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37 2007
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitora:
Profa. Dra. SUELY VILELA
Vice-Reitor:
Prof. Dr. FRANCO M. LAJOLO
Diretora:
Profa. Dra. MARIA DO CARMO CALIJURI
Vice-Diretor:
Prof. Dr. ARTHUR JOSÉ VIEIRA PORTO
Chefe do Departamento:
Prof. Dr. CARLITO CALIL JUNIOR
Coordenador de Pós-Graduação:
Prof. Dr. MARCIO ANTONIO RAMALHO
Editoração e Diagramação:
FRANCISCO CARLOS GUETE DE BRITO
MARIA NADIR MINATEL
MASAKI KAWABATA NETO
MELINA BENATTI OSTINI
RODRIGO RIBEIRO PACCOLA
São Carlos, v.9 n. 37 2007
Departamento de Engenharia de Estruturas
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
Av. Trabalhador Sãocarlense, 400 – Centro
CEP: 13566-590 – São Carlos – SP
Fone: (16) 3373-9481 Fax: (16) 3373-9482
site: http://www.set.eesc.usp.br
SUMÁRIO
Resumo
Este trabalho verifica, por meio de análises numérico-paramétricas de lajes
nervuradas, o quanto a desconsideração (ou a consideração de maneira simplificada)
da excentricidade existente entre os eixos das nervuras e o plano médio da capa
influencia nos resultados de deslocamentos e esforços atuantes nas peças que compõem
estes sistemas. Foram realizadas análises considerando variações em alguns
parâmetros, sendo mostrados neste trabalho os resultados da variação da relação entre
a altura da capa e a altura total da laje nervurada. Os diferentes modelos mecânicos
foram analisados utilizando o Método dos Elementos Finitos, por meio do programa
computacional ANSYS 5.5, considerando-se um comportamento elástico-linear para o
material concreto armado. Verificou-se a necessidade da consideração da
excentricidade, seja por modelo realista, ou por modelos simplificados, para a
obtenção de resultados numéricos mais próximos do comportamento da estrutura real.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, Professor na Pontifícia Universidade Católica do
Paraná - PUCPR, richdias@uol.com.br
2
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, paiva@sc.usp.br
2 HIPÓTESES ADOTADAS
de casca SHELL63, elemento plano com seis graus de liberdade trabalhando à flexão
e tensão. O Modelo 05 é apresentado esquematicamente na Fig. 2.
largura colaborante
NBR6118/2000
largura colaborante
NBR6118/2000
elementos de casca
SHELL63
centróide da nervura
centróide da nervura
(b) modelagem da placa e das nervuras por elemento finito de casca elástica
SHELL63 tendo-se assim o comportamento gerado pela excentricidade entre as peças
de forma natural. Neste modelo, chamado de Modelo 04, nenhuma simplificação é
feita quanto ao comportamento da seção depois de fletida. A representação do Modelo
04 pode ser vista na Fig. 7. Este modelo será considerado o modelo mais realista,
referência para a comparação com os resultados dos outros modelos, devido ao alto
grau de discretização (refinamento) e aproximação com a estrutura real [CARRIJO &
PAIVA (1997)].
elemento de casca
para a placa
elemento de casca
para a nervura
Tabela 1 - Características geométricas das lajes ensaiadas por ABDUL-WAHAB & KHALIL
(2000)
Laje Vazios a1 (cm) hf (cm) bw (cm) h (cm) h/hf a1/l
S1 11 X 11 13,6 2,0 5,2 9,5 4,75 0,0907
S2 9X9 16,7 2,0 5,2 9,5 4,75 0,1113
S3 7X7 21,4 2,0 5,2 9,5 4,75 0,1427
S4 5X5 30,0 2,0 5,2 9,5 4,75 0,2000
S5 9X9 16,7 2,0 5,2 12,5 6,25 0,1113
S6 9X9 16,7 2,0 4,7 6,5 3,25 0,1113
154 cm
30
154
150
30
a1
a1
h
Ø 0.7 mm c/ 25 mm
h
150
2
h
d
bw Ø 8 mm
Figura 8 - Geometria básica das lajes nervuradas ensaiadas, em cm
[ABDUL-WAHAB & KHALIL (2000)]
Tabela 2 - Características das lajes ensaiadas por ABDUL-WAHAB & KHALIL (2000)
Laje fck (Mpa) Ecs (kN/cm2) Gc (kN/cm2) Pfissuração (kN) Púltima (kN)
S1 31,3 2663,05 399,46 30 105
S2 32,0 2692,66 403,90 20 81
S3 31,4 2667,30 400,10 20 65
S4 28,9 2558,92 383,84 20 48
S5 29,9 2602,81 390,42 40 120
S6 29,1 2567,75 385,16 20 48
110
Tabela 3 - Deslocamentos laje S1
100
Ensaio
(kN) 01 02 03 04 80
70
0 0 0 0 0 0
60
10 0,10 0,34 0,37 0,43 0,29
50
20 0,30 0,69 0,73 0,87 0,59
