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Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Fortaleza de
Santo Antônio de
Ratones ○ ○ ○ ○ ○
PAULO ROBERTO RODRIGUES TEIXEIRA
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A história registra que, no ano de 1680, Portugal
Fortaleza de
Ratones
freu vários ataques oriundos de Buenos Aires.
(à direita), O suporte logístico provinha do Rio de Ja-
de autoria
do Engenheiro
neiro. Era muito difícil mantê-lo, principalmente
Militar José depois que os espanhóis apoderaram-se de Mon-
Custódio
de Sá e Faria,
tevidéu. Os portugueses tentaram, então, resta- José da Silva Paes, hoje considerado o fundador
em 1764. belecer seu domínio, contudo, não conseguiram. do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A Ilha de Santa Catarina, estrategicamente, Silva Paes transferiu o Governo de Laguna
oferecia excelentes condições para ser transforma- para a ilha, transformando-a em centro da vida
da em uma base naval, militar e logística. Era pre- catarinense. Erigiu uma igreja, dotando-a de re-
ciso fortificá-la. partições civis, e criou um regimento de Infanta-
Em 1738, foi criado o Governo militar de San- ria, entre outras benfeitorias.
ta Catarina, desvinculando a região de São Paulo No período de 1739 a 1741, construiu quatro
e subordinando-a ao Rio de Janeiro. O primeiro fortalezas com o intuito de transformar a ilha em
governador nomeado, em 1739, foi o Brigadeiro poderosa base portuguesa.Com as de São José da
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Ponta Grossa, Santa Cruz e Santo Antônio, fechou- tar, Brigadeiro José da Silva Paes, primeiro gover- Rampa de
acesso à porta
se a entrada da Baía Norte, um triângulo de defe- nador da Capitania de Santa Catarina, entre 1739 de entrada.
sa para impedir o acesso dos navios estrangeiros. e 1745. Sua construção iniciou-se em 1740 e foi
No sul da ilha, a fortaleza de Nossa Senhora concluída em 1744. É um dos vértices do triângu-
da Conceição, ou de Araçatuba, fechava a entrada lo defensivo que protegia a barra da baía e o ca-
da Baía Sul. nal norte da Ilha de Santa Catarina, integrado,
ainda, pela Fortaleza de Anhatomirim e pela For-
História taleza de São José da Ponta Grossa. Para maior
A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones eficácia do sistema defensivo, Silva Paes iniciou a
foi projetada e construída pelo engenheiro mili- construção, em 1742, da Fortaleza de Araçatuba,
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FOTO: ADEMILDE SARTORI
Acima, canhão na barra da Baía Sul. Juntas, estariam con-
colonial
em posição.
solidando o sistema de defesa, oferecendo
Ao fundo, proteção contra as investidas estrangeiras,
a baía de Santa
Catarina.
principalmente espanholas, e constituin-
do-se de base estratégica para a manuten-
Ao lado, guarita
da entrada. ção do domínio português sobre a disputa-
da Colônia do Sacramento.
Em 1760, por determinação do Mar-
quês de Pombal, o Governador do Rio de
Janeiro, Capitão-General Gomes Freire de
Andrade, enviou o engenheiro militar, Te-
nente-Coronel José Custódio de Sá e Fa-
FOTO: ADEMILDE SARTORI | ACERVO: WWW.FORTALEZASMULTIMIDIA.COM.BR
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de Ceballos Cortés y Calderón, a guar-
nição da fortaleza abandonou as ins-
talações e os espanhóis apossaram-se
da ilha.
Em 1778, pelo Tratado de Santo Il-
defonso, acordo ainda assinado em 1777,
a Espanha cedeu a Portugal a Ilha de
Santa Catarina, recebendo em troca a
Colônia do Sacramento. A ocupação es-
panhola perdurou um ano e cinco me-
péssimas condições.
A partir de setembro de 1982, uma
grande campanha pública mobilizou
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FOTO: ADEMILDE SARTORI
Porta de entrada
da casa
do comandante.
