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Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício


ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
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TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE:


QUEBRANDO PARADIGMAS NA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Morgana Ricardo Dalpiaz1, Gilson Pires Dorneles2


Mariana Pinkoski de Souza1, Alessandra Peres3,4
Mariane Borba Monteiro3,4, Maristela Padilha de Souza3,4

RESUMO ABSTRACT

Objetivo: abordar as respostas agudas do High Intensity Interval Training: breaking


treinamento intervalado de alta intensidade, paradigms in cardiovascular rehabilitation
bem como as adaptações crônicas geradas
pelo mesmo em programas de reabilitação Purpose: address the acute responses of high
cardíaca e discutir as suas aplicações práticas intensity interval training, as well as chronic
quando comparado a programas tradicionais adaptations generated by even in cardiac
de reabilitação cardíaca. Métodos: A busca foi rehabilitation programs and discuss their
conduzida na base de dados Medline/Pubmed, practical applications when compared to
onde foram revisados somente ensaios traditional cardiac rehabilitation programs.
clínicos para os efeitos agudos e ensaios Methods: The search was conducted in
clínicos randomizados para as adaptações Medline/Pubmed, where clinical trials were
crônicas, e que atenderam os critérios de reviewed only for the acute response and
inclusão e exclusão previamente randomized clinical trials for chronic
estabelecidos. Resultados: Ao total, foram adaptations, and who met the inclusion and
analisados 19 estudos originais, sendo oito exclusion criteria previously established
estudos sobre respostas agudas e 11 artigos Results: In total, 19 original studies were
sobre adaptações crônicas. Estudos com analyzed, eight studies on acute responses
respostas agudas ao treinamento intervalado and chronic adaptations over 11 articles.
de alta intensidade apresentaram nível de Studies on acute responses to high-intensity
segurança e respostas metabólicas interval training showed security level and
semelhantes ao treinamento moderado metabolic responses similar to continuous
contínuo. Quanto à resposta crônica, os moderate training. Studies on acute responses
estudos apresentaram uma grande efetividade to high-intensity interval training showed
do treinamento intervalado na reabilitação security level and metabolic responses similar
cardíaca de diversas doenças, proporcionando to continuous moderate training. Regarding the
tanto efeitos benéficos na capacidade chronic response, the studies showed a high
funcional, como em funções fisiológicas e na effectiveness of interval training in cardiac
qualidade de vida. Conclusão: O treinamento rehabilitation of various diseases, providing
intervalado de alta intensidade apresenta-se both beneficial effects on functional capacity,
como uma alternativa segura e benéfica, as in physiological functions and quality of life.
podendo gerar maiores adaptações Conclusion: The high-intensity interval training
cardiopulmonares em protocolos com menor appears as safer alternative and beneficial,
tempo de duração por sessão, devendo ser and can generate higher cardiopulmonary
considerado a sua inserção em programas de adaptations in protocols with shorter duration
reabilitação cardíaca. per session, should be considered their
inclusion in cardiac rehabilitation programs.
Palavras-chaves: Reabilitação. Treinamento
físico. Doença Cardíaca. Key words: Physical Training. Rehabilitation.
Cardiac Disease
1-PPG Mestrado em Reabilitação e Inclusão,
Centro Universitário Metodista-IPA, Rio 3-Centro Universitário Metodista-IPA, Rio
Grande do Sul, Brasil. Grande do Sul, Brasil.
2-PPG Mestrado em Biociências Reabilitação, 4-Universidade Federal da Ciências da Saúde
Centro Universitário Metodista-IPA, Rio de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
Grande do Sul, Brasil.

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INTRODUÇÃO alterar adaptações crônicas (Guiraud e


