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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE PATOS DE MINAS


PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA – IMPLEMENTAÇÃO DO CBC
EQUIPE PIP CBC Ensino Fundamental

Analista Educacional: Shirley Aceval

Gerente do PIP CBC: Conceição Marques


Patos de Minas/2014.
Teachers,

“The true purpose of education


is to make minds, not careers”.

William Deresiewics

Juntos nesse novo ano letivo queremos fortalecer nosso espírito para que os
objetivos almejados em nossos projetos sejam alcançados com sucesso. É com
esse olhar e amor pela educação, que damos as boas-vindas e um bom retorno a
todos: professores e demais funcionários para que com vibração e alegria
iniciemos nossas atividades. Esperamos também que cada um siga os seus
próprios passos, que trilhe novos caminhos, que ouse e que transforme. E,
sobretudo, que possamos nos apropriar dos saberes que nos serão colocados no
decorrer do ano. Nesse sentido, diante de algumas dúvidas que ainda pairam
sobre alguns professores consideramos importante revermos alguns conceitos e
ações para aprimorar sua prática de ensino.

2
PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

REGIMENTO ESCOLAR

MATRIZ CURRICULAR MATRIZ DE REFERENCIA

COMPETENCIA HABILIDADE DESCRITOR

RESOLUÇÃO 2197

PLANO DE INTERVENÇÃO

Planejar é uma arte: poucos conseguem, poucos têm sucesso, mas os que
possuem este "dom", sempre conseguem melhores resultados. Tanto se diz
verdade, que, em qualquer área, necessitamos de um tempo/espaço reservado
para organizar, projetar, planejar... seja uma lista de atividades a realizar, sejam
horários, sejam aulas, enfim, planejar. Sendo assim, deixamos registrado aqui

3
algumas ações importantes sobre o planejamento do ensino neste ano de 2014.
Na educação o planejamento envolve a integração do professor-aluno com as
relações sociais - econômicas, políticas, culturais – bem como os elementos
escolares – objetivo, conteúdo, métodos, como a função de explicitar princípios e
execução das atividades escolares e possibilitar as ações do professor na
realização de um ensino de qualidade, evitando a monotonia e a rotina e o
desinteresse do processo ensino-aprendizagem, assim como proporciona aos
alunos conhecer a realidade social através dos conteúdos programados e
planejados. Dessa forma o planejamento é um guia de orientação que auxilia na
concretização daquilo que se almeja. O planejamento se torna necessário ao
educador à medida que esse se preocupa em ter qualidade no que faz. Sendo
assim suas ações atuam não somente em seus alunos, mas também em si mesmo.
O planejamento então deve estar de acordo com o nível dos educandos,
relacionando os conteúdos, os conhecimentos próprios e a realidade de forma a
criar novos conhecimentos que auxiliem na vida cotidiana do educando. Observe
uma sugestão de modelo de planejamento:

PLANEJAMENTO ANUAL

ESCOLA
ESTADUAL:______________________________________________
PROFESSOR(A):___________________________________________
DISCIPLINA:_______________________ANO/TURMA:____________
EIXO CONTEÚDOS HABILIDADES METODOLOGIA RECURSOS AVALIAÇÃO

PLANO DE AULA – REGISTRO DAS ATIVIDADES

ESCOLA ESTADUAL:_______________________________________

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PROFESSOR(A):___________________________________________
DISCIPLINA:_______________________ANO/TURMA:____________

