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Capítulo lV

Níveis e modalidades
de educação
e de ensino
Níveis e modalidades de
educação e de ensino

A educação btasileira, tal como e$abelete a Constitai-


ção Fedaal dc 1988, nos artigos 205 e 206, uiu ao plno
desemtolaimmto da petsoa, ao sea Wparo Para o exacício
da cidadania e à saa qualificação para o traballto. Para
atendimento duses objetiaos, o ensino dan sa ninistrado
com base nos seguintes princípiot (art, 206):

I - igualdade de condições para o acesso e permanên-


cia na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul-
gar o pensamento, a afte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógi-
cas, e coexistência de instituições públicas e pri-
vadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimen-
tos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantin-
do, na forma da lei, planos de careira para o
magistério público, com piso salarial profissional
e ingresso exclusivamente por concurso público
de provas e títulos, assegurando regime iurídico
único para todas as instituições mantidas pela
União;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma
da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
343
NÍvfls E MgDALlpADts Dt tDU«çÃo Í,tr [NsN)
3^_P{rÉ
- EffiuTm,r moANrzAçÂo po rNlNo_ i!4llllllgilll§Iglllgllll !§,l|ücoNArs

dls ffidnçds' d'os jrums


VIII - piso salarial profissional nacional para os pro- , ntnanência e a c\nclilsã\ c|n §ttcess|

fissionais da educação escolar pública, nos rermos


"rhn^ * iouituição edacacional' a aprendizagen
para cln-

de lei federal.
'íolA* A, o'oa" e a extensão da olrigatoridaàe
e da gra-
básica" (arr'' lo)'
 LDB de 1996 regulamenra ponros do tuididt da ducalão
capírulo '"'io ur.' 11 ãessas diretrizes (Título
V' "organiza-
sobre educação da CF/1988, ocupando-se da educação e possibilidades")
.ão curricular: conceitos, limites
escolar, embora apresente uma visão ampliada de edu- que fr'rndamenta
cação. Em seu Tírulo V (o maior deles), declara que a
;;r;; " conceito de educação básica
seus artigos' parágrafos e alíneas'
educação escolar brasileira se compõe de dois níveis:
& bás ica d o apaço on qile.se rer
educação superior e educação básica, esta formada pela Art. 1 1 A escola dacação
htrdada' reo$tr"'ndo-5e dt
tignifica e se recria a cubua
educação infanril, ensino fundamental e ensino médio. an que aprmdc a ualoizar as raí-
;ã*riarao *t'nrais' se
 seguir, é apresenrada a esrrutura do sistema educa-
za paípriat dzs ddamtu regiões dt país.'

evola exige o. !'p7oÇão


cional do país, com os dois níveis e suas características, i*;irft ínico' Esv concepção de
canícak até.u ctiterios
com as séries e com as idades próprias de cada um. i r;io i,*tor dzile a con*tação dn
tno
qae mientan a organização do
trahalho
a ft0c4 í'
"*l1l ,y
aco l h me.n t o e
iona l idad e' priu i l e gi
t
miltidinens
bnn'utar de ctianças' adnlescn'
anrchego, para garantir o
1. Educação básica no relacionanwttto eiltre todas
dr PsrMl
to, ioi^i oani*,
àe 1996 e nas men-
 educação básica tem por finalidade desenvolver o Com base na CF/1988, na LDB
são apresentadas' a
educando, assegurando-lhe a formação comum indis- cionadas diretrizes curriculares'
das etaPas da
pensável para o exercício da cidadania e fornecendo- rar"t., * características de cada uma
-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos educação básica'
Posteriores. Suas etapas são educação infantil, ensino Educação infantil
fundamental e ensino médio. etaPa da edu-
A eduáção inFantil, como primeira
As rlirctrizrs para a
A despeito de existir uma resolução que regula- cação básica, tem como finalidade
o desenvolvimento
de idade em seus
menta as diretrizes curriculares de cada nível de ensi- integral da criança até cinco anos
educaçáo básica podem
ser eccssadrs no sire do
no, em 13 de iulho de 2010, aCàmara de Educação e social' com-
M[,C no seguinrc *0.".ro, físico, psicológico' intelectual
endcreço:
Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação aàçao àafamília e da comunidade'
<hrp://pomal. mcc.goubr/ ft.^.nr"nao infantil é uma
index.phpàrption=com- (CNE) cleiiniLr as f)iretrizes Curriculares Nacionais Como dever do Estado' a educação
content&vicw=eriiclc&id
para a Educação Básica (DC\EB) por meio da Reso- de 1988' Aparece na
= 12992:dircrrizcs-pârâ a- novidade da Constituição Federal
municípios
LDB de 1996 como incumbência dos
e
educacao-basica&qrid= lução n,, 4l2olo. Tais DCNEB rêm "corno fundaTilento d
323:orgaos-vinculados>. a da
Acesso enr:31 maio
responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e d slcie- deveria, até L9g9 (três anos aPós Promulgação
sistema de ensino'
201 t. dadc têm de garantir a dtmocratização do aces.ro, a inclasã0, LDB), estar integrada ao resPectivo )45
344
3d PAITI oRc^NtzÂÇÃo Do tNstNo BxAsttíRo: AsptcÍos LtcAts
NÍvÊts I MoDAUDADIS Dt rDUcAçÃo E DI tNsrNo
-
ESTRUTURÁ E t on6aNtzActoN^t§

As Diretrizes Curricúlares Nacionais (DCN) para a


l)isp,rrnÍvcl em:-
uma vez que a mesma lei concede ao município as gov.br/
"http://portal.nrcc
opções de criar sisrema próprio, integrar-se ao sistema Educação Infantil loram disciplinadas inicialmente ilrlcx.php?option=com--conlcttt
&vicw=rnicleôtid,. I 36t34oó3
estadual ou com ele compor um sistema único de edu- nâ Resolução CNE/CEB n'1, de 7 de abril
de 1999' iArcsolucoes-ceb-

