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Henrique Lopes
Henrique.lopes@drapc.mamaot.pt
Janeiro 2014
Estrutura
1. Conceito de higiene e segurança em enologia- Regulamentação
2. Higiene na adega, equipamentos e utensílios
3. Os materiais em contacto com o vinho
4. Tipo de sujidades
5. Lavagem
6. Detergentes e outros agentes de limpeza
7. Desinfecção
8. Agentes desinfetantes
9. Dosagens
10. Etapas de higienização e factores determinantes para a sua eficácia
11. Técnicas e equipamentos para lavagem e desinfecção
12. Controlo da higienização
13. Compatibilidades
14. Planos de higienização
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Regulamentação
As empresas do sector dos vinhos estão, desde 1 de Janeiro de 2006,
abrangidas pelo disposto no Regulamento (CE) nº 852/2004 de 29 de Abril –
enumera requisitos a cumprir no que se refere a:
▪ Pessoal
▪ instalações
▪ meios de transporte
▪ Equipamentos
▪ abastecimento de água
▪ tratamento de resíduos
Ainda subsiste a ideia de que o vinho pelo facto de possuir baixo pH,
algum teor alcoólico e presença de dióxido de enxofre está protegido
contra problemas associados à falta de higiene
Existem, no entanto, diversos microrganismos, que não sendo
patogénicos afectam as características organoléticas do vinho.
A falta de higiene pode transformar um produto de excelente qualidade
num produto cheio de defeitos ou impróprio para consumo:
Doenças – Azedia, pico lático
Maus aromas – Fenóis voláteis, acetato de etilo, bafio e bolor
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Todo o equipamento deve ser apropriado para os fins desejados - devem ser mantidos em boas
condições de arrumação e de conservação, de modo a reduzir ao mínimo qualquer risco de
contaminação, permitir uma limpeza perfeita e a sua desinfecção - soldaduras devem ser lisas,
os cantos arredondados - todas as superfícies de contacto com o vinho - acessíveis à limpeza
Devem ser efectuados controlos prévios ao equipamento - facilidade de higienização.
Todo o equipamento - instalado de modo a facilitar o funcionamento, reparação e limpeza bem
como a limpeza adequada da área circundante - minimizar a possibilidade de contaminação
O equipamento que não está a uso, incluindo mangueiras, deve ser guardado em boas condições
de limpeza no seu devido lugar
Os lubrificantes usados em locais onde a infiltração ou o gotejamento para as uvas ou vinho
seja possível devem ser aprovados para uso em situações de preparação de produtos alimentares -
lubrificação do equipamento deve ser feita cuidadosamente para evitar a contaminação
Para controlo da temperatura - termómetros digitais ou mecânicos; os termómetros de mercúrio
não podem ser usados nas Adegas
A canalização fixa deve estar visivelmente rotulada ou identificada para evitar confusão - deve
ser de escoamento completamente livre para evitar qualquer retenção de líquidos residuais
O equipamento de enchimento e rolhamento - concebido de modo a evitar danos nas garrafas,
particularmente no gargalo e na zona da abertura
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MADEIRA
CIMENTO
FIBRA DE VIDRO
RESINAS EPOXI
AÇO REVESTIDO
BORRACHA
POLIETILENO
INOX
MADEIRA
Já teve uso mais generalizado – limitado praticamente à madeira de carvalho –
tende a recuperar a importância na elaboração e envelhecimento de vinhos de
qualidade
Difícil higienização – muito porosa – retém sujidade e dificulta a lavagem
Ao fim de alguns anos de uso os poros ficam completamente colmatados
Usa-se a madeira essencialmente para que haja:
▪ Migração de taninos hidrolisáveis da madeira para o vinho
▪ Migração de compostos voláteis, resultantes essencialmente da tosta e degradação da
lenhina, da madeira para o vinho
▪ Interação da madeira com os vários compostos do vinho
▪ Microoxigenação
Necessidade de afrancamento inicial, para remoção de taninos grosseiros (água,
vapor, água quente, água salgada - 5kg/100L)
Conservação por mechagem (25 g/hl)
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CIMENTO
Grande utilização em determinada época – preço elevado da
madeira, usado principalmente vasilhas de capacidade
elevada – dificuldades de manutenção
Higienização difícil – rugosidade
Comprometimento da conservação do vinho – cedência de
