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Capitulo II
Financiamento de campanhas: o brasil em perspectiva comparada
Marcos regulatórios para financiamento de campanhas.
No caso dos modelos de financiamento de campanhas, os escândalos políticos
envolvendo ilícitos financeiros são os fatores-chaves mobilizados pelos
O conceito de agências reguladoras será aqui tratado como instituições que desempenham
atividades regulatórias e legislativas, ou seja, que normatizam a arena eleitoral, seja direta
ou indiretamente.
Agencias atuam sobre setores vitais para a economia e para a sociedade,
apresentado diferentes graus de dinamismo e avanços tecnológicos.
Caracterizam-se por atrair, complementar ou contrariar interesses privados e
públicos, produzindo regras e normas que imputam custo ás unidades reguladas.
Toda regulação tem impacto sobre os custos das unidades produtivas reguladas.
Regular é, também, imputar custos.
A existência de instituições responsáveis pela regulamentação e fiscalização do
sistema financeiro dos partidos políticos será considerada um indicador de
preocupação dos países com a organização e controle eleitoral democrático. Essas
instituições são responsáveis pela fiscalização dos registros dos candidatos e
partidos, das doações privadas, dos gastos em campanhas, do julgamento dos
recursos enfim, de toda regulação do processo eleitoral. Por este
motivo essas instituições serão consideradas como agências regulação eleitoral.
Apesar da crucial responsabilidade destas instituições, em mais de um terço dos 96
países considerados democráticos inexiste tal instituição. Juntamente como outros
aspectos, a existência de uma agencia reguladora que centralize e coordene o
financiamento dos partidos será considera como um fator de controle do sistema de
regulação, por conseguinte, um fator de intervenção estatal na competição partidária.
Adiante, este fator irá compor o indicador de controle e transparência, criado justamente
para mensurar o grau de regulação da competição eleitoral.
Podemos afirmar que o brasil está entre os países que mais fomentam financeiramente
a estruturação do seu sistema partidário. A legislação eleitoral brasileira provê, além
dos fundos públicos diretos, acesso livre à mídia, taxações especiais aos partidos e
outras transferências indiretas. Somente as doações privadas não são incentivadas
através de deduções nas declarações de imposto.
Controle e transparência dos fundos partidários de origem privada
São as fontes privadas as origens de maiores divergências entre os experts. A primeira
objeção de que se faz a esse tipo de doação refere-se aos limites imposto á quantia
doada e á origem da doação. O objetivo dos defensores dos limites e proibições é
claro, restringir a atuação dos chamados grandes doadores que poderiam causar
distorções na competitividade eleitoral.
A explicação para o fenômeno é bastante simples. Em distritos sem limites ás
contribuições os competidores em potencial antecipariam os gastos de seus oponentes
e, antecipando a derrota, desistiriam de competir.
Um segundo argumento utilizado correntemente pelos defensores dos limites é a
distorção na representatividade do sistema político introduzida pela disparidade na
capacidade de doar entre os cidadãos e empresas.
Por outro lado, as pequenas doações são consideradas benéficas ao sistema partidário,
pois fariam parte de uma relação importante entre os partidos e os cidadãos. Proibi-
las totalmente poderia romper este elo e, por conseguinte, enfraquecer as bases sociais
dos partidos político.
A maioria dos países pesquisados ( 65 países, ou 70% do total) não impõe qualquer tipo
de limite, seja aos partidos seja aos doadores.
O caso brasileiro, neste quesito, é bastante particular, pois os limites aos doadores não
são pré-fixados universalmente como na maioria dos outros países (com teto máximo
igual para todos os indivíduos e empresas. Essa característica do sistema brasileiro parece
ter menos consequências para resguardar a competição do sistema da atuação de grandes
doadores (big donnors) ( grandes doadores) do que para ‘’proteger’’ o doador de ser
achacado por algum partido ou candidato. Em outras palavras, os sistemas de limites aos
doadores no brasil não buscam diminuir as disparidades entre, por exemplo, um grande
empresário e um assalariado (ambos terão limites relativos ás suas rendas), nas sim
proteger um grande doador de ser pressionado a dor mais do que um determinado limite.
No que concerne aos limites imposto á arrecadação dos partidos, o caso brasileiro é ainda
mais interessante, já que não existe um teto único universal para partidos, nem absoluto,
nem relativo, os textos aos quais os partidos são submetidos são ditados pelos próprios
partidos.
Cada partido informa ao tribunal superior eleitoral, no momento de registro das
candidaturas, o teto máximo ao qual ficará submetido até o final da campanha. Dito de
outra forma, funciona uma espécie de oximoro. Autorregulação. Não é de se espantar que,
com um incentivo institucional destes, as previsões iniciais de gastos dos partidos sejam
altíssimas, dado que servirão como seus limites.
Outro importante ponto das proibições e limites é relativo ás doações financeiras oriundas
de corporações com interesses direto na administração pública.
O sistema brasileiro encontra-se entre os 12 modelos regulatórios que obrigam tanto os
partidos a revelarem as contribuições recebidas quanto os doadores a declararem suas
contribuições realizadas. Toda e qualquer recebida para campanhas, seja pelos partidos
políticos, comitês financeiros ou candidatos individualmente, deve ser depositada em
conta bancária aberta especificamente para esse fim, as doações financeiras podem ser
depositadas por 3 meios, transferência eletrônica, cheques cruzados e nominais, ou ainda
por depósitos em espécie. Entretanto, exige-se para todas as três formas a identificação
do doador (nome e CPF ou CNPJ).