DATA Nº DE TÓPICO/HABILIDADE METODOLOGIA/RECURSOS AVALIAÇÃO


AULAS
PREVISTAS

É imprescindível que além do planejamento “o que ensinar”, o professor


tenha em mente a importância de “como ensinar”. Preocupar em planejar é
preocupar com a aprendizagem e com a obtenção do conhecimento. Não há saldo
positivo no trabalho de um professor que é muito competente na sua disciplina –
quer dizer que sabe muito sobre sua aula -, mas não tem didática em sala de aula.
As estratégias usadas em sala são importantes para que o aluno compreenda e
principalmente aprenda aquilo que estudou.
Diante disso, a Avaliação Diagnóstica é a referência que o (a) professor
(a) terá para elaborar o seu planejamento bimestral/anual. O diagnóstico
apresentará as habilidades que cada aluno possui, bem como as dificuldades que
precisam ser sanadas. É uma investigação que não ocorre somente no mês de
fevereiro, mas durante todo o ano. Cada avaliação é um resultado que procede a
uma investigação e uma intervenção pedagógica para àqueles que apresentarem
dificuldades de aprendizagem, bem como, o baixo rendimento. Cada sala de aula
apresenta alunos diferentes, com ‘tempos’ diferentes, níveis de compreensão e
conhecimentos diferentes e, por isso, é preciso conhecer, analisar e acompanhar
o que eles produzem para adequar as propostas de trabalho. A partir dos
resultados da avaliação diagnóstica e das demais avaliações, sempre que
necessário planejar o Plano de Intervenção Pedagógica (PIP). Somente ele
possibilitará uma aprendizagem significativa para aqueles que por algum motivo
não aprenderam no tempo certo. E só faz sentido (o PIP) se for planejado
em função das dificuldades apresentadas anteriormente pelo(s) aluno(s).
Vejamos algumas ações importantes para colocar em prática o PIP:

5
1- Identificar as dificuldades1 de cada aluno, pontuando com objetividade as reais
defasagens diagnosticadas após cada conteúdo, bem como no final de cada
bimestre.
2- Listar e passar para a Especialista os nomes dos alunos que apresentam
dificuldades no ensino-aprendizagem para que ela possa comunicar aos pais
desses alunos;
3- Desenvolver atividades2 significativas e diversificadas capazes de proporcionar
ao aluno a superação das dificuldades de aprendizagem;
4- Após a correção das atividades de intervenção ter um momento3 para repassá-
las ao aluno e conjuntamente analisar os avanços e o que ainda precisar melhorar.
5- As atividades poderão ficar guardadas em pasta4 ou repassá-las à supervisão
pedagógica para serem entregues aos pais. Essa estratégia poderá ser discutida
com o grupo.
6- Avaliar continuamente os avanços do aluno. Reconheça e elogie os alunos que
apresentarem sucesso na intervenção.
7- Registrar5 os avanços observados em sala de aula e nas atividades de
intervenção;
8- Redirecionar o trabalho, quando as dificuldades persistirem.
Para que o PIP apresente resultados, os alunos devem ser muito bem orientados
sobre essa ação, pois se o professor não tiver persistência, paciência e firmeza da
sua parte para familiarizar os alunos com o que está sendo proposto, certamente
as atividades não serão realizadas por eles (os alunos). Muito dependerá da forma
como o professor conduzir essa atividade.

PLANO de intervenção pedagógica - 2014

1
O professor deverá ter a sensibilidade para perceber a real dificuldade do aluno, pois o que, em alguns
casos, atribuímos como dificuldade de aprendizagem poderá ter sua origem fora sala de aula, alheios à
escola como, por exemplo, relacionamento familiar.
2
As possíveis atividades deverão ser, primeiramente, discutidas com todos os professores, para que possam
organizar atividades coletivas para o mesmo aluno. Sugestão: Estudo dirigido, questionários, análise de
textos, teoria e prática e por último, avaliação. Não peçam pesquisas que o aluno possa extrair da internet
entregar sem que ele faça.
33
Para ter esse encontro com os alunos em intervenção, na sala de aula, planeje uma atividade coletiva.
Enquanto os demais alunos resolvem a atividade, você poderá conversar com cada aluno em intervenção.
4
Pasta: essas atividades poderão guardadas e avaliadas no final da etapa para aqueles alunos que ficaram
com nota abaixo da média. Seria, assim, uma recuperação paralela.
5
Esses registros poderão ser feitos no diário ou numa folha padrão da escola Favor verificar com a
especialista tal ação.).

