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CONEXÃO LITERATURA – Nº 26
Deixo aqui minha singela homenagem ao amigo e escritor Mustafá Ibn Ali Kanso. Que
descanse em paz e que Deus reconforte a sua família.
Ademir Pascale
Editor da Revista Conexão Literatura. Membro Efetivo da Academia de Letras José de Alencar.
Já publicou contos no Brasil, França, Portugal e México. Autor dos romances “O Desejo de
Lilith” e “Caçadores de Demônios”. Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e
HQs. E-mail: pascale@cranik.com
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ENTREVISTA:
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S em dúvida nenhuma, caro
leitor, você deve ter algum
material editado e impresso
pela Editora Abril na sua casa ou
produção de revistas. Essa posição
foi alcançada devido ao trabalho
pioneiro e arriscado da família
Civita, mais precisamente de Victor
até mesmo contigo neste momento. Civita e, por último, Roberto Civita,
A Editora Abril é daquelas pai e filho, respectivamente.
empresas que de tão famosas, A trajetória da empresa e, em
antigas, grandes e líderes no especial a de Roberto Civita, o
segmento em que atuam, passam a responsável pelo grande
fazer parte da nossa vida crescimento da editora são
cotidianamente, como os materiais retratados no livro Roberto Civita -
impressos pela editora, uma das o dono da banca, publicado pela
maiores da América Latina na Companhia das Letras e escrito pelo
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Ângelo Miranda nasceu em São Paulo, Capital, em 1983. Graduado em Geografia pelo UNIFIEO e em
Pedagogia pela UNESP, atua como professor de Geografia, autor de material didático e como professor
alfabetizador de Jovens e Adultos. Possui textos publicados em diversas antologias, sendo, algumas,
frutos de concursos literários. Publicou em 2014, pela Ar Editora, o seu primeiro livro solo “Análise
Mortal”. Site oficial: www.angelomiranda.com.br. E-mail: angelotmiranda@gmail.com.
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Parando para pensar, até que somos É o que somos, vivemos, lutamos
parecidos com essas garças, saímos para sobreviver e proteger nosso
em bando para caçar (trabalhar), território para no dia seguinte
buscar alimento para sustentar “voarmos em bando” em uma luta
nossas crias, voltamos para o nosso constante para sobreviver nesse
habitat (lar). Ah! Uma pequena caos.
observação, voltamos em bando Vamos para por aqui, ok? Deixar de
para nossos lares, não é igual às lado por um momento toda essa
garças em formação, mas estamos loucura e apreciar nossa querida
em nossos carros enfrentando o mãe natureza, afinal, logo mais
caos do trânsito até chegarmos em vamos acompanhar essas belas
nossos lares, nos prepararmos para garças em revoada, em formação e
o dia seguinte. dando início ao ciclo.
Rafael Botter vive em Ibitinga (São Paulo). Escreve para o blog Livreando e participa do Podcast
Edição Rápida. E-mail: botter.rafael@gmail.com.
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ENTREVISTA:
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Marco Ribeiro: Ouço Beatles desde paralelo às nossas vidas mostra que,
a adolescência. Até passava fome de alguma forma, muitos de nós
par guardar um dinheirinho e temos uma titia Mimi por perto,
comprar os álbuns. Esse fanatismo jogando areia em nossos sonhos.
me conduziu a pesquisar sobre a John Lennon teve força para
vida de cada um. Na década de 80, enfrentar esse obstáculo e se tornou
não existia internet. Eu pesquisava um ícone na música mundial.
em bancas de revistas e livrarias
tudo o que podia sobre a banda. A Conexão Literatura: Como o leitor
coleta de material veio daí. Já a interessado deverá proceder para
parte comportamental, adquiri em adquirir um exemplar do seu livro e
formações em administração, coach saber um pouco mais sobre você e
e neuro linguística. Quando passei a o seu trabalho literário?
estudar os temas de
comportamento, liguei os assuntos. Marco Ribeiro: Bom, acredito que o
Resumindo: eu não parei para site da Drago tenha todas as
pesquisar sobre o conteúdo no livro. informações sobre como adquirir o
Todas as informações já estavam na livro e quem quiser entrar em
minha cabeça. Eu só organizei. contato comigo, pode me encontrar
nas redes sociais (Facebook,
Conexão Literatura: Poderia LinkedIn), pela rádio web ou pelo
destacar um trecho do qual você blog Tripa Virada. É sempre um
acha especial em seu livro? grande prazer conversar com os
meus leitores.
