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DOI: 10.

5902/ 2317175814891 83

SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁ-


RIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA:
UMA ANÁLISE DESCRITIVA

ASATISFACTION OF USERS OF UNIVERSITY RESTAURANT AT THE


FEDERALUNIVERSITY OF SANTA MARIA: A DESCRIPTIVE ANALYSIS

Fernando de Jesus Moreira Junior1, Caroline Pafiadache2,


Lais Helen Loose3, Rafael Piaia4, Vinícius Teodoro Scher5,
Angelica Peripolli6 e Bruna Palm7

Recebido em: 19/07/2014


Aprovado em: 16/06/2015

RESUMO ABSTRACT

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o nível This survey aims to assess the level of satis-
de satisfação dos usuários do Restaurante Uni- faction by users of the University Restaurant
versitário (RU) da Universidade Federal de Santa at the Federal University of Santa Maria -
Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, por meio de RS, through descriptive statistical methods.
métodos estatísticos descritivos. Para isso, ela- A questionnaire of profiling, assessment of
borou-se um questionário com questões sobre satisfaction and importance in relation to
perfil e avaliação da satisfação e da importância the 41 items related to the University Res-
em relação a 41 itens relacionados ao RU. Par- taurant was prepared. The research involved
ticiparam da pesquisa 1.855 usuários, incluindo 1,855 users, including students, teachers and
alunos, docentes e técnicos administrativos. Ob- administrative staff. It was observed the ma-
servou-se que a maioria dos usuários é do sexo jority are female, singles, situated in the age
feminino, está solteira, situa-se na faixa etária de group 17-30 years, without socioeconom-
17 a 30 anos, é aluno sem o benefício socioeco- ic benefit, who attend undergraduate and
nômico, cursa a graduação e almoça em grupo. A lunch in group. The majority of respondents
maioria dos respondentes frequenta o restaurante attended the restaurant between midday and
entre o meio dia e uma hora da tarde e pelo menos one o’clock, and for at least three times a
três vezes por semana, sendo o preço atrativo a week, where the attractive price is the main
principal motivação para frequentá-lo. A maioria motivation to attend it. Most attributes were
dos atributos do RU foi avaliada de forma posi- evaluated positively, particularly for indoor
tiva, com destaque para a iluminação interna, o lighting, the price charged, the location, ac-
preço cobrado, a localização, a acessibilidade, as cessibility, forms of payment, the service, the
formas de pagamento, o atendimento, o tamanho size of the restaurant, the organization of the
do restaurante, a organização do buffet, o conforto buffet, comfort and layout. With respect to
e o layout. Com relação aos itens avaliados insa- items poorly evaluated noteworthy ventila-
tisfatoriamente, merecem destaque a ventilação, tion, shelter from the sun and the rain and the
o abrigo contra o sol e a chuva e os aspectos re- items related to the demand of users.
lacionados com a grande quantidade de usuários. Keywords: Satisfaction survey; Market re-
Palavras-chave: Pesquisa de satisfação; Pesqui- search; University Restaurant; Quantitative
sa de mercado; Restaurante Universitário; Análise analysis; Descriptive methods.
quantitativa; Métodos descritivos.

1
Graduado em Estatística e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor em Engenharia de
Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brasil. Docente do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). E-mail: fmjunior777@yahoo.com.br.
2
Acadêmica do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: carolpafiadache@yahoo.com.br.
3
Acadêmica do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: laisloose@gmail.com.
4
Acadêmico do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: rpiaia@gmail.com.
5
Acadêmico do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: profvinimat@hotmail.com.
6
Acadêmica do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: angelicaperipolli@gmail.com.
7
Acadêmica do Curso de Estatística da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil. E-mail: brunagpalm@gmail.com.

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Angelica Peripolli e Bruna Palm

1 Introdução das ferramentas mais utilizadas para le-


vantar essas informações é a Pesquisa
Em um mundo em que as pessoas de Mercado, a qual pode ser aplicada
estão com seu tempo cada vez mais li- entre os usuários do restaurante, na for-
mitado diante das inúmeras responsabi- ma de pesquisa de opinião.
lidades adquiridas, o antigo hábito de Diante disso, esta pesquisa pre-
fazer todas as refeições em casa vem se tende realizar um diagnóstico da situa-
tornando algo raro. Nesse sentido, Pas- ção atual do RU da UFSM, identifican-
sador et al. (2006) afirmam que a busca do quais os aspectos que estão ou não
pela praticidade aliada à falta de tempo atendendo às necessidades dos usuá-
e à distância entre o local de trabalho rios. Sabendo da relevância do RU em
e a residência fez com que as pessoas termos sociais, econômicos e ambien-
mudassem seus hábitos alimentares, de tais, o objetivo deste trabalho consiste,
maneira que muitas começaram a reali- assim, em apresentar um diagnóstico
zar as refeições fora de casa. sobre o nível de satisfação dos usuários
Dentro desse contexto, estão os do RU (considerando as três unidades
estudantes universitários que possuem existentes) da UFSM, com base em in-
uma carga horária extensa e que, muitas dicadores de qualidade, elaborados por
vezes morando distante da universida- meio de métodos estatísticos descriti-
de, acabam optando por fazer suas re- vos, a partir de dados levantados através
feições na própria academia. O mesmo de uma pesquisa realizada com esses
ocorre com professores e servidores pú- usuários. Os resultados desta pesquisa
blicos que trabalham na Universidade serão encaminhados à direção do RU e
Federal de Santa Maria (UFSM). poderão gerar subsídios para a formula-
Os Restaurantes Universitários ção de propostas que visam melhorias
(RU’s) têm sua importância fundamen- (mudanças e/ou adaptações) nos crité-
tada em três aspectos básicos distintos: rios avaliados para que o usuário tenha
o prazer proporcionado pela alimenta- um serviço que atenda às suas necessi-
ção; a praticidade, que pode ser aliada dades e expectativas.
tanto ao desejo da refeição quanto à
necessidade de alimentar-se; e, por úl- 2 Referencial teórico
timo, a saúde, geralmente ligada a uma
necessidade específica do comensal de O surgimento dos Restaurantes
realizar esta refeição (VIDRIK, 2006). Universitários (RU’s) ocorreu na dé-
Os RU’s são muito importantes para cada de 50, quando a Universidade do
a vida acadêmica, principalmente dos Brasil iniciou a criação do primeiro RU
alunos de graduação, muitos dos quais no Rio de Janeiro. A instituição manti-
não teriam condições financeiras de se nha ainda em outras faculdades e algu-
alimentar em restaurantes particulares mas escolas da cidade restaurantes para
durante todo o período do curso e, as- atendimento de funcionários e alunos
sim, não conseguiriam manter seus es- (MEC, 1984).
tudos. Em 1963, foi inaugurado o pri-
Diante da importância da presen- meiro RU da Universidade Federal de
ça dos RU’s no ambiente acadêmico, Santa Maria (UFSM), no prédio da Rua
torna-se necessário avaliar as condições Marechal Floriano Peixoto, número
desse serviço, a fim de verificar se as 1184, no Centro de Santa Maria, Rio
necessidades básicas de uma unidade de Grande do Sul, onde atualmente funcio-
alimentação, relacionadas com qualida- nam alguns cursos do Centro de Ciên-
de nutricional das refeições, higiene, cias Sociais e Humanas (CCSH). Após
acomodações, ventilação, dentre outros 12 anos, ocorreu a inauguração do RU
aspectos, estão sendo atendidas. Uma - Campus, em 1975, em Camobi. Em

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2010, iniciaram as atividades do RU - público; o segundo atende uma cliente-


