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1. Introdução............................................................................................................................ 2
2. Objectivos............................................................................................................................ 3
2.1. Objectivo Geral................................................................................................................ 3
2.2. Objectivos Específicos .................................................................................................... 3
3. Aplicação da Psicologia Social no Trabalho ....................................................................... 4
3.1. Sua Aplicação .................................................................................................................. 7
3.2. A Relação da Psicologia Com o Trabalho no Contexto Actual ...................................... 8
3.3. Possibilidades de Actuação da Psicologia Social do Trabalho...................................... 10
4. Conclusão .......................................................................................................................... 11
5. Referência.......................................................................................................................... 12
1. Introdução
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2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
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3. Aplicação da Psicologia Social no Trabalho
Para compreender a aplicação da Psicologia Social pelas questões relacionadas ao
trabalho, é necessário entender as transformações do mundo do trabalho ao longo do último
século, sobretudo, com relação às formas de organização dos processos de trabalho. É
necessário considerar que a Psicologia não focaliza questões técnicas e operacionais (por
exemplo, o funcionamento de uma máquina) e, sim, as pessoas que trabalham.
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Parece existir um consenso entre diversos autores (BRAVERMAN, 1987;
MALVEZZI, 1999; SPINK, 1996; ZANELLI & BASTOS, 2004), de que o
primeiro a escrever sistematicamente sobre a relação da Psicologia com o
trabalho foi Hugo Munstenberg, sendo seu livro intitulado Psicologia e
eficiência industrial considerado “o primeiro esboço sistemático da Psicologia
Industrial” (BRAVERMAN, 1987, p. 126).
Nele, o autor afirma que seu objectivo era “traçar os esboços de uma nova ciência” que
fosse “intermediária entre o moderno laboratório de Psicologia e os problemas da Economia” e
argumenta que “a experimentação psicológica deve ser sistematicamente colocada a serviço do
comércio e da indústria” (MUNSTENBERG, citado por BRAVERMAN, 1987).
Bem ao espírito que imperava em sua época, Munstenberg paria do princípio de que a
industrialização seria a “alavanca de desenvolvimento económico e social” e, assim, não levava
em conta as consequências que esse desenvolvimento poderia trazer para a sociedade e,
tampouco, questionava as relações sociais que produzia (SPINK, 1996, p. 178).
Escolhemos três principais propósitos da vida dos negócios, propósitos que são
importantes no comércio e na indústria e qualquer empresa econômica.
Indagamos como podemos encontrar os homens cujas qualidades mentais os
tornam mais apropriados para o trabalho que têm de fazer; em segundo lugar,
em que condições psicológicas podemos obter a maior e mais satisfatória
produção de trabalho de cada homem; e, finalmente, como podemos produzir
mais completamente a influência nas mentes humanas desejadas nos interesses
dos negócios. (MUNSTENBERG, citado por BRAVERMAN, 1987, p. 127).
Segundo SPINK (1996), não se colocavam problemas éticos para esse tipo de actuação,
pois “qualquer possível tensão entre os valores do psicólogo e o novo campo em expansão foi
aliviada por uma ideologia profissional e gerência voltada à importância da satisfação pessoal
para o indivíduo num posto de trabalho que seria o melhor para suas habilidades”.
Em suma, pode-se dizer que o argumento era (e continua sendo) que o psicólogo deveria
encontrar o lugar mais adequado às capacidades de cada trabalhador e que isso seria interessante
tanto para a empresa como para o trabalhador. No entanto, não se colocava em questão que,
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actuando dessa forma, a Psicologia contribui para a alienação do trabalhador com relação à sua
condição social de subordinação ao poder económico e às possibilidades de mudança dessa
condição. Salientar que, inserção da Psicologia no mundo do trabalho se deu, assim, desde o
período inicial da expansão da industrialização e já com o propósito de atender aos interesses
capitalistas.
Mas, além da selecção dos trabalhadores mais aptos para cada posto de trabalho,
também era necessário que as empresas tivessem controle sobre os trabalhadores contratados
por ela, de modo que aceitassem como natural suas condições de trabalho. Por isso, além de se
responsabilizar pela selecção daqueles que correspondessem aos peris adequados para a maior
produtividade, a Psicologia ocupou-se, também, da gestão cotidiana do desempenho e das
“relações humanas” no trabalho.
Dessa forma, no final da década de 1920, surgem as primeiras ideias da chamada Escola
de Relações Humanas, com a divulgação dos experimentos do psicólogo Elton Mayo
(HUCZYNSKI, 1993).
