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RESOLVENDO CONFLITOS

INTRODUÇÃO
Nesta Escola estaremos tratando de quatro temas fundamentais para a
saúde de uma família:
 Desfrutando da cobertura espiritual, dos “pais” ou líderes
pastorais que Deus está providenciando através do grupo
familiar.
Outros estudos importantes para complementar esse tema: (1)
Aliança Ministerial; (2) Os Se7e Pilares da Nova Aliança; (3)
Alicerces Firmes para o Novo Ministério; (4) Cobertura
Espiritual, e; (5) Formando Discipuladores.
 Tratando de feridas e fortalezas, dos problemas emocionais
que carregamos.
O problema nas feridas e fortalezas e que pessoas feridas tem a
tendencia de ferir as aqueles que estão mais próximo, criam
fortalezas e na maioria das vezes se isolam ao ponto de se tornar
inacessível.
Outros estudos importantes para complementar esse tema: (1)
Tratando das Fortalezas; (2) Visão Panorâmica da Restauração da
Alma; (3) Bases Bíblicas para Restauração da Alma.
 Falando bem uns dos outros, ao invés de machucar e destruir as
pessoas que amamos.
O controle da língua tem se mostrado um dos grandes desafios
para o verdadeiro cristão. Muitos tem tropeçado nesta importante
qualidade do caráter cristão: O Controle da Língua.
Tiago 1:19,20
Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto
para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
 Resolvendo conflitos, ao invés de deixar ofensas se acumularem,
brechas se abrirem e ressentimentos tornarem-se amargura.
Neste último daremos uma ênfase maior.
Alguns desses conceitos são novos, outros não, mas precisamos
crescer em todos eles. Não podemos enfrentar esta dura realidade
sozinhos. Temos uma família que junta forças conosco e nos ajuda a
ouvir d’Ele e a colocar em prática o que estamos ouvindo. Glória a
Deus!

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DESFRUTANDO DA COBERTURA ESPIRITUAL
1. Ao ler as passagens que seguem, preencha as duas colunas abaixo
com:
a. As atitudes de quem exerce cobertura espiritual; e
b. As atitudes de quem recebe cobertura espiritual.
Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho
preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido,
a saber, a Cristo. (2 Coríntios 11:2 RC)
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-
vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,
(Efésios 5:18,19 RC)
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. Vós, mulheres,
sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a
cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo
ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja
está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo
sujeitas a seu marido. Vós, maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para
a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim
devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio
corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. (Efésios 5:21-28
RC)
Atitudes de quem EXERCE Atitudes de quem RECEBE
cobertura espiritual cobertura espiritual

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Buscar cobertura é antes de tudo um ato de humildade, e é abençoado
quem o faz. Tiago 4.6 – Filipenses 2.3,4
O Senhor Jesus disse que Ele era manso e humilde de coração. Esse
deve ser o espírito de quem cobre e de quem é coberto.
Um dos fundamentos da visão da Nova Aliança é a unidade, sem a
qual o nome do Senhor Jesus não será conhecido entre os povos não
alcançados. Quando um pastor busca cobertura ele está
estabelecendo o espírito de unidade que precisa haver no corpo de
Cristo, estará, portanto, contribuindo de maneira decisiva para que o
evangelho seja conhecido entre os povos.
Andar em unidade é uma declaração pública de humildade
2. Depois de ler as definições a seguir, coloque um círculo naquela
que mais expressa sua relação com seu líder pastoral e depois
explique por que.
Dependência: precisando da ajuda de outro para tomar decisões e
lidar com a vida. (Ilustração: criança em relação a seus pais)
Independência: tomando decisões e lidando com a vida sem precisar
de ninguém. (Ilustração: jovem morando sozinho)
Interdependência: tendo a condição de poder ser independente, mas
escolhendo compartilhar sua vida e decisões com outros. (Ilustração:
relacionamento de um casal conforme Efésios 5)
3. O que mais o impede de agir de forma interdependente em
relação a seu líder pastoral?

