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Análise de Fatores de Participação e Mode Shapes


usando dados de Medição Sincronizada de Fasores
M. M. Santos, I. C. Decker e M. N. Agostini

Resumo—Os estudos acerca dos Sistemas de Medição Faso- Sistemas de Energia Elétrica (SEEs) de modo sistêmico. Esse
rial Sincronizada (SPMSs - Synchronized Phasor Measurement atributo torna a medição fasorial uma poderosa ferramenta
System) têm-se intensificado fortemente, impulsionados princi- para a melhoria dos atuais sistemas de supervisão, controle
palmente pelos significativos avanços tecnológicos nas áreas de
telecomunicações. Fundamentalmente, o interesse desses estudos e proteção de SEEs, em tempo real.
tem sido explorar potenciais aplicações de SPMSs, visando à Atualmente, o foco principal dos estudos envolvendo
melhoria dos atuais sistemas de supervisão, controle e proteção de os SPMSs tem sido investigar as potenciais aplicações
Sistemas de Energia Elétrica (SEEs). Neste contexto, o presente da medição fasorial, voltadas à segurança operacional e a
artigo tem por objetivo apresentar uma metodologia baseada otimização no uso de recursos energéticos e estruturais dos
no uso de dados de monitoramento de SPMSs, visando estimar
fatores de participação e mode shapes, associados a modos de SEEs.
oscilações eletromecânicas. Os resultados da aplicação dessa Dentre as possı́veis aplicações de SPMSs, destaca-se neste
metodologia são discutidos e confrontados com os obtidos através trabalho o monitoramento de oscilações eletromecânicas. As
do software PacDyn. pesquisas acerca dessa aplicação estão mais avançadas, princi-
Index Terms—Sistema de Medição Fasorial Sincronizada, Fa- palmente, na identificação de modos dominantes de oscilação
tores de Participação, Mode Shapes. e na caracterização dos mesmos, em termos de freqüência de
oscilação e taxa de amortecimento. [3], [4].
I. I NTRODUÇ ÃO O presente artigo tem por objetivo especı́fico o estudo da
aplicação de monitoramento de oscilações eletromecânicas do
N As últimas décadas, a complexidade da operação elétrica
e energética do sistema elétrico tem aumentado vertigi-
nosamente, sobretudo após o processo de desregulamentação
ponto de vista da identificação de fatores de participação
e mode shapes. Essas informações são extremamente im-
ocorrido em diversos paı́ses. O setor convive em ambiente portantes para o aprimoramento de sistemas de controle de
competitivo, na busca por menores custos e pela maximização amortecimento como, por exemplo, estabilizadores de sistemas
do uso de ativos, estreitando os limites de operação e poten- de potência (PSS - Power Systems Stabilizers). Fundamen-
cializando ocorrências de grandes proporções. talmente, propõe-se uma metodologia baseada no uso de
Este cenário tem desafiado a comunidade cientı́fica, em- dados de monitoramento de Sistemas de Medição Fasorial
presas e órgãos governamentais a buscarem alternativas que Sincronizada e na aplicação do método de Prony. A abor-
torne mais segura e integrada a operação do sistema. Dentre dagem em questão se fundamenta na identificação autovetores
tais alternativas, os Sistemas de Medição Fasorial Sincronizada associados à matriz de coeficientes A.
(SPMSs - Synchronized Phasor Measurement System) têm pa- O artigo está estruturado como descrito a seguir. Na seção 2,
pel de destaque, principalmente com os significativos avanços apresenta-se de forma sintética a estrutura básica dos SPMSs,
tecnológicos na area de telecomunicações, de informática, de bem como suas potenciais aplicações. Essas aplicações são ca-
processamento de sinais e de automação. tegorizadas em: Básicas; Monitoramento; Controle e Proteção;
Os SPMSs, geralmente citados na literatura técnica e Especiais. Na seção 3, descreve-se a metodologia para
como Wide Area Measurement System (WAMS), são con- identificação de fatores de participação e mode shapes, a partir
stituı́dos essencialmente por Unidades de Medição Fasorial de dados de SPMSs e da aplicação do método de Prony. Na
(PMUs Phasor Measurement Units) conectadas ao Concen- seção 4, apresentam-se os resultados obtidos na análise com-
trador de Dados Fasoriais (PDC Phasor Data Concentra- parativa entre as respostas obtidas através do software PacDyn1
tor) e de metodologias de aplicação envolvendo aspectos de e da metodologia proposta. Na seção 5, são apresentadas as
monitoração e controle em tempo real [1]. principais conclusões do estudo.
Como principais caracterı́sticas dos Sistemas de Medição
Fasorial Sincronizada, destacam-se a elevada taxa de II. S ISTEMAS DE M EDIÇ ÃO FASORIAL S INCRONIZADA
amostragem (tipicamente 30 fasores por segundo) e a base Os SPMSs podem ser compreendidos como sistemas de
de referência temporal comum [2]. Essas caracterı́sticas pos- medição de grandezas elétricas, em instalações distantes geo-
sibilitam obter visibilidade do comportamento dinâmico dos graficamente, onde as medidas são sincronizadas no tempo e
M. M. Santos, I. C. Decker e M. N. Agostini são integrantes do disponibilizadas na forma de fasores [1].
Laboratório de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica (LabPlan),
vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa 1 O PadDyn é um programa de análise de estabilidade para pequenas
Catarina, Brasil (e-mail: moises@labplan.ufsc.br, decker@labplan.ufsc.br e perturbaç ões,desenvolvido pelo CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia
agostini@labplan.ufsc.br). Elétrica
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A. Estrutura básica de SPMSs com o intuito de avaliar a confiabilidade dos resultados de