cação brísica. É conhecida a dificuldade que os municí- No entanto, foram revistas Pelo Parecer CNE/CEB 2009&crrid=323olo3
Âorgaosvincuhdos&
pios têm rido em manrer esse nível de escolaridade, em o, 2O|2OO9, pelo qual foi aprovada a Resoiução lremid=866>.
,{cesso cDr: 3l maio 201 l.
razão da precariedade de recursos financeiros, já que o CNE/CEB ni 5, dg J7 de-dez9mb19 de 2009, que-fixou
as diretrizes para a educação infantil de crianças
salário-creche, que âpareceu nas versões iniciais da LDB que
e permiriria cusrear a educação infantil, íoi eliminado da completam quatro ou cinco ânos até o dia 15 de março
versão âprovada no Congresso Nacional em 1996. do ano em que ocorrer a matrícula' Âs DCN visam Os a*igos 3, e 4" dr Resolução
CNE/CF.B n" 5/2009
 educação infantii deve ser oferecida em creches, orientar as instituições de educação infantil dos sistemas rsclareccm rs *igências:
I "art
brasileiros de ensino na organizlçãro, na articulação, no
ou entidades equivalenres, para crianças até rrês anos .1". O crrrícultr dr
educaçáo inÍirntil r' coneebido
de idade, e em pré-escolas, para criançâs de quatro a clesenvolvimento e na avaliação de suâs propostas pedâ- , conu unr conjun«r dc práticrs
que burcant arricular
gógicas.Têm como fundamentos norteadores princÍpios
as
cinco anos de idade, uma vez que as crianças de seis cxpcriências e os sebetts drs
anos passarâm a ser matriculadas no ensino funda- éticos, políticos e estéticos, de forma que as instituições criarrças conr os couhecrnren«rs
que fum parte do patrimírnio
As Dirctria (lurriculares
-crr.J
mental de nove anos por força da Lei n" 11.271+12006. de educaçao infaniil desãnvolvam ptopostas pedagógicas cultural, atísrio, anrbienral,
-Nãii.r"i. ao a. cientíÍico c roológio, de
e assim cumpram plenamente sua função socioPolítica
Nessa etapa não há a obrigatoriedade de
cumprir a e
Pedagogia, Resolução nrodo a pronrover o
CNE/CP n, l, dc I 5 de cargahorária mínima anual de oirocentas horas distri- peclagógica(art. 7'). clcrnvolvinrento integrul de
maio de 2006, auroriaram criançrs de 0 a 5 rnos de irlatlc.
buídas nos duzentos dias letivos, como não há também Para atuar na educâção infantil, a resolução anterior
a modificaçáo dos curos dc Art. 4'. As proposus
Normal Superior para avaliação com objerivo de promoção, mesmo para o íazia re[erência à exigência de diplomados em curso de pcdagógicu rla eduoçIo in[rnri
Pedagogia, como cstabclcce clcvcrlo considcrar quc a
o rrt. I l: "Ás instituiçôe dc acesso ao ensino fundamenral. Á avaliação, na educa- formação de professores, não especificando, com clare- criança, centro do Plancjrnrentt
cduaso superior que infantil, destina-se za, se o curso de íormação era de nível médio ou supe-
curricular, sujcito hisúrico e
ção ao acompanhamenro e ao regis- é
tr* interaçõo,
mantêm cursos autoriados
como Normal Superior c
: tro do desenvolvimento da criança. rior. A nova resolução, n'tl2OO9, não íaz referência à
de dirciros cluc,
rclaçírs e práticu cotidirnas qu
que Prcrcndcr€m a vivcncia, consrrói su iclcntidacl
 tirulação exigida para atuar na educação infantil formação de professores.
transfotmação cm cutso dc I pessoal e coletivr. brino,
Pedagogia e o insrituiçóe
quc já oferecem cutsos de
| é.a licenciatura ou o curso norm-al s_upe-rior, sendo admi-
Ensino fundamental
irtagina, Íànaia, Jecla,
aprcnde, obsrua, cxPerilncrrtr,
tida a formação em nível médio, na modalidade normal. narra, questiona e consttói
O ensino fundamental é a eapa obrigatória da edu-
Pcdagogia deveúo claboru
novo projeto pedagógio, Tal exigência de escolaridade do professor é benéfi- sentirjos sobre a neturea e a
obedecendo ao onrido
ca, umâ vez que
cação básicâ. Como dever do Estado, o âcesso a esse socie,lade, Pruduzlnclo culrurr"
nesta r§olução" tira das creches - estabelecimenro em
(disponÍvcl cm:
que deve ser oíerecido esse tipo de educação seu cará- ensino é direito público subietivo, quer dizer, não
<h«p://m.diplom.úa. -
br/legülacao/pcdag-O5- ter mefamente tutelar. Âs crianças são merecedoras exige regulamentação Para ser cumprido' Seu não ofe-
2006.pdf>. Acesso em: 3l de preocupações educarivas, especialmente em uma recimento ou sua oferta irregular importam responsa-
maio 20ll).
sociedâde em que as mulheres, cada dia mais, aruam bilidade da autoridade comPetente' A oferta do ensino
no mercado produrivo e necessitam de lugar apropria- fundamental gratuito estende-se a todos os que a ele
do e educat.ivo para deixar os filhos pequenos. não tiveram acesso na idade própria; não se restringe 347
346
NlvErs t MooauDADts Dt tDUGçÃo t Dt tNSlNo
3! Pasrr EsrRUrutA r oRcÂNtzAçÀo Do INstNo 8ruttflf,o: §ptcTos LEGAts r OnGNAC|ON{
-

estendêu a todo o país' embora haia


apenas à faixa etária entre 7 e 14 anos, como previa
n urn rnodelo que se
lei anterior. Â partir de 2006, pela Lei n" I 1.274, que estados que não o adotam'
a edu-
alterou a redação doart. 32 da LDB de 1996,0 ensino O ensino fundamental, como tâmbém toda
pode organizar-se Por séries anuais' por
fundamental passa a ter nove anos de duração, ini_ caçíobâsica,
ciclos, por Períodos de estu-
ciando-se aos 6 anos de idade, e é reafirmado seu cará_ p.ríodot semestrais, Por.
ãor, po, gruPos não seriados, por
idade' Por comPe-
ter obrigarório e gratuito na escola pública.
que o processo de
O objetivo da erapa do ensino fundamental (art. 32 tênciã ou por qualquer outra forma
O Programa NÍais F.dLrcaçãr,

da LDB) é a formação básica do cidadão, mediante: aPrendizasem requerer. fonalecc aú"ses prra a escola

A despeito de sua obrigatoriedade, a classificação I com lornad.r rmPliada Urna


I d"...,r, do proierr dc lci do
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, em qualquer série ou etapa do ensino
fundamental j Plano Nacional r1c F,rlucaçáo
tendo como meios básicos o pleno desenvolvi_ de escolaridade ante- I para o decênio 201 l -2020, a
pode-se dar independentemente
que defina i meta 6, é atingir, at( 2020,
mento da leitura, da escrira e do cálculo; ,ior, po, meio de avaliação feita pela escola | 50,14, dr, ..nr educaçío
"..n1*
II do candi- , integral. No
o grau de desenvolvimento e a experiência
alo rlo enuio cl<'
- a compreensão do ambiente natural e social, do
I projcto de lcr ao Oongrcsso o
adequada'
sistema político, da cecnologia, das ames e dos daio e permita sua inscrição na série mais : ministro Haddad aíirmou quc
valores em que se íundamenta a sociedade; Â iornada escolar no ensino fundamentai deve ser iI públias
t6olo das 60 mil c-çcolas
de cduoção básica
III - de efetivo trabalho em sala
o desenvolvimento da capacidade de aprendiza- de ao menos quatro horas I ofcrecem educação intcgral.
gem, rendo em vista a aquisição de conhecimen- de aula, sendo Progressivamente ampliada para tempo ! Há outro Projcto de Dmcnda
1;n"çl1gcionâl (o PEC n"
ros e habilidades e a formação de atitudes sistemas de ensino' Quanto à i
'"Ãplãato -iftrg-4gt
integral,_a 11412007) crn votâção no
e
A, crrgâ r,oiáiir, 6á que considerai qúê itto
Oongreso que visa amPlirr
valores; em todas es csolas hrasilcir:s,