colaboradores, 2010).
Protocolos e métodos do treinamento As adaptações centrais e periféricas
intervalado de alta intensidade (High Intensity geradas pelo HIIT estão bem demonstradas
Interval Training, HIIT) têm despertado o em modelos animas e em humanos saudáveis
interesse da comunidade científica. (Kemi e colaboradores, 2004; Wisloff e
Este método de treinamento consiste Brubakk, 2001).
em uma alternância de períodos de exercício São relatados, por exemplo, aumento
aeróbio em alta intensidade com períodos de da expressão de enzimas alostéricas ligadas
recuperação passiva ou ativa em uma ao metabolismo energético, como a AMPK e
intensidade moderada-baixa, sendo as perilipinas; aumento da oxidação de ácidos
usualmente praticado em cicloergômetros ou graxos e glicose; aumento da expressão de
esteiras motorizadas (Tjonna e colaboradores, fatores de transcrição relacionados à
2013). biogênese mitocondrial (Burgomaster e
O Colégio Americano de Medicina do colaboradores, 2011; Gibala, 2007; Gibala e
Exercício recomenda um mínimo de 150 colaboradores 2009).
minutos de exercício aeróbio moderado Em um contexto de populações de
contínuo (EMC) por semana para o risco, devido às características de exercício de
desenvolvimento e a manutenção da saúde alta intensidade (85-100% VO2máx), o HIIT
física (Thompson, Gordon e Pescatello, 2009). mostra-se mais efetivo em comparação ao
No entanto, estudos apontam que a EAM para aumentar o consumo máximo de
aplicação de sessões de HIIT com frequência oxigênio e diminuir riscos cardiovasculares.
de 2-3 vezes por semana, com duração média É notório que o consumo de oxigênio
de 20 a 30 minutos por sessão de exercício, de pico (VO2Pico) é um dos principais
apresentam adaptações semelhantes a preditores de mortalidade em indivíduos
protocolos e treinamentos que possuam portadores de insuficiência cardíaca ou
maiores volumes de tempo ou de distância doença arterial coronariana (Lee e
percorrida por sessão (Burgomaster e colaboradores, 2003).
colaboradores 2008; Bartlett e colaboradores, Observa-se maior efetividade na
2011). diminuição da adiposidade corporal quando
Estes achados são importantes em empregados protocolos de HIIT em
uma perspectiva de saúde pública, pois a comparação ao ECM, sendo um importante
justificativa de “falta de tempo” permanece fator no controle do desenvolvimento de
como uma das principais barreiras para a comorbidades associadas à obesidade, como
adesão de uma boa parcela da população a diabetes mellitus, hipertensão arterial e
programas de treinamento físico. dislipidemias (Trapp e colaboradores, 2008;
A principal vantagem deste Bussau e colaboradores, 2006), reduzindo a
treinamento está na capacidade de probabilidade de desenvolvimento de doenças
manutenção do exercício em alta intensidade cardiometabólicas.
por maiores períodos de tempo em Diversos estudos têm demonstrado os
comparação ao EMC, garantindo um maior benefícios da aplicação do HIIT em programas
dispêndio energético e maior estimulação da de reabilitação cardíaca.
capacidade cardiorrespiratória máxima por Há fortes evidências na literatura que
sessão de exercício físico (Rognmo e demonstram uma associação inversa entre a
colaboradores, 2004; Trapp e colaboradores, intensidade relativa do exercício físico e o
2008). risco de desenvolvimento de doença arterial
É importante ressaltar, no entanto, a coronariana (Lee e colaboradores, 2003;
complexidade de prescrição desse tipo de Schnohr e colaboradores, 2012).
treinamento, uma vez que as alterações na Schnohr e colaboradores (2012)
combinação de variáveis como tempo de indicaram que a intensidade relativa e não a
exercício, número de séries e repetições de duração do exercício é mais importante na
estímulos (tiros), e tempo e tipo de intervalo prevenção do desenvolvimento da doença,
utilizado podem acarretar em diferentes sendo que indivíduos do sexo masculino que
respostas sistêmicas agudas e possivelmente realizaram exercício físico com maior
intensidade apresentaram uma taxa de

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sobrevida de 5,3 anos em comparação aos relevantes, sendo os demais excluídos por não
indivíduos que realizaram exercício físico com apresentarem consonância com o tema.
menor intensidade. Recentemente, a American Após leitura completa dos artigos, sete
Heart Association incluiu a metodologia do artigos foram excluídos por não se atenderem
treinamento intervalado nas suas aos critérios de inclusão e exclusão
recomendações para indivíduos com qualquer previamente estabelecidos, dentre os quais,
sintomatologia de doença cardíaca (Balady e três artigos por apresentarem os resultados da
colaboradores, 2007). mesma intervenção (Nilsson, Westheim e
Deste modo, a inserção do HIIT em Risberg, 2008), sendo incluído apenas o
programas de reabilitação cardíaca têm estudo com avaliação em três momentos
recebido grande enfoque nos últimos anos, de (Nilsson, Westheim e Risberg, 2008).
modo a possibilitar melhora da capacidade De 18 estudos selecionados, sete
funcional e impedir o remodelamento cardíaco estudos abordavam as respostas agudas a
em um período de tempo menor em protocolos do HIIT e 11 estudos avaliaram as
comparação à protocolos EMC (Wisloff e adaptações crônicas do HIIT na reabilitação
Brubakk, 2001). cardíaca. Estes artigos avaliaram os efeitos do
O objetivo desse estudo foi realizar HIIT sobre as seguintes doenças: hipertensão
uma revisão na literatura científica sobre as arterial (2 artigos), insuficiência cardíaca (7
respostas agudas do HIIT, bem como as artigos), infarto agudo miocárdio (um artigo),
adaptações crônicas geradas pelo mesmo em angina estável (3 artigos), doença arterial
programas de reabilitação cardíaca e discutir coronariana (6 artigos).
as suas aplicações práticas quando
comparado a programas tradicionais de Aspectos Gerais do HIIT
reabilitação cardíaca.
Inicialmente, o desenvolvimento e a
MATERIAIS E MÉTODOS prescrição de protocolos de treinamento
intervalado, como o HIIT, foram direcionados
No período de fevereiro de 2013 a para sujeitos saudáveis e atletas, como por
maio de 2013 foram analisados estudos exemplo, a adaptação do teste de potência
originais encontrados na base de dado anaeróbia de Wingate, no qual se desenvolve
Medline/Pubmed e disponibilizados pelo portal basicamente em 30 segundos de esforço
Periódicos CAPES para avaliação das supramáximo em cicloergômetro.
respostas agudas e adaptações crônicas. Em geral, indivíduos realizavam quatro
Utilizou-se em associação os descritores “High ou seis repetições separados por intervalos de
Intensity Interval Training” e “Cardiac 4 minutos de recuperação passiva ou ativa em
Rehabilitation”, com data de publicação entre uma intensidade acima de 120%VO2Máx
os anos 2003 e 2013. (Rognmo e colaboradores, 2004; Astorino e
Como critérios de inclusão, aceitou-se colaboradores, 2012).
delineamento de ensaio clínico randomizado Porém, este tipo de treinamento
para as adaptações crônicas e ensaios mostrou-se muito exigente para uma boa
clínicos para respostas agudas, indivíduos parcela da população, e exigia que os sujeitos
apresentando doenças cardiovasculares e possuíssem uma alta motivação ou grande
com intervenção baseada no HIIT. tolerância à acidose anaeróbia, sendo pouco
Foram excluídos os estudos com provável que o protocolo estivesse adequado
reabilitação cardíaca baseada em treinamento para indivíduos sedentários ou com excesso
físico de forma contínua, e artigos de tecido adiposo devido à sua intensidade
indisponíveis na íntegra através do Portal elevada (Trapp e colaboradores, 2008; Gibala
Periódicos CAPES (3 artigos). e colaboradores, 2009).
Os protocolos de treinamento
RESULTADOS intervalado podem apresentam modificações
no tempo de exercício em alta intensidade ou
Na busca eletrônica, foram no tempo de recuperação entre as repetições
encontrados 35 artigos originais, após 19,20.
avaliação dos títulos e resumos, foram O intervalo entre cada repetição do
selecionados 27 estudos considerados exercício pode ser realizado de forma passiva

