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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

CURSO DE PSICOLOGIA

ATPS FILOSOFIA – 1º DESAFIO

ANDRÉ FELIPE MARTINS SANTOS – 3226022002


ELIANA MENEZES MARQUES – 3257570010
LEANDRO CARAVINA PEREIRA – 3226024873

OUTUBRO
2011
PSICOLOGIA NO NOVO CONTEXTO MUNDIAL

UM NOVO CONTEXTO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA: SITUANDO A PSICOLOGIA


A partir da década de 90, com mudanças radicais e o cotidiano do cenário
mundial cada vez mais caótico, muitos estudiosos começam a utilizar sua
criatividade e espírito investigativo para explicar esse novo contexto. A Sociologia e
a Filosofia buscam entender este mundo globalizado adotando novas referências
teóricas.
Contudo, a Psicologia continua a se utilizar suas teorias tradicionais para
analisar as mudanças que esta globalização gera no contexto social e, muitas vezes,
não se atenta para o novo modelo de homem que está surgindo nessa era. O
homem contemporâneo está sendo obrigado a se transformar rapidamente e se
adaptar à sociedade e os psicólogos precisam compreender a força desse impacto
na subjetividade destes indivíduos.
Neste artigo, três correntes teóricas procuram dar base para os psicólogos
acerca do novo contexto mundial, para que eles consigam construir novas
categorias para a análise das novas experiências humanas. São elas: as teorias
pós-modernas, as teorias da modernização reflexiva e a teoria da Revolução da
Tecnologia da Informação.

TEORIAS PÓS-MODERNAS
São teorias originadas no campo da arte e da literatura da década de 1960.
Nestas teorias existem duas posições: a primeira refere-se à ênfase dada à
discussão das condições contemporâneas de produção do conhecimento; já
segunda deu maior destaque para a produção de ordem capitalista contemporânea.
Seus representantes são autores que sofreram fortes influências das teorias
marxistas.
Segundo Lyotard vivemos num mundo fragmentado, complexo e imprevisível
cuja produção de conhecimento necessita da utilização das tecnologias da
informática. Já Vattimo afirma que uma visão mais nostálgica mostra um mundo
desumanizado e que as tecnologias são destruidoras do que há de positivo na
humanidade.
Para Jameson vivemos numa nova época do capitalismo, na qual a esfera
econômica expandiu para todos os níveis do viver humano, inclusive na cultura, o

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que intensifica a distribuição da produção e circulação do capital. Para Bauman
todas as sociedades sempre consumiram, mas a pós-moderna dá uma ênfase maior
a este consumo e a informática facilitou este intensificou essa situação.

AS TEORIAS DA MODERNIZAÇÃO REFLEXIVA


Essa teoria surgiu de uma discussão sobre modernidade versus pós-
modernidade, resultando na publicação do livro Modernização Reflexiva: política,
tradição e estética na ordem social moderna, no qual há a investigação de três
autores sobre as novas formas de coesão social e a unidade básica e organização
presente na sociedade atual.
Para Beck o desenvolvimento contemporâneo se modifica e é definido como
modernização reflexiva a luta pela distribuição e consumo de bens e serviços e o
desafio de lidar com novos riscos e consequencias globais. Trata da crítica da
modernidade pela modernidade.
Giddens diz sobre a capacidade de refletir conscientemente acerca das
condições sociais de sua existência. A modernização reflexiva envolve a reflexão
sistemática e consciente nos conhecimentos científicos.
Para Lash o acesso às redes de informações propicia tanto um aumento de
acesso ao conhecimento, por parte da população leiga, como também favorece um
novo tipo de exclusão social, já que a distribuição deste acesso é desigual.

TEORIA DA REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


O sociólogo Manuel Castells analisa a história dessas novas tecnologias,
seus conceitos, seus paradigmas e seus impactos sociais.
Castells e a sociedade em rede: analisa a sociedade contemporânea e sua
organização em uma rede global de informação que está criando novas formas e
canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por
ela. As novas ferramentas tecnológicas contribuem tanto para a criatividade do
homem quanto para que ele se adapte às novas tecnologias que surgem.
São criadas novas organizações sociais que determinam e influenciam o
consumo e a disputa das informações, como mercadoria. Assim como pensa Lash,
para Castells este é um fenômeno que também pode contribuir para a exclusão de
indivíduos das sociedades. Dentro das redes sociais as pessoas assumem papéis,

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sendo incluídas e ao mesmo tempo excluídas em diferentes redes, criando
complexas formas de relação e dominação social.

A CONSTRUÇÃO DE NOVAS REDES CONCEITUAIS: UM DESAFIO PARA A PSICOLOGIA


Os autores acima citados precisaram adquirir um novo olhar, acima dos
conhecimentos tradicionais, para elaborarem suas idéias que contribuíram para este
artigo. Fica claro que as mudanças pela quais o mundo atravessa, exige a
compreensão da nova dimensão humana que surge dia após dia seja pauta e, em
alguns casos, no rompimento de paradigmas no que diz respeito à análise humana.
A Psicologia foi criada em um tempo em que a constituição da sociedade e da
subjetividade humana era diferente do que é visto na atualidade, cujos fenômenos já
são de difícil compreensão.
O desafio que esta ciência enfrenta é a sua própria atualização para que ela
acompanhe as mudanças mundiais e para isso é imperativo que os psicólogos
façam contato com profissionais de outras áreas para entender estas mudanças. A
Filosofia e a Sociologia são duas das ciências que procuram essa atualização para a
compreensão das novas sociedades que surgem e os conflitos que elas enfrentam e
as formas de relacionamento de seus indivíduos e grupos.
Enquanto a Psicologia não se atentar a estas mudanças, dificilmente
participará do processo criativo exigido pelo novo contexto contemporâneo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LEITÃO, Carla Faria; NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. A Psicologia no novo
contexto mundial.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
294X2003000300009&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 06 dez. 2009.

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