IV - o fortalecimento dos vínculos de fanília, dos laços implica significativo aumento dos recursos financeiros aré 2020. a jornacla cscolrr
para sctc horas
de solidariedade humana e de tolerância recíproca a ser destinados à manutenção e ao desenvolvimento
em que se assenra a vida social (Brasil, 1996). do ensino, uma vez que pressupõe a construção de
novas escolas e salas de aula, a elevação do número
de
O ensino fundamental reguiar deve ser ministrado professores e de outros profissionais, além de outros
cus-
em língua porruguesa, assegurando às comunidades teios, de forma que atendam à demanda por período
indígenas a ucilização de suas línguas marernas e os integral. Sem a devida atenção a esse alerta, alguns siste-
processos próprios de aprendizagem, como a Consri- mas de ensino acabam destinando recursos financeiros
às

tuição também expressa. escolas de tempo integral apenas no início, írequente-


A LDB de 1996 faculta aos sistemas de ensino des- mente em razáo àemotivaç&s Político-partidárias'
logo
dobrar o ensino fundamental em ciclos. Alguns esta- deixando as escolas sem os recursos necessários'
dos, como o de São Paulo, por exemplo, já fizeram essa Em virtude da Lei no 11.274, de 6 de fevereiro de
opção e passaram o primeiro ciclo, da lo à 4, série, para 2006, que alterou artigos da LDB de 1996 e ampliou
a duração do ensino fundamental Para nove anos'
floi
a responsabilidade dos municípios. Essa medida gerou
349
348
olc^NtzÁctoNAts NívEIs E MoDATIDADÍS DT TDUGçÀo T D[ ÉNSINO

Resolucão CNE/CEB n.7. de l^ ita revisão das


I diretrizes curficulares. Nas novas
l4rlcdambrcdc2.r,. curriculâres obrigatórios do ensino [undamental serão
o':*n,""r o parágrafo único do art. 4u observa que
. .. :*, -{tgarfgq
<h«p://poru.l.ma.gov.br/
i ,
organizâdos em relação às áreas de conhecimento:
ind*.php?option=om-ontent as escolas qae ministram esrc msino daaerão trabalbar
&viry=artide&id=l 2992r
considerando asa etapa da edtcação ctmo aqttela Mpaz
1 - Linguagens:
dircrtie-pan-a-cdueeo - de
a) Língm Portuguesal
buiaEtqtd-323r aJtegtffdr a carJa un e d thdos 0 dceljo a0 conltecinefuo
orgaos-vinculadoo.
e
aot eletncntos rJa culttra inprercindíteis para o seu deyn_ b) língua materna, para populações indígenas;
Aceso emr 3l mio 20l l
oolaimento pessoa! e para a uida en sociecladz, assirt como c) língua estrangeira moderna;
ot beaefíciu de tnta formação comzn, independentenenk d) Arte;
da grande diaersilaeh da poprlação escolar e rlas duran_ e) Educação Física;
das sociait, II -Matemática;
III- Ciências da Natureza;
O currículo é entendido nessas novas diretrizes
IV - Ciências Humanas:
como,,clfititlído pelat expriênciat etolarq qte se deila_
a) História;
bran em torno do conbecimmto, pumeadas peks relaçõet
b) Geografia;
tociais, bucando articalar uiaênciat e sabaet dos altnos com
V -Ensino Religioso.
0s cnfi be cimen t ü b i s t or i camen te dcilfilíl I adoJ e cun tr i b u i n d0
para constrair as identidacla dos atudantes,'(art.
99.
 educação do campo - tratada como educação
O currículo tem umâ base nacional comum a rodo rural nâ legislação brasileira -, a educação escoiar indí-
o país e uma pârce diversificada, definida pelos siste_ gena e a educação escolar quilombola são abordadas
mas de ensino e pelas escolas. Ás duas partes devem ser nos arts. )8 a },com seus parâgr{os e incisos' A edu-
consideradas um todo integrado, e não blocos distin_ cação do camPo incorPora os esPâços da floresta, da
tos. Os conteúdos dessas duas partes d.o cuttículo,,tên pecuária, das minas e da agricultura e estende-se tam-
origan nar distiplina cimtíficat, no dewoolairuntt dds bém aos espaços Pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e

lingaagens, no nundct do traballto, na cultura e na tecnolo_ extrâtivistâs, conforme as Diretrizes para a Educação
gia, na produção artística, nar dtiüidddes detportiuat e cor- Básica do Campo (Parecer CNE/CEB a" 3612001 e
porais, na área da saúdc e ainda incorporam uberes conto Resolução CNE/CEB n'll2OO2; Parecer CNE/CEB n'
os
qu aútên dat 3l2OOg e Resolução CNE/CEB o' 2l20OB). Âs escolas
ftrmas dioersas dz exercício da cidadania, dos
das populações do campo, dos povos indígenas e dos qui-
nwimentos sociais, da ctltara etcolar, da experiêitcia docen_
te, do cotidiano e dos alunol' (art. L2). lombolas, ao contâr com a Particip^ção ativa das comu-
Conforme as direrrizes do ensino fundamental, os nidades locais nas decisões referentes ao currículo,
componentes curriculares articulam_se em áreas do estaáo ampliando as oportunidades de "raonltainento dz
conhecimento, a fim de favorecer a comunicação entre seas ruodos prrípriot de ttida, il.tds cilltilras' tradições e memô-
rias coletiuas, c0n0 íandantentdis para a clnstitttiçãl dd
os diferenres campos científicos. Os componentes
350 identidafu das rianças, adolacentes e adultos" (Resolução
351
3^ PARrr EsÍ[uru8^ r oRclliz1§4g !o_l!!!No ]!§tr8Ro: AsprcTos lEcAts r oRGANtzActoNAts l!g!!_r "ggt.'rig!lDE rpuc^çÂo r Dr rNstNo
-
O Censo da Elucaçáo Bási« CNE/CEB
de 201 0 registrou um total de
ne 7, de 14 de dezembro de 2010). A mesma p. 5 4), atendia apenas 30,87o da população de 1 5 a 1 7
31.005.341 no cnsino resolução refere-se ainda à educação especial e à de anos. O plano pretendia, em cinco anos, atingir ,O7o
dos alunos dessa faixa etátia e, em 201 l, IOO%.
fundamcntal regular, sendo
jovens e adulros.
apenas 3.941.238 oa rede
privada, Por sua vez, o ensino
Ensino médio época da aprovação do PNE (2001), o País aPresentava ^
lundamenral, na eduefo de
jovens e adulros, toralizou índices de 32% de repetência, 1/o de evasão e 16% àas
Foi apenas em 1996, com a aprovação da LDB, que
2.860.230 marrlculas. marrículas no horário notutno - Procurado sobretudo
o ensino médio passou a ser a erapa final da educação
por jovens trabalhadores. Em 2008, a taxa de matrícula
básica, isro é, foi incluído na educação básica.
O_ lpgrlmi Elq!ry:\4i{llr-} no ensino médio foi àe 487o, menor do que pretendia o
Por causa de sua complexidade, tem sido um desâ_
Inovador pretcndc esrabclecer
PNE - muitos desses jovens
o que se explica pelo fato de
nova or8âniaÉo curriculâr, fio propor poiíticas públicas para o ensino médio, que
nã perspectivâ inrerdisciplinar, rerem ficado retidos no ensino fiundamental.
com cenrralidarle na leiura.
vive o dualismo enrre ser profissionalizante e ser pro_
O projeto de lei (PL) do próximo Plano Nacional de
disciplinas elerivas c pedêurico - nesre caso, como prcparação para a conri_
professorcs com dedieçáo
nuidade dos esrudos em nível superior. Educação pretende universalizaq até 2016, o atendi-
exclusiva a uma só cscola,
C) documcnto inicial está Em 2009, ano de lançâmenro do programa Ensino mento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e
a
clisponível enr:
Médi_o Inovador, o Brasil ainda tinha 1,g milhão de elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensi-
<http://portal.mcc.goubr/inde
x.phpioption.com_content& jovens encre 1) e 17 anos fora da escola, o que signifi_ no médio parasrVo nessa faixa etária.
vicw=aÍricle&id= I 5 I 34&lrem
id= I 071 >.
ca mais de 10o/o dos jovens nessa faixa etária, verifi_ Em 2009, a taxa de frequência à escoia nessa faixa
Acesso cnr: 3l mâio 201 L cando-se um acesso muiro desigual enrre os grupos da etârb alcaoçol 81,2%, mas a taxa de escolarização
população: "O aces.ro a0 efiiint nédio é profund"znente desi_ líquida (percentual de pessoas que frequentam a esco-
gudl entre grilpli da popilldçãl: dpenil 24,9Vo dejouens na la no nível adequado à sua idade - no caso, o ensino
faixa wária de 1 5 a I 7 anos, dot 20%o rndis pubres da p»p,/- médio) era de 1 0,97o (era de 32,7 % em | 999). E ai nda
laçã0, estudam n0 ensinl médio, enquanto tenos 76,37o de havia grande disparidade territorial: Norte e Nordes-
joaens e.rtudando dos
20% nuir rictr plpillaçã0,' (Brasil.
dd re rinham, respectivamente,39,lTo e39,2% de jovens
MEC/SEB, 2009, p. 6).
de i5a 17 anos (IBGE,2010).
O acesso ao ensino médio tem sido ampliado no ALDBI1996 trouxe muitas novidades para o ensi-
país, o que significa que mais pessoÍs concluírâm o
no médio. Como última etapa da educação básica e
ensino fundamenral. Em lggLhaviacerca de 4 milhões
com três anos, no mínimo, de duração, esse nível de
O Censo_da kiucação Básica
de alunos marriculados no ensino médio; em 199g,
ensino perdeu a obrigatoriedade de habilitaÍ para o
de 2010 regisrrou um roral de essenúmero subiu para quase 7 milhões, um cresci_
8.357.675 nratrículas no
menro de 84,8%o. Oito anos depois, em 2006, o total trabalho, formando profissionais, algo que passou a ser
ensino nrCdio regular, além
du matrículas dessa erepa na de marrículas era de 9 milhões, em insriruições públi- facultativo. No entanto, no PL do novo Plano Nacio-
cducâçáo pare jovens e âdultos
cas e pfivadas. nal de Educação (2011-2020) há uma meta Para
c nâ educação profissionâl
inregrada. Apesar do avanço das marrículas, o ensino médio, fomentar a expansão das matrículas de ensino médio
segundo o PNE de 2001 (Brasil. MEC/Inep, 2001, integrado à educação profissional.
1() 353
3, P^RÍE Esrrurum t onc Nlaç^o m tNstNo 8tAltLElRo: Ltc^ls t oR6^NlzÂcloNAts _-,, NÍvrrs il@^rlp^prs ff EpucAçÀo_r--D-,!
- ^sPffios -Ells!|g