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ou de forma ativa, através de uma intensidade pode reduzir riscos de acidentes


próxima de 60% do VO2 Máx ou da FCMáx cardiovasculares durante o treinamento e
(Gibala e colaboradores, 2009; Gosselin e proporcionar benefícios semelhantes a outros
colaboradores, 2012). protocolos.
Em termos de reabilitação
cardiovascular, o HIIT é empregado entre Respostas Agudas ao HIIT
cinco a 10 repetições com duração de até 30
segundos com intervalos de recuperação entre Foram encontrados sete artigos com
30 e 90 segundos (Guiraud e colaboradores, características de ensaio clínico que
2010; Gibala e colaboradores, 2009; Meyer e examinarem as respostas agudas ao HIIT em
colaboradores, 2012; Freyssin e indivíduos com doença cardiovascular, bem
colaboradores, 2012). como a segurança de sua aplicação.
Outro protocolo muito utilizado As caracterizações dos protocolos de
apresenta maior tempo de exercício em exercícios dos estudos clínicos estão
esforços máximos, utilizando quatro repetições apresentadas no quadro 1. 4934 indivíduos de
de quatro minutos, com tempo de recuperação ambos os sexos participaram dos 7 estudos
de três minutos entre cada repetição (Moholdt analisado. 4 estudos avaliaram as respostas
e colaboradores, 2011; Munk e colaboradores, do exercício intervalado em sujeitos com
2009). doença arterial coronariana, 2 estudos
Neste contexto, as intensidades de avaliaram em indivíduos com insuficiência
esforços permanecem elevadas, porém não cardíaca crônica e por fim, um relatou um
passando de 100% de seus valores máximos. estudo de caso em um paciente com angina
Com o objetivo de aplicar o HIIT na estável.
reabilitação cardiovascular, Guiraud e Não foram relatados eventos
colaboradores (2010) compararam quatro cardíacos significantes em nenhum dos
diferentes protocolos de HIIT em indivíduos estudos analisados, indicando um potencial de
com doença arterial coronariana. segurança tanto no protocolo HIIT quanto no
Os protocolos consistiam em: 10 EMC.
repetições de esforços a 100% da potência Sabe-se que o aumento do nível de
aeróbia máxima (MAP) com duração de 15 aptidão cardiorrespiratória correlaciona-se
segundos com intervalos de 15 segundos inversamente ao alto risco de morbidade e
passivos (a) ou ativo (b) ou com intensidade mortalidade cardiovascular, e que a
de 50% da MAP, ou três repetições de intensidade do exercício apresenta um maior
esforços a 100% da MAP com duração de 60 efeito cardioprotetor crônico em comparação
segundos com intervalos de 60 segundos ao volume do exercício, no entanto, de forma
passivos (c) ou ativo (d) à 50% da MAP. aguda parece que o exercício agudo com
Os resultados do estudo apontaram intensidade elevada apresenta maior
que a utilização de intervalos passivos probabilidade de morte súbita e infarto agudo
resultava em um aumento do tempo de do miocárdio (Schnohr e colaboradores, 2012;
exaustão dos indivíduos em comparação à Swain e Franklin, 2006).
recuperação ativa, independentemente do Dentro deste contexto, pesquisadores
tempo sob alta intensidade do exercício (15 passaram então a verificar a potencial
segundos ou 60 segundos). segurança do HIIT, que devido a suas
Os autores concluíram que ao características metodológicas de utilização de
considerar fatores como a percepção de curtos períodos de alta intensidade
esforço, o tempo de exercício em intensidade intercalados com períodos de recuperação em
superior à 80% do VO2Pico e o tempo de baixa intensidade poderia evitar o
exaustão prolongado, o protocolo (a), desenvolvimento de eventos súbitos
apresentou maior segurança cardiovascular cardiovasculares.
para o emprego em programas de reabilitação As principais respostas agudas
cardiovascular. proporcionadas pelo HIIT estão apresentadas
Outro estudo, como o de Meyer e no quadro 1.
colaboradores (2012), apresentou desfecho Os estudos de Guiraud e
semelhante, sugerindo que um maior colaboradores (2010) e Meyer e colaboradores
fracionamento do tempo sob alta intensidade (2012) apresentam os valores do protocolo de