Refeitório II, servindo apenas almoço, la definida, de direito ou de fato, sen-
com a finalidade de diminuir as filas e do normalmente localizado no seio da
de garantir a todos o mesmo tempo de mesma, que é o caso dos RU’s (GRÁ-
almoço. Inicialmente, os serviços do CIA, 2011).
RU eram terceirizados e a produção Restaurantes destinados à ali-
dos alimentos era feita em cada uma mentação coletiva devem oferecer
de suas sedes. Em fevereiro de 1984, refeições que atendam a critérios na-
o RU passou a ser administrado pela cionais de qualidade nutricional e sani-
UFSM, sendo vinculado e coordenado tária, preservando a saúde do consumi-
pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudan- dor (VICTÓRIA et al., 2003). O serviço
tis (PRAE). Utilizando um sistema de de alimentação em um campus é com-
compras e administração centralizado, pletamente diferente do que ocorre nos
passou a funcionar como Órgão Suple- outros tipos de restaurantes. Nos restau-
mentar Central da UFSM. Em 1997, a rantes tradicionais, o objetivo principal
produção passou a concentrar-se no RU é saborear uma boa refeição, de modo
Campus, e teve início a implantação do que os clientes vão até lá por causa do
sistema de informatização de acesso ao estabelecimento em si. No entanto, em
Restaurante (SRU), por meio de cartei- um campus universitário, os estudantes
ras com códigos de barra. Esse sistema, estão lá por causa das aulas ou de outras
pioneiro no país, passou a ser utilizado atividades acadêmicas,de forma que
por outras instituições de ensino do Bra- poucas pessoas vão para o campus ape-
sil. Considerado um dos maiores restau- nas para comer (KLASSEN; KUMAR;
rantes do sul do país, o RU da UFSM TRYBUS, 2005).
vem buscando, a cada dia, o aperfeiçoa- O RU convive diariamente com
mento administrativo e a excelência nos o desafio de manter, a baixo custo, um
serviços prestados, de forma a garantir atendimento de qualidade, devendo
qualidade e responsabilidade social. empenhar-se para prover uma refeição
Atualmente, a UFSM possui três saudável que atenda às necessidades
RU’s (Campus Refeitório I e Refeitó- nutricionais dos usuários. Precisa, as-
rio II, que funcionam das 11h00min às sim, oferecer um cardápio qualitativa e
13h30min e RU Centro, que funciona quantitativamente variado e equilibrado
das 11h00min às 13h15min) que ser- a fim de manter a saúde de sua cliente-
vem, em média, 5.300 refeições diárias la, sendo imprescindíveis, ainda, quali-
oferecidas a alunos, servidores técnico dades sensoriais e higiênico-sanitárias,
-administrativos e docentes da UFSM. bem como um bom atendimento. No
Para alunos carentes, viabiliza, median- caso de um RU, é preciso que atenda
te prévia seleção, as três principais refei- os funcionários e os alunos da univer-
ções diárias – café da manhã, almoço e sidade durante o cumprimento de suas
jantar – com custo subsidiado em 80%, funções na universidade (MAIA, 2008;
em qualquer uma das sedes (Campus ou OLIVEIRA, ALVES, 2008; BRAN-
Centro). Já os demais alunos devem op- DRÃO, GIOVANONI, 2011).
tar por uma das sedes e entre almoço e Os RU’s no contexto das Insti-
jantar, conforme a localização e o turno tuições Públicas de Ensino Superior
do seu curso. representam não só a democratização
Os restaurantes podem ser divi- do espaço universitário, mas uma ne-
didos em duas categorias: comerciais e cessidade para o melhor funcionamen-
de coletividade. O primeiro engloba os to dessas Instituições, sendo, inclusive,
estabelecimentos que atendem indiví- responsáveis diretos, em algumas delas,
duos ou grupos, clientela ocasional ou pela redução dos índices de evasão es-
regular, e são abertos a qualquer tipo de colar. Trabalhos científicos comprovam,

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por exemplo, que a boa alimentação principal canal para obter informações
melhora não só o rendimento acadêmi- oportunas para a tomada de decisão,
co, como também as condições de vida pois permite fornecer aos tomadores
das pessoas (FONAPRACE, 1997). de decisões dados sobre o diagnóstico
Esses estabelecimentos devem atual e oferecer ideias sobre as mudan-
se preocupar com as características bá- ças necessárias.
sicas de um restaurante, como higiene, A pesquisa de satisfação propor-
refeições e atendimento, mas também ciona outros benefícios, como percep-
têm de buscar satisfazer o cliente nas ção mais positiva dos clientes com rela-
suas necessidades diversas, oferecendo, ção à empresa (neste caso, usuários do
por exemplo, um ambiente agradável, RU com relação ao RU); informações
preços acessíveis e informações sobre atuais e relevantes quanto às necessida-
o cardápio (BISOGNI; JASTRAN; des dos clientes; relação de lealdade por
BLAKE, 2011). Para garantir a satisfa- parte dos clientes; e confiança devido
ção dos clientes, os restaurantes reque- à aproximação com a empresa (RU).
rem uma metodologia adequada para o Além disso, a pesquisa de satisfação
monitoramento constante da qualidade também tem como objetivos criar pa-
percebida do serviço oferecido, sendo drões mais adequados de atendimento
para isso necessário um conjunto de aos clientes, aumentar o índice de reten-
conhecimentos sobre muitos aspectos ção dos mesmos, maximizar a sua satis-
(COUTINHO; MOREIRA; SOUZA, fação e anular o índice de insatisfação
2005). (ROSSI; SLONGO, 1998).
Os RU’s são Unidades de Ali- A importância da satisfação do
mentação e Nutrição (UAN’s) que cliente é evidente na avaliação de uma
atuam como ferramentas importantes empresa e de sua sobrevivência no mer-
na assistência estudantil, especialmente cado global. Segundo Milet (1997),
para os alunos com baixo poder aqui- recomenda-se perguntar aos clientes o
sitivo ou que residem a grandes distân- que eles querem, precisam ou esperam
cias do ambiente onde estudam (ROHR; e conhecer como os clientes avaliam os
MASIERO; KLIEMANN NETO, produtos ou serviços que lhes são pres-
2010), ampliando, assim, a oferta de re- tados. O autor ressalta que o sucesso
feições nutricionalmente balanceadas e maior é conseguido pelas organizações
seguras, a preços baixos. Esses restau- que se antecipam aos desejos dos clien-
rantes, além de propiciarem uma maior tes, captando as suas necessidades im-
facilidade para o desenvolvimento aca- plícitas e superando suas expectativas.
dêmico dos alunos, são, principalmen- Conforme afirmam Tontini e
te, elementos de grande importância so- Sant’ana (2007), a satisfação do cliente
cial, pois são um local com poder para está relacionada com o atendimento de
ampliar as relações sociais ou até mes- suas necessidades implícitas e explíci-
mo possibilitar um maior contato entre tas, por meio do conjunto de caracterís-
os alunos, em um período fora da sala ticas ou atributos do serviço ou produto.
de aula, além de contribuírem significa- Dessa forma, torna-se importante iden-
tivamente para diminuir um dos proble- tificar como o desempenho dos diferen-
mas mais constantes nas universidades tes atributos está relacionado à satisfa-
públicas: o alto índice de evasão. ção dos clientes.
A satisfação dos clientes, medida Há vários estudos relacionados à
por meio da aplicação de uma pesquisa satisfação de usuários de RU’s no Bra-
de mercado, é a maneira mais eficiente sil. Vidrik (2006), por exemplo, reali-
de avaliar o desempenho de uma orga- zou um grupo focal com 18 estudan-
nização. Segundo McDaniel e Gates tes a fim de identificar indicadores de
(2005), a pesquisa de marketing é o qualidade para o RU da Universidade

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do Sagrado Coração (USC) em Bauru, Almeida et al. (2008) investigaram a


São Paulo. Grácia (2011) estudou a per- relação entre o cardápio do RU da Uni-
cepção de 289 usuários do RU da Uni- versidade Estadual de Campinas (UNI-
versidade Federal do Paraná (UFPR) CAMP) e o desperdício gerado, em
quanto à qualidade da carne moída ser- uma amostra de 78 usuários. Hárter et
vida. Coutinho, Moreira e Souza (2005) al. (2013) realizaram um estudo de caso
avaliaram a gestão da qualidade dos sobre a satisfação dos usuários do RU
serviços prestados pelo RU do Campus da Universidade Federal de Mato Gros-
III da Universidade Federal da Paraíba so (UFMT), aplicando um questionário
(UFPB) do ponto de vista de 75 usuá- a uma amostra de 100 usuários. Braga,
rios, em que 56% deles consideram a Pereira e Andrade Junior (2015) avalia-
qualidade dos serviços do RU ruim ou ram a satisfação dos usuários do RU da
péssimo. Um estudo no RU (RESTAU- Universidade Tecnológica Federal do
RANTE UNIVERSITÁRIO, 2013a) da Paraná (UTFPR) Campus Ponta Gros-
Universidade Federal de Santa Catarina sa, aplicando um questionário a 400
(UFSC) elaborou uma pesquisa de opi- usuários do estabelecimento. Carvalho,
nião com 3.011 usuários do estabeleci- Amorim e Tavares (2003) elaboraram
mento. Outro estudo no RU (RESTAU- um sistema de indicadores de qualida-
RANTE UNIVERSITÁRIO, 2013b) de para o RU da Universidade Federal
da Universidade Estadual de Londrina Fluminense (UFF), com base no grau de
(UEL) realizou uma pesquisa de opi- satisfação de 71 usuários do RU. Mou-
nião com 540 usuários, e uma pesquisa ra et al. (2015) avaliaram a satisfação
no RU (RESTAURANTE UNIVERSI- de 60 alunos usuários do RU da Uni-
TÁRIO, 2014) da Universidade Fede- versidade Federal do Piauí (UFPI) do
ral de Uberlândia (UFU) abordou 530 Campus Ministro Reis Velloso, em Par-
usuários em três campi. Alves e Salcedo naíba. Garcez, Fachin e Andrade Junior
(2014) avaliaram o nível de satisfação (2000) avaliaram o grau de satisfação
de 50 usuários do RU da Universidade de 750 usuários do RU da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Ross, Federal de Santa Catarina (UFSC). Em
Sartori e Godoy (2009) utilizaram o uma pesquisa mais recente, Jacob et al.
Modelo de Kano como alternativa para (2006) avaliaram a satisfação dos clien-
a medição do grau de satisfação de atri- tes e o diagnóstico de filas no RU Notur-
butos de um RU localizado na região no da UFSC. Gardin e Cruvinel (2014)
central no estado do Rio Grande do Sul, analisaram a satisfação de 217usuários
realizando uma pesquisa com 146 usuá- do RU do Campus Londrina da Univer-
rios desse ambiente. Cattafesta et al. sidade Tecnológica Federal do Paraná
(2012) estudaram as condições higiê- (UFTPR). Caixeta e Cunha (1994) fize-
nico-sanitárias de um RU e as práticas ram um estudo piloto no RU da Univer-
alimentares de 208 usuários. Medeiros sidade de Brasília (UnB) em dois mo-
et al. (2013) efetuaram um estudo no mentos, o primeiro com 75 usuários, e o
RU da Universidade Federal do Rio segundo, após implantação de mudan-
Grande do Norte (UFRN) com o obje- ças, com 136 usuários, constatando que
tivo de propor melhorias no processo houve melhorias com relação a diversos
que está diretamente relacionado com aspectos. Gasparin et al. (2012) estuda-
os usuários, aplicando o questionário ram o perfil nutricional e a percepção
a uma amostra de 73 usuários. Maia de conforto de 116 usuários do RU do
(2008) apresenta os resultados de desta- Campus Medianeira da UTFPR, bem
que de três pesquisas em que foi avalia- como de 189 clientes de restaurantes de
do o nível de satisfação dos usuários do buffet por quilo em seu estudo. Em uma
RU da Universidade Federal do Ceará pesquisa realizada por Marques, Pereira
(UFC) nos anos de 2003, 2004 e 2005. e Alves (2010) para identificar os prin-