40
30 0,60 1,03 1,10 1,30 0,88 Ensaio Abdul-Wahab & Khalil (2000)
30 Modelo 01
40 1,40 1,37 1,46 1,74 1,18 Modelo 02
20
50 2,20 1,71 1,83 2,17 1,47 Modelo 03
10 Modelo 04
60 3,00 2,06 2,19 2,61 1,77
0
70 4,20 2,40 2,56 3,04 2,06 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
80 5,50 2,74 2,92 3,48 2,35 Deslocamento vertical máximo laje S1 (em mm)
110
100
Tabela 4 - Deslocamentos laje S2 90
110
100
90
Tabela 5 - Deslocamentos laje S3
Carga aplicada (em kN)
80
70
Carga Modelo de cálculo – laje S3
Ensaio 60
(kN) 01 02 03 04
50
0 0 0 0 0 0
40
10 0,30 0,51 0,54 0,55 0,38
Ensaio Abdul-Wahab & Khalil (2000)
30
20 1,00 1,02 1,07 1,10 0,76 Modelo 01
20 Modelo 02
30 2,40 1,54 1,61 1,65 1,15
Modelo 03
10
40 3,80 2,05 2,14 2,19 1,53 Modelo 04
0
50 5,40 2,56 2,68 2,74 1,91 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
60 10,50 3,07 3,21 3,29 2,29 Deslocamento vertical máximo laje S3 (em mm)
110
100
Ensaio Abdul-Wahab & Khalil (2000)
Tabela 6 - Deslocamentos laje S4 90 Modelo 01
Modelo 02
Carga aplicada (em kN)
80 Modelo 03
Carga Modelo de cálculo – laje S4 Modelo 04
Ensaio 70
(kN) 01 02 03 04 60
0 0 0 0 0 0 50
10 0,50 0,72 0,75 0,67 0,49 40
20 1,70 1,45 1,50 1,33 0,99 30
110
100
90
Carga aplicada (em kN)
80
Carga aplicada (em kN)
70
60
50
20
espaçamento entre nervuras (a1): 13,60 cm
10 a1 / l = 0,0907
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Deslocamento vertical máximo (em mm)
90
80
60
50
40
Ensaio Abdul-Wahab & Khalil (2000) - laje S2
30 Modelo 1 - laje S2
Modelo 4 - laje S2
20
espaçamento entre nervuras (a1): 16,70 cm
10
a1 / l = 0,1113
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Deslocamento vertical máximo (em mm)
80
70
Carga aplicada (em kN)
60
50
40
60
50
40
30
20
espaçamento entre nervuras (a1): 30,00 cm
10 a1 / l = 0,2000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Deslocamento vertical máximo (em mm)
CAPA h=5 cm
PILAR PILAR
40/40 VIGA EXTERNA 20/60 40/40
8
Y
52
X
A A
CORTE A-A
5
VAR
60
ALTURA DA LAJE E = 60 cm
VARIANDO
ENTRE 15 E 60 cm
Figura 19 - Forma estrutural básica dos modelos com variação da altura total da laje em
relação a altura da capa
Tabela 12 - Carregamentos aplicados nas lajes nervuradas - Lajes com variação da altura
da nervura
CARRREGAMENTO APLICADO NAS LAJES NERVURADAS
MODELOS DESCRIÇÃO DO CARREGAMENTO
Carregamento uniformemente aplicado sobre a capa de q = -0,00075
01 A 08 ( EXCETO 06)
kN/cm2
Carregamento linearmente distribuído aplicado sobre os elementos de vigas
que simulam as nervuras e vigas, obtido pela parcela do carregamento
06
aplicado sobre a capa de q = -0,00075 atuante em cada nervura, por traçado
de linhas de ruptura da capa delimitada pelas nervuras.
I zz
I yy
I xx
(torção)
Tabela 13 - Características dos pilares nos modelos - Lajes com variação da relação hf/h
CARACTERÍSTICAS DOS PILARES - ELEMENTO BEAM4 - SEÇÃO RETANGULAR - MODELOS
01 AO 08
Altura Pilar hy (cm) hz (cm) A (cm2) Izz Iyy Ixx (cm4) Excent.
4 4
Laje (cm ) (cm ) (cm)
15 A 50 R 40/40 40 40 1600 213333,33 213333,33 42666,67 0,0
Tabela 14 - Características das vigas de contorno para os modelos 01 a 08 (exceto modelo 04):
Lajes com variação da relação hf/h
CARACTERÍSTICAS DAS VIGAS DE CONTORNO SIMULADAS PELO ELEMENTO BEAM44
CONSIDERADO ATÉ O TOPO DA CAPA - SEÇÃO RETANGULAR - MODELOS 01 AO 08
(EXCETO MODELO 04)
Altura Vigas hy (cm) hz A Izz (cm4) Iyy (cm4) Ixx (cm4) Excent.
2
Laje (cm) (cm ) (cm)
15 A 50 R 20/60 020 60 1220 40000 360000 8000 27,50
Tabela 15 - Características das vigas de contorno para o modelo 04 - Lajes com variação da
relação hf/h
CARACTERÍSTICAS DAS VIGAS DE CONTORNO SIMULADAS PELO ELEMENTO SHELL63 -
MODELO 04
Altura Laje VIGA Espessura (cm)
15 A 50 CASCA 20/57,5 20,0
Tabela 16 - Características das nervuras para os modelos 01, 02, 03, 05 e 06 - Lajes com
variação da relação hf/h
CARACTERÍSTICAS DAS NERVURAS SIMULADAS POR ELEMENTOS BEAM44
(EXCÊNTRICOS) E BEAM4 (CONCÊNTRICOS)
Altura Nervura hy (cm) hz (cm) A Izz Iyy (cm4) Ixx Excent.
