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CENTRO UNIVERSITÁRIO FG

DIREITO

ANA PAULA CARDOSO CASTRO


ANDRESSA PEREIRA NOGUEIRA
BRUNO DE SOUSA
ÉLLEN JORDÂNIA CERQUEIRA DE CARVALHO
MARLOS JOSÉ DE CASTRO TÉRCIO

RELATÓRIO:
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

Guanambi-BA
2019
ANA PAULA CARDOSO CASTRO
ANDRESSA PEREIRA NOGUEIRA
BRUNO DE SOUSA
ÉLLEN JORDÂNIA CERQUEIRA DE CARVALHO
MARLOS JOSÉ DE CASTRO TÉRCIO

RELATÓRIO:
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

Relatório apresentado ao curso de Direito


do Centro Universitário FG – UNIFG como
um dos pré-requisitos para avaliação do
Projeto Educacional Interdisciplinar.

Guanambi-BA
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 3
2.1 LEI Nº 12.604, DE 3 DE ABRIL DE 2012 ....................................................... 3
2.2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS – UNESCO ... 4
2.3 DECRETO 51.838/63 ..................................................................................... 4
2.4 INSTRUÇÕES NORMATIVAS INTERDIMENSIONAIS ................................. 5
2.5 LEI Nº 6.259/75 E PROJETO DE LEI 1738/11............................................... 6
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 7
4 REFERÊNCIAS.....................................................................................................8

 

1 INTRODUÇÃO

Ao fazer uma análise da sociedade atual, é inegável perceber que a


leishmaniose visceral canina é de extrema importância a se discutir. A leishmaniose
visceral canina, é uma doença, que pode ser tão perigosa quanto a humana. O
transmissor da doença é um mosquito, conhecido como mosquito-palha, e ele causa
dois tipos de doença, sendo elas a cutânea (feridas na pele) e a visceral (que ataca
os órgãos internos do infectado).
É perceptível mencionar, que há uma legislação apropriada para o assunto dito.
Assim sendo, é necessário que o possuidor do animal, esteja sempre por dentro das
leis e exigências que essa estabelece, para que esteja ajuizado do assunto.
Vale ressaltar, que a leishmaniose visceral canina, não é apenas um assunto
destinado aos donos de animais, e sim para toda a população que se encontra em
perigo por parte desses animais que podem transmitir a doença tanto para pessoas
saudáveis, quanto para crianças e idosos que se encontram em estado de
vulnerabilidade.
 

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 LEI Nº 12.604, DE 3 DE ABRIL DE 2012

Foi instituído um projeto de lei 7572/10 pelo Senado, visando uma Semana
Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, em período que inclua o dia 10 de
agosto. Após o texto ser aprovado em caráter conclusivo, a ex-presidenta Dilma
Rousseff, decretou e sancionou a seguinte Lei:

Art.1º: É instituída a Semana Nacional de Controle e Combate à


Leishmaniose, que será celebrada na semana que incluir o dia 10 de agosto,
com os seguintes objetivos:
I – Estimular ações educativas e preventivas;
II – Promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de
vigilância e controle da leishmaniose;
III – Apoiar as atividades de prevenção a Leishmaniose organizadas e
desenvolvidas pela sociedade civil;
IV – Difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção e ao
combate à leishmaniose.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 3 de abril de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

 

Dado o exposto acima, a Lei corrobora em instruir os cidadãos que são


cuidadores de animais, afim de proporcionar uma melhor informação em relação a
doença Leishmaniose (calazar), para que tanto o animal, quanto o seu dono não sejam
surpreendidos com a doença e estejam prevenidos em relação a esta.

2.2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS – UNESCO

Conforme a declaração universal do direitos dos animais em seus três primeiros


artigos:

ARTIGO 1: Todos os animais nascem iguais diante da vida, e têm o mesmo


direito à existência.
ARTIGO 2:
a) Cada animal tem direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de
exterminar os outros animais, ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o
dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.
c)Cada animal tem direito à consideração, à cura e à proteção do homem.
ARTIGO 3:
a) Nenhum animal será submetido a maus tratos e a atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor ou
angústia.

No Art. 225 da CF/88, § 1º, VII, prevê a proteção do animal, e que não submeta
aos animais a crueldade como entende-se no Art. 3, A, da declaração universal de
direitos dos animais.

2.3 DECRETO 51.838/63

O decreto 51.838 de 1963, são normas técnicas especiais para o combate à


Leishmaniose. O Art. 3º e 9º corrobora da seguinte forma:

Art. 3º O Departamento Nacional de Endemias Rurais executará as seguintes


medidas profiláticas:
a) investigação epidemiológica;
b) inquéritos extensivos para descoberta de cães infectados;
c) eliminação dos animais domésticos doentes;
d) campanhas sistemáticas contra os flebótomos nas áreas endêmicas;
e) tratamento dos casos humanos.
Art. 9º Os cães encontrados doentes deverão ser sacrificados, evitando-se,
porém, a crueldade.

