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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 2(2):115-132, mai-out, 2011

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Artigo/Article
TEORIAS DE ENFERMAGEM: A IMPORTÂNCIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO
DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.

Marcos Roberto de Alcântara1, Damiana Guedes da Silva2, Mônica Fernandes


Freiberger3, Milena Pietrobon Paiva Machado Coelho4.

1. Enfermeiro.
2. Enfermeira, Professora Orientadora. Especialista em Terapia Intensivo Adulto e
Gestão em Enfermagem, Mestre em Genética e Toxicologia Aplicada, Membro do
Grupo de Pesquisa em Enfermagem do Hospital Conceição- GHC/CNPQ/RS.
Docente da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA/RO).
3. Enfermeira. Especialista em Educação Profissional na Área da Saúde, Mestre
em Ciências da Saúde, Coordenadora de Estágio e Docente da Faculdade de
Educação e Meio Ambiente (FAEMA/RO).
4. Enfermeira. Especialista em Epidemiologia. Coordenadora da Unidade de
Terapia Intensiva do Hospital Monte Sinai. Docente em Enfermagem na
Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA/RO).

RESUMO
As teorias de enfermagem representam um dos elementos que compõem a
linguagem específica, objetivando consolidar a Enfermagem como ciência e arte
na área da saúde. Objetivou-se realizar uma revisão sistemática da literatura
sobre as teorias/teóricas de enfermagem e sua importância na implementação da
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Tratou-se de uma revisão
de literatura exploratória e quantitativa no período de 1986 a 2011. O período da
busca foi de junho de 2010 a junho de 2011, em livros da Biblioteca Julio
Bordignon da Faculdade de Educação e Meio Ambiente e em periódicos da base
de dados on line da Biblioteca Virtual de Saúde. Foram localizados 1412 artigos e
utilizados 32 referências. Na análise dos artigos observou-se que as teorias foram
elaboradas para explicitarem a complexidade e multiplicidade dos fenômenos
presentes no campo da saúde e, também, para servirem como referencial
teórico/metodológico/prático aos enfermeiros que se dedicam à construção de
conhecimentos, ao desenvolvimento de investigações e à assistência no âmbito
da profissão, tais como a SAE. Contatou-se que grande parte dos periódicos
pesquisados, os autores refere a necessidade do enfermeiro estar pautado em
uma teoria de enfermagem antes implementar a SAE.
Palavras-Chave: Teoria de enfermagem, Modelos de Teoria, Legislação em
Enfermagem, Enfermagem

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Rev Cie Fac Edu Mei Amb 2(2):115-132, mai-out, 2011
Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 2(2):115-132, mai-out, 2011
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Artigo/Article
ABSTRACT
The nursing theories represent one of the elements of the specific language
developed, aiming to strengthen nursing as a science and art in healthcare. The
objective was to conduct a systematic review of the literature on the theories /
theoretical nursing and its importance in the implementation of the Nursing Care
System (NCS). It was an exploratory literature review and quantitative in the
period 1986 to 2011. The search period was from June 2010 to June 2011, Julio
Bordignon books in the library of the Faculty of Education and the Environment
and journals on-line database of the Virtual Health Library. 1412 articles were
located and used 32 references. The analysis of the articles noted that the
theories were developed to explain the complexity and multiplicity of phenomena
present in the health field and also to serve as a theoretical / methodological /
practical nurses engaged in the construction of knowledge, development
investigations and assistance within the profession, such as NCS. It was noted
that most of the journals surveyed, the authors regard the need for nurses to be
ruled by a nursing theory before implementing the NCS.
Keywords: Nursing Theory, Model Theory, Law, Nursing, Nursing

1. INTRODUÇÃO Wanda de Aguiar Horta, designado


Processo de Enfermagem – PE,
A viabilidade da organização
dirigindo a assistência ao ser humano
da assistência de enfermagem está
e dividido em fase: histórico de
direcionada as ações sistematizadas
enfermagem, diagnóstico de
e inter-relacionadas, ou seja, o
enfermagem, plano assistencial,
Processo de Enfermagem (PE)
plano de cuidados, evolução e
representa uma abordagem ética e
prognóstico de enfermagem
humanizada de enfermagem,
(VENTURINI et al., 2009).
focando a resolução de problemas
Através da Lei do Exercício
dirigidos às necessidades de
Profissional, Lei n° 7498/86, em seu
cuidados de enfermagem e saúde de
artigo 8°, a legislação brasileira,
um cliente. A SAE é uma atividade
dispõe: a participação do enfermeiro
regulamentada pela Lei do Exercício
na elaboração, execução e avaliação
Profissional da enfermagem Segundo
dos planos assistenciais de saúde.
HORTA (1979) e DUARTE (2007).
Resolução do COFEN
O método, mas usual no Brasil
272/2002 revogada pela 358/2009,
foi teorizado, estudado e
discorrendo sobre a Sistematização
desenvolvido na década de 60, por
da Assistência de Enfermagem (SAE)