6
ESCOLA ESTADUAL:_______________________________________
PROFESSOR(A):___________________________________________
DISCIPLINA:___________________ANO/TURMA:________________

ALUNOS HABILIDADES ESTRATÉGIAS DE CRONOGRAMA AVALIAÇÃO


NÃO ENSINO/RECURSOS
CONSOLIDADAS

De acordo com a experiência de alguns professores, no decorrer de 2013, foi


constatado que muitos alunos, quando não atribuíam algum valor (nota) nas
atividades de intervenção, esses não manifestaram nenhum interesse em fazê-las.
É importante destacar que os alunos em intervenção pedagógica são, na sua
maioria, aqueles que ficarão com nota abaixo no bimestre (deixamos claro que
isso não é regra.). Assim, alguns professores avaliaram tais atividades e no fim do
bimestre incluíram essa nota na nota da etapa, como uma recuperação paralela,
por exemplo. Esse ponto poderá ser discutido com o grupo de professores e
especialista.
Para obtermos o bom desempenho do aluno é necessário que todos (equipe
diretiva, professores, alunos e pais) estejam envolvidos e comprometidos no
processo da aprendizagem, proporcionando uma nova e significativa
oportunidade de (re) construir aprendizagens.
Importante ressaltar que a intervenção direta do professor deverá ser diária
e contínua durante as atividades em sala de aula, evidentemente, é condição para
que os alunos avancem em seus conhecimentos. Entretanto, também “a
atividade proposta de qualquer conteúdo deve ser, em si, um desafio – deve
colocar um problema real a ser resolvido para que, na tentativa de solucioná-
lo, os alunos possam pôr em jogo tudo o que já sabem sobre o conteúdo da
tarefa. Sendo assim, não basta que a atividade seja "interessante": precisa
favorecer a construção e o uso de seus conhecimentos.”6.

6
TEIXEIRA, Cristina B,. O Professor como agente principal da mudança de sua prática pedagógica.

7
A elaboração das atividades do PIP deve ser diferente daquelas aplicadas em sala
de aula. É necessário considerar o aluno em intervenção e suas dificuldades. Em
nada adiantará organizar atividades com nível de dificuldade superior se o aluno
ainda não aprendeu nem o básico. Precisamos deixar claro que a correção de
tarefa de casa, de provas e atividades de revisão de conteúdos NÃO são atividades
de intervenção, pois essas são para todos os alunos e fazem parte do planejamento
do conteúdo em estudo. O PIP é destinado apenas aos alunos, afirmamos, que
não aprenderam determinado conteúdo ou apresentaram baixo rendimento no
final do bimestre.
Por isso, as atividades, as estratégias de ensino e as avaliações devem ser
planejadas para ensinar de maneira significativa.
Sobre avaliações, um olhar criterioso deverá ser também com as avaliações7
Internas que devem ser coerentes e muito bem planejadas. Sendo o TEXTO8
o eixo central do ensino de Língua Portuguesa, da mesma forma que a
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO é o objetivo principal do ensino de Língua
Estrangeira, não é conveniente elaborar atividades, testes ou avaliações sem tê-lo
como cerne no seu trabalho. Considerar o que realmente quer avaliar e evitar
questões que exigem apenas memorização ou descontextualizadas. Nesse sentido
utilizar procedimentos diferenciados para avaliar o aluno como bem sinaliza a
Resolução SEE nº 2.197, de 26 de outubro de 2012 sobre a Avaliação da
Aprendizagem:
Art. 70 Na avaliação da aprendizagem, a Escola deverá
utilizar procedimentos, recursos de acessibilidade e
instrumentos diversos, tais como a observação, o registro
descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os
portfólios, exercícios, entrevistas, provas, testes,
questionários, adequando-os à faixa etária e às
características de desenvolvimento do educando e utilizando

7
Sugestão: O professor deverá conhecer os procedimentos e instrumentos de avaliação, suas funções.
Recomendamos a leitura de VASCONCELOS, Celso dos S.: Avaliação: concepção dialética libertadora
do processo de avaliação escolar, in Cadernos Pedagógicos de Libertad, vol. 3, São Paulo, Libertad, 1995.
LUCKESI, Cipriano Carlos: Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 2.a ed., São Paulo,
Cortez, 1995. HOFFMAN, Jussara M.ª:Avaliação: Mitos e desafios, uma perspectica construtivista, Porto
Alegre, Mediana, 1993. HOFFMAN, Jusasara: Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-
escola à universidade, Porto Alegre, Mediana, 1993.
8
. É importante ressaltar que um texto não se define por sua extensão: Texto é todo trecho falado ou escrito
que constitui um todo coerente dentro de uma determinada situação discursiva, dentro de uma situação
social real. "O nome que assina um desenho, a lista do que deve ser comprado, um conto ou romance, todos
são textos. A palavra ‘pare’, pintada no asfalto em um cruzamento, é um texto cuja extensão é de uma única
palavra." (Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, SEF-MEC/1997).