A Figura 1 ilustra a estrutura básica de um SPMS cons- simulações e contribuir para a modelagem de novos sistemas
tituı́da por: Unidades de Medição Fasorial, Concentrador de e equipamentos [12], [13].
Dados e Canais de Comunicação.
III. M ETODOLOGIA PARA IDENTIFICAÇ ÃO DE FATORES DE
PARTICIPAÇ ÃO E Mode Shapes
Na âmbito da aplicação de monitoramento de oscilações
eletromecânicas, a metodologia proposta visa a obtenção dos
fatores de participação e mode shapes, a partir de dados de
monitoramento de Sistemas de Medição Fasorial Sincronizada
e da aplicação do método de Prony.
A análise de fatores de participação é utilizada para men-
surar as contribuições de cada variável de estado em um dado
modo de oscilação. Essas informações são extremamente úteis
para a construção de modelos reduzidos e na definição de
Figura 1: Estrutura Básica de um SPMS. estratégias de controle [14]–[16].
A abordagem clássica trata os fatores de participação a partir
A unidade de medição fasorial (PMU - Phasor Measurement de um modelo linear do sistema, com parâmetros invariantes
Unit) é um dispositivo de medição de tensões e correntes al- no tempo, dado por [17]:
ternadas, com uma referência temporal comum, obtida através
de sinais via satélite (GPS - Global Positioning System). As ẋ = Ax, (1)
medidas de tensão e de corrente são processadas pela PMU, onde A tem dimensão (n × n) e representa a matriz de
convertidas em fasores e, então, enviadas ao concentrador coeficientes.
de dados, a taxas que variam de 10 a 60 sincrofasores por Os fatores de participação representam a medida de sensibi-
segundo [5]. O concentrador de dados fasoriais (PDC - Phasor lidade dos modos de oscilação2 (λi ), em relação aos elementos
Data Concentrador) tem como funções: receber os fasores da diagonal principal da matriz (akk ), definidos como:
enviados pelas PMUs; verificar eventuais erros de transmissão;
organizar observando-se as respectivas etiquetas de tempo; e ∂λi k = 1, · · · , n
pki = ; (2)
disponibilizar os dados para outras aplicações [1]. Os Canais ∂akk i = 1, · · · , n
de Comunicação têm o objetivo bem definido de viabilizar a
Uma forma alternativa de se obter os fatores de participação
transferência de dados entre a PMU e o PDC ou, ainda, a troca
é apresentada em (3).
de informações entre PDCs [1].
|wki ||vik |
B. Aplicações de SPMSs pki = , (3)
|wit ||vi |
As potenciais aplicações de SPMSs podem categorizadas
onde w, v são os autovetores à esquerda e à direita associados
em: básicas; monitoramento; controle e proteção; e especi-
à matriz A, respectivamente [17]. Os autovetores à direita e
ais [6]. As aplicações básicas contemplam a plataforma de
à esquerda relacionam os autovalores (λ) e as variáveis de
integração de dados fasoriais (PDC central), o registro de even-
estado (x) da matriz, segundo a disposição apresentada em
tos e a visualização do dados. Essas aplicações compreendem a
(4).
estrutura básica para o desenvolvimento das demais aplicações
da medição fasorial. λ1 λ2 ··· λn
As aplicações de monitoramento têm o objetivo de fornecer
x1 v11 , w11 v12 , w12 ··· v1n , w1n
informações que permitam avaliar a segurança operacional
do sistema, em tempo real. Podem ser incluı́das nessa ca- x2 v21 , w21 v22 , w22 ··· v2n , w2n (4)
tegoria as aplicações de monitoramento de oscilações de .. .. .. ..
. . . ··· .
eletromecânicas, a estimação de estados hı́brida, o monitora-
mento de estabilidade de tensão e o monitoramento do estado xn vn1 , wn1 vn2 , wn2 · · · vnn , wnn
de operação de geradores [3], [7], [8].
Para determinação dos fatores de participação a abordagem
Com relação às aplicações de controle e proteção, essas
em questão se baseia, justamente, na identificação autovetores
visam melhorar a operação do sistema através de ações pre-
associados a matriz de coeficiente A.
ventivas, corretivas e restaurativas. Podem ser divididas em:
No caso do autovetores à direita, estes são determinados
estrutura de predição para esquema de controle emergencial
de forma direta através do método de prony. Inicialmente,
em tempo real; predição e alarme de estabilidade angular
supõe-se um sistema linear invariante no tempo, sujeito a uma
em SPMSs; identificação de perturbações em tempo real; e
perturbação a partir da condição inicial x(0) = x0 . Retirada
controle automático de tensão [9]–[11].
As aplicações especiais de SPMSs envolvem a validação 2 Os modos de oscilação correspondem ao par de autovalores conjugado
de simulações e a identificação de parâmetros e modelos, complexo, α ± iw [18].
3