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HIIT superior em comparação aos outros utilizados não apresentaram elevações


protocolos de HIIT analisados. consideráveis em marcadores bioquímicos de
Em razão dos inúmeros parâmetros lesão aguda do miocárdio ou de inflamação
avaliados no domínio espectral do Holter, sistêmica e nem de variáveis
decidimos apresentar no quadro 1 apenas a cardiopulmonares, no entanto os indivíduos
evolução do domínio espectral como um todo, relataram maior motivação e uma menor
além da redução de arritmias exemplificados percepção subjetiva de esforço no HIIT, o que
na redução do número de salvas no estudo de pode ser um fator determinante para uma
Guiraud e colaboradores (2013). maior adesão a programas de treinamento
Meyer e colaboradores (2010) físico na reabilitação cardíaca.
apresentaram um estudo de caso, apenas Um estudo de caso identificou que
descrevendo os resultados, de modo que o uma única sessão de HIIT, com intensidade
mesmo não foi incluído no quadro 1. próxima de 100% capacidade aeróbia máxima
Ao comparar o HIIT e o EMC, é em estímulos com duração de até 15
possível constatar que a sessão de exercício segundos com intervalos passivos, pode ser
intervalado, monitorado é seguro e não induz tolerado e induzir a diminuição de sintomas de
arritmias, nem significativas lesões no músculo isquemia cardíaca sem desenvolver arritmias
cardíaco. cardíacas ou alterar marcadores de lesão
No estudo de Normandim e como a TnT (Meyer e colaboradores, 2010).
colaboradores (2013), foram avaliadas as No mesmo sentido, estudos tem
respostas cardiovasculares e bioquímicas a demonstrado que o HIIT pode ser empregado
uma sessão de exercício com características de forma segura em indivíduos portadores de
do HIIT ou contínua por até 24 horas pós cardiomiopatias, de modo que o método é
sessão, o estudo contou com avaliação dos capaz de reduzir a hiperatividade simpática e
níveis séricos de Troponina T (TnT), proteína estimular o aumento do tônus vagal por um
C-reativa (CRP) e peptídeo natriurético período de até 24 horas após uma única
cerebral (BNP), além do VO2Pico, em vinte sessão de HIIT quando comparado ao EMC,
pacientes (90% homens) com diagnóstico de modulando positivamente também a função
Insuficiência Cardíaca Crônica, onde endotelial (Guiraud e colaboradores, 2013;
observaram que ambos os protocolos Currie, Mckelvie e Macdonald, 2012).

Quadro 1 - Descrição dos protocolos de exercício Agudo.


Estudo n Doença Protocolos
Guiraud e Exercício em Cicloergômetro
Doença Arterial
colaboradores 18 homens HIIT 2x 8 min 100%PPO (30 seg 100%PPO com intervalos de 30
Coronariana
(2013) seg passivos) separados por intervalos de 4 min passivos
Exercício em Cicloergômetro
Normandin e 20 Insuficiência
HIIT 2x 8 min 100% PPO (30 seg 100% PPO com intervalos de 30
colaboradores (18 homens e 2 Cardíaca
seg passivos) separados por intervalos de 4 min passivos
(2013) mulheres) Crônica
EMC 22 min 60% PPO
Exercício em Cicloergômetro
Currie e 10
Doença Arterial HIIT 10x 1min 80% da carga de pico, com intervalos de 1min a
colaboradores (9 homens e 1
Coronariana 10% da carga de pico
(2012) mulher)
EMC 30min contínuo 55% da carga de pico
Rognomo e 4846 Exercício em Cicloergômetro
Doença Arterial
colaboradores (3392 homens e HIIT 4x4 min 85-95%FCPico com intervalos de 3 min 50-70%FCPico
Coronariana
(2012) 1454 mulheres) EMC 30 min 70%FCPico
Exercício em Cicloergômetro
Meyer e Insuficiência HIIT A 9 x 30 seg 100%MAP com intervalos de 30 seg passivos
colaboradores 20 homens Cardíaca HIIT B 9 x 30 seg 100%MAP com intervalos de 30 seg 50%MAP
(2012) Crônica HIIT C 3 x 90 seg 100%MAP com intervalos de 90 seg passivos
HIIT D 3 x 90 seg 100%MAP com intervalos de 90 seg 50%MAP
Exercício em Cicloergômetro
Guiraud e 19 HIIT A 10x15 seg 100% MAP com intervalos de 15 seg passivos
Doença Arterial
colaboradores (17 homens e 2 HIIT B 10x15 seg 100% MAP com intervalos de 15 seg 50% MAP
Coronariana
(2010) mulheres) HIIT C 3x 1min 100% MAP com intervalos de 1 min passivos
HIIT D 3x 1 min 100% MAP com intervalos de 1 min 50% MAP

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Meyer e Exercício em Cicloergômetro


colaboradores 1 homem Angina Estável HIIT 34 min: 15 seg 100% MAP com intervalos de 15 seg passivos
(2010) EMC 22 min 50%PPO
Legenda: HIIT: High Intensity Interval Training; EMC: Exercício Moderado Contínuo; min: minutos; PPO:
potência máxima; seg: segundos; MAP: potência aeróbia máxima; FCPico: Frequência Cardíaca de Pico.

Tabela 1 - Principais respostas agudas do HIIT.


Estudo Variável Pré HIIT Pós HIIT Sign.