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nas Instituições de Saúde Brasileira obrigatória em todas as instituição de
vem colaborar com a necessidade saúde publica ou privada e em
desta prática pelo enfermeiro. qualquer ambiente em que haja
A SAE é a principal forma cuidados de enfermagem.
para a melhoria da qualidade da Desta forma, este estudo teve
assistência e fortalecimento da como objetivo realizar uma revisão
enfermagem como profissão sistemática da literatura sobre as
(TAYLOR, 2007). teorias/teóricas de enfermagem e sua
Conforme o autor acima citado importância na implementação da
os propósitos da SAE são permitir SAE.
utilizar o conhecimento e habilidade
2. MATERIAIS E MÉTODOS
de forma organizada e orientada;
viabilizar a comunicação do
Trata-se de uma revisão de
enfermeiro com outros profissionais e
literatura descritiva, exploratória e
demais colegas de outras
quantitativa baseada na monografia
especialidades, engloba os
intitulada “As possíveis estratégias
problemas atual no cotidiano do
para implementação da
cuidado; essencial na provisão de um
sistematização da assistência de
cuidado abrangente e qualificativo
enfermagem” aprovada pela banca
para o paciente; importante avanço
avaliadora em julho de 2011 do
no combate para a autonomia
Curso de Graduação em
profissional e desmitifica a idéia que
Enfermagem.
a pratica de enfermagem é apenas
A busca ocorreu na base de
baseado na prescrição médica.
dados da Biblioteca Virtual em Saúde
Justifica-se esta temática, em virtude
(BVS); Conselho Federal de
de que na literatura científica não
Enfermagem – COFEN e em livros
foram encontrados nenhum periódico
do acervo da Biblioteca Julio
citando a realização da SAE na
Bordignon da Faculdade de
região norte, e devido sua
Educação e Meio Ambiente -
obrigatoriedade na lei do exercício
FAEMA.
profissional e da resolução do
O delineamento do estudo foi
COFEN, que no qual torna
1986 a 2010. A coleta de dados foi

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executada no período de junho de ciência e arte porque tem produzido
2010 a junho de 2011. Os critérios de uma linguagem específica que atribui
inserção para revisão de literatura significado aos elementos
foram todos os periódicos disponíveis fundamentais da profissão.
nas bases de dados, nacionais, Possibilitando a compreensão das
internacionais e com os descritores: representações do pensamento e do
Teoria de enfermagem, Modelos de mundo, ou seja um veículo de
Teoria, Legislação em Enfermagem, comunicação ou como instrumento
Enfermagem. de ação/interação. (GARCIA, 2004)
Entretanto os critérios de Esta linguagem específica é
exclusão de revisão de literatura representada, pelas teorias de
foram os periódicos que não estavam enfermagem que têm como objetivo
disponíveis completos, e se maior definir, caracterizar e
encontravam sob a forma de resumo explicar/compreender/interpretar, a
e não coerentes com as categorias partir da seleção e inter-relação
propostas na pesquisa. conceitual, os fenômenos que
Foram encontrados no total configuram domínio de interesse da
1412 referências e utilizadas 32 profissão. Estudos mostram que por
(100%). Destes 20 (62,5%) artigos experiências de aprendizagens
nacionais, dois (6,25%) livros, dois anteriores, as teorias organizam as
(6,25%) dissertações, quatro idéias, descrever acontecimentos,
(12,50%) órgão de classe e três pessoas ou objetos, no qual é um
(9,37%) artigos internacionais e um conjunto de conhecimentos que se
(3,12%) página internet (Associação inter-relacionam, formando assim
Brasileira de Enfermagem - ABEN). uma maneira de ver a enfermagem
no seu âmbito e desenvolver a sua
3. REVISÃO DE LITERATURA
prática. (SOUZA, 1988; PAIM, et al.,

3.1. TEÓRICAS DE ENFERMAGEM 1998; GARCIA, 2004).

E SUAS FUNDAMENTAÇÕES As teorias de enfermagem


auxiliam a compreensão da
A Enfermagem só vem realidade, favorecendo a reflexão e a
conseguindo consolidar-se como critica, evitando a naturalidade e a