Conf<rrme a LDB de 1996, o ensino médio tem a5 Â Resolução n" 4, d; 6 de agosto de 2006, desti-
seguintes fi nalidades (art. 35): nada à revisão curricular do ensino médio, deu nova
redação ao § 2'do art. 10 da Resolução CNE/CEB n"
I- aconsolidação e o aprofundamento dos conheci-
mentos adquiridos no ensino frrndamental, pos- 1t1998, o qual passou a ser o seguinte:
sibilitando o prosseguimento de estudos; As propostas pedagrigicat cb es«tlat que adotarcn orgafli'
II- apreparação brísicaparao trabalho e a cidadanra zação eurricalar flexíael, não estntturada por disciplinas'
do educando, para continuar aprendendo, de l.ewrão as tegurar tf*tdnen t0 ifi terdis cip littctr e clntextila'
modo a seÍ capaz de se adaptar com flexibilidade lizado, aiwndo ao àmínio de anltecinentrts th Filonfia
e Socictlogia necetsáriot ao exercício da cidadania' No cato
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoa-
clcamlat qae adotarern, no todo ou tn parte, organização
mento posteriores;
rurticular eshilturadd plr dirciplinas, dwerão ser inclú-
III -o aprimorâmento do educando como pessoa
das as de Filosofia e Sociologia. Ot componentes História
humana, incluindo a formação ética e o desen- e Ciltua Afro-Brasileira e Educação Artbiental serã0,
volvimento da autonomia intelectual e do pensa- tm todos os L'dtos, trdtadlt de firrta Úansoutal, pafleat -
mento crítico; do, pertinentenente, os denais L'lilf)lrlet2tes do ctrícalo.
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecno-
lógicos dos processos produtivos, relacionando a
teoria com aprática, no ensino de cada disciplina. 2. Educação superior
O nível médio de ensitto comporta diferentes con-
 educação superior está exPressa nos arts. 43 a 17 da
cepções: em urna compreensão propedêutica, destina-se
LDB1I996 (Brasil, 1996).Tem por finalidade: formar
a preparar os alunos pâra o prosseguimento dos estudos
profissionais nas diferentes áreas do saber, promovendo a
no curso suPerior; Para a concePção técnica, no entanto,
essenível de ensino prepara a mão de obra para o merca- divulgação de conhecimentos culturais, científicos e téc-
do de trabalho; na compreensão humanística e cidadã, o nicos e comunicando-os por meio do ensino; estimular a

ensino médio é entendido no sentido mais amplo, que criação cultural e o desenvolvimento do espírito cientí-

não se esgota nem na dimensão da universidade (como fico e do pensamento reflexivo, incentivando o trabalho
no propedêutico) nem na do trabalho (como no técnico), de pesquisa e a investigação científica e promovendo a
extensão;divulgar à população a criação cultural e a pes-
mas compreende as duas - quç se constroem e recons-
troem pela ação humana, pela produção cultural do quisa científica e tecnológica geradas nas instituições
homem cidadão -, de forma integrada e dinâmica. Tal que oferecem a formação em nível superior e produzem
concel4ão está expressa em alguns documentos nacio- conhecimento.
nais oficiais sobre as competências e habiiidades especí- Â educação superior abrange os seguintes cursos e

ficas esperadas do estudante desse nível de ensino. programas (art. 44)'.


354 355
NívrB t MoDAuDADtS Dt TDUCACÃO t Dt tNslNo
34 PARII ESIRUIURA T ORCANIZAçÃO DO TNS!!g BRÂSITTIRO; ASPI
-

I - em diferentes cursos de
cursos sequenciais por camPo de saber, de diferen- na formaçãa de profissionais
tes níveis de abrangência, abertos a candidatos e tecnológicos' Âlém dessa
licenciatura, de bacharelado
que atendam aos requisitos estabelecidos pelas oÍganiza7áa ac Àêmica, a educação superior conta com a
instituições de ensino, desde que tenham con- j'Ja. federut de Educação Proâssional, Científica e Tec-
de educação'
cluído o ensino médio ou equivalente, conforme rolígica, comPosta de institutos federais
redação dada pela Lei nn 1I.632, de 2OO7; { 1
ciência e tecnologia, centros federais
de educação tecno-