FMD absoluta (mm) 0,2 ± 0,05 0,3 ± 0,05 0,05


FMD normalizada 0,005 ± 0,002 0,012± 0,008 0,05
Currie e Diametro Pré-Oclusão (mm) 4,57 ± 0,9 4,81 ± 1,05 0,01
colaboradores Pico do diâmetro pré-oclusão (mm) 4,82 ± 0,93 5,10 ± 1,07 0,01
(2012) Diâmetro pré-NTG (mm) 4,58 ± 1 4,77 ± 1,08 0,01
Diâmetro de pico pós NTG (mm) 5,14 ± 1,09 5,33 ± 1,17 0,01
Taxa de fluxo AUC 1270 ± 737 1091 ± 879 0,01
Tempo de Exaustão (seg) HIIT A>B,D 1724 ± 482 0,05
Guiraud e Tempo de Exaustão (seg) HIIT C>B,D 1525 ± 533 0,05
colaboradores Tempo acima de 95%VO2Máx (seg) HIIT C>A,B,D 223 ± 258 0,05
(2010) Tempo acima de 90%VO2Máx (seg) HIIT C>A,B,D 329 ± 308 0,05
Taxa de Percepção de Esforço HIIT A<B,C,D 15 ± 2 0,05
Frequência Cardíaca 24 horas pós (bpm) 68 ± 3,2 0,05
Guiraud e Contrações ventriculares prematuras (N/24h) 531 ± 338 0,01
colaboradores Número de salvas (N/24) 11,61 ± 3,03 0,05
(2013) SDNN (ms) 76,9 ± 11,5 0,05
Parâmetros de domínio espectral 0,05
Tempo total de exercício (seg) HIIT A> B,D 1651 ± 347 0,001
Tempo total de exercício (seg) HIIT C > B,D 1574 ± 382 0,001
Tempo de exercício em 100%VO2Pico (seg) HIIT A> B,C,D 109 ± 171 0,05
Meyer e
Tempo de exercício em 95%VO2Pico (seg) HIIT A > B,C,D 190 ± 277 0,05
colaboradores
Tempo de exercício em 90%VO2Pico (seg) HIIT A > B,C,D 316 ± 384 0,05
(2012)
Taxa de Percepção de Esforço HIIT A > B,C,D 15 ± 3 0,05
Média de VO2Pico durante a sessão (%) HIIT A> B,D 75 ± 9 0,01
Média de VO2Pico durante a sessão (%) HIIT C > B,D 73 ± 9 0,01
Normandin e Potência Média (W) HIIT>EMC 51 ± 21 0,0188
colaboradores %VO2Pico (%) HIIT>EMC 67 ± 8 0,039
(2013) Percepção de Esforço HIIT<EMC 13,4 ± 2,7 0,09
Rognomo e
Tempo relativo em HIIT durante reabilitação
colaboradores HIIT < EMC 36% 0,05
(%)
(2012)
Legenda: mm: milimetro, NTG: nitroglicerina; AUC: área sob a curva; seg: segundo; SDNN: desvio
padrão entre intervalos N-N.

Rognmo e colaboradores (2012) exercício em alta intensidade proporciona para


conduziram um estudo multicêntrico com a capacidade funcional, o HIIT é uma
participação de 4846 indivíduos com doença alternativa segura e com um importante efeito
arterial coronariana submetidos a programas cardioprotetor (Rognmo e colaboradores,
de reabilitação cardíaca demonstrou que risco 2012).
de eventos súbitos cardiovasculares durante a Através do monitoramento dos sinais
realização do HIIT ou do EMC pode ser vitais, todos os estudos avaliados,
considerado baixo. demonstraram que o protocolo HITT promove
Em geral, os eventos cardíacos a segurança à saúde dos indivíduos como o
resultando em desfecho de morte foram de um estudo de Meyer e colaboradores (2012), onde
evento no HIITe duas paradas cardíacas fatais foi realizado o teste de VO2Pico, foi aferido
durante o EMC, não foram encontrados dados continuamente a frequência cardíaca, a
sobre infarto agudo do miocárdio nos dados pressão arterial braquial a cada 2 minutos e
analisados. classificação de percepção esforço utilizando a
Os autores concluíram que escala de Borg, o sinal do eletrocardiograma
considerando os potenciais benefícios que o era mensurado durante repouso. Neste estudo

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foram aplicados quatro protocolos Os achados de Meyer e colaboradores


diferenciados de exercício intervalado em 20 (2012) foram semelhantes ao estudo de
indivíduos com Insuficiência Cardíaca Crônica Giurad e colaboradores (2010), onde também
utilizando o cicloergômetro para os testes e foram avaliados 4 protocolos de treinamento
para os treinos. intervalado, incluindo 20 indivíduos com
Foi observado como resultado que o doença coronariana estável, onde os treinos
protocolo com intervalos de recuperação de exercício com repouso passivo
passiva foi mais bem aceito pelos pacientes, a apresentaram-se benéficos nos aspectos
frequência cardíaca de pico foi menor, maior fisiológico e psicológico dos participantes. De
contratilidade do ventrículo esquerdo e alta acordo com Ghoreishi e colaboradores (2013),
porcentagem do VO2pico, sendo melhor para o exercício físico em indivíduos com
pacientes com insuficiência cardíaca crônica. diagnóstico de doença cardíaca ajuda a
É necessário monitorar continuamente promover o bem-estar e qualidade de vida,
um indivíduo com insuficiência cardíaca bem como auxilia o aspecto psicológico para o
crônica, bem como saber a especificação tratamento da doença.
diagnóstica de cada caso, para controlar os
sinais e sintomas, principalmente durante e Respostas Crônicas ao HIIT
após o exercício (Anguita e colaboradores,
2012).

Quadro 2 - Descrição dos protocolos de treinamento dos estudos crônicos.