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banalidade dos fenômenos, com base relativamente sólida de
base em elementos científicos no conhecimento, que organiza o mundo
entendimento e na analise da fenomenal da
realidade. Enfermagem"(GARCIA, 2004).
Durante muitos anos, a Neste sentido, elas podem ser
Enfermagem descreveu seus consideradas aportes
procedimentos a partir da experiência epistemológicos fundamentais à
da prática clínica, nas primeiras construção do saber e à prática
décadas do século XX, sistematizá- profissional, em 1985 a teórica Meleis
los por meio das técnicas de classificou as teorias de enfermagem
enfermagem. Porém, foi somente nas em dois grupos e cada grupo
décadas de 1950 e 1960 que a representado pelas respectivas
preocupação de buscar uma teorias e suas teóricas, conforme
referencial teórico pertinente ao Tabela 1.
mundo do cuidar, quando, então, As teorias, de uma maneira
começaram a ser elaboradas as geral, se estruturam a partir de quatro
teorias de enfermagem propriamente conceitos centrais, quais sejam: ser
ditas. (SOUZA, 1988) humano, saúde, meio ambiente
Compreende-se, desta forma, (físico, social e simbólico) e
que as teorias de enfermagem "têm enfermagem, conforme explicitado na
contribuído para a formação de uma Tabela 2.

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Tabela 1: Caracterização das principais teorias de enfermagem de acordo com o grupo de
classificação.
Teorias de enfermagem
Identificação do foco primário Escola de pensamento das teorias
Teoria Teóricas Teoria Teóricas
Teorias focadas no cliente Faye Glenn Abdelah, Teoria focada na Faye Glenn Abdellah, Virgínia
Virgínia Henderson, necessidade do cliente Henderson, Dorothea Orem e Wanda
Dorothea Orem; de Aguiar Horta;
Teorias focadas no Lydia E. Hall, Teoria focada no Imogene M. King, Josephine E.
relacionamento entre o meio Florence Nightingale e processo interação Paterson & Loretta T. Zderad,
ambiente e o cliente Margaret Newman. enfermeiro-paciente Ida Jean Orlando,
Joyce Travelbee, Ernestine
Wiedenbach

e Hildegard E. Peplau;
Teoria focada na interação entre Ida Jean Orlando, Teoria focada nos Martha E. Rogers,
enfermeiro-cliente Josephine E. Paterson resultados das ações de Dorothy E. Johnson,
& Loretta T. Zderad, enfermagem Callista Roy e
Hildegard E. Peplau, Myra Estrin Levine.
Joyce Travelbee,
Ernestine Wildenback e
Imogene M. King;
Teoria focada na terapêutica de Callista Roy,
enfermagem Martha E. Rogers,
Myra Estrin Levine e
Dorothy E. Jonhson.
Fonte: PIRES, 2007 adaptado por Alcântara, Guedes-Silva, Freiberger, Coelho, 2011.

Tabela 2: Principais Teóricas e Teorias de enfermagem.


TEÓRICA TEORIA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA REFERÊNCIA
Florence Teoria Ambientalista No qual demonstrou que um LEOPARDI, 1999 e 2006; GEORGE, 2000; SANTOS;
Nightingale (1958) ambiente limpo o número de CARRARO 2001.
infecção diminuirá, compreendido
hoje como infecção hospitalar
Hildegard Peplau Teoria Interpessoal Apresenta o processo de MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006;
(1952) interação enfermeiro-cliente, GEOEGE, 2000; SANTOS, 2001.
compreendido como agir diante
das situações adversas
Virgínia Teoria das Função da enfermagem é assistir MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006;
Henderson necessidades o indivíduo doente ou sadio no GEORGE, 2000 e SANTOS, 2001.
básicas (1955) desempenho de suas atividades,
ajudando-o o para independência
Ernestine Teoria Prescritiva do Teoria sendo o foco a MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006;
Wiedenbach Cuidado (1958) necessidade do paciente e a GEORGE, 2000.
enfermagem num processo
nutridor, apresentando quatro
elementos de assistência: a
filosofia, proposito, pratica e arte.
Josephine Teoria Humanista A situação do ser humano é MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
Patterson e (1960) experenciada existencialmente, 2006; GEORGE, 2000.
Loretta Zderad pelos enfermeiros; sendo a
enfermagem um ato do ser
humano e o ser humano é uma
unidade holística intelectual;
desenvolveram o termo
“Nursologia” representado acima
Ida Jean Orlando Teoria do Processo Focado no cuidado das MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006;
de Enfermagem necessidade dos clientes GEORGE, 2000.
(1961) propondo uma relação dinâmico
do enfermeiro – paciente.
Utilizada pela primeira vez a
expressão Processo de
Enfermagem
Wanda Mc Dowell Teoria homeostática Com o foco entre o um HORTA, 1979; MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999;
(1961) relacionamento entre o LEOPARDI, 2006.
enfermeiro e homeostasia, em
consequência, um sistema para o
cuidado do paciente. O conceito