Ao lado, acesso
ao aqueduto,
que une a casa
do Comandante
ao alojamento
empresários, universitários, professores, entre ou- patrimônio histórico. A universidade gerencia e
e que fazia parte tros voluntários, que, durante um ano, em to- administra a fortaleza.
do sistema
de captação das
dos os finais de semana, realizaram a limpeza das
águas pluviais. instalações da fortaleza e de seu entorno. Essa A Fortaleza
cruzada culminou, entre os anos de 1990 e 1991, Está localizada na Ilha de Ratones Grande,
com o início de um novo projeto de restauração, na Baía Norte, em frente à Praia de Sambaqui.
em cooperação com a Universidade Federal de Sua denominação deve-se ao explorador es-
Santa Catarina (UFSC). panhol D. Álvaro Núñes, dito Cabeza de Vaca,
Atualmente, o Projeto Fortalezas da Ilha que, em 1541, batizou-a Ratones, por considerá-
de Santa Catarina, uma iniciativa elaborada pe- la semelhante a um enorme rato – ou ratón, em
lo Iphan e pela UFSC, vem resgatando o valioso espanhol. É, provavelmente, entre as fortalezas
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FOTO: ADEMILDE SARTORI
FOTO: ADEMILDE SARTORI
FOTO: ADEMILDE SARTORI
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FOTO: ALBERTO BARCKERT
Acima, pórtico Água e nos degraus da escadaria que dá
principal, lavrado
em granito rosa.
acesso ao Paiol de Pólvora. Todas as alve-
O acesso a ele narias, inclusive as das muralhas, foram
efetuava-se
através de uma
rebocadas e caiadas.
ponte levadiça O Pórtico Principal, lavrado em gra-
sobre um fosso.
nito rosa, emoldura o acesso a um pequeno
Ao lado, casa túnel com teto abobadado. É decorado com
do comandante,
FOTO: ALBERTO BARCKERT
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Curiosidade
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FOTO: VICENZOBERTI.COM.BR | AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO DA UFSC
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FOTO: ADEMILDE SARTORI
FOTO: ALBERTO BARCKERT
servação. Atualmente, totalmente recuperada, são cem passeios marítimos na região, partindo de Escuna trazendo
os turistas
realizadas exposições temporárias em seu inte- diferentes pontos da cidade e proporcionam aos que, diariamente,
rior. É muito bem administrada pela UFSC, que visitantes a oportunidade de desfrutarem desse visitam
a fortaleza.
desenvolve o Projeto Fortalezas Multimídia e con- belíssimo patrimônio histórico.
Acima, muralha
duz todas as atividades de manutenção e apro- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de pedra que
veitamento turístico da fortaleza. PAULO ROBERTO RODRIGUES TEIXEIRA – Coronel de Infantaria e protege a bateria
Estado-Maior, é natural do Rio de Janeiro. Tem o curso de Estado-Maior de tiro com
As visitas podem ser realizadas diariamen- e da Escola Superior de Guerra. Atualmente é os seus canhões
te, com o apoio de serviços de escunas, que ofere- assessor da FunCEB e redator-chefe da revista DaCultura. coloniais.
REFERÊNCIAS
CORREIA, João Rosado (Coord.). Fortificações portuguesas no Brasil. Monsaraz: Centro de Estudos Patrimoniais Lusófonos
da Fundação Convento da Orada, 1998.
FROTA, Guilherme de Andrea. Quinhentos anos de História do Brasil. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 2000.
O EXÉRCITO na História do Brasil. Rio de Janeiro: BIBLIEX; Salvador: Odebrecht, 1998. 3 v.
SIQUEIRA, Ricardo. Fortes e faróis. Rio de Janeiro: R. Siqueira, 1997. 183 p.
SOARES, João Batista. Ilha de Santa Catarina, fortificações históricas, memórias (palestra).
TONERA, Roberto. Fortalezas multimídia. Florianópolis: Projeto Fortalezas multimídia/ Editora da UFSC, 2001. (CD-ROM)
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