8
a coleta de informações sobre a aprendizagem dos alunos
como diagnóstico para as intervenções pedagógicas
necessárias.

Outro ponto importante no planejamento é a aplicabilidade dos Conteúdos


Básico Comum – CBC. Neste ano de 2014, é necessária sua consolidação no
trabalho pedagógico. Devemos lembrar que o CBC é o conteúdo básico, por isso
o planejamento do ensino de Língua Estrangeira deverá ir além das habilidades
apresentadas nesse documento para cada ano de escolaridade.
O (A) professor (a) deverá ter conhecimento das habilidades e competências que
o CBC de Língua Estrangeira contempla. Não planejar o ensino da disciplina com
base apenas no livro didático, mas uma fusão – CBC, livro didático e outras
bibliografias que colaborem como o ensino da Língua Estrangeira. No final deste
texto você encontrará algumas habilidades que viabilizará seu trabalho
pedagógico. No entanto, afirmamos da importância de conhecer e aplicar todas
as habilidades do ano de escolaridade.
O livro didático é um dos instrumentos de comunicação no processo de ensinar
e aprender. Ele não pode ser ‘o professor’ do aluno. A capacidade do
professor deverá ir além do livro didático e do CBC. No estudo dos
conteúdos/habilidades do bimestre eles devem ser retomados posteriormente.
Não podemos ensinar determinado conteúdo e o mesmo ser posto numa gaveta e
não ser retomado. “[…] uma fonte essencial para o planejamento do trabalho em
aula é a visão retroativa do já realizado, visto que a revisão do que já foi feito e
do que se alcançou, do não feito e do falado em cada dia de trabalho deixa a
experiência que corrobora ou objeta suposições e gera novas hipóteses que
guiarão a ação posterior. É por isso que o diário de atividades/classe tem sido
um instrumento imprescindível e se constitui em registro e plano de ação
simultaneamente.”9
O CBC, por sua vez, como já afirmamos, deixa claro que o texto é o eixo central
do trabalho com a Língua. Adotar o texto como eixo estruturador do trabalho em
Língua Estrangeira implica organizar continuamente oportunidades para que os
alunos tenham contato, utilizem, discutam, analisem e produzam, na escola,
textos de diferentes gêneros escritos e orais, considerando as situações e os

9
LERNER,Delia. A aprendizagem da língua escrita na escola. Porto Alegre, Artmed, 1995

9
propósitos sociocomunicativos de seu uso. Para otimizar o trabalho colocamos
um resumo da estrutura do CBC:

Conteúdos Básicos Comuns de Língua Estrangeira

Eixo Temático I – Recepção e produção de textos orais e escritos de


gêneros textuais variados em Língua Estrangeiras

Tema 1: Compreensão escrita


Tópicos/ Habilidades

1. Compreensão das
condições de produção do
texto escrito de gêneros
textuais diferentes.

2. Localização de informação
específica no texto escrito de
gêneros textuais diferentes.

3. Coerência e coesão no
processamento do texto escrito
de gêneros diferentes.

4. Coerência e construção de
inferências no processamento
do texto escrito de gêneros
diferentes

Tema 2: Produção escrita

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Tópicos/ Habilidades

5. Produção textual, contexto e


circulação do texto escrito de
vários gêneros textuais.

6. Produção de elos coesivos


lexicais e gramaticais do texto
escrito de vários gêneros.

7. Produção de textos com


sequências linguísticas narrativas
em textos de vários gêneros.

8. Produção de textos com


sequências linguísticas
descritivas em textos de vários
gêneros.

9. Produção de textos com sequências


linguísticas injuntivas em textos de
vários gêneros.