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de homeostasia e
retroalimentação negativa foi
aplicada por ela de uma maneira
significativa em toda área de
cuidado com o paciente
Imogenes King Teoria do No qual focaliza o processo HORTA, 1979; MELEIS, 1985; LEOPARDI,
Alcance de de interação enfermeiro- 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE, 2000.
Objetivos (1964) paciente, colaborando para o
alcance dos objetivos no
ambiente natural, esta foi
uma teoria baseada na teoria
dos sistemas, com a ideia
central que há um sistema
social, interpessoal e pessoal
Lydia Hall Teoria da No qual descreveu a MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
pessoa, do enfermagem autônoma em 2006; GEORGE, 2000.
Cuidado e da três categoria baseada na
Cura (1966) teoria de Carl Rogers: uso
terapêutico do self, equipe de
saúde para a cura e
componente nutridor para o
cuidado
Joyce Teoria da Focando relações MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
Travelbee Relação interpessoal, com objetivo de 2006.
Interpessoal auxiliar o indivíduo e a família
(1966) a enfrentar a doença e
sofrimento, propondo ela um
cuidar holístico
Myra Levine Teoria da Propôs uma enfermagem HORTA, 1979.
Conservação de clínica, entendendo o
Energia e da paciente como corpo-mente,
Enfermagem ou seja um “todo” dinâmico
holística (1967) com interação com o meio
dinâmico a finalidade que a
intervenção de enfermagem
possuía era a conservação
da energia, da integridade
estrutural, pessoal e social.
Dorothea Teoria do Sistema de ajuda para o MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
Orem autocuidado autocuidado, quando o 2006; GEORGE, 2000; SANTOS, 2001.
(1970) paciente apresenta um déficit
de autocuidado ou não possui
condições de realizá-lo a
enfermagem relaciona a
educação em saúde, com
propósito de tomar o paciente
independente
Martha E. Teoria dos Seres Focado no processo vital dos HORTA, 1979; MELEIS, 1985; LEOPARDI,
Rogers Humanos seres humanos e o homem 1999; GEORGE, 2000.
Unitários (1970) unitário, no qual considerou a
complementaridade, a
ressonância, a helicidade e
os campos ambientais
energéticos
Dagmar Brodt Teoria Focada nas ações sinérgicas HORTA, 1979.
sinergística da Enfermagem no qual
(1969) baseou em quatro princípios:
energia, estrutura, social e a
integridade pessoal
Sister Callista Teoria da Com fundamento nos MELEIS, 1985; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
Roy Adaptação referenciais de estresse de 2006; GEORGE, 2000.
(1970) Salye e adaptação de
Lazarus. Desenvolveu estudo
sobre processos de
adaptação considerando a
estimulação contextual,
residual e focal, e seus
efeitos sobre o cognitivo e
regulador que afeta o modo
adaptativo da pessoal
dividido em quatro focos:

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fisiológico, auto contexto,
função do papel e
interdependência. No ano de
1976, Roy defini a
enfermagem como uma
ciência humanística e
introduziu no ano de 1984 o
ser biopsicossocial como
cliente.
Wanda de Teoria das Baseado nas necessidades PAIM, 1998; LEOPARDI, 1999; LEOPARDI,
Aguiar Horta Necessidades psicobiológicas, psicossociais 2006; BUB, 2001; MARIA; MARTINS e
Humanas e psicoespirituais, propõe PEIXOTO, 2005.
Básicas (NHB) uma metodologia para o
1970) processo de enfermagem
focando o ser humano
integral, na busca do
equilíbrio bio-psico-sócio-
espiritual
Betty Neuman Teoria dos No qual a enfermagem era LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Sistemas de uma profissão que ajuda 2000.
Neumam (1974) indivíduos a buscarem a
melhor respostas a condições
aos estressores internos e
esternos. Desenvolveu o
modelo de sistemas
holísticos, com foco nos
aspectos psicológicos,
fisiológicos, socioculturais e
desenvolvimentistas dos
seres humanos
Madeleine Teoria do Como foco o cuidado, e sua LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Leininger Cuidado essência a prática e o 2000; SANTOS, 2001.
Transcultural conhecimento. Na sua teoria
(1978) defendeu que a enfermagem
deve considerar os valores
culturais e a crenças das
pessoas
Jean Watson Teoria do Derivou de Leininger. LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Cuidado Formulou a teoria do 2000; SANTOS, 2001.
Humano (1979) cuidado/cura, no qual afirmou
que o cuidado é a essência
da enfermagem, e a
interação entre enfermeiro e
cliente é através de
sentimentos, emoções, troca
de energia e afeto, sendo
apresentada como um futuro
modelo para prática de
enfermagem
Rosemarie Teoria do Vir-a- Derivando dos princípios de LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Rizzo Parse Ser-Humano Martha Rogers, sintetizado 2000.
(1981) através de Heidegger,
Merlau-Ponty e Sartre
Joyce Teoria Rítmica Baseada em Martha Rogers, LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Fitzpatrick de Enfermagem referindo que o 2000.
(1983) desenvolvimento humano se
dá através da interação
homem – meio, em padrões
de consciência, movimento e
tempo
Mary Ann Teoria da Baseada em Erickson, LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Swain, Helen Modelagem e Selyee, Engel, Piaget e 2000.
Erickson e Modelagem do Maslow, com o objetivo de
Evelyn Tomlin Papel (1983) compreender o como os
clientes estruturam o mundo
Joan Rihel Teoria da Sendo usado como uma LEOPARDI, 1999.
construção do interação simbólica de
Auto conceito relação enfermeiro – cliente,
(1985) que apontava segundo a
autora apresentava como
filosofia que a comunicação é

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o principal ingrediente da
interação
Margaret Teoria da Saúde No qual a enfermagem não é LEOPARDI, 1999; LEOPARDI, 2006; GEORGE,
Newman como promover bem estar ou 2000.
Consciência prevenir doenças mas sim de
Expandida ajudar o individuo a usar seu
(1986) poder próprio, para manter o
processo vital, esta teoria
derivou do trabalho de
Rogers
Savina Teoria Geral da Como cuidado solidário, GEORGE, 2000.
Schoenhofer e Enfermagem focando nas pessoas
Anne Boykin (1993) nutridoras que vivem e
crescem na solidariedade,
propôs que a enfermagem é
uma resposta para a
necessidades do individuo
ser reconhecido como
solidário no qual a enfermeira
deveria conhecer o individuo
para poder agir e ajudar na
vivência e neste crescimento
Janet Yonger Teoria do Explica como o sofrimento (LEOPARDI, 2006.
Controle de afeta o sentido do individuo
Estresse (1995) no meio que vive e suas
relações sociais
Fonte: PIRES, 2007 adaptado por Alcântara, Guedes-Silva, Freiberger, Coelho, 2011.

3.2. PROCESSO DE ENFERMAGEM abandonados por só objetivar


NO MUNDO melhoria na comunicação entre a
equipe de enfermagem, referente à
Em meado do século XIX a assistência do cliente (AMANTE,
expressão processo de enfermagem 2009).
ainda não era utilizada, muito embora Só na década de 50 do século
Florence já utilizava a precisão de XX, que adveio seu ingresso formal
ensinar as enfermeiras, a observar e do processo de enfermagem junto a
criar um julgamento sobre o que foi profissão, influenciado pelo método
observado. (CARVALHO e GARCIA, de solução de problemas, sendo que
2002). alicerce era o método cientifico de
Em 1929 foi descrito pela observação, mensuração e analise
primeira vez o processo de de dados. Destaca-se nesta época à
enfermagem, e se constituía de ênfase de solução de problemas nas
estudo de caso, e que depois de escolas de enfermagem, destacando
1945 este estudo evoluiu para planos a importância da coleta sistemática e
de cuidados. Anos que depois foram analise de dados, com todo o rigor