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TRATANDO DE FERIDAS E FORTALEZAS
A decisão de não abrir brechas envolve tratar de pecados, feridas,
embaraços e fortalezas.
Uma verificação pessoal de tempos em tempos é importante para
manter os portões de maldições fechados e a Porta e o Caminho
aberto.
Solicite o anexo de verificação pessoal.

1. Sublinhe as frases abaixo que mais chamam sua atenção.


Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe
obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os
vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas
apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos
membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado
não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas
debaixo da graça. (Romanos 6.12-14 RC)
Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu
próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não
pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao
diabo. (Efésios 4:25-27 RC)
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim,
poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os
conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de
Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo, e
estando prontos para vingar toda desobediência, quando for
cumprida a vossa obediência. (2 Coríntios 10:4-6 RC)
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão
grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado
que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira
que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da
fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz,
desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
(Hebreus 12.1-2 RC)
2. Podemos identificar três estágios pelos quais a carne e espíritos
malignos ganham um poder cada vez maior em nossas vidas:
a. Pecado, que nos afasta de Deus.
Passagens bíblicas adicionais:
Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais Salmo 25 e 51
ocultei. Disse: Confessarei ao SENHOR as minhas Números 14:18
transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. Provérbios 10:12 – O amor cobre
Salmo 32:5 (grifo nosso) todas as transgressões (ver
também 1 Pedro 4:8)
Pecado: (chatta’ah) | perder o rumo, perder o deireito,
falhar, afastar do caminho | Errar o alvo.
Iniquidade: (avôn) | perversidade, depravação, culpa ou
punição | Legado espiritual de uma geração a outra geração.
Transgressão: (Pesha) | rebelião, revolta | Desobediência e
rebeldia.

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b. Ferida, algo que outra pessoa fez contra nós e nos deixou
magoados.
c. Embaraço, algo que necessariamente não seja pecado nem
ferida, mas se torna um peso e impedi de correr bem a corrida
que nos está proposta.
d. Uma brecha. Um pecado ou ferida não resolvida se torna
uma brecha pois nos enfraquece, nos distancia de Deus e de
nossos irmãos, deixando-nos bem mais vulneráveis ao nosso
inimigo, que quer nos destruir.
e. Uma fortaleza. Quando uma brecha permanece aberta por
muito tempo, começamos a construir defesas, explicações ou
racionalizações sobre determinado problema não resolvido.
Esses muros ao redor da brecha fazem dela uma fortaleza, um
ponto de apoio muito forte para Satanás. O sinal para saber se
temos uma fortaleza é quando temos áreas em nossas vidas
que não estão sob controle (ainda que argumentemos que
podemos superar esses problemas a hora que quisermos!). 1
Coríntios 10

TRATANDO DE FERIDAS E FORTALEZAS – TRISTEZA


SEGUNDO DEUS E SEGUNDO O MUNDO

1. Ao ler a passagem que segue, sublinhe as características de


tristeza, segundo Deus, e coloque um círculo nas
características de tristeza segundo o mundo.

Agora, folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes


contristados para o arrependimento; pois fostes contristados
segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em
coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para a salvação, da qual ninguém se
arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. Porque
quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo
Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que
temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo
mostrastes estar puros neste negócio. (2 Coríntios 7:9-11 RC)
2. Existe uma tristeza que Deus deseja, a de reconhecer nossos
erros, às vezes, em áreas que têm suas raízes em nosso
passado. Abaixo, segue uma lista de áreas problemáticas
para muitas pessoas, extraídas do livro “Aprofundado a Cura
Interior – volume 1”. Essas dificuldades emocionais são
comuns às pessoas criadas em lares disfuncionais, lares onde
o amor e os propósitos de Deus não foram comunicados de
forma saudável.
Marque as áreas onde você sente maior dificuldade
a) Isolamento, solidão. b) Ira, raiva, frustração,
espírito crítico.
c) Medo d) Amargura, ressentimento,
rancor reprimido
e) Busca de aprovação, f) Super responsável