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cipais fatores relacionados à satisfação 3 Método


quanto à infraestrutura da UFSM, foi
verificado que o fator mais importante Segundo Gil (2002), uma pes-
para os alunos e que apresentou o maior quisa descritiva tem como um dos seus
índice de satisfação de toda a análise é o objetivos descrever as características
RU, envolvendo a higiene, as refeições de determinada população ou fenôme-
e o espaço físico. no. Richardson (1999) afirma que os
Não há, contudo, muitos estudos estudos de natureza descritiva visam
internacionais relacionados à satisfação descobrir as características de um fenô-
de usuários de RU’s. Edwards e Mei- meno e podem utilizar como objeto de
selman (2005) analisaram a influência estudo um indivíduo, um grupo ou uma
de sugestões positivas e negativas so- situação específica. Esse tipo de estudo
bre a escolha da comida e aceitação de deve ser realizado quando o pesquisa-
alimentos em um restaurante universi- dor deseja obter melhor entendimento
tário e verificaram que apenas decla- acerca do comportamento de diversos
rações negativas influenciam a escolha fatores e elementos que influenciam de-
da comida; apesar disso, uma vez que terminado fenômeno. Malhotra (2001),
um usuário escolhia um prato, a acei- por sua vez, define a pesquisa descritiva
tabilidade desse prato não era afetada. como um tipo de pesquisa conclusiva,
Há alguns estudos sobre estratégias in- que procura explicar a natureza e a es-
centivando as pessoas a escolher uma pecificidade dos fenômenos organiza-
opção saudável em RU’s (ALMANZA cionais e sociais, permitindo descrever
et al., 1993), em que a divulgação da in- as características de grupos relevantes,
formação nutricional no ponto de venda estimar a porcentagem de unidades em
resultou em uma maior satisfação dos uma população específica que exibe de-
usuários que passaram a utilizar essa terminado comportamento, averiguar as
informação na escolha dos alimentos, percepções de características de produ-
reduzindo porções de alimentos gor- tos, mensurar o grau de associação das
durosos e aumentando o consumo de variáveis e fazer previsões específicas.
alimentos mais saudáveis (CRANA- O presente estudo é um survey
GE, CONKLIN, LAMBERT, 2004; com propósito descritivo e transversal,
FREEDMAN, 2011). As percepções que usa de uma amostra não probabi-
dos usuários em relação às práticas ver- lística composta de usuários do Restau-
des em um restaurante em um campus rante Universitário (RU) da Universi-
universitário nos Estados Unidos foi dade Federal de Santa Maria (UFSM),
objeto de pesquisa de Di Pietro, Cao e o que inclui estudantes de graduação,
Partlow (2013), que verificaram o in- mestrado e doutorado, técnicos admi-
teresse dos usuários por restaurantes nistrativos e docentes.
que se preocupam com a preservação A pesquisa foi realizada por meio
do meio ambiente.Outros estudos (SA- de um questionário quantitativo basea-
RAIVA, CID, BAIÃO, 2011; KONG, do nos seguintes autores: Carvalho,
JAMIL, 2015; NG, 2005) avaliam res- Amorim e Tavares (2003), Siebenei-
taurantes que atendem à comunidade chler et al. (2008) e Garcez, Fachin e
universitária (university food service), Andrade Junior (2000). O questionário
mas não se caracterizam como os RU’s era autoaplicável e foi enviado de for-
brasileiros, que atendem a uma grande ma eletrônica ao público-alvo, cujos
quantidade de usuários e com preço e-mails estavam cadastrados no Sistema
subsidiado. de Informações para o Ensino (SIE) da
UFSM. O formulário foi elaborado utili-
zando o aplicativo Google Docs (www.
google.com/docs).Segundo McDaniel e

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Gates (2005), os índices de resposta das formações do perfil do usuário; a segun-


pesquisas aplicadas por meio da internet da sobre o nível de satisfação do usuário
variam entre 30% e 60%. Considerando em relação a 41 aspectos relacionados
que o RU (RESTAURANTE UNIVER- aos RU’s; e a terceira sobre a importân-
SITÁRIO, 2012) serve em média 3.650 cia atribuída pelos usuários a esses 41
almoços diários, esperava-se obter uma aspectos. Este artigo se delimita a ana-
amostra de, pelo menos, 1.095 usuários. lisar de forma descritiva apenas o nível
No entanto, a aplicação da pesquisa su- de satisfação dos usuários em relação a
perou as expectativas, tendo sido res- esses 41 aspectos. Dessa forma, os usuá-
pondida por 1.855 usuários. rios avaliaram a sua satisfação em rela-
O questionário aplicado foi divi- ção aos 41 aspectos utilizando a escala
dido em três partes: a primeira sobre in- likert apresentada na Tabela 1, a seguir.
Tabela 1 – Escala de satisfação utilizada
Indiferente
Muito Muito
Insatisfeito (nem satisfeito Satisfeito
insatisfeito Satisfeito
nem insatisfeito)
1 2 3 4 5
Fonte: Elaborado pelos autores.
Um espaço para críticas, elogios e foram avaliadas; logo, as análises foram
sugestões foi adicionado ao final da pes- baseadas apenas nas respostas válidas.
quisa. As respostas foram separadas por Esta pesquisa foi aprovada pelo
expressões-chave e, em seguida, foram Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM,
organizadas em categorias temáticas e e o projeto foi registrado sob o número
apresentadas sob a forma de um resumo, 033168.
coletando-se a respectiva ideia central con-
siderada mais significativa – os principais 4 Apresentação/discussão dos resulta-
resultados foram descritos neste trabalho. dos e comparação com outros estudos
Esta pesquisa também foi divulga-
da na página oficial da UFSM, em redes Participaram da pesquisa 1.855
sociais e em cartazes fixados em pontos usuários do Restaurante Universitário
do campus universitário em que havia (RU) da Universidade Federal de Santa
grande circulação de pessoas. O questio- Maria (UFSM), sendo esse um número
nário esteve à disposição para ser respon- que superou as expectativas da equi-
dido pelos frequentadores do RU, sendo pe de pesquisa. Desses respondentes,
estes alunos de graduação e pós-gradua- 41,35% são homens e 58,65% mulhe-
ção, docentes, servidores e técnicos admi- res. Em relação ao estado civil, a maio-
nistrativos que frequentam o RU no horá- ria é composta de solteiros (85,61%),
rio do almoço, entre os dias 16 de janeiro seguida de casados (12,61%), de divor-
e primeiro de fevereiro de 2013. ciados (1,78%) e de viúvos (0,27%).
As atividades relativas a esta Quanto ao vínculo com a UFSM,
pesquisa foram desenvolvidas nos la- 92,14% são alunos (dos quais 23,03%
boratórios de Estatística situados no têm benefício socioeconômico), 6,85%
Centro de Ciências Naturais e Exatas são servidores técnicos administrativos
(CCNE) da UFSM. Para análise dos e 1,02% são docentes. Dentre os alunos,
dados, foram utilizados os softwares 72,61% cursam a graduação, 17,41% a
estatísticos Statistica 9.0 e Statistical pós-graduação, 1,24% realiza um curso
Package for the Social Science - SPSS técnico e 0,86% está no ensino médio –
17.0. Os dados omissos, ou seja, as per- cerca de 8% não responderam que curso
guntas que não obtiveram resposta, não frequentam.

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A maioria dos usuários decla- Uberlândia (UFU), o percentual é de


rou que almoça em grupo (76,17%) e 8% (RESTAURANTE UNIVERSITÁ-
apenas 4,2% alegaram ser vegetaria- RIO, 2014); e no RU da Universidade
nos. Outras pesquisas com usuários de Federal de Santa Catarina (UFSC), esse
RU’s apontam diferentes percentuais percentual sobe para 15% (RESTAU-
de vegetarianos. Dentre os usuários do RANTE UNIVERSITÁRIO, 2013a).
RU da Universidade Federal do Paraná Ao analisar a faixa etária dos
(UFPR), o percentual de vegetarianos usuários do RU representada pela Fi-
é de apenas 2,4% (GRÁCIA, 2011); gura 1, nota-se que 71,86% são jovens
nos RU’s da Universidade Federal de com idade entre 17 e 25.
900

800
40,32%

700

600 31,54%
Observações

500

400

15,63%
300

200
6,58%
100
2,75% 2,10%
0,70% 0,38%
0
<16 17 a 20 21 a 25 26 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 >60
Idade (anos)