a perturbação, a resposta dinâmica do sistema autônomo fasorial sincronizada, as variáveis de estado em questão se
(sistema livre) irá se comportar de acordo com a Equação referem à freqüência e ao ângulo.
1, cuja solução é dada por [16]: Tendo em vista que a matriz formada pelos autovetores à
n
direita vi (Equação 4) deva admitir inversa, faz-se necessário
X  que o número de modos analisados seja igual ao número de
x(t) = wit xo vi e(αi ±j2πfi )t (5)
i=1
| {z } barras.
Γ Em relação aos mode shapes, os mesmos são os próprios
A parcela wit xo
é um escalar, assim a distribuição da autovetores à direita, associados à matriz A. Tais autovetores
resposta modal entre os componentes de x é determinada descrevem a forma com que os modos de oscilação se dis-
inteiramente pelos autovetores à direita, vi . Na Equação 5, a tribuem entre as variáveis de estado [20]. Assim, conforme
parcela “Γ” equivale aos coeficientes complexos hi (resı́duos), constatado, usando-se o método de Prony e dados de SPMSs,
estimados através do método de Prony [19]. é possı́vel estimar o autovetores à direta e, portanto, obter os
mode shapes.
p É importante destacar que a aplicação da metodologia
X Ai
x̂(n) = e±jφi e(αi ±j2πfi )(n−1)T , n = 1, . . . , N. proposta é torna possı́vel em função da caracterı́stica de
2
i=1 | {z } sincronismo proporcionada pelos SPMSs, isto é, onde todas as
hi medições realizadas ao longo do sistema apresentam a mesma
(6) base de tempo.
onde,
Ai : amplitude da componente i;
αi : coeficiente de amortecimento da componente i (sec−1 ); IV. R ESULTADOS DE E XPERIMENTOS
φi : fase da componente i (radianos); Objetivando a validação a metodologia proposta se realizou
fi : freqüência da componente i (Hz); durante os estudos experimentais uma análise comparativa,
p: ordem do modelo; tendo como base os resultados obtidos a partir do software
N : número de amostras. PacDyn. Os desenvolvimentos metodológicos foram realizados
Assumindo-se, então, que seja realizada a análise das res- em ambiente Matlab, adotando-se os seguintes critérios:
postas temporais, sincronizadas em cada barra do sistema, • tempo de simulação: 10 seg;
é possı́vel estimar a parcela “Γ” da Equação 5. Tal parcela • número de amostras: 600;
equivale aos próprios autovetores à direita, multiplicados por • desconsiderado o efeito de off-sets (componentes DCs)
um escalar complexo. O módulo e fase de tal escalar varia nas amostras;
de acordo com a condição inicial x(0). Nota-se, por hipótese, • desconsiderado os modos de oscilação com taxas de
que para vi ser o autovetor à direta da matriz A é necessário amortecimento superiores a 80%;
que este satisfaça a Equação 7. • uso de um filtro passa-baixa, com freqüência de corte
de 5Hz, para eliminar os efeitos dos transitórios eletro-
Avi = λi vi (7) magnéticos;
Assim, assumindo que vi seja multiplicado por um escalar • taxa de amostragem de 60 fasores por segundo.