10. Ordenação de parágrafos em


gêneros textuais diferentes.

Tema 3: Compreensão oral (escuta)

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11. Compreensão das condições de
produção do texto oral de vários
gêneros textuais.

12. Compreensão das marcas do


discurso oral no processo de
recepção de textos de vários
gêneros.

13. Percepção dos sons de consoantes,


vogais e ditongos.

14. Construção de inferências no processo


de recepção de textos de vários gêneros.

Tema 4 – Produção oral

Tópicos/Habilidades

15. Uso das funções


sociocomunicativas em
vários gêneros textuais do
discurso oral.

16. Produção de textos de


diferentes gêneros textuais do
discurso oral.

17. Produção de sons


diferentes para o “-ed”.

12
18. Produção de sons
diferentes para o “-s”.

19. Produção de marcas do


discurso oral no processo de
produção de textos de vários
gêneros

Tema 5: Conhecimento léxico-sistêmico

Tópicos / Habilidades

20. Funções sociocomunicativas dos


vários tipos de presente (simples,
contínuo, perfeito) em textos de
diferentes gêneros

21. Funções sociocomunicativas dos


vários tipos de passado (simples,
contínuo, perfeito) em textos de
diferentes gêneros

22. Funções sociocomunicativas dos


vários tipos de futuro em textos de
diferentes gêneros

23. Funções sociocomunicativas do


imperativo em textos de diferentes gêneros.

24. Funções sociocomunicativas dos


marcadores do discurso em textos de

13
diferentes gêneros.

25. Funções sociocomunicativas de


numerais e valores em textos de
diferentes gêneros

26. Funções sociocomunicativas dos


modais em
produção do texto oral de vários
gêneros textuais.

27. Funções sociocomunicativas das


preposições em textos de diferentes
gêneros .

28. Funções sociocomunicativas das


“wh-words”

29. Funções sociocomunicativas dos


advérbios

30. Funções sociocomunicativas dos


graus dos adjetivos

31. Plural de substantivos

32. Ordem de palavras

33. Formação de palavras

34. Agrupamento de palavras

14
35. Funções sociocomunicativas dos
pronomes de todos os tipos

Após verificar o que ensinar, é importante também analisar possíveis


estratégias de como ensinar. Perguntas para responder: Como meu aluno
aprende? Quais instrumentos utilizar nas aulas de língua portuguesa?
Com isso, é relevante discutirmos a Gestão da Sala de Aula. Para desenvolver
a capacidade intelectual e a formação humana do aluno é importante que o
espaço da sala de aula contribua para essa ação. O (A) professor (a) não pode
entrar numa sala de aula desorganizada e aceitar que continue assim. Deverá
ensinar o aluno que um ambiente organizado possibilita um ensino-
aprendizagem com qualidade. Em algumas turmas é conveniente organizar ‘os
combinados da turma’ para estabelecer um clima de respeito e harmonia. Não
podemos ensinar os alunos adequar o uso da Língua em determinadas situações
do cotidiano se eles não sabem respeitar o ambiente da sala de aula.
Assim, a gestão da sala de aula deve ser (re) pensada e principalmente verificar
os pontos positivos e a melhor postura do (a) professor (a) nesse ambiente. É
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhor a
próxima.
Perguntas necessárias que o professor deve fazer: como sou na sala de aula? Como
explico determinado conteúdo? Quais são os instrumentos que utilizo para
desenvolver os assuntos elencados no planejamento de ensino/aula? Procuro
sanar as possíveis dúvidas dos alunos? Será que o que estou propondo é, de fato,
relevante? Meus alunos participam da aula ou provoco a sua participação?
Procuro circular pela sala de aula e verificar as anotações dos meus alunos? Cuido
do espaço físico da sala de aula em função dos objetivos didáticos? Sou
professor-autor da minha prática pedagógica? Tenho a competência científica
aliada à didática da disciplina?
Não podemos pensar em aprendizagem significativa se essas perguntas não
fazem parte do planejamento e principalmente da postura de um educador. Com
isso, o conteúdo que planejar para uma semana deverá escolher uma estratégia