Figura 1 – Histograma da faixa etária dos usuários do RU


Fonte: Elaborado pelos autores.
Dentre os frequentadores do RU, de três a quatro vezes por semana, 11%
34,5% almoçam antes do meio-dia, já duas vezes por semana e 9% uma vez
58,44% preferem fazer esta refeição no por semana. No estudo de Cattafesta
intervalo do meio-dia às 13 horas, res- et al. (2012), 86,1% dos usuários uti-
tando uma pequena parcela de 7,06% lizam o RU pelo menos três vezes por
que opta por almoçar após as 13 horas. semana. Já no estudo de Maia (2008),
Com relação à frequência, 44,47% dos 60,4% dos usuários utilizavam o RU da
usuários almoçam diariamente no RU, Universidade Federal do Ceará (UFC)
31,54% de três a quatro vezes por se- quatro dias na semana em 2003, 44,2%
mana, 10,73% duas vezes por semana, utilizavam o RU diariamente em 2004 e
1,89% uma vez por semana e 11,37% 46,3% iam ao restaurante todos os dias
almoçam eventualmente no RU, con- em 2005. Já na pesquisa de Medeiros
forme mostra a Figura 2, a seguir. Esses et al. (2013), apenas 27% dos usuários
resultados corroboram o levantamento almoçam diariamente no RU da Univer-
de Grácia (2011), realizado com usuá- sidade Federal do Rio Grande no Norte
rios do RU da UFPR, em que 68,3 % (UFRN), 19% de 2 a 4 vezes, 11% uma
almoçam entre quatro e cinco dias por vez por semana e 42% eventualmente.
semana, 24,0% entre dois e três dias, Cerca de 87% dos usuários do RU da
3,5% um dia e 4,2% esporadicamen- Universidade Federal de Mato Grosso
te. O levantamento realizado pelo RU (UFMT) afirmaram frequentar sempre
(2013a) da UFSC aponta resultados ou frequentemente o RU, enquanto que
parecidos: 47% dos usuários almoçam 13% frequentam às vezes ou raramente,
pelo menos cinco dias na semana, 31% conforme Hárter et al. (2013).

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
91

1000

900
44,47%
800

700

600 31,54%
Observações

500

400

300

10,73% 11,37%
200

100
1,89%
0
Diariamente 3 ou 4 vezes/sem. 2 vezes/sem. 1 vez/sem. Eventualmente

Figura 2 – Frequência com que o usuário almoça no RU


Fonte: Elaborado pelos autores.
O restaurante em que o usuá- local da aula, da bolsa ou do trabalho;
rio almoça é predefinido pelo curso 7,1% dos usuários escolhem o RU para
no qual o mesmo está matriculado, de almoçar devido à qualidade das refei-
modo que o usuário não pode escolher ções; 6,6% devido à alimentação sau-
o restaurante em que irá almoçar. Des- dável proporcionada; e 6,5% devido a
sa forma, a maioria (89,9%) almoça no outros motivos. O preço baixo também
campus localizado no bairro Camobi é o principal motivo dos usuários faze-
(50,9% no Restaurante I e 38,9% no rem suas refeições em outros RU’s do
Restaurante II), enquanto que apenas país, como na UFPR (GRÁCIA, 2011),
10,1% almoçam no RU localizado no na UFRN (MEDEIROS et al., 2013),
Centro de Santa Maria. A maioria dos na Universidade de Brasília (UNB)
usuários opta pelo RU devido ao pelo (CAIXETA; CUNHA, 1994) e na UFC
preço atrativo das refeições (58,3%); (MAIA, 2008). A Tabela 2 apresenta a
outros 21,5% almoçam no estabeleci- frequência em relação ao principal mo-
mento por estar localizado próximo do tivo pelo qual o usuário almoça no RU.

Tabela 2 – Frequência x Motivo principal


Localização
Preço Qualidade Alimenta-
Frequência x (próximo do
atrati- das refei- ção saudá- Outra
Motivo local de aula/
vo ções vel
bolsa/ trabalho)
Diariamente 60,1% 6,4% 17,2% 9,0% 7,3%
3 ou 4x por semana 62,1% 6,2% 21,7% 3,9% 6,2%
2x semana 50,3% 8,0% 33,2% 3,5% 5,0%
1x por semana 45,7% 20,0% 28,6% 5,7% 0,0%
Eventualmente 50,2% 9,5% 25,6% 8,1% 6,6%
TOTAL 58,3% 7,1% 21,5% 6,6% 6,5%
Fonte: Elaborado pelos autores.

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Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
92 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

Conforme a Tabela 2, os usuários As Tabelas 3, 5, 7 e 9 apresentam


que frequentam o RU três ou mais vezes o percentual do nível de satisfação dos
por semana são fortemente estimulados usuários do RU, enquanto que as Tabelas
pelo preço atrativo. Aqueles que almo- 4, 6, 8 e 10 apresentam a estatística des-
çam uma ou duas vezes por semana tam- critiva para cada atributo avaliado no RU.
bém são atraídos principalmente pelo Considerando os 41 itens avaliados, en-
preço, mas concedem maior importância controu-se um Alfa de Cronbach igual a
com relação à localização do RU. Dos 0,93, o que significa que existe uma forte
usuários que almoçam uma vez por se- consistência interna entre esses itens.
mana, 20% o fazem devido à qualidade A Tabela 3 apresenta a distribuição
das refeições. A alimentação saudável é do nível de satisfação dos dez atributos
o motivo principal de 9,0% daqueles que relacionados com o ambiente interno dos
almoçam diariamente e de 8,1% daque- RU’s da UFSM. O coeficiente Alfa de
les que o fazem eventualmente. Cronbach para esses atributos foi de 0,80.
Tabela 3 – Análise do ambiente interno do RU
Indiferente
Muito Muito
Atributo Insatisfeito (nem satisfeito Satisfeito
insatisfeito Satisfeito
nem insatisfeito)
Tamanho/estrutura 2,43% 18,96% 15,94% 52,46% 10,21%
Layout 3,29% 19,30% 17,09% 50,46% 9,87%
Limpeza 1,84% 9,85% 13,16% 57,61% 17,54%
Iluminação 0,92% 2,76% 9,15% 61,78% 25,39%
Odores/cheiros 10,03% 20,43% 21,19% 37,45% 10,89%
Ventilação 12,30% 25,75% 11,87% 38,59% 11,49%
Conforto 3,31% 11,65% 19,78% 51,33% 13,93%
Barulhos 10,75% 28,01% 33,93% 23,07% 4,23%
Decoração 4,87% 11,90% 50,11% 26,19% 6,93%
Banheiro 13,11% 23,29% 34,80% 24,78% 4,02%
Fonte: Elaborado pelos autores.
O item “tamanho e a estrutura reira e Andrade Junior (2015). No RU
dos restaurantes” obteve 62,67% de sa- da UFSC, esse percentual foi de apenas
tisfação, percentual maior que no RU 2,9%, conforme Garcez, Fachin e An-
(2013b) da Universidade Estadual de drade Junior (2000).
Londrina (UEL), onde 50% consideram O item layout, relacionado com a
a adequação da área física aceitável, distribuição das mesas e das cadeiras, o
boa ou ótima, e maior que no RU da espaço para circulação e o buffet e com
Universidade Federal de Pernambuco outros aspectos de distribuição física,
(UFPE), onde apenas 30% consideram obteve 60,33% de satisfação. No RU do
satisfatório o arranjo físico, análise que Campus Londrina da UTFPR, 43,9%
incluiu quantidade de lugares e tama- consideraram bom ou ótimo esse item,
nho, segundo Alves e Salcedo (2014). conforme Gardin e Cruvinel (2014).
Já no RU da UFMT, a nota média de sa- A limpeza do espaço físico inter-
tisfação (em uma escala de 0 a 10) para no apresenta um percentual de 75,15%
o espaço físico foi de 7,01, conforme de satisfação, um percentual muito bom
Hárter et al. (2013). No RU do Cam- se comparado com outros RU’s, como o
pus Ponta Grossa da Universidade Tec- RU do Campus III da Universidade Fede-
nológica Federal do Paraná (UFTPR), ral da Paraíba (UFPB), onde apenas 16%
75,75% consideram ruim o espaço fí- consideram boa a higiene do ambiente,
sico, sendo esse o item com pior nível conforme Coutinho, Moreira e Souza
de satisfação na pesquisa de Braga, Pe- (2005), o RU (2013b) da UEL, onde

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SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
93