Mas essa aparente ‘humanização’ dos locais de trabalho, na verdade, também nega o
antagonismo entre os interesses do empregador e os dos trabalhadores, mantendo a actuação do
psicólogo alinhada aos interesses da gerência e favorecendo a alienação dos trabalhadores com
relação à sua condição de explorado.
SPINK (1996), cita o facto de que, na sua primeira e mais famosa pesquisa, Mayo
excluiu do seu grupo de sujeitos duas trabalhadoras que reivindicavam melhores condições de
trabalho, por considerá-las “neuróticas”. Desse modo, “tal como Munstenberg, ele também
traçou cuidadosamente uma linha entre o social que lhe interessava e um social mais amplo”.
Sendo assim, da mesma forma que fizemos com referência ao processo histórico da
aproximação da Psicologia ao mundo do trabalho, a seguir, apresentamos algumas
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características da história recente e os modelos de organização do trabalho predominantes nesse
início do século XXI, para entender o papel ocupado pela Psicologia no contexto actual.
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Devemos lembrar que a intervenção em saúde do trabalhador não deve ocorrer apenas
em unidades especializadas, como são os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
(CERESTs), mas em qualquer ipo de serviço de saúde e, especialmente, da saúde pública. Deve-
se destacar que a identificação e prevenção de agravos à saúde dos trabalhadores iniciam-se no
atendimento básico. Assim, é importante que os profissionais da rede básica de saúde tenham
condições de identificar os casos em que o adoecimento físico ou o sofrimento psíquico são
decorrentes das relações de trabalho nas quais as pessoas se inserem.
Desse modo, as empresas passaram a buscar maior “flexibilidade”, para atender a uma
demanda mais diversificada em menores quantidades. E, para conseguir isso, foi necessário
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adaptar as formas de gestão do trabalho, tornando-as, também, mais flexíveis (BERNARDO,
2009).
Entre os vários modelos que surgiram, um se destaca pela influência que teve em todos
os meios de trabalho. Trata-se do chamado modelo japonês de produção, também conhecido
como toyoismo.
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Apesar de autores da Psicologia Organizacional buscarem incorporar a ideia proposta
por SPINK (1996) de que seu foco deve estar sobre os “processos psicossociais”, o que se nota
é que sua prática continua aliada à gerência. Embora de modo mais sofisticado, e apoiados na
crença de que estão fazendo o melhor por todos, sua atenção, em geral, se mantém na adaptação
do trabalhador às regras impostas pelo empregador.
Essa acção da Psicologia parte da ideia de que as identidades das pessoas não são fixas,
pelo contrário, correspondem a posições específicas dadas pelo contexto social e institucional,
no qual se constrói, dia a dia, a cordialidade do trabalho (SATO, 2003; SATO, BERNARDO,
& OLIVEIRA, 2008).
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4. Conclusão
Não há como negar que o trabalho ainda é central na sociedade em que vivemos e que exerce
um impacto muito grande na subjectividade de todos os indivíduos. Por isso, acreditamos que
uma visão crítica sobre as condições e organizações do trabalho na actualidade deve permear a
actuação do psicólogo, indiferentemente da sua área de actuação.
Nos dias de hoje, pode-se dizer que o psicólogo deve encontrar o lugar mais adequado às
capacidades de cada trabalhador e que isso será interessante tanto para a empresa como para o
trabalhador. Pois actuando dessa forma, a Psicologia contribuirá para a alienação do trabalhador
com relação à sua condição social de subordinação ao poder económico e às possibilidades de
mudança dessa condição. Salientar que, inserção da Psicologia no mundo do trabalho se deu,
assim, desde o período inicial da expansão da industrialização e já com o propósito de atender
aos interesses capitalistas.
Também entendemos que, para pensar a actuação a parir da perspectiva da Psicologia Social do
Trabalho, é necessário que o psicólogo compreenda os aspectos mais amplos do contexto em
que vive. Quando esses profissionais passam a conceber os fenómenos sociais a parir de uma
perspectiva histórica e crítica, se tornam capazes de reflectir sobre essa estrutura e transformar
sua prática.
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5. Referência
COUTINHO, Maria Chalfin; FURTADO, Odair; RAITZ, Tânia Regina. Psicologia Social e
Trabalho: perspectivas críticas. (pp. 16-39). 1a ed. Bosque – Florianópolis 2015.
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