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adequada para desenvolvê-lo. Professores comprometidos encontram boas
soluções para as dificuldades que enfrentam no dia-a-dia na sala de aula.
Essas perguntas e principalmente as respostas são necessárias para que as ações
em sala de aula sejam norteadoras do trabalho didático.
O trabalho com o aluno requer uma atenção especial. Sabemos que não é possível
acompanhar de perto todos os alunos numa mesma aula, assim é preciso
distribuir esse tipo de acompanhamento ao longo da semana. O apoio pedagógico
deverá ser mais frequente e intensivo com os alunos cujo desempenho está se
distanciando da média da classe. Por isso, o planejamento do ensino deverá ser
elaborado com muita atenção. Para ele ser uma ação transformadora requer:
 Articulação com os momentos didáticos propostos;
 Previsão das atividades discentes: qual o envolvimento do aluno na aula;
sala de aula;
 Interações na produção dos materiais didáticos;
 Organização do espaço da sala aula;
 Apresentação da proposta da aula de forma clara, objetiva;
 Definição de lideranças (papéis);
 Abertura para avaliação cooperativa do trabalho vivenciado.
Importante salientar que o planejamento sirva para você, professor e para
os alunos, que ele seja favorável e funcional a quem se destina, por meio de uma
ação consciente e responsável, desconsiderando a noção de planejamento como
uma receita pronta, pois cada sala de aula é uma realidade diferente, com
problemas e soluções diferentes. Nesse sentido cabe adaptar o seu planejamento,
para que assegure o bom desenvolvimento a que ele se propõe, que é o de guiar
as práticas docentes coerentes e significativas em sala de aula. Bom trabalho!

-
SUGESTÃO DE PROJETO DE LEITURA:

Leitura em inglês
Nesta sequência didática, você vai saber como ajudar os alunos a ler os primeiros
textos em inglês, enfocando o vocabulário conhecido, as palavras cognatas e os
seus conhecimentos prévios.

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Objetivos
- Identificar as informações principais do texto.

- Ativar as informações prévias ao texto (imagens, título, conhecimento prévio


do assunto etc.) e usá-las a favor da leitura.

Conteúdos
- Leitura de textos informativos.

Anos
6º a 9º ano.

Tempo estimado

4 aulas.

Material necessário

Textos informativos, dentro de um mesmo tema: esporte, astronomia,


celebridades, música etc. Um com nível de complexidade menor, dois ou três
intermediários e um terceiro um pouco mais complexo. Adequar o texto ao ano a
ser trabalhado.

Desenvolvimento
1ª etapa
Apresente aos alunos um texto curto (um ou dois parágrafos) com título e imagem
de assunto de interesse da faixa etária. Pode ser relacionado à música ou
programas de televisão, por exemplo. Se possível, projetá-lo no telão para que
todos acompanhem a leitura. Antes de iniciar a leitura propriamente dita, peça
que os alunos observem a imagem e a descrevam. Em seguida, solicite que eles
leiam o título do texto e peça que tentem depreender sobre o que se trata o texto,
anotando suas ideias. Chame a atenção ainda, para o gênero textual utilizado,
para que façam a conexão com textos deste gênero que já tenham lido em
português, e faça-os refletir sobre como normalmente são escritos. Ainda antes
de iniciar a leitura, levante com os alunos que tipo de vocabulário e estrutura que
poderão encontrar no texto e registrar estas ideias na lousa. Esta primeira etapa
visa prepará-los para a leitura. A segunda etapa desta leitura é selecionar uma
primeira parte do texto (primeiro parágrafo ou primeira frase, dependendo do
tamanho) e pedir que eles grifem neste trecho todas as palavras/ideias que