Marco Ribeiro: O que mais gosto é
da história em que a tia de John Conexão Literatura: Existem novos
Lennon diz a famosa frase, quando projetos em pauta?
ela percebe que ele estava
praticando violão, incentivado por Marco Ribeiro: Quero trabalhar a
sua mãe: música não vai te levar a lugar divulgação deste meu primeiro livro,
nenhum. Ela se chamava Mimi e se possível fazer algumas palestras
sempre dava pitaco no desejo de falando sobre música e
Lennon seguir a carreira artística. O comportamento, incluindo a
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“Este livro levou alguns anos para ser escrito. Serviu-me de catarse e de
companhia. Como uma aranha, fui tecendo em sinuosos fios
existenciais, os desatinos diante à vida.”
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“Comecei a escrever tão logo aprendi a ler. Aos dez anos, eu já havia
escrito quatro romances completos e já estava procurando editoras para
que os lessem. Eu acho que algumas pessoas nasceram para escrever, e
desde pequena eu sabia que era uma dessas pessoas.”
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bro os olhos e vejo-me gosto amargo na boca. Na rua os
mergulhado na penumbra sons dos carros, de pessoas, um
do quarto. A luz tenta rádio ligado longe.
entrar em réstias pelas frestas da Sento-me na cama. A cabeça gira,
veneziana. Dia de sol. Deito-me de mas logo para. Enfio os cotovelos
costas e fico ouvindo os sons da nos joelhos, apoio o rosto nas mãos
rua. Tenho a cabeça pesada e o e fico ali, parado, não quero fazer
corpo dolorido. A garganta seca, a nada.
boca emplastada. O barulho na cozinha parou. Um
silêncio leve passeia pela casa. A
Da cozinha vem o barulho de boca pede água. Visto-me, atravesso
louças batendo, da água escorrendo a sala, entro na cozinha. Ela está lá,
da torneira. A cada vez que as sentada à mesa, escolhendo feijão.
louças se chocam o som ecoa na A água escorre pelo vidro e vai
minha cabeça. E eles ficam ali, se enchendo o copo. O líquido
repetem, se repetem. Deitado, fico umedece meus lábios. Olho pelo
esperando a tortura passar. Mas ela pequeno vitral o movimento da rua.
continua mexendo nas panelas, a Um vento, misto de calor e frio,
água continua escorrendo, ela não bafeja meu rosto.
para. Ela vai até a pia e começa
Deve fazer de propósito, a filha da novamente a bater as panelas.
puta. Penso em pedir-lhe para parar, mas
Penso em me levantar, mas o o desânimo não deixa. Fico
desânimo amolece meu corpo, um encostado na parede com aquele
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Edison Roberto Lotério nasceu e vive em Rio Claro, interior de São Paulo. Além de "Teus olhos são
verdes como o mar", tem mais um livro publicado: Uma gargalhada na noite. Seu conto “Teus olhos são
verdes como o mar” foi premiado na Off-Flip, em 2009, e “O latido dos cães” pela Secretaria de Cultura
do Paraná.
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casa sombria ficava duas Sempre me perguntei sobre isso. Bem,
quadras de onde eu morava. enfim, continuamos com os tais
Na minha infância foi uma acontecimentos.
casa que sempre admirei. Aquela Quando vi a casa pela primeira vez
imensa casa, diziam, ser mal tinha meus 13 anos e foi numa sexta-
assombrada, pois coisas estranhas feira 13! Arrepiei-me na época, ainda
aconteciam à noite. me lembro.
Era uma propriedade enorme e antiga, Fiquei parada em frente ao imóvel
mas bem cuidada, sempre limpa, com tentando avistar alguém. Tudo
árvores altas e muito espaço para tranquilo, nenhum sinal de ser vivo na
correr e brincar. Nunca se via casa. Permaneci por alguns minutos na
ninguém no casarão. Eu, pelo menos, porta, os muros não eram altos, então
não me lembro de ter visto os eu conseguia ver bem o que se passava
moradores. pelo terreno. Nada de estranho me
Falavam os meus amigos que a casa chamou a atenção. Desisti da história
era assombrada porque os moradores do assombro.