II - cursos de graduação, abertos a candidatos que lógica, escolas técnicas e universidade tecnológica
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e f.ãeral. Essa rede está Presente em tdos os estados bra-
de tecnolo-
tenham sido classificados em processo seletivo; sileiros e oferece cursos técnicos e superiores
III - cursos de pós-graduação, compreendendo programas gia, licenciaturas, mestrados e doutorados'
(IES) classificam-
de mestrado e doutorado, cursos de especializa- As instituições de ensino superior
-se, segwdo a natureza jurídica de saas m'antenedorlt' em
ção, aprfeiçoamento e outros, abertos a candidatos
ou
diplomados em cursos de graduação e que aten- públicas e privadas. lnstituiçdes ptiblicas são criadas
in.orpor"drr, mantidas e administradas pelo poder
dam às exigências das instituições de ensino;
IV * cursos de extensão, abertos a candidatos que aten- público e estão classificadas em federais, estaduais'
dam aos requisitos estabelecidos em cada caso municipais e do Distrito Federal' Á educação superior
pri-
pelas insrituições de ensino. deve ser gratuita nas IES públicas' As instituiçdes
físic'rs
aadas síomantidas e administradas Por Pessoas lstc anigo diz qrrc rs
A organização acadêmica também mudou. Confor- Lí úui$ $
ou pessoÍrs jurídicas de direito privado e dividem-se'
univcridades "Jão i
I

pluridisci Plin a res &.fo rmaçao


me o Decreto n' ) .77 3, de 9 de maio de 2006, os cur- or. orgunir"rn-se, em instituições privadas com
fins ' dot quadms Profsionai' dt
ntwl u2ctior. & Tctquia, dr
sos e programas de nível superior podem ser oferecidos lucrativos ou instituições privadas sem fins lucrativos'
I

atasio c & daminio e cultin


por meio de universidades, centros universitários e
As instbttições ptiaadas con fins lucratiaot oo particalarx do ubcr humano, qut tc

faculdades. As universidades gozam de autonomia nos ern seiltidt esfiill são instituídas e mantidas
por uma ou '
raractcimm Vor: I - Vrcdução
i ntc bc tu I ina i tu a o u li u'la
termos da Constituição Federal, podendo atuar na gra- mais pessoas físicas ou iurídicas de direito privado' Sua :
mdiant o c,rudt iqcmlítttn
dos umat c 1mbltma'' mat
duação, na pós-graduação, na pesquisa e na extensão; ,o.uçào social é exclusivamente empresarial' As institrti- releuntet unto do lono dc
as universidades públicas (federais ou estaduais) são çõa prfuadas san luctatirtos podem ser, quanto à sua
fins riça cicntífrn e cuhuraL
quanro rcgia"al t natinnal: ll '
responsáveis pela maior parte das pesquisas e dos pro- vocação social, cornunittíriat, confasionais ou filannípica:' t

,n oço do rn,P ,tocnra 1rh'


gramas de pós-graduação (mestrados e doutorados). Os As IES privadas cobram mensalidade tanto na graduação menos, com riulaúu acadêmi'
:

fu ncsnadn on doutorado: lll '


centros universitários, que Possuem algumas Prerrogati- como na pós-graduação, com grande diversidade de üm ,rrço do iorlr| do.?frta tn
vas de autonomia, concedidas por decreto presidencial, valores, e, iazao aoPrestígio institucional, das condições rgimt dt ttmTo ntePnl-
únto í fntuhatu a

devem evidenciar excehncia no snsino, mediante desem- de ensino e da qualidade dos cursos ofertados' I
Parágrafo
criação dt unttt"ubdet

Mais recentemente, a Resolução n" 3, de 14 de apccialiada' 2ot ra'nVo lo


penho obtido no sistema de avaliação instituído pelo :abcr" (Btasrl, 1996).
governo federal. Já as faculdades atuam basicamente outubro de 2010, regulamentou o art' 52 da LDB de
357
356
T.
1

llyf§llgglllrjSrlll rpuGçÂo I m rNsrNo


3! PAIÍE ESTRUTUT^ t Ot6^Nlz^çÀO m tNsrNo 8RÀsltíRo: NPúos ttcAls E oRcÂNlzAcloNÀls !

- i

1996, estabelecendo normas e procedimentos para o em caráter excepcional, obter recredenciamento, con-
credenciamento e recredenciamento do sistema fede- dicionado à oferta regular de, ao menos, três cursos de
ral de ensino superior. Essa resolução amplia as exi- mestrado e um de doutorado até 2Ol3 e de quatro
gências para obtenção e manutenção de universidades. mestrados e dois doutorados até 2016 (cursos reco-
nhecidos pelo MEC).
Para credenciamento como universidade, são con-
Como expressam os incisos do art.44 daLDBll996,
dições prévias indispensáveis:
o acesso ao ensino superior ocorre mediante Processo
a) um terço do corpo docente com titulação de mes- seletivo, que é diferente dos exames vestibulares, aos
trado ou doutorado; A menção específica a pro-
quais a lei não faz referência.
b) um terço do corpo docente em regime de tempo possibilita que as instituições de ensino
cesso seletivo
Murlançes no tircm
integral; superior usem diferentes modalidades de seleção, tais pcnnitiranr quc seu

c) Conceito Institucional (CI) igual ou superior a 4 como provas durante o ensino médio, uso das notas obti- rcsultrdos p*srrscnr r scr

usrdos conro fornra de seleçãr


na última Avaliação Institucional Externa do Sis- das pelos alunos durante o ensino médio, uso do desem- unifieada para ingresso n:rs

tema Nacional de Avaliação da Educação Superior penho obtido pelo aluno no Exame Nacional de Ensino urriversidade públicas
federais. As univcrsidrdes
(Sinaes); Médio (Enem) e outras' podcnt usar o exame como

d) Índice Geral de Cursos (Iff) igual ou superior a 4; O ano letivo regular nas instituições que oferecem Íirse únio, omo prinreira fisi
enr combinaçáo conr o
e) oferta regular de, no mínimo, 607o dos cursos de gra- ensino superior é de duzentos dias. A presença de pro- vestibular da insrituição e par

[essores e alunos é obrigarória, e o professor deve minis- vrgas rcmlnesccntes dc,


duação reconhecidos ou em Processo de reconheci- vcstibuhr.
mento devidamente protocolado, no Prazo regular; trar um mínimo de oito horas semanais. O curioso é que
f) ofetta regular de, peio menos, qwltro cursos de mes- tal exigência contraria o discurso dos que defendiam
uma lei enxuta, sem minúcias - os mesmos que inseri-
trado e dois de doutorado, reconhecidos pelo MEC;
ram esse dispositivo na lei. Vale lembrar que os detalhes
g) compatibilidade do Plano de Desenvolvimento Insti-
de uma lei são criticados quando âsseguram direitos aos
tucional (PDI) e do estatuto com a categoria de uni-
mais desprotegidos da sociedade. Quando o proieto ori-
versidade;
ginal determinava o número de alunos por pro[essor na
h) não ter soírido, nos últimos cinco anos, relativamen-
educação básica, criticava-se dizendo ser esse um detalhe
te à própria instituição ou a qualquer de seus cursos,
que não deveria estar em uma LDB. Logicamente, para
as penalidades de desativação de cursos e habilita-
os gestores dos sistemas de ensino e os proprietários de
ções, intervenção na instituição, suspensão temporá- ter um número máximo de alunos
escolas particulares,
ria de prerrogativas da autonomia ou, ainda, cessação
por sala não é conveniente e, por isso, tal dispositivo
imediata do funcionamento da instituição, sendo não deveria figurar na lei, mas a referência a um míni-
veclada a admissão de novos estudantes.
mo a ser cumprido por um professor universitário iá
Âs atuais universidades que não satisfaçam à exi- não é detalhe. Além disso, há inconvenientes nesse
gência de quatro mestrados e dois doutorados poderão, dispositivo, que não estabelece critérios nem condições,
359
358
t OtCANlaçÀO m INSINO BR§lttlRO: §PECTOS LIGAIS t NÍwrs t MoDALTDADES DE tDU( açÃo t Dt t\slNo
3r pARIt ESTRUTURA ORGANtzAcIONAts
-