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entendem. (É importante ficar bem claro para eles que devem grifar o
que entendem, pois muitas vezes eles trazem o hábito de outras áreas de grifar o
que não entendem). Ilustre este procedimento no texto projetado (ou na própria
lousa, se for o caso) com as palavras grifadas por um aluno. Peça que este aluno
tente entender o trecho usando somente as palavras grifadas e, a partir daí,
mostre aos alunos quais outras palavras eles poderiam entender também. Mostre
que para isso, podem deduzir pelo contexto e usar a semelhança com o português.
Em último caso, é possível utilizar o dicionário. Aqui, é importante salientar que
os alunos devem buscar somente as palavras que são chave para o entendimento
da frase, aquelas sem as quais ficaria impossível compreender o texto. Feito isso,
devem reler o trecho e verificar sua compreensão. Este primeiro trecho deve ser
lido coletivamente, para que os alunos entendam o procedimento. É importante
verificar a compreensão de todos até aqui. Em seguida, solicite que os alunos
continuem a leitura do texto, seguindo os passos anteriores. Esta leitura pode ser
feita em duplas. Circule pela sala auxiliando a turma quanto ao procedimento e
tire dúvidas, mas deixe que eles tentem entender o texto sem seu auxílio. Para
finalizar, como lição de casa, os alunos devem registrar, com suas palavras, em
português, o que entenderam do texto.

2ª etapa
Em primeiro lugar, retome com o grupo o texto lido na aula anterior com base
nos registros, certificando-se do entendimento geral do texto. Em seguida,
recapitule os procedimentos usados na aula anterior para compreensão de um
texto:

- Observar a figura e ler o título para antecipar o assunto que será tratado no texto,
além do gênero textual utilizado;
- Ativar o conhecimento prévio sobre este assunto e gênero textual;
- Pensar em vocabulário/estruturas que poderão estar presentes no texto;
- Ao iniciar a leitura, por partes, primeiro grifar aquilo
que entendem/conhecem e procurar entender as frases a partir destas palavras,
mais aquelas que conseguem deduzir pelo contexto e que têm semelhança com o
português;

- Buscar no dicionário somente as palavras chave para o entendimento (se


necessário);
- Reler o trecho para verificar o entendimento.

Explique, então, que eles receberão um texto de leitura individual e que devem
compreendê-lo para contar sobre ele para os colegas. Entregue então, um texto
para cada aluno, sendo dois ou três diferentes para a classe. Devem ser textos um
pouco maiores que o lido na aula anterior, mas com tema relacionado a este
primeiro. Podem ser, por exemplo, cards com as fotos e textos informativos

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sobre "celebridades" conhecidas da faixa etária, como Justin Bieber e Selena
Gomez. Cada aluno deverá ler seu card, seguindo os procedimentos já
comentados, e se preparar para compartilhar as informações lidas com os colegas.
Quando todos tiverem terminado a leitura, forme duplas ou trios de alunos que
leram textos diferentes, (dependendo da quantidade de textos diferentes
distribuídos), para contar aos colegas as informações obtidas em seus cards. Pode
ser uma boa ideia especificar a quantidade ou o tipo de informação que deve ser
compartilhada, para evitar que eles falem simplesmente o tema do texto, por
exemplo, "Justin Bieber", mas sim o máximo de informações possíveis.

3ª etapa

Neste momento, será feita a leitura de um texto um pouco maior e mais complexo
que os anteriores. É interessante manter o mesmo tema dos demais textos, uma
vez que os alunos já estão mais familiarizados com o vocabulário e as estruturas
utilizadas. Entregue os textos aos alunos e antes do início da leitura, relembre os
procedimentos realizados nas aulas anteriores, principalmente aquilo que deve
fazer antes de se iniciar a leitura propriamente dita. Após a leitura do texto, diga
para os alunos que deverão responder perguntas de compreensão do texto. As
perguntas podem ter dificuldade crescente, começando com aquelas que serão
facilmente encontradas àquelas que precisam de um pouco de interpretação. A
atividade pode ser realizada em duplas. Quando todos terminarem a tarefa,
debatam as respostas dadas pelas duplas. Finalmente, no fim da aula, é
importante que os alunos registrem, em português, os procedimentos de leitura
em seu caderno.

Avaliação
Durante a realização da sequência, observe a participação de todos nas atividades
em sala. Na terceira leitura, atente para a capacidade de cada aluno responder as
perguntas de compreensão do texto. Nesta ultima etapa, é possível perceber se os
alunos foram capazes de ativar as estratégias aprendidas nas aulas anteriores.
Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/

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