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inabilidade de dizer não
g) Controlador ou h) Medo de abandono
dominador
i) Carência de afeição j) Depressão
física
l) Estresse m) Culpa falsa ou verdadeira
n) Dificuldade com, ou o) Frieza de sentimentos,
medo de, pessoas em dificuldade em expressar
posição de autoridade seus sentimentos
p) Baixa autoestima, q) Perfeccionismo
inferioridade ou
superioridade.
r) Ativismo s) Sexualidade reprimida
t) Vicio sexual: u) Outro (especifique):
pornografia, masturbação
contínua, pensamentos
impuros, relação sexuais
fora do casamento, etc.

3. Descreva uma das áreas que mais o preocupa, na qual você


gostaria de receber ajuda ou ser ministrado em oração.

COMPROMETENDO-NOS A FALAR BEM UNS DOS OUTROS -


CRITÉRIOS DE COMO FALAR
1. Tratamos de feridas e fortalezas, a maioria das quais
causadas por atitudes e palavras que magoam. Nossas
palavras têm poder. Precisamos entender como falar para
ministrar vida e não morte, edificação e não destruição. Na
passagem a seguir, sublinhe as frases que chamam sua
atenção.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que
for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que
a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual
estais selados para o Dia da redenção. Toda amargura, e ira, e
cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de
entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos,
misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo. (Efésios 4:29-32 RC)
Princípios: Palavras que transmitam graça Versículo para memorizar
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que
for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que Passagens bíblicas adicionais:
a ouvem”. Efésios 4.29 Provérbios 12:13; 17:9

“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os


lábios é prudente”. Provérbios 10:19
2. Faça uma lista das dicas que o versículo 29 nos oferece
sobre como devemos falar.

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3. Faça uma lista das atitudes nos versículos 30-32 que devem
estar por trás de nossas palavras.

COMENTÁRIO SOBRE EFÉSIOS 4.29-32


 Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês.
Torpe (gr. sapros) quer dizer podre, sem valor, ruim, corrupto.
Devemos ter um filtro que protege nossas mentes, conforme
Filipenses 4.8, e outro filtro que protege nossas bocas.
 Apenas a que for útil para edificar os outros (1ª).
Essa é a primeira das três qualidades que devem caracterizar
nossa fala.
Perguntas que podem nos ajudar a entender o que seria útil para
edificar a outrem.
1) O que Deus está fazendo na vida da outra pessoa?
2) Como posso colaborar com Deus nesse aspecto?
 Conforme a necessidade (2ª).
Com olhos espirituais, devemos discernir o que a outra pessoa
precisa:
Encorajamento, consolo, um abraço, simplesmente desabafar,
uma solução, ajuda com as crianças, dinheiro, amizade etc.
O alvo é o bem do próximo.

 Para conceder graça aos que ouvem (3ª).


Graça, favor não merecido, é ministrar alegria, aceitação,
bondade, benefício.
Se verdadeiramente falarmos “conforme a necessidade”,
automaticamente estaremos concedendo graça. Se o outro for
abençoado, também seremos agraciados!

 Não entristeçam o Espírito Santo de Deus com o qual


vocês foram selados para o dia da redenção.
Nossa fala pode alegrar ou entristecer não apenas outras pessoas,
mas também o Espírito de Deus.

O Espírito sabe o impacto de nossas palavras na alma e no


espírito do outro e sente profundamente o bem ou o mal que nós
causamos.

Se não é bom entristecer os que nos lideram (Hebreus 13.17),


imagine o mal que causa entristecer o Espírito Santo de Deus!

Ele não nos abandona, mas o fluir do Seu poder, Sua presença
e propósitos ficam bloqueados.

Vamos ministrando ou servindo baseado no que Deus já depositou


em nós, mas não segundo a liderança clara do Espírito no
momento atual.

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Quando não percebemos a diferença, entramos num perigo
muito grande: a possibilidade de andar como crentes em nossa
própria força.

 Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e


calúnia, bem como de toda maldade.