56% consideram a higiene do ambiente climatizadores trouxe alguns proble-


boa ou ótima, o RU do Campus Ministro mas, como guardanapos e embalagens
Reis Velloso da Universidade Federal do “voando”, aumentando a sujeira no am-
Piauí (UFPI), onde 65,0% consideram biente. No RU da UFMT, a nota média
boa ou ótima a higiene do RU, de acordo de satisfação (em uma escala de 0 a 10)
com Moura et al. (2015), e o RU avaliado para a climatização foi de 7,30, con-
por Cattafesta et al. (2012), onde 62,5% forme Hárter et al. (2013). No RU do
dos usuários atribuíram nota menor que Campus Ponta Grossa da UFTPR, ape-
sete(em uma escala entre 0 e 10) às con- nas 4% consideram a ventilação ruim,
dições higiênico-sanitárias do RU. Já no segundo Braga, Pereira e Andrade Ju-
RU (2014) da UFU, 85% mostraram-se nior (2015), e, no RU do Campus Lon-
satisfeitos com a limpeza do refeitório. drina da UTFPR, esse percentual foi
Segundo Maia (2008), 62,7% dos usuá- de 21,9%, conforme Gardin e Cruvinel
rios sugerem melhoria na limpeza e na (2014). No RU da UFSC, 32,8% consi-
manutenção do RU da UFC. No RU do deram ruim a ventilação, segundo Gar-
Campus Ponta Grossa da UFTPR, cerca cez, Fachin e Andrade Junior (2000).
de 27% não estão satisfeitos com a lim- No RU da UFF, a ventilação obteve um
peza, segundo Braga, Pereira e Andrade índice de insatisfação de 52,2%, segun-
Junior (2015); já no RU da UFSC, esse do Carvalho, Amorim e Tavares (2003).
percentual foi de apenas 1,5%, conforme O conforto deixa 65,26% dos usuá-
Garcez, Fachin e Andrade Junior (2000); rios satisfeitos, tendo sido sugerida, mes-
no RU noturno da UFSC, foi de apenas mo assim, a aquisição de algumas mesas
2%, segundo Jacob et al. (2006), e no mais altas e de cadeiras para melhorar a
RU do Campus Londrina da UTFPR, foi postura dos usuários altos.Além disso,
de apenas 3,4%, segundo Gardin e Cru- ressaltou-se a necessidade de aquisição
vinel (2014). de mesas e cadeiras para pessoas com ne-
A iluminação do ambiente inter- cessidades especiais. No RU do Campus
no possui um percentual de satisfação Ministro Reis Velloso da UFPI, apenas
de 87,17% dentre os usuários do RU, o 35,0% consideram bom ou ótimo o con-
que mostra que o local possui boa ilu- forto, de acordo com Moura et al. (2015).
minação interna durante o almoço. Já Já no RU (2013b) da UEL, 49% estão
no RU da Universidade Federal Flumi- satisfeitos com o conforto e 60% com
nense (UFF), a iluminação obteve um as condições dos mobiliários. No RU do
índice de insatisfação de 52,2%, segun- Campus Ponta Grossa da UFTPR, apenas
do Carvalho, Amorim e Tavares (2003). 13,75% consideram o mobiliário bom ou
A questão da ventilação apresen- ótimo, segundo Braga, Pereira e Andrade
ta um elevado índice de insatisfação, Junior (2015); já no RU da UFSC, esse
38,05%, mesmo com a recente instala- percentual foi de apenas 50,8%, conforme
ção de climatizadores. Isso se justifica Garcez, Fachin e Andrade Junior (2000).
pelo fato de que a temperatura dentro No RU do Campus Medianeira da UT-
dos RU’s, durante o verão, passa dos 40 FPR, menos de 20% consideraram as ca-
graus Celsius, tornando o almoço uma deiras confortáveis e cerca de 30% con-
tarefa árdua. Nesse contexto, merece sideraram a sala de refeições confortável,
destaque o RU II, que possui um telha- segundo Gasparin et al. (2012).
do de zinco que absorve o calor do sol Os barulhos apresentam um
para o ambiente interno. Houve relatos índice de insatisfação considerável:
de melhoria na temperatura interna, de- 38,76%. No RU do Campus Ponta
vido à instalação dos ventiladores, mas Grossa da UFTPR, apenas 5% conside-
alguns usuários disseram que os clima- ram o barulho ruim, segundo Braga, Pe-
tizadores não são suficientes nos dias reira e Andrade Junior (2015); porém,
quentes. Além disso, a instalação dos no RU da UFSC, esse percentual foi de

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
94 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

37,8%, sendo esse o item com o pior ní- por 26% dos usuários do RU (2013b) da
vel de satisfação na pesquisa de Garcez, UEL. Cerca de 30% incomodam-se com
Fachin e Andrade Junior (2000). os cheiros e odores, fator que pode estar
Cerca de 36% dos usuários en- relacionado com a ventilação.
contram-se insatisfeitos com os banhei- Chama a atenção o alto índice de
ros, havendo queixas quanto à falta de usuários (50,11%) que se mostram indi-
materiais (papel higiênico e sabonete), à ferentes com relação à decoração inter-
presença de umidade, à falta de higiene e na, indicando que esse item não interfere
à falta de adaptação para deficientes físi- em seu almoço. Na Tabela 4, consta uma
cos. A higiene dos banheiros foi um fator análise descritiva dos dados obtidos so-
considerado inaceitável ou insatisfatório bre o ambiente interno do RU da UFSM.
Tabela 4 – Análise descritiva dos atributos relacionados ao ambiente interno do RU
Respostas
Atributos Média Mediana Desvio-padrão Variância
válidas
Tamanho/estrutura 1851 3,49 4 0,990 0,980
Layout 1855 3,44 4 1,014 1,028
Limpeza 1847 3,79 4 0,908 0,824
Iluminação 1847 4,08 4 0,730 0,533
Odores/cheiros 1845 3,19 3 1,175 1,381
Ventilação 1845 3,11 4 1,258 1,583
Conforto 1845 3,61 4 0,974 0,949
Barulhos 1842 2,82 3 1,039 1,079
Decoração 1848 3,18 3 0,905 0,819
Banheiro 1816 2,83 3 1,067 1,139
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os resultados da Tabela 4 corro- dos usuários com relação a esses itens.
boram os resultados da Tabela 3. No- A avaliação dos cinco atributos rela-
ta-se que os barulhos e os banheiros cionados ao ambiente externo do RU é re-
apresentam médias abaixo da categoria presentada na Tabela 5. O coeficiente Alfa
indiferente, o que mostra a insatisfação de Cronbach para esses atributos foi de 0,72.
Tabela 5 – Análise do ambiente externo do RU
Muito Indiferente
Insatis- Muito
Atributo insatis- (nem satisfeito nem Satisfeito
feito Satisfeito
feito insatisfeito)
Fachada/aparência 3,86% 14,30% 38,99% 36,16% 6,69%
Localização 2,50% 5,92% 10,53% 54,51% 26,55%
Acessibilidade 4,06% 10,64% 15,30% 54,03% 15,96%
Abrigo do sol e chuva 12,66% 30,09% 14,94% 33,46% 8,85%
Sinalização 5,77% 16,69% 32,56% 38,22% 6,75%
Fonte: Elaborado pelos autores.
A Tabela 5 faz uma avaliação dos to, esse é um problema encontrado tam-
itens do ambiente externo do RU, onde bém em outros RU’s do país, conforme
a presença de um abrigo contra o sol e Coutinho, Moreira e Souza (2005).
a chuva é o item com maior índice de Por outro lado, a localização e a
insatisfação (42,75%). Isso mostra que acessibilidade possuem altos índices de
há uma deficiência na área externa dos satisfação: 81,06% e 69,99%, respectiva-
RU’s para os usuários que ficam na fila mente. No Campus Londrina da UTFPR,
do lado de fora do restaurante. No entan- 43,9% consideraram bom ou ótimo o

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
95

acesso ao RU, conforme Gardin e Cruvi- cam-se pelo elevado índice de indiferença:
nel (2014). No estudo de Cattafesta et al. 38,99% e 32,56%, respectivamente.
(2012), 57,7% dos usuários avaliaram de 0 Uma análise descritiva dos dados
a 6 (em uma escala de 0 a 10) a localização obtidos sobre o ambiente externo do
do RU. A fachada e a sinalização desta- RU é apresentada na Tabela 6, a seguir.
Tabela 6 – Análise descritiva dos atributos relacionados ao ambiente externo do RU
Respostas
Atributos Média Mediana Desvio-padrão Variância
válidas
Fachada/aparência 1839 3,28 3 0,923 0,851
Localização 1842 3,97 4 0,912 0,832
Acessibilidade 1823 3,67 4 0,998 0,997
Abrigo do sol e chuva 1841 2,96 3 1,223 1,495
Sinalização 1821 3,24 3 0,998 0,995
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os resultados da análise descritiva so de usuários estrangeiros e demarcações
corroboram os resultados das frequências nas filas de acesso ao RU, assim como nas
observadas. Quanto à acessibilidade, os filas para se servir e para a devolução dos
usuários sugeriram um melhor acesso ao utensílios, a fim de organizar e melhorar o
buffet pelos cadeirantes, pelos portadores fluxo de pessoas.
de deficiência física e pelas gestantes, as- A Tabela 7 apresenta a avaliação
sim como a possibilidade de atendimento do nível de satisfação dos 16 atributos
prioritário para esses grupos. Quanto à si- relacionados com a alimentação ofereci-
nalização, houve duas sugestões: coloca- da pelo RU. O coeficiente Alfa de Cron-
ção de placas bilíngues para melhor aces- bach para esses atributos foi de 0,91.
Tabela 7 – Análise da alimentação do RU
Muito Indiferente (nem satis- Muito
Atributo Insatisfeito Satisfeito
insatisfeito feito nem insatisfeito) satisfeito
Organização do buffet 1,84% 8,65% 12,71% 62,52% 14,28%
Qualidade dos
3,80% 14,86% 13,56% 53,20% 14,59%
alimentos
Temperatura
2,82% 10,57% 10,95% 59,40% 16,26%
dos alimentos
Alimentação equilibrada e
2,57% 7,81% 14,15% 56,67% 18,80%
saudável
Sabor e temperos 14,76% 30,05% 16,70% 30,92% 7,57%
Higiene dos alimentos 2,33% 11,29% 17,32% 55,65% 13,41%
Variedade diária 7,26% 22,21% 18,31% 42,69% 9,53%
Variedade do cardápio
8,58% 23,51% 17,75% 40,99% 9,17%
semanal
Quantidade da porção
10,72% 17,90% 15,02% 44,72% 11,64%
da carne
Quantidade da porção
6,57% 13,41% 19,11% 50,60% 10,31%
sobremesa
Salada (V e Q)* 8,18% 23,28% 17,28% 39,64% 11,61%
Arroz (V, S, Q)* 4,35% 10,00% 13,15% 56,79% 15,71%
Complemento
7,14% 21,25% 18,58% 43,65% 9,37%
(V, S, Q)*
Feijão/lentilha
6,81% 16,72% 13,67% 48,91% 13,89%
(V, S, Q)*
Carne (V, S, Q)* 10,06% 25,15% 17,77% 38,87% 8,15%
Guisado de soja (S, Q)* 12,23% 12,06% 51,03% 18,46% 6,23%
(*) Abreviações: Q= qualidade, S=sabor, V=variedade
Fonte: Elaborado pelos autores.