Laje (cm2) (cm4) (cm4) (cm)
MODELO 01
15 R 8/15 8 15 120 640,00 2250,00 128,00 0,0
20 R 8/20 8 20 160 853,33 5333,33 170,67 0,0
25 R 8/25 8 25 200 1066,67 10416,67 213,33 0,0
30 R 8/30 8 30 240 1280,00 18000,00 256,00 0,0
35 R 8/35 8 35 280 1493,33 28583,33 298,67 0,0
40 R 8/40 8 40 320 1706,67 42666,67 341,33 0,0
45 R 8/45 8 45 360 1920,00 60750,00 384,00 0,0
50 R 8/50 8 50 400 2133,33 83333,33 426,67 0,0
MODELO 02
15 R 8/15 8 15 120 640,00 2250,00 128,00 5,0
20 R 8/20 8 20 160 853,33 5333,33 170,67 7,5
25 R 8/25 8 25 200 1066,67 10416,67 213,33 10,0
30 R 8/30 8 30 240 1280,00 18000,00 256,00 12,5
35 R 8/35 8 35 280 1493,33 28583,33 298,67 15,0
40 R 8/40 8 40 320 1706,67 42666,67 341,33 17,5
45 R 8/45 8 45 360 1920,00 60750,00 384,00 20,0
50 R 8/50 8 50 400 2133,33 83333,33 426,67 22,5
MODELO 03
15 R 8/10 8 10 80 426,67 666,67 85,33 7,5
20 R 8/15 8 15 120 640,00 2250,00 128,00 10,0
25 R 8/20 8 20 160 853,33 5333,33 170,67 12,5
30 R 8/25 8 25 200 1066,67 10416,67 213,33 15,0
35 R 8/30 8 30 240 1280,00 18000,00 256,00 17,5
40 R 8/35 8 35 280 1493,33 28583,33 298,67 20,0
45 R 8/40 8 40 320 1706,67 42666,67 341,33 22,5
50 R 8/45 8 45 360 1920,00 60750,00 384,00 25,0
MODELO 05
15 T 8/15/60 8 15 380 90427 4844 203 0,0
20 T 8/20/60 8 20 420 90640 11446 246 0,0
25 T 8/25/60 8 25 460 90853 22263 288 0,0
30 T 8/30/60 8 30 500 91067 38042 331 0,0
35 T 8/35/60 8 35 540 91280 59458 374 0,0
40 T 8/40/60 8 40 580 91493 87139 416 0,0
45 T 8/45/60 8 45 620 91707 121679 459 0,0
50 T 8/50/60 8 50 660 91920 163648 502 0,0
MODELO 06
15 T 8/15/60 8 15 380 90427 4844 203 0,0
20 T 8/20/60 8 20 420 90640 11446 246 0,0
25 T 8/25/60 8 25 460 90853 22263 288 0,0
30 T 8/30/60 8 30 500 91067 38042 331 0,0
Tabela 17 - Características das nervuras para os modelos 04, 07 e 08 - Lajes com variação da
relação hf/h
CARACTERÍSTICAS DAS NERVURAS SIMULADAS POR ELEMENTOS SHELL63 - MODELOS
04, 07 E 08
Altura Laje Nervura h (cm)
MODELO 04
15 CASCA 8/12,5 8,000
20 CASCA 8/17,5 8,000
25 CASCA 8/22,5 8,000
30 CASCA 8/27,5 8,000
35 CASCA 8/32,5 8,000
40 CASCA 8/37,5 8,000
45 CASCA 8/42,5 8,000
50 CASCA 8/47,5 8,000
MODELO 07
15 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 9,895
20 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 13,179
25 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 16,451
30 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 19,668
35 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 22,825
40 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 25,927
45 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 28,979
50 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 31,987
MODELO 08
15 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 7,916
20 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 10,543
25 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 13,161
30 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 15,735
35 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 18,260
40 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 20,741
45 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 23,183
50 LAJE MACIÇA EQUIVAL. 25,590
Tabela 19 - Número de elementos finitos em cada modelo analisado, para lajes com variação
de hf/h
Altura Modelos numéricos de análise
Elementos
da laje 01 02 03 04 05 06 07 08
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=15
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 6560 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=20
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 7280 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=25
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 8000 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=30
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 8720 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=35
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 9440 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=40
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 10160 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=45
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 10880 1600 0 1600 1600
BEAM4 724 4 4 56 724 724 4 4
h=50
cm BEAM44 160 880 880 0 160 160 160 160
SHELL63 1600 1600 1600 11600 1600 0 1600 1600
Y
MX
X
18 12 6
K G D B A
17 11 5
Z
MY
L H E C
16 10 4
M I F
15 9 3
N J
14 8 2 MEDIÇÃO DE DESLOCAMENTOS E
ESFORÇOS
O
MEDIÇÃO DE ESFORÇOS
13 7 1
-600
LAJE: ALTURA DA NERVURA h=15 cm Modelo 01
