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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DE

EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP.

AUTOS Nº XXXXXXXX

GUILHERME, já devidamente qualificado nos autos


supracitado, por intermédio de seu advogado que este
subscreve (procuração em anexo, doc1), vem, perante Vossa
Excelência, não se conformando com a respeitável sentença
ora proferida, com fundamento no art. 197, da Lei nº
7.210/84 (LEP), interpor RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO.

Requer que seja o presente recurso recebido e


processado, e caso Vossa Excelência, ao efetuar o juízo de
retratação por analogia ao art. 589 do Código de Processo
Penal, entenda pela manutenção da respeitável decisão,
requer que sejam os autos com as inclusas razões remetidas
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local_/ 15 de julho de 2019.

Advogado
OAB/UF nº XXXXXXX
RAZÕES DO RECURSO EM AGRAVO DE EXECUÇÃO

AGRAVANTE: GUILHERME

AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

AUTOS DE ORIGEM: XXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP,

COLENDA CÂMARA,

DOUTA PROCURADORIA,

NOBRES JULGADORES.

1) RELATÓRIO

O agravante GUILHERME foi condenado definitivamente


pelo delito de lesão corporal seguida de morte, aplicando-
lhe pena de 06 anos de reclusão em regime inicial fechado.
Cumprida 01 ano da pena (1/6), foi beneficiado pela
progressão do regime ao semiaberto. Contudo, em uma revista
de praxe, foi encontrado um aparelho celular escondido em
seu colchão.

De imediato o diretor do estabelecimento reconheceu


a falta grave, impondo ao agravante a regressão do regime
para o fechado, comunicando de imediato o Ministério
Público. Este requereu ao Juízo das execuções penais desta
comarca, em razão da suposta falta grave a perda dos: “a) a
regressão do regime de cumprimento de pena para o fechado;
b) perda da totalidade dos dias remidos; c) reinício da
contagem do prazo de livramento condicional; d) reinício da
contagem do prazo do indulto”, sendo acolhido integralmente
pelo juiz “a quo”.

2) DO DIREITO:

Inicialmente Nobres Julgadores, vale frisar que a


regressão do regime de pena é permitida em nosso
ordenamento jurídico brasileiro, no entanto, devem-se
observar procedimentos para que esta penalidade seja
aplicada. Como o Processo Administrativo Disciplinar (PAD),
que tem por finalidade à apuração das faltas graves
cometidas dentro do estabelecimento prisional.

Destarte, estudando os autos, ficou claro que o


diretor do estabelecimento prisional não abriu sindicância
do PAD para apuração da suposta falta grave cometida pelo
Agravante. Assim, ao tomar conhecimento dos fatos, aplicou
de imediato à sanção da regressão do regime ao fechado,
embora essas sejam uma das hipóteses prevista no art. 118
da LEP.

Assim, pugna a defesa pelo não conhecimento de


forma precária da suposta falta grave cometida pelo
Agravante, retornando este ao regime semiaberto, visto que
para sua caracterização, é imprescindível a abertura do
Processo Administrativo Disciplinar (PAD), nos termos da
súmula 533 do STJ e ainda em respeito ao principio da ampla
defesa e do contraditório, nos termos do art. 5, inc. LV,
da Constituição Federal de 1988.

Ademais, averiguando os autos, nota-se que os


requerimentos feitos pelo Ministério Público estão em
desacordo com o entendimento doutrinário e jurisprudencial
do nosso ordenamento jurídico brasileiro.
Quanto à perda dos dias remidos pelo Agravante, o
Ministério Público requereu sua perda na totalidade, assim
reconhecido pelo Magistrado da execução penal. Contudo
Nobres Julgadores, o limite máximo desta penalidade é na
fração de 1/3 dos dias remidos, nos termos do art. 127 da
LEP, e não em sua totalidade como alega o MP. Deste modo,
se por acaso chegar à conclusão da efetiva falta do grave
do Agravante, deverá ser descontando apenas a fração
permitida na lei.