cálcio ao vinho – neutraliza ácidos orgânicos livres
Para evitar contacto direto do cimento com o vinho:
▪ Revestimento com Sol. ÁcidoTartárico 20% - formação de camada insolúvel de
tartarato neutro de cálcio
▪ Revestimento com resinas epoxi (Base + Endurecedor) - Apresenta ligeiros
riscos de migração de álcool benzílico ou aldeído benzóico ( gosto a amendoa
amarga) - boa solução em termos higiénicos
FIBRA DE VIDRO
Peso reduzido
Preço acessível
Aconselhável para produtos de teor alcoólico relativamente
baixo e temperaturas não muito elevadas
Podem migrar para o vinho moléculas de estireno não ligadas
– detetedas pelo olfacto e pelo gosto em teores de 0,1 a
0,2mg/L – migração aumenta com o teor alcoolico e
temperatura – em França – limite 9 a 13% TAVA e
temperaturas ≤ 30ºC
Utilização para fermentação – apenas com controlo de
temperatura
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INOX
INOX (AISI 304 + AISI 316) – carbono, crómio e níquel
AISI 316 – mais resistente que o AISI 304 devido à
presença também de molibdénio e titânio
O material mais durável
Baixa reatividade química
O material mais facilmente higienizável – superfícies lisas
BORRACHA
Tubagens e juntas
Sensível ao calor
Absorve materias corante e sujidade
Especial cuidado na lavagem e desinfeção
Polissacarídeos
Proteínas
Matéria Corante
Sais Tartáricos
Sais de Ferro
Sais de Cobre
Leveduras
Bactérias
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Polissacarídeos
Proteínas
Matéria Corante
Sais Tartáricos
Sais de Ferro
Sais de Cobre
Leveduras
Bactérias
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Formulação de detergentes
Os detergentes disponibilizados pela indústria são quase sempre associações de
vários produtos pois nenhum isolado reúne as condições ideias
A Soda cáustica – é bom detergente mas:
▪ Tem má molhabilidade
▪ Precipita os sais de Ca2+ e Mg2+ nas águas duras
▪ Forma espuma
Poder-se-iam evitar estes inconvenientes adicionando:
▪ Um tensioativo não ionico – agente não iónico
▪ Um sequestrante - EDTA
▪ Um agente anti-espuma – agente não iónico
▪ Um tampão – Fosfato
▪ Um anti-corrosão – silicato
Ex. de Formulação:
▪ Soda cáustica + agente não iónico + EDTA + Fosfato + Silicato
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Produtos clorados
O cloro, embora bom desinfectante, está na base da formação dos cloro-
anisóis (TCA, TeCA, PCA) - estes compostos, como o PBA são os
responsáveis pelo aroma abolorado “a rolha” – se se usarem produtos
clorados, deve garantir-se um enxaguamento perfeito, para não
subsistirem nos equipamentos vestígios daquele composto
Espumas
As espumas são uma solução recente que tem como principais vantagens:
Visualização das zonas tratadas
Facilidade de aplicação
Rapidez de aplicação
Consumo controlado
Se bem formuladas, possui boa eficácia detergente e desinfetante
Desvantagem:
Ação mecânica fraca com pressão baixa ou média – dependendo da qualidade da
espuma
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Detergentes
Utilizam-se geralmente dissolvidos ou diluídos em
água em concentrações de 0,5 a 5 % (5 - 50 ml/L)
Desinfetantes
Utilizam-se geralmente dissolvidos ou diluídos em
água em concentrações de 0,05 a 0,5 % ( 0,5 a 5 ml/L)
Etapas de higienização
Pré-enxaguamento
Detergência
Enxaguamento
Desinfeção
Enxaguamento
Factores que condicionam a higienização
Temperatura – o aumento da temperatura melhora a limpeza – respeitar os limites dos
produtos e equipamentos
Tempo – aumento do tempo de contacto – aumento da quantidade de sujidade removida
Concentração – aumento da concentração – aumenta eficácia da limpeza – respeitar as
concentrações máximas indicadas pelos fabricantes – risco de vestigios dos produtos de
lavagem e desinfeção nas superfícies após enxaguamento final
Ação mecânica – maior ação mecânica – maior efeito de limpeza – recomendadas muitas
vezes lavagens sob pressão
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Cubas
Máquinas de pressão
Pinhas e torniquetes de lavagem
Espumas
Equipamentos/utensílios
Máquinas de pressão
Espumas
Submersão
Pavimentos/paredes
Máquinas de pressão
Aspiradores de pó e líquido
Lavadoras de pavimento
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henrique.lopes@drapc.mamaot.pt
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