Não podemos deixar raiz alguma de amargura brotar entre nós,


por que ela irá contaminar muitos (Hebreus 12.15).

 Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros.

Aqui temos dois dos 28 mandamentos recíprocos no Novo


Testamento que indicam como devem ser nossos
relacionamentos.

Para ser bondosos, precisamos ser cheios do Espírito, já que a


bondade é um dos frutos do Espírito (Gálatas 5.22).

Ser compassivo é ter um coração terno e sensível às


necessidades de outras pessoas. Como homens naturais, somos
egocêntricos.

Ser bondoso e compassivo é pensarmos no bem de outra


pessoa mais do que em nosso próprio bem; para isso,
precisamos de uma ajuda sobrenatural.

 Perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou


em Cristo.
Outro dos 28 mandamentos recíprocos.
Diariamente falhamos com nosso próximo. Onde estaríamos se
todo o mundo ficasse fazendo uma contagem de nossas falhas
em atitudes, palavras e ações?
Carecemos terrivelmente do perdão dos outros, como eles
também precisam do nosso.

ONZE PRINCÍPIOS PARA RESOLVER CONFLITOS


Na leitura a seguir, anote princípios de como resolver
conflitos (Antes de virar a página)
Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e
ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir,
leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou
três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não as
escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja,
considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo
que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o
que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos
digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de
qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai,

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que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos
em meu nome, aí estou eu no meio deles. Então, Pedro,
aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará
meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe
disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
(Mateus 18:15-22 RC)
Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma
ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito
de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também
tentado. (Gálatas 6:1 RC)
PRINCÍPIOS DE COMO RESOLVER CONFLITOS
1. Tome a iniciativa (v. 15), porque o pecado de seu irmão
pode acabar lhe contagiando (Levíticos 19.17). A pessoa que
foi atingida pelo pecado é chamada a tomar a iniciativa,
enquanto que Mateus 5.23-26 indica que a pessoa que pecou
deve iniciar o processo de pedir perdão. A lição é: quem
perceber o problema primeiro deve tomar a iniciativa. Como
povo de Deus, precisamos entender a brecha terrível que
abrimos para Satanás e contra nós mesmos quando deixamos
conflitos continuarem em nosso dia-a-dia. Ao vermos nosso
irmão com problemas, precisamos fazer o que pudermos para
resgatá-lo (veja Levíticos 25.25).
2. Examine sua própria vida, estando cheio do Espírito
quando for falar com o irmão caído (Gálatas 6.1). Muitas
vezes, o problema está tanto em mim como nele. Às vezes,
é meu orgulho ou meu ego que está sendo atingido e preciso
reconhecer minha falta, tanto quanto, ou mais, que a dele.
3. Trabalhe baseado no mal que você experimentou, não
com base nos motivos (v. 15). Não podemos e não devemos
julgar as intenções do coração de outra pessoa.
Normalmente, devemos basear o confronto em fatos. Existe
uma exceção. Quando nos sentimos feridos, pode ser
necessário compartilhar nossos sentimentos. Nesse caso, não
estamos procurando corrigir a outra pessoa, mas, tentando
ajudá-la a entender nosso coração, dando-lhe o presente de
expressar o que estamos sentindo. Precisamos fazer isso
visto que assumimos responsabilidade por nossos
sentimentos, uma vez que a outra pessoa não é responsável
por eles. A outra pessoa é responsável por suas próprias
ações; nós escolhemos e somos responsáveis pelos
sentimentos com os quais reagimos: paciência, ira,
frustração, misericórdia etc.
4. Corrija com um espírito de brandura e humildade, e
fique aberto à possibilidade de você ter ofendido alguém
e/ou de que o problema não é pecado em si, mas, sim, um
mal-entendido (Gálatas 6.1). A falta de boa comunicação é a
raiz da maioria dos nossos conflitos. Nesses casos, não há
erro em uma ou outra pessoa; mas ambas, precisam melhorar

