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Práticas e modelos A.A.

das BE: DREN T3- 2010

O Modelo de auto-avaliação das Bibliotecas Escolares


Metodologias de operacionalização

A. Introdução

“É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares


demonstrem o seu contributo para a aprendizagem e o sucesso
educativo das crianças e jovens que servem.
O modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares procurou
orientar-se sobretudo segundo uma filosofia de avaliação baseada em
impactos (outcomes) e de natureza especialmente qualitativa” (guia
da sessão: o modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares).

O Modelo de Auto-avaliação deve ser encarado como um


processo pedagógico e regulador e que deve estar contextualizado e
ancorado na escola e no diálogo que a biblioteca tem de estabelecer
com ela e a comunidade.
Numa escola promotora de sucesso educativo, o desenvolvimento
das competências de leitura e literacia deve ser assumido por todos os
intervenientes como uma meta a alcançar.
Neste sentido, escolhi o Domínio B – Leitura e Literacia.
Dentro deste domínio escolhi os indicadores B.1 - Trabalho da
BE ao serviço da promoção da leitura - e B.3- Impacto do trabalho
da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito da leitura
e das literacias.
O indicador B.1 é considerado um indicador de processo pois está
relacionado com as actividades e serviços que a BE realiza e o indicador
B.3 é considerado de outcomes (impacto) pois o que se pretende avaliar
é o benefício que a BE proporciona aos seus utilizadores, representando
uma mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores e
níveis de sucesso.
Ao escolher este domínio pretendo que os intervenientes tomem
consciência que é fundamental mudar práticas, contextos e definir

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estratégias para, em conjunto, encontrar acções de melhoria no


desenvolvimento das competências da leitura e literacia dos alunos.

B. Plano de Avaliação

a) Problema/ Diagnóstico
O ponto de partida da auto-avaliação resulta de uma
avaliação diagnóstica face às metas do Agrupamento/ escola e
que se pretende avaliar e melhorar.
Posto isto, é importante identificar o público-alvo, as
escolas que serão sujeitas à avaliação e o nº de professores
inqueridos, pais e alunos.
Ao colocarmos estas questões enquadradas na nossa
realidade verificamos a dificuldade em cativar e criar formas de
diálogo com os pais/ encarregados de educação, verificamos,
ainda, a receptividade de alguns professores e o agrado de
aplicar e trabalhar em conjunto connosco mas, e também, um
número de professores que acham desnecessário este trabalho.

b) Objecto de avaliação
Domínio: B- Leitura e Literacia;
Indicadores: B.1 - Trabalho da BE ao serviço da promoção da
leitura - e B.3- Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências
dos alunos, no âmbito da leitura e das literacias.

c) Tipo de avaliação
Este tipo de auto-avaliação das BE pretende realizar uma
avaliação baseada na análise de informação relevante e nas
evidências. Esta avaliação pretende ser quantitativa (avaliação
dos inputs, dos processos e dos outputs número de requisições
domiciliárias, visitas à BE, reuniões com os docentes e Direcção,
actividades de promoção da leitura realizadas, percentagem de
turmas e docentes envolvidos nessas actividades e utilização dos

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serviços da BE e equipamentos), e qualitativa (medir os


ouctomes; conhecer o benefício para os utilizadores da interacção
com a BE, aferindo o impacto do trabalho da BE nas
competências dos alunos).

d) Metodologia a implementar
Cada um dos indicadores será operacionalizado através de
factores críticos de sucesso e evidências.