x ∈ C 6= 0, tem-se: O sistema teste utilizado se refere ao Sistema Equivalente


Brasileiro Sul Sudeste Modificado de 7 barras e 5 máquinas,
apresentado na Figura 2 [21].
(Avi ) x = (λi vi ) x
(Avi ) x = λi (vi x)
A (vi x) = λi (vi x) , (8)
ou seja, vi x continua sendo autovetor à direita da matriz A.
Dessa forma, determinado os autovetores à direita, faz-se
necessário obter os autovetores à esquerda. Neste caso, realiza-
se a reconstrução da matriz de coeficientes A e, a partir da
decomposição em valores singulares (SVD - Singular Value
Decomposition), determinam-se os autovetores à esquerda.
Para reconstrução da matriz de coeficientes A se utiliza as
informações dos autovalores e dos autovetores à direita na
Equação 9.

 = v̂Λλ̂(v̂)−1 , (9)
onde Λλ̂ é uma matriz diagonal formada por {λ̂1 , λ̂2 , · · · , λ̂n }.
A matriz  estimada se refere à matriz reduzida do sistema, Figura 2: Equivalente Brasileiro Sul Sudeste Modificado.
associada às variáveis de estado monitoradas. Na medição
4

Nesse sistema não são modelados os reguladores de veloci-


dade, o que implica na redução ou no aumento da freqüência
em regime permanente. A fim de evitar esse efeito, adotou-se
o sistema equivalente sudeste como barra de referência. Neste
caso, obteve-se o comportamento da freqüência pós-distúrbio
(degrau de potência mecânica em Foz do Areia) em todas as
barras do sistema, apresentado na Figura 3.

Figura 4: Fatores de contribuição do sistema equivalente.

Para fins de análise comparativa, utilizando-se o software


do Pacdyn foram identificados os modos de oscilação apre-
sentados na Figura 5.

Figura 3: Desvio de freqüência pós-distúrbio.