Duração
Estudo n Doença Grupos Protocolos
/Frequência
Treinamento em Esteira Motorizada
Freyssin e
26 Insuficiência HIIT: 12 8 semanas HIIT: 3x12 30 seg estimulo 50-80%VO2Máx- com
colaboradores
ICC cardíaca crônica EMC: 14 5 x/ semana intervalo de 60seg intervalo passivo
(2012)
EMC: 61min intervalo do 1LV
Treinamento em Esteira Motorizada
Ciolac e HIIT: 16 HIIT: 40min, 1min 90%VO2Máx com intervalos de
Hipertensão 16 semanas
colaboradores 44 mulheres EMC: 16 2min 50-60%VO2Máx
Sistêmica 3x/semana
(2011) GC: 12 CME: 40min 60-70%VO2Máx
GC: sem atividade
Treinamento em Cicloergômetro
Hipertensão
Lamina e HIIT: 140 8 semanas HIIT: 45 a 60: 6seg 60-79%FCMáx’ com
245 homens Média
Okoye (2011) GC: 105 3x/semana intervalo de 6min passivo
Moderada
GC: Sem atividade
12 semanas
Treinamento em Esteira Motorizada
Moholdt e 89 2x/semana
Pós infarto HIIT: 30 HIIT: 4x4min 85-95%FCmáx com intervalo de
colaboradores (74 homens orientado –
miocárdico EMC: 59 3min 70%FCMáx
(2011) 15 mulheres) 1x/semana
EMC: 35min 70%FCMáx
domiciliar
Treinamento em Cicloergômetro
Munk e 36
HIIT: 18 24 semanas HIIT: 4x4min 85-95%FCmáx com intervalo de
colaboradores (6 mulheres Angina Estável
GC: 18 3x/semana 3min 60-70%FCMáx
(2011) 30 homens)
GC: Sem atividade
Treinamento em Cicloergômetro
Munk e 40
HIIT: 20 24 semanas HIIT: 4x4min 85-95%FCmáx com intervalo de
colaboradores (7 mulheres Angina Estável
GC: 20 3x/semana 3min 60-70%FCMáx
(2009) 33 homens)
GC: Sem atividade
Nilsson, HIIT: Treinamento em Cicloergômetro c/carga
80 Insuficiência
Westheim e HIIT: 40 16 semanas aumentada a cada minuto.
(17 mulheres Cardíaca
Risberg GC: 40 2x/semana GC: sem atividade
63 homens) Crônica
(2008)
Treinamento em Esteira Motorizada
Wisloff e 27 Insuficiência HIIT: 9 HIIT: 4x4 min 90-95%FCPico com intervalo de
12 semanas
colaboradores (7 mulheres Cardíaca EMC: 9 3 min 50-70%FCPico
3x/semana
(2007) 20 homens) Crônica GC: 9 EMC: 47 min 70-75%FCPico
GC: Sem atividade
Treinamento em Esteira Motorizada
Warburton e HIIT: 2 min 90%FCRes com intervalo de 2 min
Doença Arterial HIIT: 7 16 semanas
colaboradores 14 homens 40%FCRes
Coronariana EMC: 7 2x/semana
(2005) EMC: 40 min: 10 min aquecimento + 30 min
65%FCRes

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Treinamento em Esteira Motorizada


Rognmo e 17
Doença Arterial HIIT: 11 10 semanas HIIT: 4x4min 80-90%VO2Pico com intervalo de
colaboradores (3 mulheres
Coronariana EMC: 10 3x/semana 3 min 50-60%VO2Pico
(2004) 14 homens)
EMC: 41 min 50-60%VO2Pico
Legenda: HIIT: treinamento intervalado de alta intensidade; EMC = exercício moderado contínuo; GC= grupo
controle; min = minutos; seg = segundos; VO2Máx =Consumo máximo de oxigênio; FCMáx = frequência cardíaca
máxima; 1LV = primeiro limiar ventilatório; VO2Pico = consumo de oxigênio de pico; FCRes = frequência
cardíaca de reserva; FCPico = frequência cardíaca de pico; ICC = insuficiência cardíaca crônica

Tabela 2 - Principais respostas agudas do HIIT - continuação.


Estudo Variável Pré HIIT Pós HIIT Sign.
FMD absoluta (mm) 0,2 ± 0,05 0,3 ± 0,05 0,05
FMD normalizada 0,005 ± 0,002 0,012± 0,008 0,05
Currie e Diametro Pré-Oclusão (mm) 4,57 ± 0,9 4,81 ± 1,05 0,01
colaboradores Pico do diâmetro pré-oclusão (mm) 4,82 ± 0,93 5,10 ± 1,07 0,01
(2012) Diâmetro pré-NTG (mm) 4,58 ± 1 4,77 ± 1,08 0,01
Diâmetro de pico pós NTG (mm) 5,14 ± 1,09 5,33 ± 1,17 0,01
Taxa de fluxo AUC 1270 ± 737 1091 ± 879 0,01
Tempo de Exaustão (seg) HIIT A>B,D 1724 ± 482 0,05
Guiraud e Tempo de Exaustão (seg) HIIT C>B,D 1525 ± 533 0,05
colaboradores Tempo acima de 95%VO2Máx (seg) HIIT C>A,B,D 223 ± 258 0,05
(2010) Tempo acima de 90%VO2Máx (seg) HIIT C>A,B,D 329 ± 308 0,05
Taxa de Percepção de Esforço HIIT A<B,C,D 15 ± 2 0,05
Frequência Cardíaca 24 horas pós (bpm) 68 ± 3,2 0,05
Guiraud e Contrações ventriculares prematuras (N/24h) 531 ± 338 0,01
colaboradores Número de salvas (N/24) 11,61 ± 3,03 0,05
(2013) SDNN (ms) 76,9 ± 11,5 0,05
Parâmetros de domínio espectral 0,05
Tempo total de exercício (seg) HIIT A> B,D 1651 ± 347 0,001
Tempo total de exercício (seg) HIIT C > B,D 1574 ± 382 0,001
Tempo de exercício em 100%VO2Pico (seg) HIIT A> B,C,D 109 ± 171 0,05
Meyer e
Tempo de exercício em 95%VO2Pico (seg) HIIT A > B,C,D 190 ± 277 0,05
colaboradores
Tempo de exercício em 90%VO2Pico (seg) HIIT A > B,C,D 316 ± 384 0,05
(2012)
Taxa de Percepção de Esforço HIIT A > B,C,D 15 ± 3 0,05
Média de VO2Pico durante a sessão (%) HIIT A> B,D 75 ± 9 0,01
Média de VO2Pico durante a sessão (%) HIIT C > B,D 73 ± 9 0,01
Normandin e Potência Média (W) HIIT>EMC 51 ± 21 0,0188
colaboradores %VO2Pico (%) HIIT>EMC 67 ± 8 0,039
(2013) Percepção de Esforço HIIT<EMC 13,4 ± 2,7 0,09
Rognomo e
Tempo relativo em HIIT durante reabilitação
colaboradores HIIT < EMC 36% 0,05
(%)
(2012)
Legenda: mm: milimetro, NTG: nitroglicerina; AUC: área sob a curva; seg: segundo; SDNN: desvio padrão entre
intervalos N-N.