Em outubro de 2013, o ex-Ministro do STF, Joaquim Barbosa, disse da seguinte


forma, referindo-se ao Art. 3º, C:

 

“Pelo que se pode extrair das manifestações contidas nestes autos, o


tratamento de cães com leishmaniose visceral apresenta peculiaridades e
deve ser acompanhado por médico veterinário, de maneira a mitigar os riscos
à saúde dos animais e da coletividade em geral. Devem ser adotados
métodos seguros e transparentes de controle dos resultados, bem como
exigências relacionadas à responsabilização dos proprietários, no sentido de
impedir que os animais tratados venham a constituir focos
de disseminação da doença” (BARBOSA, Joaquim, 2013).

De fato, o ex-ministro deixa explicito que a decisão é por parte do dono, querer
ou não sacrificar seu animal, sendo apresentado o tratamento deste. A referida fala
do ex-ministro, contradiz a portaria 1.426, supracitada. Apenas se não houver como
recorrer, é cabível a “eliminação” do animal, como também afirma o Art. 3º, B, na
declaração universal do direito dos animais, e no Art. 9ª do decreto 51.838/63, desde
que o animal não sofra.

2.4 INSTRUÇÕES NORMATIVAS INTERDIMENSIONAIS

Percebe-se que há uma ausência de legislação específica para o


desenvolvimento e o registro de vacinas antileishmaniose canina. Contudo, em 09 de
julho de 2007, criou-se uma instrução normativa interministerial nº 31, instruindo como
ocorre às etapas dos produtos antileishmaniose visceral canina. A instrução normativa
nº 31 remete da seguinte forma, em seus dois primeiros artigos:

Art. 1º: Aprovar o regulamento técnico para pesquisa, desenvolvimento,


produção, avaliação, registro e renovação de licenças, comercialização e uso
de vacina contra a leishmaniose visceral canina, na forma do anexo à
presente instrução normativa interministerial.
Art. 2º: As empresas proprietárias de vacinas contra leishmaniose visceral
canina já registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
terão um prazo de 36 (trinta e seis) meses, a partir da publicação desta
Instrução Normativa Interministerial, para adequação a este regulamento.

Destinada às pessoas competentes do uso de produtos veterinários, há uma


instrução normativa competente. Criada em 11 de setembro de 2017, a instrução
normativa nº 35, traz em seu Art. 1º, parágrafo único a seguinte demanda:

Art. 1º: Estabelecer os procedimentos para a comercialização das


substâncias sujeitas a controle especial, quando destinadas ao uso
veterinário, relacionadas no Anexo I desta Instrução Normativa, e dos
produtos de uso veterinário que as contenham.
Parágrafo único. Esta Instrução Normativa aplica-se a todo estabelecimento
que fabrique, armazene, comercie, manipule, distribua, importe ou exporte
produtos de uso veterinário de que trata o caput deste artigo bem como aos
Médicos Veterinários que os prescrevem ou os utilizam no exercício
profissional.

 

2.5 LEI Nº 6.259/75 E PROJETO DE LEI 1738/11

Em virtude as epidemias da leishmaniose, é necessário uma vigilância precisa


para combater a supramencionada. A lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, traz da
seguinte forma, em seu primeiro artigo:

Art.1º: Consoante as atribuições que lhe foram conferidas dentro do Sistema


Nacional de Saúde, na forma do artigo 1º da Lei nº 6.229, inciso I e seus itens
a e d , de 17 de julho de 1975, o Ministério da Saúde, coordenará as ações
relacionadas com o controle das doenças transmissíveis, orientando sua
execução inclusive quanto à vigilância epidemiológica, à aplicação da
notificação compulsória, ao programa de imunizações e ao atendimento de
agravos coletivos à saúde, bem como os decorrentes de calamidade pública.
Parágrafo único. Para o controle de epidemias e na ocorrência de casos de
agravo à saúde decorrentes de calamidades públicas, o Ministério da Saúde,
na execução das ações de que trata este artigo, coordenará a utilização de
todos os recursos médicos e hospitalares necessários, públicos e privados,
existentes nas áreas afetadas, podendo delegar essa competência às
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Como foi expresso no artigo, o MP deve utilizar recursos médicos, até mesmo
os particulares para salvar vidas que estejam em situação de calamidade, e como
pode-se observar, não há expressamente na lei, nenhuma observação relatando que
isso somente caberá há humanos, dessa forma, os animais infectados pelo vírus da
leishmaniose, deveriam ser tratados e medicados para combater a doença. Vale
ressaltar, que a portaria nº 2.684, de 09 de dezembro de 2016, em seu Art. 1º, traz da
seguinte forma:

Art. 1º: Institui, no âmbito do Ministério da Saúde, Grupo de Trabalho com a


finalidade de rever revisar as diretrizes de vigilância e manejo de
reservatórios da leishmaniose visceral – LV.