foram mortos e enterrados em algum Eis que um dia minhas amigas me
lugar do jardim, então, à noite, os tentaram a ir a tal casa. Eu, que
fantasmas andavam pela casa. sempre gostei de coisas assombrosas,
Bem, particularmente, acho que os topei. Marcamos que entraríamos a
fantasmas deveriam ter o que fazer todo custo na casa e para ver os
durante o dia, porque só estavam na fenômenos que aconteciam, teria que
casa durante a noite. Não é estranho ser quando escurecesse.
isso? Dizem sempre que os fantasmas O grupo era formado por cinco
aparecem à noite. Então, será que são mocinhas, inventamos uma boa
vampiros também, além de fantasmas? desculpa a nossos pais e fomos para a
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Míriam Santiago é jornalista e atua em assessoria de Comunicação, e desde que se formou também em
Letras, publica livros de gêneros diversificados. Além de contos, escreve crônicas, minicontos e
nanocontos. Sobre revistas online, publica mensalmente na Conexão Literatura. Possui blog cultural
sobre literatura, cinema, fotografia, cursos, antologias, livros, eventos e exposições, entre outros.
Blog: http://miriammorganuns.blogspot.com. Contato: mirianmorganuns@hotmail.com.
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— Claro que não, mas eu já fui essa sociedade move à vontade por meio
semana. dos fios; mesmo sabendo que essas
— E isso é o bastante, por acaso? — participações em comunidade
Ela retruca com uma expressão que permitem que nossas penas sejam
parece indicar que ela iria puxar meu reduzidas de alguma maneira.
braço e me levar arrastada. Em todos É a vez de Ângela de soltar um
os aspectos, Ângela parecia ter se suspiro, mas de resignação. Ela me fita
tornado um ser tão camuflado quanto fixamente por mais algum tempo com
qualquer outro ali dentro. a sua bíblia firmemente e
Após um suspiro cansado e já cuidadosamente posta debaixo do
retornando minha atenção para as braço e logo em seguida volta sua
aves afoitas no alto e infinito céu, eu atenção para os pássaros fugindo para
começo a indagar com uma voz fraca outros ninhos, como eu fazia já há
que simbolizava minha silenciosa algum tempo.
aflição.
— Minha relação com Deus é muito — Você acha mesmo que essa sua
diferente da de vocês todas, mas acho admiração pelos pássaros lá fora vai
que não conseguiria entender. ajudar de alguma forma? Isso só vai
— Não entendo mesmo... Não servir para te deixar ainda pior,
percebe que está agindo como uma lembrando o tempo todo de algo que
tola ao não querer se integrar às provavelmente você não terá mais, ou
nossas comunidades? Essa é a nossa ao menos que demorará a voltar a ter.
vida agora, não adianta querer se — Não se engane, Ângela. Nós nunca
rebelar. fomos livres, nem eu e nem você; não
— Eu não estou me rebelando! — Eu da maneira que gostaríamos. — Ao
exclamo com a voz mais alterada, mas franzir o cenho, confusa e sem saber
sem gritar. Sabia bem que gritos ali do que eu falava, procuro esclarecer
não eram permitidos e tampouco bem melhor as coisas para ela. — Essa
vistos, especialmente quando a palavra nossa vida atual é tão vazia quanto a
rebelião estava no meio. — Você acha que tínhamos lá fora. Tudo o que
que eu já não pensei em me rebelar muda são as grades concretas, mas
várias vezes? Mas não o fiz. Eu já lhe isso é só um detalhe. Mesmo assim, eu
disse e repito: minha relação com ainda preferia o que tinha antes, por
Deus é bem diferente da de vocês. que sabia que eu podia tentar mudar,
Antes de tudo eu sou uma mulher e mesmo que sem sucesso aparente.
não um boneco de marionete que a Aqui, o que posso fazer?
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Mayara Oliveira nasceu em Maceió/AL, no ano de 1995. Mora no estado natal com a família e
atualmente faz graduação em Letras-Inglês pela Universidade Federal de Alagoas. Desde que começou
na escrita aos dezesseis anos, já concluiu mais de dez livros, dentre os quais, nove foram publicados.
Ainda aos dezesseis anos e no começo da carreira, ganhou um diploma literário com o título de Neófito
da Ordem pela Academia Alquimia das Letras de São Paulo, fato que a estimulou ainda mais a seguir em
frente em sua promissora carreira de escritora.
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