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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA

CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______.

Autos nº: XXXXXXXXXXXXXX

LEILA, já qualificada nos autos supracitado, por


intermédio de seu advogado que este subscreve, com a devida
procuração em anexo, vêm, perante Vossa Excelência, com
fundamento nos arts. 396 e 396-A do Código de Processo
Penal, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelas razões do fato
e de direito expostos a seguir.

I – DOS FATOS

A acusada foi denunciada pelo Ministério Público


Federal, agindo de forma livre e consciente, pela suposta
prática do delito tipificado no art. 1º, inc. I, da lei nº
8.137/90.

Consta na inicial acusatória que acusada, sonegou


Imposto sobre Renda (IR), causando ao erário prejuízo de
aproximadamente R$ 25.000,00. Foi instaurado procedimento
administrativo, no entanto, não houve o presente lançamento
do crédito tributário. Diante de tais fatos, após expedição
de ofício da Receita Federal ao MPF, este ofereceu denúncia
em desfavor da acusada, pela suposta sonegação, não
relatando ainda o “modus operandi” do delito.
II – DO DIREITO

II.I – DA INÉPCIA DA DENÚNCIA – ART. 41 CÓDIGO DE PROCESSO


PENAL:

Excelência, compulsando os autos, verifica-se a


inépcia da denúncia oferecida pelo Ministério Público
Federal, haja vista que, de acordo com o art. 41 do Código
de Processo Penal, um dos requisitos para o recebimento da
denúncia é a descrição do fato criminoso, assim como todas
as circunstâncias do delito.

Destarte, percebe-se que no momento do oferecimento


da denúncia, o parquet a fez de modo genérico, não
relatando o “modus operandi” da conduta.

Diante de tais fatos, não há outra medida correta


ao caso que a rejeição da denúncia, com fundamento no art.
395, inc. I, do Código de Processo Penal, em consequência
da peça processual da acusação ser inepta.

II.II – DA ATIPICIDADE DA CONDUTA – SÚMULA 24 STF:

Ademais, Excelência, constata-se a atipicidade


formal na conduta da acusada, visto que, o crédito
tributário ainda não teria sido devidamente lançado pela
autoridade administrativa, ensejando caso de atipicidade
formal.

Deste modo, a Súmula 24 do STF expressa que “não se


tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto
no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do
lançamento definitivo do tributo”.

Assim sendo Excelência, constata em primeiro caso,


hipótese de anulação “ab initio” com fulcro no art. 564,
inc. IV, do Código de Processo Penal, em consequência da
atipicidade da conduta.

II.III – DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – ART. 397, INC. III DO CPP:

Por fim, caso Vossa Excelência não entenda pela


anulação “ab initio” do processo, pugna ainda a defesa pelo
reconhecimento da absolvição sumária da acusada nos termos
do art. 397, inc. III do CPP, pelos mesmos argumentos
expostos anteriormente, qual seja, atipicidade da conduta,
no entanto aplicando o instituto da absolvição sumária,
haja vista que a suposta conduta que o Ministério Público
Federal alega, não constitui crime.

III – DOS PEDIDOS:

Diante de todo o exposto, pugna a defesa pelo:

a) Rejeição da denúncia, em razão de esta inepta,


de acordo com o art. 395, inc. I, do Código de Processo
Penal;

b) Anulação “ab initio” do processo, com fundamento


no art. 564, inc. IV c/c a Súmula 24 do STF, em virtude da
atipicidade formal da conduta;
c) Por fim, caso não entenda pelo último pedido
formulado, pela absolvição sumária da acusada, nos termos do
art. 397, inc. III, do Código de Processo Penal c/c a Súmula
24 do STF, em consequência da conduta da acusada não
configurar crime;

d) Caso Vossa Excelência não entenda por nenhum dos


fundamentos de defesa expostos nessa peça processual, requer
o arrolamento e citação das seguintes testemunhas para
prosseguimento do feito:

 ROL DE TESTEMUNHAS:

1) Nome, qualificação, endereço, telefone;

(...)

8) Nome, qualificação, endereço, telefone.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local, 30 de outubro de 2019.

Advogado
OAB/UF nº: XXXXXX

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