Foram analisados dez estudos que característica em comum a alternância de


comparavam as respostas crônicas ao HIIT e períodos de alta intensidade (acima de
o EMC em programas de reabilitação 80%VO2 Máx) com durações variadas, entre
cardíaca. 30 segundos a quatro minutos, intercalados
Constatou-se que exercícios por períodos de recuperações em baixa
intervalados são mais eficazes neste processo intensidade.
e que não trazem riscos aos pacientes. Os É importante destacar que os estudos
resultados estão apresentados no quadro 2. apresentaram um período de intervenção
Ao todo, 618 indivíduos de ambos os relativamente curto, sendo que apenas o
sexos participaram dos 10 estudos analisados, estudo de Nilsson, Westheim e Risberg (2008)
sendo que o tempo de duração variou de 8 a realizou um seguimento de 12 meses pós
24 semanas com uma frequência de no intervenção para verificar a eficiência da
mínimo duas sessões por semana. Protocolos reabilitação cardíaca. Assim apesar dos
de treinamento apresentaram como estudos apresentarem adaptações

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semelhantes e positivas na utilização do HIIT supramáximos e Wisloff e colaboradores


em comparação ao EMC, os efeitos à longo (2007) utilizou uma metodologia com maior
prazo ou até mesmo um maior período de período de estímulo conhecida como 4x4 onde
intervenção seguem inconclusivos. são utilizados 4 estímulos de quatro minutos
As principais modificações em intensidades de 90-95%FCPico
significativas proporcionadas pelo HIIT estão intercalados por 3 minutos de recuperação em
apresentadas no quadro 2, destacando os baixa intensidade, porém com adaptações
valores pré intervenção e o resultado pós cardiopulmonares muito semelhantes.
intervenção. O estudo de Ciolac e colaboradores
Três artigos estudaram pacientes (2011), feito com 44 mulheres com
diagnosticados com insuficiência cardíaca hipertensão sistêmica comparando protocolos
crônica (ICC) e tiveram como ponto comum a de HIIT e EMC em uma frequência de 3
ser analisado a capacidade funcional que sessões semanais com duração de 16
melhorou significantemente no grupo HITT semanas, demonstrou que o treinamento
nestes estudos (Nilsson, Westheim e Risberg, intervalado supervisionado aumentou os
2008; Freyssin e colaboradores, 2012; Wisloff valores de VO2pico em ambos protocolos em
e colaboradores, 2007). relação aos valores basais, porém com
Ao utilizar o HIIT como protocolo de aumento significativo no HIIT em comparação
exercício físico em um programa de ao EMC.
reabilitação cardíaca, um curto período de No mesmo sentido, outro estudo
tempo parece ser suficiente para aumentar a analisou efeitos do HIIT nos valores
capacidade funcional de indivíduos com ICC. pressóricos e perfil lipídico em 245 homens
E um estudo com 26 indivíduos (13 com hipertensão moderada a partir de uma
homens e 13 mulheres) aplicou o protocolo de intervenção de 8 semanas. Verificou-se
HIIT por 8 semanas, sendo constatado redução significativa nos níveis pressóricos e
melhora no limiar ventilatório, VO2 máx e em nos valores de colesterol total e de
âmbitos de qualidade de vida como ansiedade lipoproteína de alta densidade (HDL), assim
e depressão (Freyssin e colaboradores, 2012). como a redução do índice aterogênico,
A implementação de programas de concluindo-se que o HIIT pode ser uma
reabilitação baseados na intensidade, alternativa não farmacológica no tratamento da
apresentam benefícios a longo prazo também, hipertensão sistêmica (Lamina e Okoye,
Nilson e colaboradores (2008) analisaram os 2012).
efeitos de um 16 semanas de reabilitação na Mohold e colaboradores (2011),
capacidade funcional e na qualidade de vida comparou benefícios do HITT e do EMC em
de indivíduos com ICC e fração de ejeção de 89 indivíduos (74 homens e 15 mulheres) pós
31±8%, após 12 meses decorridos do término infarto do miocárdio (pós IM) durante 12
da intervenção, o grupo submetido ao HIIT semanas em que o grupo HITT realizou
manteve um ganho significativo na distância protocolo 4x4 em intensidade de 85-
do teste de caminhada de 6 minutos, na 95%FCPico em uma frequência de 2 vezes
intensidade do exercício e na qualidade de por semana no hospital e 1 vez por semana
vida quando em comparação ao grupo em casa com duração total de 38 minutos.
controle. HIIT apresentou maiores benefícios no
Os benefícios do HIIT em programas aumento da capacidade cardiopulmonar, mas
de reabilitação cardíaca de indivíduos com ambos protocolos apresentaram adaptações
ICC parecem superar apenas o âmbito da semelhantes na função endotelial, marcadores
capacidade funcional e qualidade de vida, uma anti-inflamatórios e na qualidade de vida e na
vez que 12 semanas foi o suficiente para redução da ferritina e da FC de repouso.
verificarem-se melhoras também na função Munk e colaboradores, em dois
endotelial e na diminuição do remodelamento estudos (2009; 2011) com indivíduos
cardíaco (Wisloff e colaboradores, 2007). apresentando angina estável, utilizando
Curiosamente, os protocolos intervenção com base no protocolo 4x4 com
empregados nestes três estudos são distintos, intensidade entre 85-95%FCMáx e intervalos
sendo que Freyssin e colaboradores (2012) e de 3 minutos com repouso ativo em 60-
Nilson e colaboradores (2008) utilizaram 70%FCMáx durante 24 semanas, com o
estímulos curtos de até 30 segundos