-500 Modelo 02
-400 Modelo 03
Modelo 04
Momento fletor (em kN.cm)
-300
Modelo 05
-200 Modelo 06
-100 Modelo 07
Modelo 08
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
-600
LAJE: ALTURA DA NERVURA h=20 cm Modelo 01
-500
Modelo 02
-400 Modelo 03
Momento fletor (em kN.cm)
-300 Modelo 04
Modelo 05
-200 Modelo 06
-100 Modelo 07
0 Modelo 08
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
0
100
200
300
400
500
Modelo 01
600 Modelo 02
700 Modelo 03
Modelo 04
800 Modelo 05
900 Modelo 06
Modelo 07
1000 Modelo 08
1100
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
100
200
300
400
500
600 Modelo 01
700 Modelo 02
Modelo 03
800 Modelo 04
900 Modelo 05
Modelo 06
1000 Modelo 07
1100 Modelo 08
1200
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
100
200
300
400
500
600 Modelo 01
700 Modelo 02
Modelo 03
800 Modelo 04
900 Modelo 05
Modelo 06
1000 Modelo 07
1100 Modelo 08
1200
0 60 120 180 240 300
1200
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
100
200
300
400
500
600 Modelo 01
700 Modelo 02
Modelo 03
800 Modelo 04
900 Modelo 05
Modelo 06
1000 Modelo 07
1100 Modelo 08
1200
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
62,5 Modelo 05
Modelo 06
50,0 Modelo 07
37,5 Modelo 08
25,0
12,5
0,0
-12,5
-25,0
-37,5
-50,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
25,0
12,5
0,0
-12,5
-25,0
-37,5
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
50,0 Modelo 05
Modelo 06
Modelo 07
37,5 Modelo 08
25,0
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
7
Figura 32 - Esforços Normais (kN), na nervura central, na laje com hf/h=0,200
62,5 LAJE: ALTURA DA NERVURA h=30 cm
Modelo 01
Modelo 02
50,0 Modelo 03
Modelo 04
Modelo 05
Esforço Normal (em kN)
37,5 Modelo 06
Modelo 07
Modelo 08
25,0
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Modelo 05
37,5 Modelo 06
Modelo 07
Modelo 08
25,0
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Modelo 05
Modelo 06
25,0 Modelo 07
Modelo 08
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Modelo 06
Modelo 07
Modelo 08
12,5
0,0
-12,5
-25,0
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
-1,50
-1,25 Modelo 01
Modelo 02
-1,00
Modelo 03
-0,75
Modelo 04
-0,50 Modelo 05
-0,25 Modelo 06
0,00 Modelo 07
Modelo 08
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
1,75
2,00
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 38 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,333
Tensão normal fibra inferior (em kN/cm )
-1,00
Modelo 01
-0,75 Modelo 02
Modelo 03
-0,50 Modelo 04
-0,25 Modelo 05
Modelo 06
0,00 Modelo 07
Modelo 08
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 39 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,250
Tensão normal fibra inferior (em kN/cm )
-0,500
-0,375 Modelo 01
Modelo 02
-0,250
Modelo 03
-0,125
Modelo 04
0,000 Modelo 05
0,125 Modelo 06
0,250 Modelo 07
Modelo 08
0,375
0,500
0,625
0,750
0,875
1,000
1,125
1,250
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 40 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,200
0,375
0,500
0,625
0,750
0,875
1,000
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 41 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,167
Tensão normal fibra inferior (em kN/cm )
-0,250
Modelo 01
Modelo 02
-0,125
Modelo 03
Modelo 04
0,000 Modelo 05
Modelo 06
0,125 Modelo 07
Modelo 08
0,250
0,375
0,500
0,625
0,750
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 42 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,143
Modelo 01
Modelo 02
Modelo 03
0,000 Modelo 04
Modelo 05
Modelo 06
Modelo 07
0,125
Modelo 08
0,250
0,375
0,500
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 43 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,125
2
-0,0625
Modelo 01
Modelo 02
0,0000 Modelo 03
Modelo 04
0,0625 Modelo 05
Modelo 06
Modelo 07
0,1250 Modelo 08
0,1875
0,2500
0,3125
0,3750
0,4375
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 44 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,111
-0,0625
Modelo 01
Modelo 02
0,0000 Modelo 03
Modelo 04
Modelo 05
Modelo 06
0,0625
Modelo 07
Modelo 08
0,1250
0,1875
0,2500
0,3125
0 60 120 180 240 300
Posição dos pontos de medição 1 a 6 (em cm)
Figura 45 - Tensões Normais fibras inferiores extremas (kN/cm2), na nervura central, na laje
com hf/h=0,100
7 AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro, sem o qual esta pesquisa não
seria realizada, e ao Professor José Samuel Giongo, pelo importante apoio na
pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos.