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metodológico. (PESUT e HERMAN, foi elaborado pelas participantes a
1999). primeira listagem de
O exemplo deste, é a lista de 21 problemas/situações, que eram
problemas que necessitaria ser pertinentes ao domínio independente
focado na enfermagem, instituído por da profissão. (GARCIA e NÓBREGA,
Faye Abdellah em 1960, e as 14 2004).
necessidades humanas básicas Vale lembrar que o termo
descrita por Virgínia Henderson, no diagnóstico estava na literatura
mesmo ano. Nesta época foram desde 1950, na conferencia em Nova
publicadas exemplos de instrumentos Iorque quando Louse McManus,
de coleta de dados, como o molde mencionou a função do enfermeiro
fundamentado nas 13 áreas especifica a identificação ou
funcionais por Faye McCain no ando diagnóstico do problema,
de 1965. (GARCIA e NÓBREGA, reconhecendo seus aspectos inter-
2009). relacionados e como deveria ser a
Em 1967 Helen Yura e Mary B. decisão sobre as ações a serem
Walsh, propôs o processo de implantadas para sua solução. No
enfermagem em 4 fases, sendo elas: qual a etapa de diagnostico não
Coleta de dados, planejamento, estava incluso no processo de
intervenção e avaliação. As autoras enfermagem até 1973, a assimilação
ressaltaram as desenvolturas e classificação de diagnostico de
intelectuais, interpessoais à pratica enfermagem marcou uma nova
de enfermagem, e os aspectos geração do Processo de
expressivos para execução do Enfermagem - PE, constitua, uma
processo de enfermagem. (GARCIA novo tempo para a enfermagem, no
e NÓBREGA, 2009). qual vem avançando para sua
Em St. Louis localizada no Estado estruturação definitiva como uma
americano de Missouri no ano de ciência. (GARCIA e NÓBREGA,
1973 sucedeu a primeira conferencia 2004).
para classificação de diagnóstico de Houve uma revolução no
enfermagem, usando o processo de pensamento da área, uma mudança
raciocínio dedutivo e indutivo, no qual no foco da assimilação, solução de

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dificuldades para raciocínio intervenção. (GARCIA e NÓBREGA,
diagnostico e no pensamento critico, 2009).
com o movimento de identificação e
classificação de diagnósticos de 3.3. DO PROCESSO DE
enfermagem. Isso mudou o ENFERMAGEM A SAE NO BRASIL
entendimento do PE, de um processo
de dissolução de problemas, para um Em meados da década de
processo dinâmico e recorrente, 1950, houve uma necessidade e um
auxiliando a gerenciar dados sobre veemência por parte dos enfermeiros
os clientes e tomar as decisões sobre em criar um conhecimento especifico,
as ações e intervenções profissional. e para este conhecimento,
(PESUT e HERMAN, 1999). desenvolve-se, só seria possível
No final da década de 1980 através de teorias própria da
determinaram-se outras enfermagem. Baseado neste
transformações no modo de pensar e conhecimento teórico houve a
como aplicar o PE, motivado pela descentralização do modelo
segunda geração do PE, no qual biomédico do cuidado, beneficiando o
origina necessidade de instrução e foco do cuidado de enfermagem ao
prática assistencial, abrangendo cliente, e não apenas em sua
como julgamento clínico e o patologia (SOUZA, 2001).
raciocínio diagnóstico, através da 1ª Desde da década de 1950,
conferencia de Enfermagem. (PESUT houve proposta organizacional do
e HERMAN, 1999). conhecimento de enfermagem,
A terceira geração do PE, no ano respeitosamente um grande avanço
de 1990 menciona a testagem na na construção e na organização das
prática os resultados que sejam teorias de enfermagem. (NÓBREGA;
sensíveis à intervenção profissional. SILVA, 2008;).
No qual o diagnostico de Segundo CRUZ, 2008, no final
enfermagem especifica um resultado da década de 1960, baseado nos
a ser alcançado criando uma dupla estudos de Horta, que os enfermeiros
obrigação a de intervir, e na brasileiros direcionaram sua atenção
sequencia avaliar a eficácia da para o processo de enfermagem.