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sua comunicação; isso normalmente requer mais tempo
juntos, especialmente no casamento.
5. Resolva o conflito protegendo o nome de seu irmão (v. 15).
A razão pela qual tentamos resolver o conflito
individualmente é não espalhar o problema ou a vergonha do
nosso irmão para outras pessoas. Canaã expôs a vergonha
de seu pai, Noé, e acabou sendo amaldiçoado por ele,
enquanto seus irmãos fizeram de tudo para cobrir essa
vergonha (Gênesis 9.26, 27). Nossa atitude deve ser a de
querer ajudar e resgatar nosso irmão, não, condená-lo, julgá-
lo ou expô-lo.
6. Se não concordarem, busquem árbitro (s) que seja (m)
aceitável (is) para ambos, geralmente alguém com autoridade
espiritual (v. 16). O texto não diz que deve ser alguém
aceitável para ambos, mas a experiência tem mostrado que
isso pode fazer uma grande diferença. Essa decisão feita em
consenso ajuda ambos os lados a estarem abertos para
correções. Quando eu simplesmente pego uma ou duas
pessoas que já estão convencidas do que lhes contei, o outro
pode sentir-se pré-julgado e não aceitar essas pessoas como
árbitros ou testemunhas objetivas.
7. Leve o pecado a sério (v. 17). Quando alguém peca e não
está disposto a arrepender-se, ou às vezes nega que suas
atitudes sejam pecaminosas, esse pecado irá contagiar outros
(Hebreus 12.15; veja a história de Acã em Josué 7). Por
isso, Jesus leva o assunto até o fim: ou a reconciliação ou a
separação. Não dá para ficar dividido em espírito e ainda no
mesmo Corpo. Paulo trata o pecado não arrependido da
mesma forma, com uma seriedade que requer exclusão. Não
se deve nem tomar uma refeição com alguém assim (1
Coríntios 5), ainda que o nosso alvo sempre seja a
restauração dele (2 Coríntios 2.5-11).
8. Leve a batalha espiritual a sério, confrontando os seres
espirituais antes de encontrar-se com o irmão caído, e
também quando estiver com ele, se houver abertura (v. 18).
Esse versículo, dentro do contexto de resolver conflitos, nos
leva a entender que existe uma ligação entre as decisões
feitas na Terra e as feitas nos céus. O que está sendo ligado
e desligado pode ser o pecado ou o irmão, ocorrendo a
mesma coisa quando este se libera do pecado ou se recusa a
abandoná-lo.
Nossa batalha é contra a carne, o mundo e o diabo. Quando
a carne abre uma brecha, o diabo muitas vezes entra também
(Efésios 4.25, 26; 1 Pedro 5.7, 8). Então, nossas orações
devem incluir um aspecto da batalha, entendendo que nossa
luta não é contra carne e sangue, mas contra poderes
espirituais demoníacos (Efésios 6.12). Quando prevemos
que a luta pode ser dura, devemos nos vestir em oração com
a armadura de Efésios 6.10-18. Faz muito sentido orar para