8 REFERÊNCIAS
Resumo
Os perfis de aço formados a frio apresentam, em geral, elevada relação
largura/espessura, tornando-os suscetíveis à flambagem local, caracterizada por
uma flambagem de chapa, mas que também pode ocasionar um outro modo de
flambagem, denominado flambagem por distorção, desconsiderado no
dimensionamento de perfis laminados, mas que pode resultar crítico principalmente
nos perfis com enrijecedores de borda e constituídos por aço de elevada resistência
mecânica. Tal fenômeno é caracterizado pela perda de estabilidade do conjunto
formado pelo elemento comprimido e seu enrijecedor de borda, alterando a forma
inicial da seção transversal. Portanto, as normas mais atuais têm apresentado
procedimentos para avaliar a resistência de barras com base na flambagem por
distorção, como o procedimento simplificado da norma australiana AS/NZS
4600:1996, proposto por HANCOCK e que foi também adotado pela recente norma
brasileira NBR 14762:2001, o método direto de resistência, recentemente proposto
para incorporação à especificação do AISI (American Iron and Steel Institute) e a
GBT (Generalized Beam Theory). Nesse trabalho é feita uma abordagem dos
procedimentos propostos para a avaliação da flambagem por distorção em barras
submetidas à compressão centrada e à flexão, comparando-se os resultados obtidos
pelo procedimento da norma brasileira, pela análise elástica via método das faixas
finitas - MFF e pela análise via método dos elementos finitos - MEF, admitindo
barras sem e com imperfeições iniciais. É feita também uma abordagem com
relação aos outros procedimentos internacionais para a avaliação do fenômeno.
1 INTRODUÇÃO
1
Doutor em Engenharia de Estruturas - EESC-USP
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mamalite@sc.usp.br
Tabela 1 - Influência das relações geométricas das seções tipo U enrijecido na definição do
modo crítico
3 PROCEDIMENTOS NORMATIVOS
HANCOCK/97
1,2
NORMA AUSTRALIANA/96
1
LAU & HANCOCK modificado/87,90
0,8
M dist / M y
0,6
0,4
0,2
0
0 0,56 1 1,414 2 3 4
λ dist
bf bf
bf
bw bw bw
t t t
Figura 3 – Perfis tipo U enrijecido, U enrijecido com enrijecedor de borda adicional e tipo
rack [NBR 14762:2001]
Ndist = Afy {0,055[λdist – 3,6]2 + 0,237} para 1,414 ≤ λdist ≤ 3,6 (3)
Onde:
A é área bruta da seção transversal da barra;
λdist é o índice de esbeltez reduzido referente à flambagem por distorção, dado por:
λdist = (fy/σdist)0,5
σdist é a tensão convencional de flambagem elástica por distorção, calculada pela
teoria da estabilidade elástica, análise numérica ou conforme modelo simplificado
da norma.
3.1.2 Flexão
Onde:
Wc é o módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à fibra
comprimida;
λdist e σdist conforme explicado anteriormente.
1,2 1,2
1
1,0
Mdist / My
0,8
0,8
/ Ny
0,6
0,6 0,4
0,2
N
0,4
0
0,2 1,414
0 1 2 3 4
1,414
dist
0,0
0 1 2 3 4
1,414
dist Figura 5 – Curva de flambagem por distorção
para flexão conforme AS/NZS 4600:1996 e NBR
Figura 4 – Curva de flambagem por distorção 14762:2001
para compressão centrada conforme
AS/NZS 4600:1996 e NBR 14762:2001
Com o auxílio de uma análise via método das faixas finitas (análise elástica),
foram elaboradas tabelas de uso simples para, em função das dimensões da
seção transversal do perfil, poder dispensar o cálculo da flambagem por distorção,
constatando que tal modo não é crítico. Tais tabelas foram inseridas na NBR
14762:2001.
Com relação ao uso do programa via método das faixas finitas (CUFSM /
Cornell University – Finite Strip Method), elaborado por Benjamin William Schafer,
utilizado no trabalho, ilustra-se na Fig. 6 a seguir um exemplo de saída de
resultados para o caso da flexão, na qual se apresenta o gráfico entre fator de
carga (relação entre tensão crítica e uma tensão de referência, usualmente
adotada igual a fy) e comprimento de meia onda. Percebe-se na figura que o modo
distorcional neste caso é o crítico, fato também evidenciado na figura da
deformada do perfil.
4.1.1 Parâmetros
0,25 0,5
bf/bw 1,0
(mínimo NBR-6355) (usual)
D/bw 0,05 0,1 0,15
bw/t 50 100 200
4.1.2 Modelagens
3, 00
2, 00
1, 50
1, 00
0, 50
0, 00
U2511
U2512
U2514
U2521
U2522
U2524
U2531
U2532
U2534
U2111
U2112
U2114
U2121
U2122
U2124
U2131
U2132
U2134
U2211
U2212
U2214
U2221
U2222
U2224
U2231
U2232
U2234
Pe r f il
Figura 7 – Ld e σdist obtidos pela NBR 14762:2001 e o programa CU-FSM (faixas finitas)
para a compressão centrada
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
U2511
U2512
U2514
U2521
U2522
U2524
U2531
U2532
U2534
U2111
U2112
U2114
U2121
U2122
U2124
U2131
U2132
U2134
U2211
U2212
U2214
U2221
U2222
U2224
U2231
U2232
U2234
Perfil
Figura 8 – Ld e σdist obtidos pela NBR 14762:2001 e o programa CU-FSM para a flexão
OBS.: A parte sublinhada do eixo referente aos perfis indica que os mesmos
satisfazem as relações da norma NBR 14762:2001, e que portanto para os
mesmos se pode utilizar o formulário simplificado para o cálculo da flambagem por
distorção. Os comentários referentes às Fig. 7 e 8 são feitos nas conclusões.