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Para HORTA, (1979) o Enfermagem e, em 1979 publicou o
processo de enfermagem é “a livro “Processo de enfermagem” com
dinâmica das ações sistematizadas e a coparticipação de Brigitta E. P.
inter-relacionadas, visando à Castellanos.
assistência ao ser humano”. Em junho de 1981, Horta com
Wanda de Aguiar Horta 52 anos veio a falecer, e deixou
nasceu, no dia 11 de agosto de 1926, inúmeros estudos no qual foram
em Belém, filha de um militar. Obteve considerados inovadores,
a certificação em enfermagem no ano estimulantes e complexos para a
de 1948, pela escola de Enfermagem época, morrendo infelizmente sem ter
de São Paulo (Universidade de São sua teoria validada.
Paulo) - USP, licenciada em História No ano de 1979, após a
Natural no ano 1953, em 1962 publicação do livro “Processo de
concluiu sua pós-Graduação em Enfermagem” de Wanda de Aguiar
pedagogia e didática aplicada à Horta, foi empregado “sistematização
Enfermagem, perpetrou doutorado das ações de enfermagem”, baseada
em enfermagem e livre docência em na teoria de Maslow a teoria das
fundamentos de enfermagem pela necessidades humanas básicas, sob
Escola Ana Néri em 1968, e classificação de João Mohana, no
posteriormente a um concurso qual ela denominou esta metodologia
recebeu o titulo de professor adjunto como Processo de Enfermagem.
da USP. (HORTA, 1973). Hoje a atuação do profissional
Publicou seu primeiro livro no da área de enfermagem esta
ano de 1970 “Contribuição a uma fundamentada juridicamente, na Lei
Teoria sobre Enfermagem”, do Exercício Profissional, Lei n°
ponderada como um marco no 7498/86, em seu artigo 8°, a exemplo
processo de enfermagem, em 1971 qual dispõe sobre a participação do
escreveu “Metodologia do processo enfermeiro na elaboração, execução
de enfermagem”, e “A observação e avaliação dos planos assistenciais
sistematizada como base para o de saúde.
diagnostico de enfermagem”, Em 1980, o Decreto-lei
publicados na Revista Brasileira de 94406/87 (BRASIL, 1986) do

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exercício profissional da Há diferentes exemplos de
enfermagem, definiu as práticas de gestão que influenciam no processo
enfermagem sendo atividade de implantação/implementação
exclusiva do enfermeiro a elaboração sendo o molde que foi tomado foi o
da prescrição de enfermagem, da Gestão Participativa, no que há o
havendo uma maior incorporação da envolvimento de toda a equipe de
SAE à pratica do enfermeiro, enfermagem na confecção de uma
tornando cada vez mas freqüente ferramenta, para a implementação e
após a implementação desta execução da sistematização da
metodologia, efetivando sua pratica assistência de enfermagem
profissional. (CASTILHO; RIBEIRO e CHIRELLI,
Tendo ainda a resolução do 2009).
COFEN 272/2002 revogada pela A partir de setor isolado de
358/2009 que dispõe sobre a uma instituição, poderá ocorrer o
Sistematização da Assistência de processo de
Enfermagem – SAE, nas instituições implantação/implementação, como é
de saúde brasileira. efetivado em alguns hospitais, ou
Com base na resolução acima seja através de uma escolha de um
citada, sua operacionalização passou grupo de pacientes de uma área
a ser englobada em cinco etapas, especializada ou de uma unidade de
sendo elas (COFEN, 2009; internação onde se poderá utilizar a
TANNURE,2010): Anamnese e Sistematização da Assistência de
exame físico (Coleta de Enfermagem (CASTILHO; RIBEIRO
dados/Investigação), Diagnóstico de e CHIRELLI, 2009).
enfermagem, Planejamento A estratégia de
(resultados esperados), implantação/implementação da SAE,
Implementação (prescrição de é uma marcha importante, e por meio
enfermagem) e Evolução (avaliação). de uma adoção institucional de
gestão participativa o processo
3.4. POSSIBILIDADES DE poderá ser potencializado, no qual as
IMPLEMENTAÇÃO DA SAE pessoas são sujeitos no processo,
tem a possiblidade de abranger o que

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fazem, construindo ou reconstruído necessidade de uma capacitação
seu trabalho com parceria aos para os profissionais para execução
gestores, alterando as relações de do trabalho com um instrumento
poder (CASTILHO; RIBEIRO e específico e aplicável com a
CHIRELLI, 2009). realidade, a modo de oferecer um
Sendo a principal dificuldade cuidado integral e qualificado para
de implantação/implementação da com o cliente (BITTAR; PEREIRA e
SAE, é o tempo minimizado LEMOS, 2006).
principalmente em unidade hospitalar O planejamento para a
onde o tempo significa uma questão implantação da SAE é um processo
de vida ou morte, assim muito complexo, onde se faz
considerando que a enfermagem é necessário o
mutável e inovadora a todo momento conhecimento/reconhecimento da
é possível unir a tecnologia com a instituição onde será implantada,
ciência no modo de informatizar a além de conhecer aspectos que
SAE, se que ocorra a robotização do contribuam na sua implantação e os
cuidado, ou seja sem que perca há que podem prejudicar (ANA, 1995).
essência humana e que sirva como Uma estratégia de marketing
uma proposta de globalizar onde a para “vender” a proposta da SAE
tecnologia proporcione ao enfermeiro pode estar centrada na melhoria da
utilizar a SAE de maneira mais ágil, qualidade da assistência. Isso pode
impedindo que fique estacionada convencer chefias de enfermagem e
como um velho paradigma (ANJOS, a própria diretoria das instituições a
et al., 2010). “comprar” a idéia, especialmente se a
Com um instrumento para instituição estiver em busca da
coleta de dados organizado e qualidade nos serviços prestados aos
validado, permitiu a redução do pacientes (HERMIDA, et al., 2006).
tempo e praticidade para os Segundo KRAUSER, 2009, um
enfermeiros no sentido de elaborar dos principais entraves para
um plano de cuidado, com uma aplicação da SAE, é devido o
assistência de qualidade a considerar desconhecimento da mesma de parte
a relevância da SAE, observando a da direção, e a SAE sendo um