a graduação no
pondo em igualdade todos os professores universirários destina-se a financiar, prio,ita'iumente,
escudantes que não tenham condições
- os que só dão aula, os que âruam em pesquisa e exren_ ensino superior de
custos de sua formação e estejam regu-
são e os que ocupam cargos administrativos. de xcar com os
Para ser credenciado como universidade, que signi- Iarmente matriculados em instituições
não gratuitas
fica ser uma insriruição pluridisciplinar de formação r
t;. cadastradas no Programa e com avaliação positiva nos
de quadros profissionais de nível superior, de pesqui- l. Drocessos conduzidos pelo MEC. O ProUni tem como
sa, de extensão, o estabelecimento de educação supe- hndidade a concessão de bolsas de estudos integrais e

rior deve caracrerizar-se por ter "prodação intelectual parciais, em instituições privadas de educação superior,
in$itucionalizada mediante o eçado tistenuítico dos tenas e , est..d"ntes de cursos de graduação e de cursos sequen-
problenas nais releuantes, tantl d.0 plnto de aista científico ciais de formação específica' As instituições que
aderem
e cultaral, quanto regilnal e nacional" (LDBI1996, a*, ao prograÍna recebem isenção de tributos'
52). Deve, ademais, ter ao menos um terço do corpo
docente com título de mestrado ou doutorado e em
regime de trabalho de tempo integral. 3. Modalidades de educação/ensino
A Resoluçáo ONt:/íil:.B n 4.
A lei faculra, ainda, a existência de universidades dc l3 dc iulho tlc 2010, qttt'
especializadas por campo do saber, como uma univer- O termo modalidade de educação diz respeito aos dcfinc Direrrizas ( irrriculrrcs
Nâcionais (;erâ;s Perâ a
sidade de medicina, de direito, de educação etc. diferentes modos particulares de exercer a educação' Educação Básica. trata
Outra importante mudança no ensino superior é o
Enquanto níveis de educação se referem aos diferentes tirnrbém dc crda rrmr tlcssas

tlc
Programa de Apoio a Planos de Reesrrucuração e moclalidadcs
graus, categorias de ensino, como infantil, funda- erlucaçáo/cnsino, cnren,lcntlo,
Expansão das Universidades Federais (Reuni), insri- conforme o art. 27, quc r crd
mental, médio, superior, modalidade de educação etapa da edLr«ção Lásica Porlt
ruído pelo Decreto n, 6.096, de 24 de abril de 2007.
implica a forma, o modo como tais graus de ensino corrcsponder unrr orr mais tlr
Seu iançamento buscou atender às exigências do Plano modalidaclcs de cnsino.
sãodesenvolvidos'
Nacional de Educação de 200i de prover oferta de
Assim, na legislação brasileira, as modalidades de
ensino superior a ao menos 30% dos jovens entre 18 e
educação são a educação de iovens e adultos, a educa-
24 anos até 2011. O objetivo do Reuni foi, então,
ção profissional e tecnológica,
a educação especiai, a
dotar as universidades federais das condições necessá-
educação a distância, a educação escolar indígena, a
rias para a ampliação do acesso à educação superior e
educação básica do camPo, a educação escolar quilom-
da permanência nela, e o programa apresenra-se como
uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Edu- bola; são modos, maneiras de ministrar os diferentes
cação (PDE), lançado em24 de abril de 2007. níveis de educação, básica-ou sup-erior' -..
Ãil»st1t9ge apresenta explicitamente três moda-
Já para o ensino superior privado há dois progra-
mas de financiamento: o Programâ de Financiamenro Iidades de educação: educação de jovens e adultos,
Estudantil (Fies), criado em 2001, e o Programa Uni- educação profissional e tecnológica e educação espe-
versidade para Todos (ProUni), criado em 2004. O Fies cial, das quais trataremos a seguir.
16r
i60
3à PArE ESnuruRA t oRcÀNlzÂÇÃo Do tNsrNo ERAsltHRo: AsPEcTos rtcÂr5 t oRGANtzACtONAt§ lyylLs 1M99.3!lp.l9!s qullgllel ig rNSrNo
-

Educação de jovens e adútos qualificação profissiona[; de educação profissional técni-


Esra lei foi revogada pela Lei  educação de jovens e adultos destina-se aos que não ca de nível médio; de educação profissional tecnológica
- '-"*fu:'-*,|{'-t l tireram, na idade própria, acesso ao ensino fundamental de graduação e pós-graduação. Estes últimos, no que
concerne a objetivos, características e duração, organi-
2007, que rcgulamenta o
FundodeMmurençãoe e médio ou continuidade de estudos nesses níveis de
"';;;;;r;;;
Dcsenvolvimenro da Educação zam-se de âcordo com as diretrizes curriculares nacionais
ensino. Embora o rexro legal estimule o acesso do traba-
i-- estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação'
proÂsionais da Educaçáo lhador à escola e sua permanência nela, além de definir
{lundeb). possibilitmdo ouc Tal modalidade de educação deve ser desenvolvida
'.;:::,::.,;;;H os sistemas de ensino como os resPonsáveis por garantir
em articulação com o ensino regular ou por diferentes
toda a eduação ou
b-:[sica. a gratUidade neSsa modalidade de eduCaçãO, ele não deta-
scjâ, ne educeçãomtantrl, no . ,r esrratégias de educação continuada, em instituições
'-'*,.. r",a"-.,,J.." ; tna quais são as ações que vão assegufar a permânêocia
especializadas ou no ambiente de trabalho' O conhe-
ensinomédio,cmqualq*,
mo,hlirl:de rm oue çizm
i I
dos jovens e adultos na instituição escolar. Ademais,
cimento adquirido na eclucação profissional e tecno-
.à*.ú... I gglqiei posterior à LDB, a Lei do Fundef, não permitia lógica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de
a princípio que se utilizassem recursos do ensino funda-
avaliação, reconhecimento e certificaçáo para prosse-
Direito púbtico subjerivo mental Para a modalidade de ensino em questão, embo- guimento ou conclusão de estudos'
.q,i*ti i **r** {*1- I ra essa etapâ da educâção brísica, constitucionalmente, se O ensino médio, além de prover formação geral,
olenamenre cficaz e de I

,0,",u,íi""i.',..à,,,;,;;;, I aPresente como obrigatória e se configure como direito pode preparar o educando para o exercício de profis-
não «igc regutamenmç,i". S.
náo for prestado de forma
I público subietivo. sões técnicas, o que pode ser desenvolvido na própria
espontânea, pode ser exigido A educação de jovens e aduitos prevê cursos e exâmes escoia de nível médio ou em cooPeração com institui-
)udicialmente. supletivos a ser rgalizados no nível de Conclusão do ensino profissional' Já a edu-
ções especializadas em educação
câção profissional pode ser desenvolvida na forma
Hffi#:l .::[J]::? ht,ffi fl "; t]lxlTl*l articulada com o nível médio ou na forma subsequente,
O art.37 da LDB de 1996, em seu § 3o, esrabelece no câso de quem já concluiu o ensino médio'
que a educação de jovens e adultos deve articular-se, Na forma articuladâ, pode ser "integrada, ofuecida
preferencialmente, com a educação profi ssional. slrumle a qaun já tenha clnch/ídl 0 ensinl fundamental, sendo
0 curct planejadt dz modo a conduzir o aluno à habilitaçãrt pro-
Educação proÍissional e tecnológica
fistional témica de níael nédio, na lilerna instituição de
Na nova redação dada ao art.39 da LDB de 1996,
a educação profissionâl e tecnológica, no cumprimen- ensino, efetuando-se natrícula tínica para cada aluno", ou
to dos objetivos da educação nacional, integra-se aos "concomitante, ofuuida a qailt ingresle no msino ntédio oa já
o esteja cursando, efetuando-se matrículas ditintas para cada
diferentes níveis e modalidades de educação e às
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. rzrua", Neste segundo caso, pode ocorrer na mesma ins-
A organização de cursos de educação profissional e tituição de ensino ou em escolas distintas (art. 36-C)'
tecnológica poderá ser feita por eixos tecnológicos, o Os diplomas de educação profissional técnica de
nível médio têm validade nacional e dão direito ao

:fi IJ;:5:lJi$ :J?H;:'iÍffi :'.ff :;:'*:'J; prosseguimento nos estudos superiores.