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
96 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

Observando-se a Tabela 7, ve- Carvalho, Amorim e Tavares (2003).


rifica-se que há um elevado índice de Por outro lado, há elevados índi-
insatisfação com relação ao sabor e ao ces de satisfação com relação à organi-
tempero (44,81%). De fato, muitos usuá- zação do buffet (76,8%), à temperatura
rios reclamaram da falta de tempero e dos alimentos (75,66%), à presença
da ausência de um saleiro. No RU da de alimentos equilibrados e saudáveis
UFPE, segundo Alves e Salcedo (2014), (75,47%), ao arroz (72,5%), à higiene
esse índice foi de 48% e, no RU do Cam- dos alimentos (69,06%) e à qualidade
pus Londrina da UTFPR, foi de apenas dos alimentos (67,79%). O bom indica-
12,2%, conforme Gardin e Cruvinel dor da higiene dos alimentos contrasta
(2014). No RU da UFC, conforme Maia com o RU do Campus III da UFPB,
(2008), a média de satisfação desse que- onde apenas 19% avaliaram esse que-
sito foi 5,8, em uma escala de 0 a 10. sito positivamente, assim como a quali-
Quanto à organização do buffet, dade das refeições, que obteve 42% de
76,80% mostraram-se satisfeitos, per- insatisfação na UFPB, segundo Couti-
centual superior ao do RU noturno da nho, Moreira e Souza (2005). Já no RU
UFSC, que foi de 59%, segundo Jacob (2013b) da UEL, 44% estão satisfeitos
et al. (2006). com a qualidade das refeições e 47%
Cerca de 35% mostraram-se in- com a conservação dos alimentos. No
satisfeitos com relação à carne servida, RU (2014) da UFU, 71% estão satisfei-
32,09% com a variedade semanal do tos com a qualidade das refeições. No
cardápio, 29,47% coma variedade diária, RU da UFC, 67,8% dos usuários apon-
28,62% com a quantidade da porção de tam que a melhoria da qualidade das re-
carne e 28,39% com o complemento. No feições deve ser prioridade nas ações de
RU da Universidade Estadual de Cam- melhoria do RU, segundo Maia (2008).
pinas (UNICAMP), 73% dos usuários No RU do Campus Ponta Grossa da
consideram que a carne tem um sabor UFTPR, apenas 7,5% dos usuários con-
desagradável, sendo a principal responsá- sideram a higiene dos alimentos boa ou
vel pelo desperdício, segundo Almeida et ótima, mas 92,75% consideram boa ou
al. (2008). No RU do Campus Londrina ótima a qualidade dos alimentos, se-
da UTFPR, 27,9% não estão satisfeitos gundo Braga, Pereira e Andrade Junior
com o tamanho da porção dos alimentos (2015). No RU do Campus Ministro
e 22,0% não se agradam com a varieda- Reis Velloso da UFPI, apenas 53,3%
de, conforme Gardin e Cruvinel (2014). consideram boa ou ótima a qualidade
No RU (2013b) da UEL, 12% dos usuá- dos alimentos e31,7% têm a mesma
rios estão insatisfeitos com a variação do avaliação quanto à variedade dos pra-
cardápio; já no RU (2014) da UFU, esse tos, sendo essa a maior deficiência do
percentual é de 15%. No RU da UFC, a RU, apontada por 60% dos entrevista-
média de satisfação desse quesito foi 5,9, dos, de acordo com Moura et al. (2015).
em uma escala de 0 a 10, conforme Maia No RU da UFSC, 80,3% dos usuários
(2008). No RU do Campus Ponta Gros- consideram a higiene dos alimentos boa
sa da UFTPR, 22,5% consideram ruim a ou ótima e 85,0% consideram boa ou
variedade, segundo Braga, Pereira e An- ótima a qualidade dos alimentos, con-
drade Junior (2015). No RU da UFSC, forme Garcez, Fachin e Andrade Junior
19,7% consideram ruim a variedade, se- (2000). Já no RU noturno da UFSC,
gundo Garcez, Fachin e Andrade Junior 68% consideram boa ou ótima a qua-
(2000), ao passo que no RU noturno da lidade dos alimentos, segundo Jacob et
UFSC, 16% consideram ruim a varieda- al. (2006). No RU do Campus Londrina
de, segundo Jacob et al. (2006). No RU da da UTFPR, a apresentação visual dos
UFF, a variedade do cardápio obteve um alimentos agrada 53,2% dos usuários,
índice de insatisfação de 80,3%, segundo conforme Gardin e Cruvinel (2014).

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
97

A maioria dos usuários se mos- descritiva dos dados obtidos sobre os


trou indiferente com relação ao guisado itens relacionados à alimentação ofere-
de soja, opção alternativa aos vegeta- cida aos usuários do RU.
rianos. Na Tabela 8, consta uma análise
Tabela 8 – Análise descritiva dos atributos relacionados à alimentação do RU
Respostas
Atributos Média Mediana Desvio-padrão Variância
válidas
Organização do buffet 1849 3,79 4 0,858 0,737
Qualidade dos alimentos 1844 3,60 4 1,028 1,057
Temperatura 1845 3,76 4 0,943 0,890
Alimentação equilibrada e
1830 3,81 4 0,916 0,839
saudável
Sabor e temperos 1850 2,86 3 1,219 1,485
Higiene dos alimentos 1842 3,67 4 0,926 0,857
Variedade diária 1846 3,25 4 1,122 1,259
Variedade cardápio 1842 3,19 4 1,149 1,321
Quantidade de carne 1838 3,29 4 1,200 1,439
Quantidade de sobremesa 1842 3,45 4 1,057 1,116
Salada 1834 3,23 4 1,169 1,368
Arroz 1840 3,70 4 0,994 0,987
Complemento 1835 3,27 4 1,113 1,238
Feijão/lentilha 1836 3,46 4 1,127 1,270
Carne 1829 3,10 3 1,166 1,359
Guisado de soja 1750 2,94 3 1,020 1,041
Fonte: Elaborado pelos autores.
Avaliando a Tabela 8, constata- ção nas saladas e na carne. Foi suge-
se que a maioria dos itens foi avaliada rido também um vidro no buffet a fim
como satisfatória e indiferente, com ex- de proteger melhor os alimentos contra
ceção do sabor e tempero e do guisado impurezas que possam cair sobre eles.
de soja, que foram avaliados negativa- Os valores informados na Tabela
mente pela maioria dos usuários. No 9 representam a avaliação da satisfação
RU da UFSM, as quantidades de carne dos dez itens relacionados ao atendimen-
e de sobremesa não são definidas pelo to no RU. O coeficiente Alfa de Cronba-
usuário, mas sim pelo funcionário do ch para esses atributos foi de 0,79.
RU que serve essas porções, sendo, ge- O preço cobrado foi o critério con-
ralmente, uma porção (ou um pedaço) siderado mais satisfatório entre os usuá-
de carne e um pote (ou um pacote) de rios, com um índice de 85,6% de satis-
doce ou uma unidade de fruta. Houve fação, o que reforça ser esse o principal
algumas reclamações, principalmen- incentivo para almoçar no RU (58,27%),
te em relação à porção da carne, uma como já mencionado. No RU da UFPE,
vez que alguns gostariam de receber um esse percentual cai para 60%, segundo a
pedaço maior e outros um pedaço me- pesquisa de Alves e Salcedo (2014). Já
nor, sendo ressaltada a variabilidade do no RU da UFMT, a nota média de satis-
tamanho do pedaço de carne. Também fação (em uma escala de 0 a 10) foi de
houve algumas críticas principalmente 9,39, sendo o item melhor avaliado na
em relação ao peixe e à carne de porco. pesquisa de Hárter et al. (2013). Porém,
Outros usuários sugeriram maior varia- no RU do Campus Ponta Grossa da UF-

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
98 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