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conhecimento especifico de paciente, a sua equipe se seu papel
enfermagem cabe ao(s) na unidade.
enfermeiro(s), sensibilizar a Direção A SAE é um instrumento
metodológico, seu uso pode ou
geral sobre a SAE.
não ser adequado e que ele por
De acordo com o mesmo autor si só não é capaz de garantir a
qualidade da assistência. Para
acima citado com base nestas
isto é necessário a capacitação
conjeturas, o enfermeiro deverá e treinamento contínuo do
enfermeiro e equipe de
estabelecer um planejamento
enfermagem (CRUZ, 2008;
estratégico e exequível, identificando GUEDES-SILVA, et. al., 2010).
os objetivos e metas em um
A proposta de implantação da
determinado prazo.
SAE deve estar relacionada à
Segundo GUEDES-SILVA,
missão, filosofia e objetivos
2010, a aplicabilidade da SAE na
institucionais, no qual se não houver
prática ainda tem se permanecido na
esse relacionamento haverá uma
grande parte dos serviço de saúde,
grande dificuldade ou ate mesmo o
além do idealizado pela teoria, ou do
fracasso. (MARQUIS, 1999).
desejo como um modelo de
É evidente que na realidade a
sistematização da assistência de
enfermagem a cada serviço, expõe
enfermagem. A SAE é um
suas próprias particularidades e
instrumento no qual qualifica e
assim, cada serviço deverá definir a
personaliza o cuidado não devendo
sua própria filosofia e, para que ela
ser interpretado como uma
se concretize, será necessário que
ferramenta assistência exclusiva ,
todas as pessoas envolvidas no
que no cal é referida com um objeto
processo devem participar na sua
do planejamento e organização com
elaboração (GUEDES-SILVA, 2010)
uma visão gerencial da assistência.
O seu conhecimento é, sem dúvida,
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
um valor de grande importância para
o enfermeiro, assim conferindo Para a eficácia da
segurança aos profissionais em suas implementação da SAE, o enfermeiro
tomadas de decisões relacionadas ao deve estar pautado em um
referencial teórico, ou seja, definir

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uma teoria de enfermagem que seja 2. AMERICAN NURSES
ASSOCIATION(ANA). Process and
condizente com a realidade da
outcome criteria of selected
clientela atendida, o ambiente diagnosis. Kansas City; 1995.
organizacional e ambiental.
3. ANJOS, K. F. et al.
A SAE é o instrumento no qual Implementação informatizada da
Sistematização da Assistência de
possibilita o enfermeiro a execução
Enfermagem: uma proposta na
dos conhecimentos técnicos- evolução do cuidar. ConScientiae
Saúde, v.9, p. 147-154, 2010.
científicos humanizados durante o
cuidado; é utilizado como um guia 4. BITTAR, D. B.; PEREIRA, L.
V.; LEMOS, R. C. A. Sistematização
para a execução da assistência de
da Assistência de Enfermagem ao
enfermagem integralizada. Paciente Crítico: Proposta de
Instrumento de Coleta de Dados.
É de suma importância que o
Texto Contexto Enferm, v. 15, p.
enfermeiro conheça as teorias de 617-28, 2006.
enfermagem antes de realizar uma
5. CARVALHO, E. C.; GARCIA,
proposta de implementação, haja T. R. Processo de enfermagem: o
raciocínio e o julgamento clínico no
vista que uso da teoria de
estabelecimento do diagnóstico de
enfermagem apoia os enfermeiros na enfermagem. In: Anais III Fórum
Mineiro de Enfermagem:
definição de seus papéis, na
sistematizar o cuidar. Uberlândia:
aproximação da realidade e UFU, p. 29-40, 2002.
conseqüente adequação e qualidade
6. CARRARO, T. E.;
do desempenho profissional, bem WESTPHALEN, M. E. A. (Org).
Metodologias para a assistência
como na produção de conhecimento.
de enfermagem: teorização,
modelos e subsídios para a
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