Esta resposta temporal foi gerada através do software Mat-


lab, utilizando informações da matriz de espaço de estado
do sistema extraı́da do software PacDyn. As amostras dessas
curvas, considerando um perı́odo de amostragem de 0, 0167
segundos, foram utilizadas como dados de entrada no método Figura 5: Modos de oscilação do sistema equivalente - soft-
de Prony. ware PacDyn.
Tendo em vista que a barra 7, referente ao sistema equiva-
lente sudeste foi tomada com barra de referência, realizou-se
a análise de fatores de participação somente das barras 1, 2, No sistema em questão, analisou-se os fatores de
3 e 4, referente à Foz do Areia, Salto Segredo, Salto Santiago participação associados aos quatro principais modos de
e Itaipu, respectivamente. Assim, aplicando-se a metodologia oscilação dominantes identificados. O primeiro modo de
desenvolvida, estimaram-se os autovalores e os autovetores à oscilação corresponde ao −0, 4187 ± 2, 7653i, cujos fatores
direita, apresentados na Equação 10. de participação são apresentados na Figura 6.

Autovalor −0, 4188 ± 2, 7649i −1.8572 ± 13.8560i


0, 0145 − 0, 0011i 0, 0101 + 0, 0020i
Autovetor 0, 6517 − 0, 3964i −0, 4290 + 0, 6985i
−0, 6379 − 0, 3377i 0, 3678 − 0, 4711i
0, 0131 + 0, 3485i 0, 0003 + 0, 3530i
Autovalor −1, 2175 ± 12, 3061i −1, 7842 ± 13, 9076i
0, 0250 − 0, 0072i −0, 0235 + 0, 0030i
Autovetor −0, 1246 − 0, 4491i 0, 0028 − 0, 0057i
0, 0322 + 0, 8788i −0, 0030 + 0, 0088i
Figura 6: Fatores de participação −0, 4187 ± 2, 7653i.
0, 0189 + 0, 3441i 0, 2503 + 0, 5894i
(10)
A partir das informações da Equação 10, obtiveram-se os Observou-se que o referido modo de oscilação está mais
fatores de participação, apresentados na forma de histograma associado à Itaipu (barra 4). O mesmo pode ser observado em
na Figura 4. relação ao modo −1, 2108 ± 12, 313i, conforme Figura 7.
5

modos −1, 7675 ± 13, 905i e −1, 8499 ± 13, 873i estão mais
relacionados às barras de Salto Segredo e de Salto Santiago,
respectivamente.
Em termos de mode shapes, os resultados obtidos também
são coerentes. Na Figura 10, são apresentados os resultados
obtidos para o modo −1, 2108 ± 12, 313i.

Figura 7: Fatores de participação −1, 2108 ± 12, 313i.

Na Figura 8 são apresentados os fatores de participação


relacionados ao modo −1, 7675 ± 13, 905i, onde observaram-
se contribuições significativas de Salto Santiago (Barra 2) e
Foz do Areia (Barra 1).
Figura 10: Mode shapes associados ao modo −1, 2108 ±
12, 313i.

Nota-se que os resultados obtidos são muito similares aos


do software PacDyn. Nas Figuras 11 e 12 são apresentados os
resultados de mode shapes para os modos −1, 8499 ± 13, 873i
e −0, 41871 ± 2, 7653i. Observou-se uma pequena diferença
entre os resultados estimados, associada principalmente à
informação de fase dos modos.

Figura 8: Fatores de participação −1, 7675 ± 13, 905i.

No caso particular do modo −1, 8499 ± 13, 873i, Salto


Segredo (barras 1) e Foz do Areia (barra 3) contribuem
praticamente com a mesma intensidade, conforme pode ser
observado na Figura 9.

Figura 11: Mode shapes associados ao modo −1, 7675 ±


13, 905i.

Figura 9: Fatores de participação −1, 8499 ± 13, 873i.

Tais resultados são concordantes aos estimados pela


metodologia proposta. Na Figura 4, assim como os resultados
obtidos através do Pacdyn, observou-se que os modos de Figura 12: Mode shapes associados ao modo −1, 8499 ±
oscilação −1, 2108 ± 12, 313i e −0, 4187 ± 2, 7653i estão 13, 873i.
diretamente associados à barra de Itaipu, enquanto que os
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de Desenvolvimento Cientı́fico e Tecnológico (CNPq), projeto


550571/2005-1, pelo suporte financeiro.

R EFER ÊNCIAS
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AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nı́vel Superior (CAPES) e ao Conselho Nacional

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