TPR, apenas 40,25% consideram o preço As opções de pagamento


bom ou ótimo, segundo Braga, Pereira e (65,41%), a agilidade na reposição dos
Andrade Junior (2015), indicador pare- alimentos (64,46%) e o horário para a
cido com o do RU da UFSC, que obteve compra de créditos (63,21%) também
apenas 40,4% de satisfação, conforme foram avaliados positivamente pela
Garcez, Fachin e Andrade Junior (2000). maioria. Conforme Alves e Salcedo
Porém, no RU do Campus Londrina da (2014), a satisfação com as opções de
UTFPR, 76,1% dos usuários estão satis- pagamentos cai para 42% no RU da
feitos com o preço cobrado, conforme UFPE. No RU do Campus Londrina da
Gardin e Cruvinel (2014). UTFPR, 46,8% dos usuários conside-
O atendimento, a postura e a hi- raram boa ou ótima a rapidez no aten-
giene dos funcionários (apresentação dimento, 67,3% aprovam as opções de
dos funcionários) também foram ava- pagamento e 79,0% estão satisfeitos
liados positivamente pela maioria dos com a organização do caixa, conforme
usuários (70,17%). Quanto aos usuários Gardin e Cruvinel (2014).
do RU (2013b) da UEL, 89% aprovam o Por outro lado, há elevados ín-
atendimento dos funcionários e, no RU dices de insatisfação com relação ao
(2014) da UFU, 80% aprovam. No RU tamanho da fila para entrar no RU
avaliado por Cattafesta et al. (2012), (49,02%), ao tamanho da fila para a
42,3% dos usuários avaliaram com nota compra de créditos (47,29%) e à dis-
entre 7 e 10 (em uma escala de 0 a 10) ponibilidade de lugar para sentar e al-
a higiene dos funcionários. Entretanto, moçar (46,56%). Esses itens mostram
na UFPB, apenas 31,5% dos usuários que os RU’s estão com certa deficiência
do RU do Campus III consideraram para atender a demanda de usuários. No
satisfatória a higiene dos funcionários, RU do Campus Londrina da UTFPR,
segundo Coutinho, Moreira e Souza 73,1% consideraram péssimo, ruim ou
(2005), assim como no RU da UFPE, regular o tempo de espera na fila do RU,
onde 46% consideraram satisfatória a conforme Gardin e Cruvinel (2014).No
higiene dos funcionários, conforme Al- RU (2013b)da UEL, 84% dos usuários
ves e Salcedo (2014). No RU da UFC, consideram insatisfatório ou inaceitável
62,5% consideram razoável o atendi- o tempo de espera na fila, enquanto que,
mento dos funcionários, porém 66,3% no RU da UFMT, a nota de satisfação
consideram inadequada a higiene dos média (em uma escala de 0 a 10) foi de
funcionários, segundo Maia (2008). No 4,57 para esse quesito, conforme Hárter
RU do Campus Ministro Reis Velloso et al. (2013). O tempo de espera foi o
da UFPI, 56,7% consideram bom ou fator mais insatisfatório (87,2%) levan-
ótimo o atendimento dos funcionários, tado na pesquisa de Carvalho, Amorim
de acordo com Moura et al. (2015). No e Tavares (2003) quanto ao RU da UFF.
RU do Campus Londrina da UTFPR, A presente pesquisa também
43,0% consideraram boa ou ótima a apontou 30,74% de insatisfeitos com a
cordialidade dos funcionários e 59% a limpeza dos utensílios e 40,45% de in-
pontualidade no atendimento, confor- satisfeitos com a falta de manutenção do
me Gardin e Cruvinel (2014). No RU cardápio previsto. No RU do Campus
noturno da UFSC, 80% estão satisfeitos III da UFPB, 43% dos usuários conside-
coma higiene dos funcionários e 72% raram essa higiene ruim ou péssima, de
com o atendimento, segundo Jacob et acordo com Coutinho, Moreira e Souza
al. (2006). Já no RU da UFMT, a nota (2005); porém, no RU do Campus Lon-
média de satisfação (em uma escala de drina da UTFPR, 27,3% consideraram
0 a 10) para o atendimento dos funcio- boa ou ótima essa higiene ruim ou pés-
nários foi de 6,25, conforme Hárter et sima e apenas 15,9% estão insatisfeitos
al. (2013). com a falta de manutenção do cardápio,

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SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
99

conforme Gardin e Cruvinel (2014). No RU noturno da UFSC, esse percentual


RU (2014) da UFU, apenas 4% desa- é de apenas 3%, segundo Jacob et al.
provam a limpeza dos utensílios; já no (2006).
Tabela 9 – Análise do atendimento no RU
Indiferente (nem
Muito Insatis- Muito
Atributo satisfeito nem Satisfeito
insatisfeito feito Satisfeito
insatisfeito)
Apresentação dos fun-
1,89% 8,83% 19,11% 55,28% 14,89%
cionários
Agilidade em repor os
3,30% 16,69% 15,56% 52,84% 11,62%
alimentos
Manutenção do cardá-
7,52% 22,93% 23,26% 39,16% 7,14%
pio
Preço cobrado 2,27% 4,87% 7,25% 41,23% 44,37%
Opções de pagamento 5,11% 13,65% 15,82% 42,14% 23,27%
Horário para a compra
7,00% 16,77% 13,02% 46,01% 17,20%
de créditos
Tamanho da fila para a
17,01% 30,28% 22,86% 24,86% 4,98%
compra de créditos
Tamanho da fila para
18,61% 30,41% 22,73% 24,30% 3,95%
entrar no RU
Disponibilidade de lu-
13,86% 32,70% 20,63% 29,29% 3,52%
gar para almoçar
Limpeza dos utensílios 9,31% 21,43% 17,75% 42,15% 9,36%
Fonte: Elaborado pelos autores.
Na Tabela 10, consta uma análise descritiva dos dados sobre o atendimento
prestado no RU. Os resultados corroboram as conclusões obtidas da Tabela 9.
Tabela 10 – Análise descritiva dos atributos relacionados ao atendimento no RU
Des-
Respostas
Atributos Média Mediana vio-pa- Variância
Válidas
drão
Apresentação pessoal dos funcionários 1847 3,72 4 0,888 0,788
Agilidade na reposição dos alimentos 1851 3,53 4 1,007 1,014
Manutenção do cardápio 1836 3,15 3 1,088 1,184
Preço cobrado 1848 4,21 4 0,935 0,874
Opções de pagamento 1839 3,65 4 1,129 1,274
Horário para a compra de créditos 1843 3,50 4 1,162 1,350
Tamanho da fila para comprar créditos 1846 2,71 3 1,160 1,345
Tamanho da fila para entrar no RU 1848 2,65 3 1,151 1,325
Disponibilidade de lugar para almoçar 1847 2,76 3 1,121 1,258
Limpeza dos utensílios 1848 3,21 4 1,158 1,340
Fonte: Elaborado pelos autores.

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Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
100 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

Para resumir os resultados en- disso, observar o contraste entre a ava-


contrados, foram elaboradas a Figura liação dos itens, em que, em geral, os
3, que apresenta o percentual de insa- itens com maior percentual de satisfa-
tisfação total, isto é, a soma das cate- ção (Figura 4) aparecem com os meno-
gorias “insatisfeito” e “muito insatis- res percentuais de insatisfação (Figura
feito”, representado o nível baixo de 3) e vice-versa. Observa-se que os três
satisfação; e a Figura 4, que apresenta maiores percentuais de insatisfação es-
o percentual de satisfação total, isto é, a tão relacionados com o elevado núme-
soma das categorias “satisfeito” e “mui- ro de usuários que frequentam o RU.
to satisfeito”,representado o nível alto Por outro lado, os maiores percentuais
de satisfação. Essas figuras oferecem de satisfação estão relacionados com a
uma visão geral dos resultados encon- iluminação interna, o preço cobrado e a
trados neste trabalho e permitem, além localização dos RU’s.

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SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
101

Iluminaç ão

P reç o c o brado

Lo c alizaç ão

E quilibrada e s audável

Organizaç ão do B uffet

A pres entaç ão do s func io nário s

Limpeza

T emperatura do s alimento s

H igiene do s alimento s

A rro z

A c es s ibilidade

C o nfo rto

D ec o raç ão

F ac hada/aparênc ia

Qualidade do s alimento s

Opç õ es de pagamento

Quantidade da po rç ão s o bremes a

A gilidade em repo r o s alimento s

T amanho /es trutura

S inalizaç ão

Layo ut

F eijão /lentilha

H o rário para a c o mpra de c rédito s

G uis ado de s o ja

C o mplemento

Quantidade da po rç ão da c arne

V ariedade diária

M anutenç ão do c ardápio

Odo res /c heiro s

Limpeza do s utens ílio s

S alada

V ariedade do c ardápio s emanal

C arne

B anheiro

V entilaç ão

B arulho s

A brigo do s o l e c huva

S abo r e tempero s

D is po nibilidade de lugar para almo ç ar

T amanho da fila para a c o mpra de c rédito s

T amanho da fila para entrar no R U

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

P e r c e nt ua l de Insa t isf a ç ã o

Figura 3 – Percentual de insatisfação de todos os itens avaliados


Fonte: Elaborado pelos autores.

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Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
102 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

G uis ado de s o ja (S , Q)*

B arulho s

T amanho da fila para entrar no R U

B anheiro

T amanho da fila para a c o mpra de c rédito s

D is po nibilidade de lugar para almo ç ar

D ec o raç ão

S abo r e tempero s

A brigo do s o l e c huva

F ac hada/aparênc ia

S inalizaç ão

M anutenç ão do c ardápio

C arne (V , S , Q)*

Odo res /c heiro s

V entilaç ão

V ariedade do c ardápio s emanal

S alada (V e Q)*

Limpeza do s utens ílio s

V ariedade diária

C o mplemento

Quantidade da po rç ão da c arne

Layo ut

Quantidade da po rç ão s o bremes a

T amanho /es trutura

F eijão /lentilha

H o rário para a c o mpra de c rédito s

A gilidade em repo r o s alimento s

C o nfo rto

Opç õ es de pagamento

Qualidade do s alimento s

H igiene do s alimento s

A c es s ibilidade

A pres entaç ão do s func io nário s

A rro z (V , S , Q)*

Limpeza

E quilibrada e s audável

T emperatura do s alimento s

Organizaç ão do B uffet

Lo c alizaç ão

P reç o c o brado

Iluminaç ão

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

P e r c e nt ua l de S a t isf a ç ã o

Figura 4 – Percentual de satisfação de todos os itens avaliados


Fonte: Elaborado pelos autores.

