta tremeram


em sua fé. Seu irmão Lázaro está falecido e
Jesus havia se demorado onde estava.
Como crer se aprendemos que a morte é o
fim? Eu entendo as irmãs de Betânia.

Alias, morte é algo que os fracos e os fortes


entendem. Porém os fracos reconhecem
sua condição de pó e se percebem mais
dependentes de Deus (Sl 103.4).

Sim! a morte educa mais do que a festa,


como nos conta Salomão:

"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir


à casa onde há banquete, porque
naquela está o fim de todos os homens, e
os vivos o aplicam ao seu coração.
Melhor é a mágoa do que o riso, porque
com a tristeza do rosto se faz melhor o
coração. O coração dos sábios está na
casa do luto, mas o coração dos tolos na
casa da alegria" (Ec 7:2-4).

Você já aprendeu em um velório as


verdade que as festas te fizeram
esquecer?

Bem, ninguém gosta de sepultar entes


queridos, mas Deus nos coloca diante da
realidade para nos chamar a verdade:
sem Jesus somos derrotados pela morte,
a grande inimiga (1 Co 15.26).

De fato, Jesus afirma claramente que a fé


em sua pessoa produz vida (v.26). Nossas
fraquezas encontram nele o socorro
suficiente. A ressurreição é um fato que
não apenas nos confere esperança
futura, como também nos anima a
vivermos para a glória de Deus nos dias
de hoje. Nele existimos e nos movemos
(At 17.28).
Com efeito, precisamos lembrar que
Jesus é o enviado de Deus para tirar do
mundo o que o sujeitou o mundo à morte:
o pecado (Jo 1.29).

Nesse sentido, "Crês tu isto?", nos


pergunta o filho de Deus. Aqui, a fé não é
o mero convencimento mental da
existência de Deus - Maria e Marta
tinham certeza que Jesus existia,
obviamente - na verdade, significa saber
quem é Deus de fato, qual o seu caráter e
confiar de coração em sua palavra.

Hoje, temos a certeza de que a


ressurreição de Cristo nos possibilita
viver sem temor. Isso não significa que
perdemos nossos medos imediatamente,
no entanto, nos fornece um novo modo
de enxergá-los. Afinal, aquele que habita
em nós fez a morte morrer.

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