dist (KN/cm^2)
30,00 Anexo D 25,00
dist (KN/cm^2)
25,00 20,00
CUFSM
20,00 15,00 Anexo D
10,00
15,00 CUFSM
5,00
10,00
0,00
5,00 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Largura nominal do enrijecedor (mm)
t (m m )
Anexo D Anexo D
σ dist (KN/cm^2)
15,00 50,00
dist (KN/cm^2)
CUFSM CUFSM
40,00
10,00
30,00
5,00 20,00
10,00
0,00
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Largura nominal da mesa (mm) t (m m )
40,00 CUFSM
dist (cm)
30,00
30,00
20,00 Anexo D
20,00
10,00 CUFSM
10,00
0,00
0,00
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
Largura nom inal do enrijecedor (m m ) Largura nom inal da m esa (m m )
Primeira coluna: Ld
Segunda coluna: σdist
1,20 1,40
1,00 1,20
0,80 1,00
0,60 0,80
0,40 0,60
0,20 0,40
0,00 0,20
0,00
2,00
U 4
U 2
U 4
34
1
1
2
1
1
1
2
2
21
21
21
22
22
22
22
22
22
(flexão) – hipótese 1
1,20 1,20
1,00 1,00
0,80 0,80
0,60 0,60
0,40 0,40
0,20 0,20
0,00 0,00
12
14
11
12
14
34
21
21
22
22
22
22
U
1,40 1,40
1,20
1,20
1,00
0,80 1,00
0,60 0,80
0,40
0,20 0,60
0,00 0,40
0,20
0,00
1,60 1,60
1,40 1,40
1,20 1,20
1,00 1,00
0,80 0,80
0,60 0,60
0,40 0,40
0,20
0,20
0,00
0,00
12
14
11
12
14
21
21
22
22
22
U
σdist σdist
0,78 0,70
0,77 0,60
0,76
0,50
0,75
0,40
0,74
0,30
0,73
0,20
0,72
0,71 0,10
0,70 0,00
U2114
U2211
U2212
U2214
0,69
U2114
U2212
U2214
U2234
25,00
σ
20,00
15,00
Compressão
Flexão
10,00
5,00
0,00
0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4
Tabela 3 – valor de σdist e calculados por meio do procedimento da NBR 14762:2001 e via
faixas finitas
PERFIL Ue 200X100X10X4
COMPRESSÃO CENTRADA NBR 14762:2001 CUFSM
σdist (kN/cm )
2
27,33 26,56
COMPRESSÃO CENTRADA
NBR 14762:2001
Percebe-se que a única diferença entre as duas análises acima foi o modo de
obtenção da tensão convencional de flambagem elástica σdist, o qual resultou um
valor muito próximo entre o calculado conforme o anexo D da NBR 14762:2001 e
conforme o método das faixas finitas. Com isso a força normal resistente resultou
praticamente a mesma.
Ny = Ag x fy
Ag = 15,74 cm2
fy = 25 kN/cm2
Ny = 393,50 kN
Ncrd = 418 kN
FLEXÃO
NBR 14762:2001
Percebe-se também nestes dois casos supracitados que a única diferença entre as
duas análises foi o modo de obtenção da tensão convencional de flambagem
elástica σdist, o qual resultou um valor muito próximo entre o calculado conforme o
anexo D da NBR 14762:2001 e conforme o método das faixas finitas. Com isso a
força normal resistente resultou do mesmo modo praticamente a mesma.
HANCOCK (1997)
OBS:
Neste caso, as resistências de cálculo são idênticas à da NBR 14762, pois λdist <
1,414, e a expressão de HANCOCK (1997) só atualizou o trecho elástico da
mesma referente à norma australiana (idêntica à NBR 14762:2001).
My = 2561 kN
fy = 25 kN/cm2
MRd = 2070 kN.cm (se utilizado γ = 1,1 – como recomenda a NBR 14762:2001)
60
50
σ dist (kN/cm2)
40
Compressão
30
Flexão
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Procedim ento de análise
8 CONCLUSÕES
Tanto para as análises via faixas finitas quanto para as análises via
procedimento da NBR 14762:2001, os mesmos perfis, quando submetidos à
flexão, apresentam maiores valores de σdist, quando comparados com os
submetidos à compressão centrada. A diferença entre estes valores foi mais
pronunciada para os perfis que não respeitam as condições das tabelas D.1 e D.2
da NBR 14762:2001. Por outro lado, os valores de Ld referentes aos perfis
9 AGRADECIMENTOS
10 REFERÊNCIAS
Resumo
O presente trabalho aborda a utilização da protensão não aderente em edifícios
residenciais e comerciais de concreto, focando os aspectos referentes às soluções com
protensão aderente e não aderente e em concreto armado, para o consumo de
materiais, notadamente: concreto, fôrmas e armaduras. São considerados três
diferentes sistemas estruturais: laje plana maciça apoiada sobre pilares; laje plana
nervurada apoiada sobre pilares e laje nervurada apoiada em vigas faixa protendidas
sobre pilares. São apresentados estudos de casos com a utilização da ferramenta
computacional de análise estrutural TQS®, a qual é baseada na análise por grelha.
Como resultados, o estudo fornece conclusões satisfatórias para utilização da
protensão, tanto aderente quanto não aderente, em relação ao concreto armado. Ainda,
o sistema de protensão aderente mostrou-se ligeiramente mais econômico, do ponto de
vista de consumo de materiais, porém, é um sistema com produtividade inferior às
soluções com protensão não aderente, tornando-se esta última solução a mais adotada
no cotidiano dos escritórios de cálculo de engenharia civil dentre as citadas.