Por fim, também merece reforma da respeitável


sentença do Juízo “a quo” das execuções penais quanto ao
reinicio da contagem dos prazos do livramento condicional e
do indulto, visto que violaram expressamente entendimento
dos Tribunais Superiores, de acordo com as Súmulas 441 e
535, ambos do STJ, respectivamente.

4) DOS PEDIDOS:

Por todo exposto, pugna a defesa pelo conhecimento


e provimento do presente recurso para:

1) Não seja conhecida a falta a grave, em virtude


da ausência de Processo Administrativo
Disciplinar, nos termos da Súmula 533 do STJ e
art. 5º, inc. LV, da CF/88;

2) Em consequência da ausência de falta grave, seja


o Agravante retornado ao regime semiaberto e
sejam declaradas inexistentes todas as
consequências da ausência de falta grave que
dela resultaria.
Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local _/15 de julho de 2019.

Advogado
OAB/UF nº XXXXX
Questão 01:

a) Sim. Para se configurar a qualificado do concurso de


pessoas no furto (art. 155, §4º, inc. IV, do CP)
obrigatoriamente os agentes devem ter o intuito de praticar
juntos o tipo penal ali elencado, ou seja, furtar coisa
alheia. No entanto, a problemática deixa claro desde o
início que ambos, embora sejam irmãos, efetuado o furto no
mesmo local, não compactaram para ambos praticarem o delito
juntos. Deste modo deve afastar a qualificadora do concurso
de pessoas;

b) Aplicação do furto privilegiado (art. 155, §2º, CP),


diante do baixo valor dos objetos furtados. Ademais, embora
acostados folhas de maus antecedentes, não transito em
julgado, sendo assim, ainda considerados primários.

Questão 02:

a) Sim. Haja que vista que não há hipóteses para o processo


criminal, juntamente com seu prazo prescricional ficar
eternamente suspensos. De acordo com a súmula 415 do STJ, O
período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo
máximo da pena cominada. Destarte, a pena máxima cominada
ao delito em tela é de 04 anos de reclusão, ou seja, de
acordo com o art. 109, inc. IV, CP, no caso concreto o
período que poderia ficar suspenso seria de no máximo 08
anos. Necessariamente voltando a correr o prazo
prescricional em 05 de abril de 2016;

b) Sim. Atipicidade da conduta do agente, pois as


principais elementares do tipo criminoso não foram
realizadas pelo agente, qual seja, disparar arma de fogo em
via pública ou em direção a via pública. De acordo com o
enunciado, os disparos foram feitos em propriedade
particular, com enorme área como quintal, deste modo, pelo
art. 15 da Lei nº 10.826/03, ele não poderia ser
denunciado.

Questão 03:

a) Sim. Todo o processo, inclusive a sentença condenatória


foi baseada em provas ilícitas. O art. 5º, inc. X, da CF/88
aduz a inviolabilidade da intimidade a vida privada, salvo
quando autorizado judicialmente. Com base no art. 157 do
CPP, tais provas são consideradas ilícitas, devendo as
mesmas ser desentranhadas do processo;

b) Poderia alegar a decisão errônea de o juiz equiparar o


delito do art. 35 da Lei nº 11.343/06 com os crimes
hediondos. Vale ressaltar que os crimes hediondos, estão
previstos no art. 1º da Lei 9.072/90, sendo considerados
pela doutrina e jurisprudência como um rol taxativo. Desta
maneira, por ali não esta elencado, o delito do art. 35 da
Lei 11.343/06 não poderia ser considerado hediondo.
Ademais, não esta correta a fixação do regime inicial da
pena no fechado, por ferir o principio da individualização
da pena.

Questao 04:

a) Poderá ser alegada na defesa de Antônio a declaração da


nulidade a partir da audiência de instrução e julgamento,
com base no art. 564, IV, c/c art. 400, ambos do CPP, pela
violação na ordem das oitivas das testemunhas. No caso
concreto às testemunhas de defesa foram ouvidas antes das
de acusação;
b) A defesa de Paulo deverá alegar extinção da punibilidade
deste em razão da aplicabilidade do §2º, do art. 342 do CP.
Este trata da hipótese de retratação ou esclarecimentos da
verdade pelo agente do delito de falso testemunho antes da
sentença.

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