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SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
103

A fim de verificar os principais tam os itens com os maiores percentuais


índices de insatisfação por RU (maio- de insatisfação para o RU localizado no
res que 40%), os dados da Figura 3 fo- Centro da cidade, o RU I localizado no
ram estratificados segundo o RU (RU Campus e o RU II localizado no Cam-
do Centro, RU I do Campus e RU II do pus, respectivamente.
Campus). As Figuras 5, 6 e 7 apresen-

Figura 5 – Itens com os maiores percentuais de insatisfação no RU Centro

C arne (V , S , Q)*

S abo r e tempero s

D is po nibilidade de lugar para almo ç ar

B anheiro

V entilaç ão

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%


P erc entual de Ins atis faç ão

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 6 – Itens com os maiores percentuais de insatisfação no RU I

B anheiro

Odo res /c heiro s

B arulho s

T emperatura do s alimento s

D is po nibilidade de lugar para almo ç ar

T amanho da fila para entrar no R U

T amanho da fila para a c o mpra de c rédito s

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%


P erc entual de Ins atis faç ão

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 7 – Itens com os maiores percentuais de insatisfação no RU II

S abo r e tempero s

D is po nibilidade de lugar para almo ç ar

T amanho da fila para entrar no R U

A brigo do s o l e c huva

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%


P erc entual de Ins atis faç ão

Fonte: Elaborado pelos autores.


Observa-se que o principal pro- restaurante fica no andar térreo de um
blema do RU do Centro é a questão da prédio da UFSM e possui pouco espaço
ventilação (60,4% de insatisfação), que para circulação de ar. Por outro lado, o
sequer aparece dentre os maiores pro- tamanho da fila para a compra de cré-
blemas dos demais restaurantes. Esse ditos destaca-se no RU I do Campus

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


Fernando de Jesus Moreira Junior, Caroline Pafiadache,
104 Lais Helen Loose, Rafael Piaia, Vinícius Teodoro Scher,
Angelica Peripolli e Bruna Palm

como o principal problema (56,1% de possuem maior estrutura do que o RU


insatisfação), seguido pelo tamanho da do Centro. Almoçar no RU é uma op-
fila para entrar no restaurante (49,7%) e ção escolhida principalmente pelo pre-
pela disponibilidade de mesa e cadeira ço atrativo e pelo fato de o restaurante
para almoçar (49,5%). Percebe-se que localizar-se próximo ao local onde os
os principais níveis de insatisfação do usuários realizam suas atividades den-
RU I estão relacionados com a gran- tro da UFSM. Poucos usuários disseram
de quantidade de usuários. Já no RU ser vegetarianos.
II do Campus, o principal problema é Ao responder a pesquisa, os
o abrigo contra o sol e a chuva (66,9% usuários avaliavam os atributos do RU,
de insatisfação), que é insuficiente para segundo o seu nível de satisfação, de
acomodar o tamanho da fila para entrar acordo com uma escala likert de cinco
no RU (52,7%). A condição dos banhei- pontos. Foram avaliados atributos rela-
ros desponta dentre os maiores índices cionados com o ambiente interno e ex-
de insatisfação no RU do Centro e no terno, com a alimentação e com o aten-
RU I, enquanto que a disponibilidade dimento dos funcionários do RU.
de mesa e cadeira para almoçar é um A maioria dos atributos foi ava-
dos principais problemas em todos os liada de forma positiva, com destaque
restaurantes. Problemas com barulhos, para a iluminação interna, o preço co-
odores e cheiros destacam-se no RU I brado, a localização, a acessibilidade,
do Campus. as formas de pagamento, o atendimen-
to, o tamanho do restaurante, a organi-
5 Considerações finais zação do buffet, o conforto e o layout.
Também foram considerados bastante
Este trabalho teve como obje- satisfatórios os itens relacionados à lim-
tivo principal avaliar o nível de satis- peza e higiene e à qualidade dos alimen-
fação dos usuários das três unidades tos. Foram observados, assim, muitos
do Restaurante Universitário (RU) da elogios relacionados a esses aspectos,
Universidade Federal de Santa Maria, principalmente quanto ao baixo preço
Rio Grande do Sul. Os resultados desta cobrado em relação à qualidade dos ali-
pesquisa serão encaminhados à admi- mentos disponibilizado no buffet.
nistração do RU, onde poderão gerar Com relação aos itens avaliados
subsídios para a formulação de propos- insatisfatoriamente, no geral, observa-
tas que visem a melhorias (mudanças e/ se que alguns foram atributos a um RU
ou adaptações) nos setores avaliados. específico e outros foram comuns a to-
Na primeira etapa do trabalho, dos os RU’s. A dificuldade em encontrar
realizou-se uma análise descritiva, que lugar disponível para sentar e almoçar,
permitiu obter informações sobre o per- após se servir, é um problema em todos
fil dos usuários do RU. Observou-se os RU’s. Aparentemente, a ampliação
que a maioria é composta de pessoas do RU I do Campus e a construção do
do sexo feminino e de pessoas soltei- RU II no Campus não acompanharam,
ras situadas na faixa etária de 17 a 30 de forma proporcional, o crescimen-
anos.Grande parte consiste em alunos to da Universidade nos últimos anos,
sem benefício socioeconômico, que es- devido à criação de novos cursos e ao
tão vinculados a cursos de graduação e aumento do número de vagas. O proble-
costumam almoçarem grupo. A maioria ma da ventilação destaca-se fortemente
prefere frequentar o estabelecimento do dos demais itens no RU do Centro. Já o
meio-dia às 13 horas e, pelo menos, três RU I, mesmo tendo sido ampliado, ain-
vezes por semana. Os RU’s do Cam- da sofre com o excesso de demanda no
pus recebem o maior contingente de almoço. E o RU II, apesar de ter sido
usuários, pois atendem mais cursos e construído há pouco tempo, já apresen-

SOCIAIS E HUMANAS, SANTA MARIA, v. 28, n. 02, mai/ago 2015, p. 83 - 108


SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
105

ta problemas em relação ao abrigo con- relação ao RU da UFSM, pois também


tra o sol e a chuva, devido ao tamanho são usuários do restaurante. Como tra-
da fila para entrar no restaurante. Os balhos futuros, ainda considerando este
resultados permitiram identificar os cri- projeto específico, serão elaboradas
térios avaliados insatisfatoriamente que análises mais sofisticadas, as quais uti-
devem receber prioridade nas ações de lizarão cruzamento entre as variáveis de
melhorias a serem realizadas em cada perfil e o nível de satisfação dos usuá-
uma das três unidades de RU. rios, a fim de verificar se existem asso-
Outras informações foram ob- ciações significativas entre esses itens.
tidas por meio de um espaço no ques- Também existe a proposta de elaborar
tionário destinado para comentários, um estudo aplicando técnicas multiva-
sugestões e críticas. Nesse espaço, riadas, para analisar a dimensionalidade
além dos problemas já mencionados, do questionário e identificar a existên-
os usuários reclamaram da inexistência cia de possíveis clusters. Além disso,
de saleiros, da porção de carne (alguns será feito um estudo comparando a im-
gostariam de receber um pedaço maior e portância dos atributos avaliados com
outros um pedaço menor) e da qualida- o nível de satisfação dos usuários em
de das carnes de peixe e de porco. Ou- relação a esses atributos. Pretende-se,
tros usuários sugeriram maior variação ainda, repetir a pesquisa periodicamen-
nas saladas e na carne, disponibilidade te, a fim de verificar o desempenho dos
de mesas e cadeiras mais altas, um vi- indicadores de satisfação dos usuários.
dro no buffet para proteger os alimentos
e melhor acesso para cadeirantes, porta-
dores de deficiência física e gestantes. Referências
O presente trabalho foi realizado
utilizando uma metodologia consisten-
te, com um questionário bem-elabora- 1. ALMANZA, B. A.; MASON, A. C.;
do e diversificado. No entanto, como WIDDOWS, R.; GIRARD, F. J. Con-
as questões eram objetivas, pode haver sumer responses to nutrition guidelines
alguma limitação com relação a identi- labeling in a university restaurant. J Am
ficar o motivo pelo qual os usuários es- Diet Assoc., 93, p. 580–581, 1993.
tão insatisfeitos com determinado item, 2. ALMEIDA, T. D.; BRITO NETO, J.
embora estes pudessem se manifestar L.; LAKATOS, M.; MONTEMOR, M.
no espaço destinado a sugestões. Com Relação entre o cardápio do Restauran-
relação ao método de coleta dos dados, te Universitário e desperdício. Revista
a pesquisa foi realizada por meio da Ciências do Ambiente On-Line,v. 4, n.
internet, tratando-se, portanto, de uma 1, 2008.
amostra não probabilística. Há limi-
tações nesse tipo de amostragem, pois 3. ALVES, M. S.; SALCEDO, D. A.
não é possível calcular o erro amostral Indicadores de Qualidade como Instru-
nem fazer inferências com intervalos mento de Gestão: um estudo de caso no
de confiança nem outro teste estatístico Restaurante Universitário da UFPE. In:
baseado nas suposições de uma amostra Encontro de Estudos sobre Tecnologia,
aleatória. Em função disso, essa pes- Ciência e Gestão da Informação (ENE-
quisa se limita a fazer apenas uma aná- GI), V, Anais..., 2014.
lise descritiva. Apesar das limitações 4. BISOGNI, C. A.; JASTRAN, M.;
existentes, a obtenção de uma amostra BLAKE, C. E. The construction of
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