1 INTRODUÇÃO
1
Doutor em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, ffilho@sc.usp.br
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mcorrea@sc.usp.br
Quarto Casal
W.C. 5,05
W.C.
Quarto 01
Quarto
Empregada
Área de 2,15
W.C. Serviço
Escadas
Quarto 02 Sala de
Cozinha
Jantar
Hall
2,95 Elevadores
0,15
2,50
0,15
4,05
1,20
0,15
2,70
0,15
5,05
2,85
0,15
3 MODELOS ESTUDADOS
L1
h=24
V2 10/60
V2 10/60
P3
70/30
L2
P4 V3 10/60 h=7
95/35
V3 15/60
P5
80/30 P7 P6 P3 P4
80/30 90/25 35/80 30/120 P5
90/25
L1
15/60
L3
15/60
15/60
h=30/h=23
15/60
h=24
V4 10/50
V5 10/50
V15
L3
V13
V16
V14
L2 h=7 L5
h=10 L4 V5 15/60
h=7
10/60
V15
h=24
V7 P12
10/60
70/25 V7 10/60 P9
70/30
V8 15/60
P13
80/25 P10 P11 P12
P14 35/80 30/80 80/25
80/30
P15 L8
h=7
95/35
P16
70/30
L9
Laje nervurada
15/60
15/60
h=24
15/60
15/60
convencional (A02)
V10
V11
V11
V12
V9 15/60
V10 15/60
P17 P18
30/80 30/80 P13 P14
30/80 30/80
10/50
L1 L2 V2
h=7
V15
h=7 10/60
V14
P4
80/25
V3 15/60
10/60
V10 10/60
L3 L4 L5 L6
V17
L7 P9 L10
h=7 P8 P6 h=7
30/120 30/80
V5 15/60
30/120
V6 15/60
L8 L9
15/60
15/60
15/60
10/60
15/60
h=11 h=11
10/60
V13
V16
V18
V19
V9
P11 P12
35/80 30/80
Figura 3 – Arranjo estrutural para o sistema de laje plana maciça apoiada sobre pilares
Figura 4 – Arranjo estrutural para o sistema de laje plana nervurada apoiada sobre pilares
51,0
4,5
4,0
21,0
2,5
2,0 5,0
60,0
i) Volume de Concreto
1.200
1.000
Volume de concreto (m3)
800
600
400
200
0
E01 E02 E03 E04 E05 E06
Exemplo
90.000
Quantidade de armadura passiva
80.000
70.000
60.000
50.000
(kg)
40.000
30.000
20.000
10.000
0
E01 E02 E03 E04 E05 E06
Exemplo
20.000
Quantidade de armadura ativa
18.000
16.000
14.000
12.000
(kg)
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
E01 E02 E03 E04 E05 E06
Exemplo
9.100
Quantidade de área de fôrmas
9.000
8.900
8.800
8.700
(m2)
8.600
8.500
8.400
8.300
8.200
8.100
E01 E02 E03 E04 E05 E06
Exemplo
ativa apresentou uma diferença de 3,71% sendo mais econômico o modelo E04, ou
seja, o que utiliza protensão aderente.
O consumo de armadura passiva para o modelo E03 (protensão não aderente),
para as lajes, foi de 875,10 kg/pavimento, enquanto o modelo utilizando a protensão
aderente obteve 761,80 kg/pavimento, o que representa uma diferença de 12,95%.
Para as vigas, assim também como para os pilares, o consumo de armadura
passiva foi semelhante.
Analisando globalmente o consumo de armadura passiva da estrutura, obteve-
se uma diferença de consumo de armadura de 3,86%, sendo que o pavimento mais
econômico foi o arranjo com protensão aderente.
Para os modelos E05 e E06 os consumos de concreto e fôrmas foram
semelhantes. O consumo de armadura ativa, para o modelo com protensão não
aderente, foi 9,42% superior ao do arranjo com protensão aderente.
O consumo de armadura passiva para o modelo E05 (protensão não aderente),
para as lajes, foi de 1.583,10 kg/pavimento, enquanto o modelo E06 obteve 1.681,7
kg/pavimento, representando uma diferença de 5,86%.
Para o consumo de armadura passiva para vigas, o modelo E05 gerou um
consumo de 1.570,90 kg/pavimento, enquanto o modelo E06 produziu 1.501,75
kg/pavimento, mostrando que o modelo E06 é 4,40% mais econômico que o modelo
E05.
Para os pilares, o modelo E05 obteve 1.333,25 kg/pavimento enquanto que o
modelo E06 resultou em 1.253,65 kg/pavimento, mostrando que o modelo E06 foi
5,97% mais econômico que o modelo com protensão não aderente.
1.200
Volume de concreto (m3)
1.000
800
600
400
200
0
E01 E02 E03 E04 E05 E06 A01 A02 A03
Exemplo
90.000
80.000
Quantidade de armadura
70.000
60.000
passiva (kg)
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
E01 E02 E03 E04 E05 E06 A01 A02 A03
Exemplo
9.800
Quantidade de área de fôrmas 9.600
9.400
9.200
9.000
(m2)
8.800
8.600
8.400
8.200
8.000
7.800
E01 E02 E03 E04 E05 E06 A01 A02 A03
Exemplo
25%
22,22% 22,22%
Diferença de consumo de concreto (%)
20%
15%
10%
5%
0,70% 0,70% 0,00%
0%
E01 E02 E03 E04 A03
Exemplo
valor base, foi escolhido o modelo com menor consumo, sendo os demais a ele
comparados. O modelo que obteve menor consumo foi o E04, que possui o sistema de
protensão aderente.
