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Teoria Geral da Constituição (resumo)


Origem:
O conceito de constituição que conhecemos surgiu entre os gregos e romanos, no
domínio do pensamento filosófico e político.

Conceito:
Conjunto de normas jurídicas supremas que estabelecem os fundamentos da
organização de um estado e da Sociedade, dispondo e regulando a forma de estado, a
forma e sistema de governo, o seu regime político, seus objetivos fundamentais, o modo
de aquisição e exercício do poder, composição, as competências e o funcionamento de
seus órgãos, os limites de atuação e a responsabilidade de seus dirigentes, e fixando
uma declaração de direitos e garantias fundamentais e as principais regras de
convivência social.

Concepções sobre a constituição:

 Concepção Sociológica: Tem como personagem principal Ferdinand Lassale na


obra A Essência da Constituição, revelando os fundamentos sociológicos das
Constituições e os fatores reais do poder que regem uma determinada sociedade.
 Concepção política: Tem como personagem principal Carl Schimitt, em sua
clássica obra Teoria da Constituição. Sustentou que a constituição significa,
essencialmente, decisão política fundamental, decisão concreta de conjunto sobre o
modo e a forma de existência da unidade política.
 Concepção Jurídica: Foi em Hans Kelsen que essa teoria ganhou forma, trazendo
o sentido constitucional em duas formas:

1. Lógico Jurídico: como norma hipotética fundamental. Servindo de fundamento


lógico transcendental de validade da própria constituição jurídico-positiva.
2. Jurídico-positivo: como norma positiva suprema, considerado como fundamento
de validade para todas as outras normas positivas, ocupando, assim, o vértice do
ordenamento jurídico.

 Concepção Cultural: Tem como personagem principal Konrad Hesse, na sua obra
a Força Normativa da Constituição. A Constituição seria a força ativa e ordenadora
da vida do Estado e da sociedade, ou seja, para produzir e manter a sua força
normativa, deve interagir com a realidade político-social, num condicionamento
recíproco.

Supremacia da Constituição:

Ostenta posição de proeminência em relações ás demais normas, seja quanto ao modo


de sua elaboração, seja quanto à matéria de que tratam.

Objeto das Constituições:


Têm por objeto definir a estrutura do Estado, os seus princípios fundamentais e a
organização do poder político. Disciplinando o modo de aquisição, a forma de exercício
e os limites de atuação do poder político e declarando os direitos e garantias
fundamentais. Podendo estabelecer as principais regras de convivência social e
implementar a ideia de Direito e inspirando todo o sistema jurídico e por fim fixando os
fins sócios- econômicos do Estados e da base da Ordem Econômica e Social.

Classificação das Constituições:

 Quanto ao Conteúdo:

1. Material: O Fundamental é a matéria ou conteúdo objeto da norma, sendo


irrelevante sua localização;
2. Formal: Conjunto de normas escritas reunidas num documento solenemente
elaborado pelo poder constituinte;

 Quanto à forma:

1. Escrita: Aquela cujas normas são codificadas e sistematizadas em texto único e


solene, elaborado racionalmente por um órgão constituinte;
2. Não-escrita ou costumeira: Aquelas cujas normas não estão plasmadas em texto
único, mas que revelam-se através de costumes, da jurisprudência e até mesmo,
em textos constitucionais escritos, porém esparsos. Ex: Constituição da Inglaterra;

 Quanto à origem:
o Democrática ou promulgada: Verifica a efetiva participação popular, sendo
fruto da soberana manifestação de vontade de um povo;
o Outorgada: Fruto do autoritarismo, do abuso da usurpação do poder
constituinte do povo. São impostas pelo governante, e normalmente são
designadas pela Doutrina das Cartas.
o Cesarista: As que dependem de ratificação popular por meio de referendo. A
participação popular, não é democrática, servindo somente para ratificar a
vontade do detentor do poder. Ex: Plebiscito Napoleônico;
o Pactuada: Compromisso político instável entre duas forças políticas opostas,
como termo da relação de equilíbrio a monarquia limitada. Ex: Constituição
Francesa de 1291;

 Quanto a Imutabilidade:
o Imutável: Aquela que não prevê nenhum processo de alteração de seus
normas;
o Fixa: Só pode ser alterada pelo próprio poder constituinte originário, que
implica em elaboração de uma nova ordem constitucional;
o Rígida: Só pode ser alterada com a mesma simplicidade, como que se
modifica a lei. Estabelecendo procedimentos especiais e solenes e formais,
necessários para a reforma de suas normas;
o Flexível: Aquela que, pode ser alterada pelo mesmo procedimento
observado para as normas legais;
o Semi- rígida ou semiflexível: Constituição parcialmente rígida e
parcialmente flexível, ou seja uma parte rígida e outra é flexível;

 Quanto à extensão:
o Sintética: Constituições Breves que limitam princípios gerais de organização
e funcionamento do Estado. Ex: Constituição Americana.
o Analítica: Longa e minuciosas de todas as particularidades ocorrentes e
consideradas relevantes no momento para o Estado e para a Sociedade.

 Quanto à finalidade:
o
o Garantista: Garantir as liberdades públicas contra a arbitrariedade estatal,
limitando-se praticamente a isso;
o Dirigente: Garantia do existente, aliada à instituição de um programa ou
linha de direção para o futuro;

 Quanto a Elaboração:
o
o Dogmática: Documento escrito e sistematizado, elaborado por um órgão
constituinte em determinado momento da história constitucional de um País,
a partir de dogmas;
o Histórica: Influxo dos costumes. Ex: Constituição Inglesa;

 Quando a Ideologia:
o
o Constituição Ortodoxa: Consagração de uma só ideologia. Ex: CF
Soviética;
o Eclética: Logra contemplar, plural e democraticamente, várias ideologias
aparentemente contrapostas, conciliando as ideias que permearam as
discussões na Constituinte;

Estrutura das Constituições:

 Preâmbulo: Parte precedente do texto constitucional que sintetiza a carga


ideológica que permeou a CF.

ADI 2076 STF: “ Inexistência de força obrigatória do preâmbulo da CF, limitando-se ao


reconhecimento da importância para soluções interpretativas”.

 Dogmática: Texto articulado que reúne os direitos civis, políticos, sociais e


econômicos que modernamente são veiculadas;

 Disposições Transitórias: Realiza a integração entre a nova ordem constitucional


e a que foi substituída ou disciplinar provisoriamente sobre determinada situação
enquanto não regulamente lei definitiva no país;
Elementos das Constituições:

1. Orgânicos: Regulam o Estado e o poder, como normas que disciplinam a divisão


dos poderes e o sistema de governo. Ex: Organização do Estado;
2. Limitativos: Normas que formam o catálogo de direito e garantias fundamentais,
limitadoras do poder estatal. Ex: Art. 5;
3. Sócio Ideológicas: Comprometimento das constituições modernas entre o estado
individual e o Estado social. Ex: Direitos Sociais;
4. Estabilização Constitucional: Visam Garantir a solução dos conflitos, a defesa da
constituição e das instituições democráticas. Ex: Processo de Emenda
Constitucional;
5. Formais e de Aplicabilidade: Regras de Aplicação da CF. Ex: Preâmbulo.

Amanhã teremos questões comentadas do assunto, fiquem ligados!

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