.roJ
362
r
I

3â P^RTE [SrRUÍUnA t OTGAN|ZAçÀO DO tNStNO BRÂSlLlllOi §PICÍOS LEGAtS t ORC^NtZrcnNArS __, Nívús t rcpauo prs pr EpUcAçÃo É DE tNstNo
-

Em 2008, em 29 de dezembro, foi publicada a Lei Num ato simbólico de fim de governo, em 27 àe
n" 1 1.892, que instituiu a Rede Federal de Educação dezembro de 2010, o presidente Luiz Inrício Lula da
Profissional, Científica e Tecnológica e criou os insri- Silva, com o ministro da Educação, Fernando Haddad,
tutos fedeÍais de educação, ciência e tecnologia. Os 38 inaugurou 31 institutos federais de educação, ciência e
institutos foram íormados pela agregação de 31 cen- recnologiâ em doze estados brasileiros e no Distrito Fede-
tros federais de educação tecnológica (Cefets), 75 uni- ral. As escolas têm capacidade de atender 1,2 mil alunos.
dades descentÍalizadas de ensino (Uneds), 39 escolas
Educação especial
llia mais sobre isto em: agrotécnicas, 7 escolas técnicas federais e 8 escolas vin-
h«p,i lcd-&ieral.mcl.govbo.
A educação especial é modalidade caracteúzada WIa
<
culadas a universidades. Além dos institutos federais,
Accsr cm: 31 maio 201 L Dc oferta de serviços educacionais a criançͧ ou jovens com
t909 e 2002, foram formam a rede instituições que não aderiram aos ins-
construídas 140 cscolas necessidades educacionais especiais, em razão de defi-
titutos, mas oferecem educação profissional em rodos
técnios no país; enrre 2002 c
ciências (ftsica, sensorial ou cognitiva) ou dificuldades de
2009, o Minisrério da os níveis: 2 Cefets (RJ e MG), 25 escolas vincuiadas a
Mucat'o enrrcgou à aprendizagem decorrentes de variadas causas. Os funda-
populaSo várir unidada das
universidades e 1 universidade tecnológica (UTFPR).
mentos da educação esPecial foram inscritos, inicial-
214 now previstas. Àém Á rede cobre todos os estados brasileiros, oferecendo
diso. ourru escolas foram rnente, na Declaração Universal dos Direitos Humanos
fcdenliado c rodas as cursos técnicos de nível médio, supefiores de tecnolo-
(1,948) e na Declaração Universal dos Direitos da Crian-
unichdc cm obras scriam gia, licenciatura, mestrado e doutorado.
concluíd* até 2010. Com os
ça(1959 e, mais tarde, foram consolidados na Declara-
invqrimcnrm do Mirristério da : Em setembro de 2009 foram comemorados cem
(Tâilândia, l99O).
Edua$o, foram ção Mundial de Educação para TMos
geradas 500
mil vagm nc mais de .154
, eno!!,e_englno técnico_n_o EtqS!, e é possível verificar
Desta declaração surgiu a Declaração de Salamanca
wolas dc educação seu crescimento nos últimos anos, como mostra o Grá-
profissional c tccnológie em
fico 2 a seguir.
0994), reíerendada sucessivaÍneote por outros docu-
todo o país.
mentos internacionais, a qual define "Princípils, políticas
Groftco 2 - Exponrõo dq Rede Foderol de Educoçõo Proftssionol, epráticat na área das nsessidader edacatiaas apaiais". Esta
CicnlíÍico c Tecnológico (Brosil: 2OO2 o 20lO) declarafao, um dos documentos que exerceriun conside-
nível influência no debate sobre a educação esPeciai no
Brasil, tem como princípio fundamental: "Todns os alunos
dann ayndzr jant\§, senry qte poisíuel, indcpendzntencnte
das dificilda&t e difernças qu aryentem".
O conceito de necessidades educacionais especiais
amplia o de deficiência, uma vez que se refere "a todat
as criançar e jwens cujas necesridddes duorrern dt sua capa'
cidade w dificalda&s dc aprendizagart". O prin-
dc suas
Fonte: MEC. Disponível em: <http:/,/redeÍederol.mec.gov.br/index.php?option-com_contsnt&view= cípio fundamental da educação esPecial está inscrito
orticle&id-52&ltemid-2>. Acesrc em: 3l moio 201 I .
na Declaração de Salamanca da seguinte forma:
364 365
1r

I
i
NlvÊts t MoDAtIDADES oE EDUc^çÃo E Dt ENslNo
3a PARTE EsÍRUruRÀ t ORGANIZÀÇÂOIO tNStNO 8RÂS.!§IRO: A loll§--- l
-

(...) at escolas deuem acolber todas as tianças, indtpenden- § j'A rtferta de edacação especial, detter crtnstitacional
da
-Ertndr,
t*, início na faixa etária de zerrt a seis anos'
temmte rle vtas condições físicas, intelutwis, tociais, emocitt-

nai, linguítticas 01.t lxttrds, Deunn acolher tianças cttm rlurante a etlucação infantil'
dcficiência e crianças bern-dntadas; tiançat que oiwm nat de ensino
A lei estabelece também que os sistemas
tadl e qile trabalharu; ctianças dc popalações distantes oa
devem assegurar currículos e formas de organização
nànadet; Lrianças dt minaias linguísticas, étnicas ou culta- terminalidade de estu-
específicos e traz critérios para
rais e trianças dz latros grilp|s 0u zonas dttfaaorecidos oa aten-
narginalizados (f)eclaração de Salamanca, 1994). dos, capacitação de professores e formação Para
dimento esPecializado'
Diretrt-
Constituição Federal de 1988 consoli- A Resolução CNE/CEB n" 2l2OOl institui
No Brasil, a as

da a especificidade da educação especial e a zes Nacionais para a Educação


Especial nâ Educação Báqi-

criação de progratnas de prwenção e atendimento especia-


au a rpr.r.nru u seguinte definição de educação especial:
lizado para ar Pesrlas potadorat &
deficiência fítia, Art. 3'. Por educaçãtt apecial' nrtdalidade
de edacaçãtt

sentorial ou menta/, bem como de inngração social dtt ado' escolar ententle-te ilm prlce:sr edacacional
d{inilo lu
lacente e dtt jaaent pwtador de deficiência, raediante o trei' tttilt prlplsta pedagógica qae assegure recurso e *n'iÇas
ndtattt| pdrd o trubalho e a conaiaência, ea facilitação echr)cioaais
-lora ispeciais, organizados institacitnahwnte
ap,,ia,, cttmplementar' saplunentar e' ert
alguns
do acesso aot bens e vraiços coletiaos, com a eliminação dt
ttntans' ch.ttodo
obstácalos arrl*itetônicos e de todas as forntas dz dittirni' catos, wbstituir ü seruiçlt etlacarionais

na1ão (art. 227 , § l" inciso II). o ga,rnrti, a eclacação cscolar v prauu o desenuoluiuentrt
apresentam necessi-
d)s potencialidada dot educandos qae
ALDBI1996 estabelece a oferta de educação espe- especiais, em tldds a§ etapds e modali'
datJu edacacionais
cial como dever do Estado, dispondo um capítulo da,hs da educaçãtt bcísira' (J Índice clc matriculados
d'
poiuu ã" a6,r"z, dáiut'l
específico Para regulamentar os artigos Previstos na
O Censo Escolar da Educação Básica de 2008 alunos com deficiência, em
20t)7, para 54olo rro alo de
Constituição Federal de 1988. aPontou um crescimento significativo
nas matrícuias,de
!