 B.1 - Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura

Factores críticos de sucesso Acções a avaliar Recolha de evidências

- Colecção diversificada de livros, - Catalogação dos livros para que toda - Registos dos livros
seleccionada por todos os intervenientes a comunidade escolar tenha acesso, existentes na BE
da Escola, tendo como base as as listas de livros existentes são Estatísticas de requisição;
recomendações do PNL; enviados às coordenadoras de
departamento por email e estas
- A BE desenvolveu, de forma enviam aos docentes - Realizar avaliações
sistemática, actividades de promoção da periódicas da colecção;
leitura, entre as quais se destacam os - História Andarilha
Projectos de leitura com os cursos EFA e Leitura orientada em salas de aula
PIEF, Ler, é para já! e Os alunos do Pief Sessões de Leitura - Formar grupos de
abrem gavetas de leitura e Concursos do Encontros com escritores; trabalho para explorar
PNL, “ Já sei ler” e “ Leitura Vai e Vem”; obras em suporte digital;
- Organizar sessões de leitura com
- A BE promove acções formativas elementos da comunidade
que ajudem a promover as educativa (pais/ encarregados de - Divulgar com mais
competências no âmbito da leitura; educação, avós, tios…) e com as eficiência o blog da BE e
instituições próximas; da plataforma Moodle;
- A BE incentiva o empréstimo
domiciliário; - Motivar os alunos para a
participação em mais concursos - Sensibilizar os
propostos pelo PNL, por exemplo o docentes/discentes para
-A BE colabora com o PNL, concurso “ Conta-nos uma história”; a partilha de materiais.
seguindo as suas recomendações
bem como participação nos - Recolha de evidências
concursos promovidos pelo PNL; através dos
- Mês Internacional das BE questionários do
- A BE desenvolve actividades no Feira do livro/Semana da modelo: questionários
âmbito da promoção da leitura; leitura aos docentes (QD2),
Hora do conto (realizada pelas questionários aos
instituições com quem temos alunos (QA2) e
parceria- Centro Social e questionários aos pais e
- A BE promove encontros com
Cultural de Stº Adrião de EE (QEE1).
escritores;
Braga, Arte em Movimento e
Biblioteca Municipal de Vila
- A BE incentiva a leitura em
Verde);
ambientes digitais;

- A BE organiza e difunde
recursos documentais;

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- A BE apoia os alunos nas


suas escolhas.
- Convites a escritores
como João Manuel
Ribeiro entre outros.

- Divulgação e
apresentação dos
livros digitais, bem
como, a história do dia
do PNL;

-Apoio constante
na escolha dos
livros a
requisitar,
adequados a
cada faixa etária

 B.3- Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no


âmbito da leitura e das literacias

Factores críticos de sucesso Acções a avaliar Recolha de evidências


-Aumento do número de utilizadores, - Trabalhos dos alunos; - Envolver mais a Escola no sentido
de documentos consultados e da BE ser encarada como espaço
- Utilização da BE para actividades de
requisitados; de partilha;
leitura;
- Os alunos desenvolvem trabalhos em - Intensificar a formação de
- Observação de alunos em trabalho na
vários suportes e participam utilizadores da BE;
activamente nas diversas actividades BE;
associadas à promoção da leitura; - Sensibilizar um maior número de
- Participação em actividades.
alunos para a participação nas
- Os alunos reconhecem o papel da BE actividades, incluindo os blogues e
no desenvolvimento das suas o jornal escolar;
competências e utilizam-na para ler de
forma recreativa, para se informar ou -Estatísticas de utilização da BE
para realizar trabalhos escolares; para actividades de leitura;

- Um número significativo de docentes - Observação da utilização da BE


(GO3; GO4)
reconhece os benefícios de utilização
da BE pelos alunos. - Questionários aos docentes (QD2)
e aos alunos (QA2);

- Promover o diálogo com os


docentes no sentido de garantir um

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esforço conjunto no âmbito da


promoção da leitura e da
articulação curricular;

- Promover concursos em ambiente


informático: webquests;

e) Intervenientes

Deve haver um envolvimento de toda a comunidade escolar:


 Professor Bibliotecário – É o agente responsável de todo
o processo. Planifica, executa e avalia o programa regularmente e em
diferentes níveis. Tem uma função catalisadora de toda a escola,
construindo relações de colaboração com os diversos membros da
comunidade educativa.
 Equipa da BE – Colabora na execução do processo.
 Professores / Alunos – Instrumentos de recolha de
evidências (Questionários, entrevistas, grelhas de observação, …)
 Conselho Pedagógico – Toma decisões (domínio a
avaliar; aprova o relatório final e o plano de acção a implementar).
 Direcção executiva – Deve ter um papel aglutinador de
vontades e acções; Faz o acompanhamento e coadjuvação de todo o
processo.

f) Calendarização / Planificação de recolha de


dados

A recolha e tratamento de dados será feita em vários momentos,


permitindo o estudo comparativo e com recursos a vários instrumentos, de
acordo com as etapas do processo.
Os Questionários serão aplicados a 20% do número total de professores
e a 10% do número de alunos em cada nível de escolaridade.

