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1- INTRODUÇÃO
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é a sede terapêutica de maior complexidade em uma
unidade hospitalar. Nela, centram-se o máximo de esforços humanos e tecnologias de cuidado
visando o pleno reestabelecimento do indivíduo à sua condição normal ou ao menos a redução
do agravo que o conduziu a hospitalização (FELIX; FERREIRA; et al, 2014).
A equipe está diretamente propicia ao estresse, devido a sua rotina cheia de instabilidades,
imediatismo e variabilidade, portanto os profissionais são altamente capacitados, conciliando
com a sua agilidade, tomada de decisão e destreza técnica, ao mesmo tempo ligado com a
sensibilidade individuais de cada neonato como o sofrimento, a dor. A equipe lida com
situações emocionais difíceis onde a fragilidade e sofrimento do prematuro extremo, a
ansiedade dos familiares e as intercorrências que requer a habilidade técnica, o conhecimento,
agilidade e sensibilidade (KLOCK; ERDMANN, 2012).
Reconhece-se que, quando a internação é de RN, o medo da morte se intensifica e um dos
principais motivos se remete aos pais pensarem na fragilidade do seu filho. Neste momento,
os profissionais de enfermagem, por acompanharem de modo mais próximo ao cliente e sua
família, desempenham um papel fundamental no âmbito da humanização da assistência
(BARRETO; INOUE 2013).
Diante do exposto, esta pesquisa teve a seguinte questão norteadora: Quais os aspectos da
humanização da assistência de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal em
recém-nascidos prematuros?
O estudo teve como objetivo geral identificar os aspectos de cuidado neonatal humanizado
pela equipe de enfermagem, e os objetivos específicos, analisar a relação entre profissional e
cliente, verificar como o cuidado humanizado influencia em uma unidade de terapia intensiva
neonatal.
Pretende-se com este trabalho contribuir para o aprimoramento dos conhecimentos acerca do
tratamento humanizado e contribuir com a equipe de enfermagem fazendo um trabalho de
saúde-aprendizagem, facilitando a adesão do cuidado humanizado em unidades de terapias
intensivas neonatais que atendem recém-nascidos prematuros, sendo assim de suma
importância para os profissionais de enfermagem e acadêmicos de enfermagem, no sentido de
buscar esclarecer todas as dúvidas de como a humanização interfere de forma positiva no
cuidado, com o objetivo de juntos intervirmos na melhoria da assistência de enfermagem
prestada à estes pacientes prematuros e seus familiares.
2- REFERENCIAL E METODOLOGIA
O método de pesquisa adotado foi de revisão integrativa da literatura, com uma abordagem
qualitativa, realizada através de busca bibliográfica, buscando familiaridade com o tema.
A revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada
de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento
de um determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser
preenchidas com a realização de novos estudos (MENDES; et al, 2008).
A revisão integrativa determina o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é
conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes
sobre o mesmo assunto, contribuindo, pois, para uma possível repercussão benéfica na
qualidade dos cuidados prestados ao paciente. Pontua-se, então, que o impacto da utilização
da revisão integrativa se dá não somente pelo desenvolvimento de políticas, protocolos e
procedimentos, mas também no crítico que a prática diária necessita, tendo o potencial de
construir conhecimento em enfermagem, produzindo um saber fundamentado e uniforme
para os enfermeiros realizarem uma prática clínica de qualidade (SILVEIRA, 2005; STETLER,
1198; MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Para isso foram percorridas as seis etapas expostas
no quadro 1.
Quadro 1 – Detalhamento das 6 etapas da revisão integrativa:
1° Etapa 2° Etapa 3° Etapa
A coleta de dados ocorreu nos meses de julho de 2019 a setembro de 2019 e foi realizada por
meio de busca on-line de artigos que respondessem à seguinte questão e pesquisa: Quais os
aspectos da humanização da assistência de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva
Neonatal em recém-nascidos prematuros?
A pesquisa foi através de uma análise documental integrativa, em estudos publicados entre
2013 a 2019, em que maior número de produções cientificas tem a ver com o tema. Os
Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para elaboração da
revisão integrativa.
Estabelecimento de critérios para inclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura.
Definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/caracterização dos
estudos.
Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa
Interpretação dos resultados
Apresentação da revisão/síntese do conhecimento Fonte: Adaptado de Mendes, Silveira e
Galvão (2008).
4° Etapa 5° Etapa 6° Etapa
funções e onde o diálogo neste ambiente é permeado por uma linguagem constituída por
termos especificamente profissionais.
2. A importância do vínculo entre o profissional e a família.
Essa categoria expressa a inserção da família durante a internação do recém-nascido,
abordando o conhecimento e orientações feitas pelo profissional de enfermagem, extraídos
depois de análise criteriosa das bibliografias apresentadas, no qual 100% dos artigos citaram a
importância da inserção da família no processo de internação, 70% dos artigos mostraram que
os familiares observaram o enfermeiro como um profissional humanizado e 30% relataram a
falta de empatia do profissional. Com o desígnio de conhecer como o enfermeiro deve atuar
para que ocorra esse vínculo.
A relação entre o profissional e a família é de grande importância, para que os pais construam
um sentimento de segurança em relação à situação do seu filho, dando ênfase ao profissional
enfermeiro, que está diretamente ligado aos cuidados prestados ao recém-nascido, pois é este
profissional que permanece todo o tempo junto com o neonato, é a equipe de enfermagem
que influencia a vivência dos pais junto ao seu bebê.
Os principais motivos evidenciados como impeditivos ao fortalecimento do vínculo afetivo
foram a sobrecarga de trabalho, a falta de tempo, as dificuldades socioeconômicas da família,
o cunho emocional da família e o abandono do recém-nascido; porém, apesar de todas as
dificuldades, a relação dos enfermeiros com a família é bem satisfatória na maioria dos casos,
sendo considerada, por muitos, uma boa relação.
Dessa forma, a equipe de enfermagem mostra-se sensível, diante da fragilidade dos pais,
abalados com a saúde comprometida e recuperação do filho internado. As falas desvelam o
envolvimento entre equipe, bebê e família, a partir do cuidado centrado nas necessidades do
recém-nascido, identificação dos sentimentos, valores e dificuldades dos pais, bem como na
busca de medidas que minimizem o sofrimento e a dor da família.
4- CONCLUSÃO
Considera-se que este estudo permitiu conhecer os aspectos de cuidado neonatal humanizado
utilizado pela equipe de enfermagem, embora teve uma pequena amostra de bibliografia.
Neste sentido, foi possível salientar que a promoção do cuidado humanizado no ambiente de
uma unidade de terapia intensiva neonatal ainda é um desafio, sendo numerosas as
dificuldades e os obstáculos encontrados pelos profissionais em seu âmbito de trabalho.
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