(m
2008. Neste ano' estâvâm
comuns do ensino regular' clxss comuns 375,772
Art. 58. Entende-se pot ed*cação apecial, para os efeitos .àu."ção especial nas escolas
deta lei, a modalidade dt ed*ação escolat, ofuecida pre' ;ffiil:; ;"* n";; **toÀ"i àe
4' que
Éá;''çã" ;hbá-
stra meta
cstudantes com deÍiciência'
tran*ornos globais do

faencialmente na rede regalat dz ensino,


para edttcandts ,iu p.lo gou.rno federai estabelece' em desrnvolvimento e altas
habilidadcs ou suPerdoração'
portadores de necessiladet upuiais. 4 a 17 an05' 0 atm-
vai "unioasalizar, para a popalação dz CÍ. meis inÍ'ormaçóes sobrc

§ 1'Hauerá, qrtando necetsário, smtiços de apoio upetia- dim.ento acolar aus estudantes com
deficiência' transturutt glo- cducaçâo esPecial no link da
Sccretaria de Educaçáo
lizado, na escola regulat, pdrd dtefidzr às pualiaridadcs altas habilidafus ou supadotação na do MF.O disPonÍvcl
bais do fusmoolvitontr e Especial
da clientela de educação aPuial,
redt regular dt msino", <http://Porral mec.gov'br''
§ 2, O dtendimefito educacional suá feito en classu, esco- de educação inclusiva conta com
las ou smtig'os espuializddot, tülrPre qile, em função tlas
A atual política Ac*so em: 3l rnaio 201l '
de recursos
alguns programas, tais como o de salas
for possíael a iild inte-
condições específicas dcts alanos, não
o de adequação de prédios escolares
gração nas clastet crntuns de ensino regular -"ut.if*.iã.tris, 367
366
_ Nlvs E MooALtDApEs.Dt rD_uüçÀo t-_ot nsrNo
3, pARTr EsrRUruRA t oRCANrz^ÇÀo Do,rNsl.l'j9-9!tsl!!l!9ilglgos-!!!l§le!!1!L4fSJ9!41!
-
de Formação Conti- estejam por detrrís de políticas de inclusão, transfor-
Para acessibilidade e o Programa
mando movimentos sociais e defensores legítimos des-
nuada de Professores na Educação Especial' Há ainda
sas políticas em justificativas Para cortar gastos de
o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversida-
programas sociais (Mendes, 2006). Com efeito, dados
cte, de2003, que btrsca qualificar gestores e educado-
daOrganização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de
res Para a criâção de sistemas.educacionais inclusivosi
qlre L0% da população de um país, em temPo de paz,
e um Programa em Parcetra com a Secretaria de
são pessoas com alguma deÍiciência. Essa informação,
Direitos Humanos e três ministérios (Educação' Saúde'
aliada ao alto custo das escolas especiais e à necessidade
Desenvolvimento Social e Combate à Fome) - o Beneíí-
(BPC) de melhorar o custo/benefício do sistema educativo,
cio de Prestação Continuada da Âssistência Social
na Escola, que atende pessoas até 18 anos com o intuito
permite inferir que a questão da escola integradora
à escola e para a permanência extrapola o objetivo de oferecer educação a todos e visa
DisoonÍvel cm:
de contribuir para o acesso
baratear o custo educacional <las crianças com necessi-
.n,,n,rr*",i....i.,.n, nela. A Política Nacional de Educação Especial na Pers-
dades educativas especiais. Tâl suposição fortalece-se ao
JJ**T),l;Tl, I
*l;;i;;l;;;;J=;;' p..,iuu da Educação Inclusiva foi aprovada em 2008,
.rn.,lo.u.ento oficial e com emenda constitucionâl' o se verificar que não houve preocupação de capacitar os
j:::l,iii professores antes de tão importante definição, como
,, documento conceitua sobre seus destinatários: as pessoas
também não se adequou a escola- nem mesmo em rela-
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimen-
físicas e
to e altas habilidades ou superdotação' ção a mudanças organizacionais e a instalações
equipamentos - para receber tais alunos.
As políticas públicas de educação especial no Brasil
Há ainda dúvidas sobre se as políticas oficiais eferi-
têm buscado assegurar princípios firmados internacio-
vamente estão contribuindo para PromoveÍ a inclusão
nalmente sobre o atendimento de pessoas com neces-
dos alunos com necessidades educacionais especiais e
sidades educacionais especiais, tais como o direito
de todos os demais alunos, também dos que não apre-
fiLrndamental <ie toda criança à educação e às oportunida-
singularidade das características' sentam deficiências. As políticas de inclusão daqueles
des de aprendizagem, a
alunos tiveram início antes da capacitação dos profes-
interesses, habitidades e necessidades de aprendizagem
sores, que experimentam frustração ao se sentirem
de cada criança, a exigência de os sistemas educacionais
despreparados para Iidar com essa nova reaiidade na
implementarem programas educacionais que Ievem em
sala de aula - e o atendimento precário pode gerar
conta a vasta diversidade de tais características e necessi-
dacles (cL Declaração de Salamanca, 1994)'
maior preconceito contra alunos com deficiência. Por
sua vez, há pais que lamentam o íato de o filho com
despei«r das ações com bastante visibilidade
A
empreendiclas em reiação a esse dever do Estado' as
deficiência ter perdido atendimento especializado'
políticas e as cliretrizes de implementação têm sido Com efeito, sendo notória a Precariedade de grande
motivo <le críticas Por Parte de segmentos de eclucado- parte das escolas públicas, até mesmo no caso das crian-

res. Suspcita-se que asPecros econômicos e financeiros ças sem deficiência, em relação a instalações íísicas'
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3(r8
ESTRUTUI^ t oRc^NtacÃo Do tNsrNo SxasrrEtRo: §Ptcros tEcAls t oRcANtz^ctoN^t§
-

equipamentos, otg nização curricular e pedagógica e


formação profissional dos professores, o que dizer do
atendimento aos alunos com necessidades especiais?
Alguns educadores entendem que fechar os olhos a
essa falta de condições físicas e pedagógicas e insistir
em seguir ao pé da letra a Declaração de Salamanca
pode representar descaso com a real situação das esco-
las, dos alunos e de seus professores e até contribuir
para dupla exclusão escolar, a das crianças com defi-
ciência e a das crianças sem deficiência. Observa-se,
pois, que a educação especial, sendo uma questão políti-
ca, ped:agógica. cultural e social, precisa ser repensada
em função de uma política realista de atendimento às
pessoÍls com necessidades educacionais especiais, ade-
quado às especifi cidades dessas necessidades, reíorçando,
conforme o caso, as condições para atendimento em ins-
titüções especializadas, a fim de suPerar as desigualda-
des de acesso à escola e de permanência nela.

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