Portanto, é de dever do MP, estar à frente de todo o processo em relação ao


controle da leishmaniose, até mesmo a fiscalização. Sendo assim, deve-se uma certa
obrigação deste para com os animais infectados.
Além disso, há um projeto de lei, que visa uma melhoria ao alastramento da
leishmaniose visceral canina. O Deputado Geraldo Resende propôs um projeto de lei
(1738/11) no qual torna obrigatória a vacinação anual de cães e gatos contra a
leishmaniose em todo território nacional, sendo esta gratuita. A lei sendo aprovada,
terá campanhas públicas, afim de informar as populações. Segundo o projeto, se fala
em poder receber tratamento os animais infectados, em clinicas particulares, e caso
não haja medicamentos necessários para animais, deveria ser usado os

 

medicamentos utilizados em humanos. Por isso, Resende recomenda a revogação


da portaria interministerial nº 1.426/08, de 11 de julho de 2008, que contradiz o que
foi dito anteriormente:

Proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com produtos de uso


humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.

Consta na proposta, que haverá fiscalização referente aos tratamentos da


doença. Isso caberá aos órgãos governamentais fiscalizar tanto as condições de
conservação quanto a distribuição das vacinas oferecidas ao comércio. Resende
ainda diz, que o orçamento destinado à captura, eutanásia e exames, deveriam ter
finalidade no combate ao transmissor da doença.Dessa forma, Geraldo Resende
espera que as propostas esboçadas pela lei, sejam formas de evitar o sacrifício de
animais, para que estes tenham um tratamento adequado.
Em alusão, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovaram o projeto. Contudo,
este ainda se encontra em posição de tramitação em caráter conclusivo, aguardando
a análise das comissões de Finanças e Tributação; e da Constituição e Justiça e de
Cidadania.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante ao que foi exposto, se pode constatar que há políticas públicas em


bom posicionamento em referência ao assunto abordado. Entretanto, é visível que
ainda há muito no quesito melhorar, sendo que resta dúvidas para a aprovação do
projeto de lei 1738/11, que procura estabelecer a obrigatoriedade e gratuidade das
vacinações contra a leishmaniose visceral canina em todo território nacional.
Partindo deste pressuposto, é viável que este projeto venha a ser regido em lei,
para que a “epidemia” não continue a alastrar, e tenha equilíbrio. Contudo, não basta
apenas ser regida, deve ser colocada em prática, sendo fiscalizada de forma
aprimorada, para que não burlem as regras e não se desvie do que realmente importa.
Sendo assim, é de extrema importância que esse assunto continue a espalhar,
como a semana de combate, dito anteriormente, para que a sociedade fique sempre
atenta sobre o assunto e emita para as demais populações sobre a relevância do
assunto.

 

REFERÊNCIAS

ARCA BRASIL. Legislação. Disponível em:


http://arcabrasil.org.br/ocaonaoeovilao/2016/index.php/legislacao/. Acesso em: 30
out. 2019.

BÉLGICA. Declaração Universal do Direito dos Animais, de 27 de janeiro de


1978. UNESCO – ONU. Disponível em:
http://www.urca.br/ceua/arquivos/Os%20direitos%20dos%20animais%20UNESC
O.pdf. Acesso em: 30 out. 2019

BRASIL. Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispõe sobre a organização das


ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações,
estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1975. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6259.htm. Acesso em: 30 out. 2019.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa


nº 35/2017. Brasília, DF: Ministério da Agricultura, 9 set. 2017. Disponível em:
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-
pecuarios/produtos-veterinarios/legislacao-1/instrucoes-normativas/instrucao-
normativa-sda-mapa-no-35-de-11-09-2017.pdf. Acesso em: 30 out. 2019.

BRASIL. Decreto nº 51.838, de 14 de março de 1963. Baixa normas técnicas


especiais para o combate às Leishmanioses. Brasília, DF: Senado Federal,
1963. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-
1969/D51838.htm. Acesso em: 30 out. 2019.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de


1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm.
Acesso em: 30 out. 2019.

BRASIL. Lei nº 12.604, de 03 de abril de 2012. Institui a semana nacional de


controle e combate à Leishmaniose. Brasília, DF: Presidência da República,
2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Interministerial


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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt2684_09_12_2016.html.
Acesso em: 30 out. 2019.

MACHADO, Ralph. Agricultura aprova vacinação obrigatória e de graça contra


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NOBRE, Noéli. Aprovada criação da Semana Nacional de Combate à


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https://www.camara.leg.br/noticias/225698-APROVADA-CRIACAO-DA-SEMANA-
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NOBRE, Noéli. Vacinação contra leishmaniose poderá ser obrigatória para cães
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https://www.camara.leg.br/noticias/224467-vacinacao-contra-leishmaniose-
podera-ser-obrigatoria-para-caes-e-gatos/. Acesso em: 30 out. 2019.

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