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As Grelhas de observação serão aplicadas a 10% do número de turmas


em cada nível de escolaridade.
Os critérios utilizados são os seguintes:
- Abranger a diversidade de alunos da escola: todos os níveis de
escolaridade, diversas origens / nacionalidades; ambos os sexos; alunos com
NEE;…
- Abranger a diversidade de professores do Agrupamento;
- Recolher dados em diferentes momentos do ano lectivo, para verificar
se existe alguma evidência de progresso;
- Questionários e grelhas de observação – aplicação em dois momentos.

 1º Período
 Avaliação diagnóstica e selecção do domínio a avaliar;
 Aprovação pelo Director e Conselho Pedagógico;
 Preparação/adaptação dos instrumentos de recolha de
evidências;
 Elaboração do cronograma de acções relativas às
actividades de leitura;
 Selecção da amostra;
 Início da recolha de dados relativos às actividades de
leitura.

 2º Período
 Aplicação dos questionários aos professores e
alunos (1º momento);
 Tratamento estatístico dos dados recolhidos;
 Realizar o levantamento de todas as actividades
relacionadas com a leitura;
 Analisar cada factor crítico de sucesso em
articulação com as evidências correspondentes;
 Aplicação de Grelhas de observação.

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 3º Período
 Aplicação dos questionários aos professores e
alunos (2º momento);
 Tratamento estatístico dos dados recolhidos;
 Com base na recolha e tratamento de todos os
dados, elaboração do Relatório a apresentar ao Conselho
Pedagógico;
 Divulgação do Relatório de auto-avaliação da BE à
comunidade educativa;
 Elaboração de um Plano de Melhoria, tendo por
base os pontos fracos identificados e as sugestões do
Conselho Pedagógico.

g) Análise e comunicação da informação

O Relatório final deve apresentar uma informação detalhada sobre a


aplicação do modelo de auto-avaliação no Domínio seleccionado (registo na
tabela – secção B). Seguidamente, deve ser alvo de análise e reflexão sobre os
resultados da auto-avaliação, para que seja identificado o perfil / nível de
desempenho da BE e traçado um Plano de melhoria (registo no Quadro-
Síntese – Secção B). Aqui, são identificadas as acções de melhoria a
implementar, tendo em consideração as sugestões do Conselho Pedagógico e
Geral, numa perspectiva de melhoria estratégica, promovendo a mudança de
práticas de trabalho e potenciando as suas mais-valias ao serviço do processo
de ensino aprendizagem.
O Relatório deverá ainda incluir todas as informações disponíveis sobre
os restantes Domínios que, não tendo sido avaliados por este processo, não
deixaram de ser trabalhados durante o ano pelas BE’s.
A divulgação dos resultados será efectuada através da apresentação do
relatório em Conselho Pedagógico e Geral e dos resultados à comunidade
educativa.

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O Relatório e respectivas recomendações do Conselho Pedagógico e


Geral devem integrar o Relatório Anual de Actividades do Agrupamento e
originar uma súmula a incorporar no Relatório de Auto-avaliação do
Agrupamento.

h) Limitações

O envolvimento e mobilização dos docentes, a quem é pedida a


participação activa, são fundamentais para o sucesso desta avaliação e
este será a maior dificuldade pois a falta de tempo, a sobrecarga de
trabalho a que estão sujeitos, bem como as sistemáticas reuniões, são
argumentos que utilizam e que condicionam a aplicação consciente
desta avaliação.
Outra dificuldade surgirá no campo da recolha de evidências,
devido ao facto de não se possuir hábitos de recolha e registos de
actividades.

i) Levantamento das necessidades

O levantamento de necessidades é decorrente do processo de auto-


avaliação. Assim, todo o modelo é perpassado pela necessidade de práticas de
articulação sistemáticas que são o cerne da existência das BE, contudo ainda
difíceis de alcançar, devido a algumas realidades pedagógicas e didácticas
vigentes, centradas no individualismo, que dificultam a mudança.
Neste âmbito, sentimos necessidade de estruturar um circuito de
comunicação com os professores, a fim de orientar solidamente os alunos nas
competências de informação.
Deparamo-nos ainda com a necessidade de afectação de um maior
número de recursos humanos, indispensável à implementação/concretização
do processo.
Para terminar, saliento um dos benefícios da auto-avaliação da BE, com
a demonstração junto dos professores, do seu contributo para a aprendizagem
e os resultados escolares, mostrando-lhes as suas potencialidades e a forma

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como podem utilizá-la melhor nas suas actividades de planeamento das aulas
e de ensino.

Braga, 19 de Novembro de 2010

Bibliografia

- Guia da sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:


metodologias de operacionalização (Parte I)

- Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar - RBE

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