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Jesus amarrar ou acabar com o poder de qualquer ataque ou
aflição demoníaca.
9. Interceda antes e durante o encontro, sabendo que a
oração é eficaz, mas saiba, também, que Deus muitas vezes
responde às nossas orações de forma surpreendente (Mateus
18.19, 20). Esses dois versículos sobre oração são citados
com muita frequência, mas quase nunca no contexto de
resolver conflitos. Se entendemos que a conversa que
começa no versículo 15 continua até o final do capítulo,
juntando a necessidade do confronto com a do perdão, então,
os versículos do meio ganham um novo sentido. O alvo do
confronto do v. 15 é poder chegar a orar juntos no espírito
dos versículos 19 e 20. O Espírito quer transformar o quadro
de divisão e ofensa em união e concordância.
10. Leve o perdão a sério, liberando completamente o
irmão que se arrepende (vv. 21-35). O número sete
representa a perfeição, então Pedro achou que estava
perguntando sobre a possibilidade de um perdão repetido
sete vezes, que chegaria ao ápice de perfeição. A resposta
de Jesus indica que devemos ir muito além do que parece
perfeito aos olhos humanos, expressando um perdão infinito
(sete vezes setenta). Algumas vezes ficamos surpresos
quando, algum tempo depois de termos perdoado a alguém,
sentimentos de dor, tristeza, raiva, etc. ressurgem ou
reaparecem. Devemos perdoar tantas vezes quantas forem
necessárias - não apenas quando a pessoa repete o mesmo
pecado, mas, também, quando esses sentimentos surgem
repentinamente através do tempo.
Esse tema é ainda mais complicado pelo perdão barato:
perdoar da boca para fora, superficialmente, sem resolver a
dor que sentimos e as consequências negativas com as quais
teremos que conviver. Na parábola do credor incompassivo
que segue o texto que estudamos, a lição principal é sobre o
perdão. Devemos perdoar muito, porque temos sido
perdoados de muito mais! Embutida nessa parábola há uma
lição sobre perdão barato. Quando o credor incompassivo
não se demonstrou digno do perdão, seu senhor retirou o
perdão que havia estendido para ele, e Jesus conclui dizendo
“Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de
vocês não perdoar de coração a seu irmão” (v. 35).
Devemos levar o perdão a sério, entendendo que a vida
cristã não é composta de graça barata nem de perdão barato,
mas da graça que custou o sangue de Cristo e de perdão
genuíno. David Augsburger desenvolve bem esta tese em
seu livro Importe-se o Bastante Para (Não) Perdoar (United
Press).
11. O arrependimento verdadeiro inclui restituição.
Dessa forma, evitamos cair num perdão barato, num
arrependimento superficial (veja Lucas 3.7-14; Lucas 19.8).
Devemos pensar não apenas em como parar de fazer o mal,

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mas também em como reparar isso com o bem. Às vezes,
isso requer uma certa criatividade, mas o Espírito sempre
pode nos iluminar a respeito.
Se o pecado se basear numa fraqueza do caráter do irmão e
se ele estiver aberto (entendendo que arrependimento
verdadeiro inclui reparar o mau com o bem), deve-se cogitar
a realização de um discipulado que possa fortalecer seu
caráter para evitar que caia outra vez nesse pecado (Lucas
11.24-26; Hebreus 12.12-17; Tiago 5.19, 20).

TIAGO 3.13-18; 4.1-3, 7-10


Distinguir entre os dois tipos de sabedoria ajuda tremendamente
na resolução de conflitos. Quando os sentimentos estão
exaltados, ajuda muito observar os 3 passos abaixo:
1) Entrar em um período de silêncio para ouvir a Deus,
2) Ler a passagem de Tiago 3.13-18 em voz alta,
3) Fazer uma oração para que a sabedoria do alto prevaleça.
Se não estão conseguindo trabalhar com base nessa sabedoria,
pode ser importante pedir a ajuda de uma terceira pessoa para
acompanhar a conversa e ser um árbitro na situação. Essa
pessoa pode abrir o encontro baseado nos três passos acima;
ouvir cada um no Espírito; procurar fazer com que um ouça ao
outro e, se necessário, parar a conversa para repetir os três
mesmos passos.
Precisamos de pessoas comprometidas a resolver conflitos e que
saibam como fazê-lo. Há pelo menos três razões para isto:
1. Vamos conhecer as pessoas mais intimamente. Isso
sempre traz à luz problemas e conflitos que não teríamos se
nos mantivéssemos distantes. Alguns desses problemas vem
de nosso interior; outros do interior dos demais membros; e
outros ainda advém de nossos relacionamentos.
2. Além de conhecer as pessoas mais intimamente, vamos ter
um compromisso sério de andar com elas. Não
poderemos ignorar os problemas que surgirão.
3. Se a Igreja ou nós, como indivíduos, estivermos mudando de
uma certa estrutura para outra, isso levantará uma série de
desafios, inseguranças e dificuldades. Precisaremos ser
comprometidos uns com os outros e com Deus para
superar nossos medos e frustrações no caminho. Senão,
vamos ver muitas pessoas desistindo.

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