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Dom Quixote
Dom Quixote
Enredo
O protagonista da obra é Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que
perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus
heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de Sancho
Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. A ação
gira em torno das três incursões da dupla por terras da Mancha, de Aragão e da
Catalunha. Nessas incursões, ele se envolve em uma série de aventuras, mas suas
fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. O efeito é altamente
humorístico. O encanto da obra nasce do descompasso entre o idealismo do
protagonista e a realidade na qual ele atua. Cem anos antes, Quixote teria sido
um herói a mais nas crônicas ou romances de cavalaria, mas ele havia se
Rota percorrida por D. Quixote
enganado de século. Sua loucura residia no anacronismo. Isso permitiu ao autor
fazer uma sátira de sua época, usando a figura de um cavaleiro medieval em
plena Idade Moderna para retratar uma Espanha que, após um século de glórias, começava a duvidar de si mesma.
Análise
O livro é estruturado em duas partes, a primeira maneirista, enquanto a
segunda é mais barroca. Enquanto a primeira parte da obra deixa a
impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação
constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa
sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira
parte. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da
impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce
muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da
realidade. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden
desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece
que allí la vence". O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite
dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação
do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague
momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de
picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge do confronto entre o
passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social.
Sancho, seu escudeiro, ainda tenta alertá-lo da ilusão, mas Quixote insiste e parte para o ataque a um dos moinhos, sendo
derrubado juntamente com seu cavalo Rocinante por uma das pás.
Em seguida, Sancho vai ao socorro do seu mestre e o questiona sobre como como pôde cometer tamanho engano. Quixote
responde, insistindo na ilusão, que aquilo era obra do mago Friston, que tinha transformado os gigantes em moinho para impedir
sua glória.
Esse episódio é a origem da expressão "lutar contra moinhos de vento", no sentido de atacar inimigos imaginários ou de realizar
esforços em vão.
Referências
3. Foram feitas duas traduções anteriores, a primeira
1. A primeira tradução em Portugal é anónima, de por Carlos Jansen Muller (1829-1889), para a
1794. No século XIX foi feita uma 2.ª tradução, em Laemmert, em 1901, e a 2ª por Monteiro Lobato, em
1876, pelos Viscondes de Castilho e de Azevedo, 1925, porém as duas eram para crianças. Essa foi a
publicada no Porto pela Companhia Literária In: 1ª tradução para literatura adulta, do original. In:
Biblioteca Nacional de Portugal (http://purl.pt/920/1/q Hallewell, 1985, p. 169
uixote-pt-2.html), e uma 3ª tradução em 1877-78,
pelo Visconde de Benalcanfor, em Lisboa. In: 4. «Joaquín Ibarra, el impresor humanista del Quixote»
Hallewell, 1985, p. 196 (http://www.abc.es/20120226/cultura/abcp-joaquin-ib
arra-impresor-humanista-20120226.html) (em
2. No século XIX, foi feita uma 2ª tradução, em 1876, espanhol). ABC. 27 de fevereiro de 2012
pelos Viscondes de Castilho e de Azevedo,
publicada no Porto pela Companhia Literária, e uma 5. Reuters,"Dom Quixote é eleito o melhor livro de
3ª tradução em 1877-78, pelo Visconde de todos os tempos." (http://www1.folha.uol.com.br/folh
Benalcanfor, em Lisboa. In: Hallewell, 1985, p. 196 a/reuters/ult112u15532.shtml) Folha Online, Oslo,
07 de maio de 2002.
g _Q ) ,
6. "Dom Quixote de La Mancha" (https://pt.wikisource.o de 2019.
rg/wiki/Dom Quixote/I/VIII) Wikisource, 24 de maio
Bibliografia
HALLEWELL, Laurence, O livro no Brasil: sua história. São Paulo: EdUSP, 1986. Coleção Coroa Vermelha,
Estudos Brasileiros, v. 6. ISBN 85-85008-24-5
Ligações externas
Don Quichote et Cervantes (http://www.donquichote.org) (em castelhano)
El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha (ebook) (http://www.planetalibro.com.ar/ebooks/eam/ebook_view.
php?ebooks_books_id=40)
El ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha(1ª edição)
Harmonias do texto original castelhano (http://www.classicistranieri.com/quij/quijote.pdf) PDF
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