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objetivo de avaliar efeitos em marcadores utilizado de forma segura em programas de


inflamatórios e a ativação celular endotelial. reabilitação cardíaca em indivíduos
No estudo de 2009 (Guiraud, 2013), acometidos das mais diversas doenças,
após seis meses de intervenção, HITT também parece estar bem estabelecido que o
proporcionou uma diminuição da perda do HIIT proporcione adaptações semelhantes
lúmen do vaso sanguíneo, melhorando a quando comparado a protocolos com
função endotelial e diminuindo os níveis intensidade moderada e com maiores
séricos de Proteína C-Reativa. volumes.
Confirmando os achados posteriores, No entanto, ressaltamos que se faz
o estudo seguinte do mesmo grupo necessário um corpo maior de evidências
demonstrou que o mesmo protocolo de HITT deste tipo de treinamento na reabilitação de
foi capaz de reduz significativamente uma outras doenças cardiovasculares, visto que
série de marcadores pró-inflamatórios como as poucas cardiomiopatias foram abordadas nos
interleucinas, porém em contraste com os estudos analisados pela presente revisão.
efeitos anti-inflamatórios sistêmicos, o HIIT O fato de limitarmos a pesquisa de
não apresentou influência significativa em artigos apenas à língua inglesa e um banco de
marcadores de adesão inflamatória ou de dados são possíveis limitações do presente
agregação plaquetária. artigo, ressaltamos, porém, que o
Dois estudos avaliaram a efetividade Medline/Pubmed é julgado como a principal
do HIIT em indivíduos com doença arterial base da área da saúde.
coronariana. Ao comparar com protocolos com Indicamos como perspectivas futuras a
intensidade moderada, o HIIT apresentou-se avaliação de respostas moleculares tanto com
superior no aumento da capacidade características metabólicas quanto
cardiopulmonar, sobretudo no aumento do cardiovasculares para elucidar as respostas e
VO2Pico, um importante preditor do adaptação do HIIT em indivíduos com
funcionamento cardiorrespiratório (Rognmo e cardiomiopatias, também são necessários
colaboradores, 2004). estudos com maior tempo de duração e
Warburton e colaboradores (2005) multicêntricos de modo que seja possível
também analisou efeitos do HITT sobre modificar recomendações e Guidelines de
indivíduos com DAC em um período de 16 inúmeras instituições.
semanas, o HIIT apresentou efetividade no
aumento de marcadores como VO2PICO e no CONCLUSÃO
tempo de exaustão do exercício.
Ao longo das intervenções, boa parte Pode-se concluir que o HIIT apresenta
dos estudos analisados não relataram eventos um potencial de segurança e benefícios na
cardíacos significativos nos grupos que reabilitação cardiovascular, sendo uma
realizaram qualquer tipo de treinamento físico, alternativa eficaz para programas de saúde
HIIT ou EMC. pública devido ao baixo tempo empregado e
No entanto, o estudo de Munk e otimização das adaptações.
colaboradores (2011) excluíram de sua análise No entanto, apesar de ser um método
de dados quatro indivíduos que apresentaram já consolidado na literatura, há vários pontos
angina instável durante a intervenção, sendo que apresentam maior necessidade de
dois indivíduos de cada grupo do estudo. avaliação e os possíveis efeitos a longo prazo
Apenas dois estudos relataram algum do protocolo.
evento relacionado à mortalidade durante as
intervenções, o protocolo de treinamento REFERÊNCIAS
intervalado do estudo de Nilsson, Westheim e
Risberg (2008) resultaram em duas mortes 1-Astorino, T. A.; Allen, R. P.; Roberson, D.
após 12 meses de treinamento, enquanto que W.; Jurancich, M. Effect of high intensity
Wisloff e colaboradores (2007) apresentaram interval training on cardiovascular function,
um evento de morte apenas no grupo de VO2max, and muscular force. J Strength Cond
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Frente aos estudos encontrados na
literatura, é aceitável que o treinamento 2-Anguita, M.; Comin, J.; Almenar, L.; Crespo,
intervalado com alta intensidade pode ser M.; Delgado, J.; Gonzales-Costello, J.

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Recebido para publicação 03/10/2014


Aceito em 18/03/2015

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