25%
23,48%
21,41%
15%
(%)
10%
3,86%
5%
0,00%
0%
E01 E02 E03 E04 A03
Exemplo
1,55% 1,55%
1,60%
1,40%
Diferença na área de fôrmas (%)
1,20%
1,00%
0,80%
0,60%
0,40%
20%
15%
11,40%
10%
5%
0,00%
0%
E05 E06 A01 A02
Exemplo
25% 22,05%
Diferença na quantidade de
20% 16,84%
15,95%
armadura passiva (%)
15%
10%
5%
0,00%
0%
E05 E06 A01 A02
Exemplo
Gráfico 12 – Diferença de consumo de armadura passiva
11,94%
12%
Diferença na área de fôrmas (%)
10%
8%
5,38%
6%
4%
2%
0,00% 0,00%
0%
E05 E06 A01 A02
Exemplo
6 TEMPO DE EXECUÇÃO
As estruturas que demandam mais tempo para se executar são aquelas com
maior quantidade de vigas e pilares. Desta forma, tanto as lajes com grandes painéis
nervurados, ou com painéis nervurados apoiados em vigas faixas protendidas, quanto
as soluções em concreto armado estudadas por Albuquerque, deverão demandar o
mesmo tempo de execução ou tempos bastante próximos com relação aos modelos
protendidos (cerca de 6 a 7 dias).
De acordo com a pesquisa realizada, as soluções protendidas deveriam levar
em média um tempo de execução de 6 a 7 dias (dados estes extraídos de empresas
de São Paulo), dependendo das características da equipe de trabalho. Já as soluções
em concreto armado demandaram, no mínimo, 7 dias para a devida execução do
pavimento. Esses resultados mostram que é possível a economia de 1 dia/pavimento.
Com relação às lajes planas nervuradas protendidas, estas apresentaram a
menor taxa de consumo de materiais por pavimento, sendo uma solução econômica,
porém, do ponto de vista de execução do pavimento, esta solução torna-se muito
trabalhosa devido à demora no correto posicionamento dos caixotes plásticos e a
partir daí, iniciar a execução das armaduras. De acordo com a experiência dos
engenheiros de obra, foi visto que as lajes planas nervuradas demandam 20% a mais
de tempo em relação às lajes planas maciças, devido ao posicionamento dos caixotes
plásticos e isto representa, em média, a perda de um a um dia e meio, na execução de
pavimentos usuais.
Dentre as soluções estudadas, a de vigas faixa protendidas deveria apresentar
o menor tempo de execução. Porém, a presença de nervuras nas lajes compensa o
tempo ganho na protensão dos cabos nas vigas faixa. Com isso, as soluções com
lajes planas nervuradas protendidas apresentam o mesmo tempo de execução que o
caso das vigas faixa. Do ponto de vista de alongamento dos cabos na estrutura, esta
solução é a mais rápida, pois os cabos apresentam-se reunidos nas três vigas faixa
existentes no pavimento, o que torna o trabalho de transporte do macaco hidráulico
reduzido, aumentando a produtividade da obra.
A solução em laje plana maciça protendida apresenta um tempo de execução
compatível com as demais, porém, existe uma parcela de tempo considerável perdida
com a execução da armadura passiva e do volume de concreto utilizado, porém, esta
apresenta uma execução mais rápida e fácil, do ponto de vista de posicionamento de
fôrmas e armaduras e lançamento do concreto, pois a inexistência de caixotes
plásticos ou de grandes quantidades de vigas aumenta a produtividade da obra,
tornando esta solução novamente competitiva com relação à solução em laje plana
nervurada protendida.
Para as soluções em concreto armado, tanto a solução em laje plana
nervurada quanto as soluções tradicionais (A01 e A02) apresentam um tempo de
execução semelhante, pois a versatilidade que a laje nervurada tradicional (A02)
possui com relação ao consumo de materiais é perdida devido ao posicionamento dos
caixotes plásticos. A laje maciça tradicional (A01) possui consumos menores que os
pavimentos protendidos, mas apresenta grande quantidade de área de fôrmas e
diversos recortes, devido à presença de muitas vigas. A solução em laje plana
nervurada é muito interessante devido ao consumo de materiais, porém, no caso
estudado por Albuquerque (A03), apresenta uma grande quantidade de pilares, o que
torna o andamento da obra demorado, além de levar, do mesmo modo que a solução
protendida, ao uso de caixotes plásticos.
Para a eleição da melhor solução que trará maiores benefícios, deve ser dada
prioridade a três fatores:
• Desempenho estrutural;
• Consumo de materiais;
• Tempo de execução.
70% 63,64%
Diferença de deslocamentos dos exemplos (%)
57,89%
60% 55,56%
50,00%
50%
40%
27,27%
30%
20%
10%
0,00%
0%
E01 E02 E03 E04 E05 E06
Exemplo
De acordo com o gráfico 14, pode-se observar que os modelos em laje plana
maciça apresentaram maiores deslocamentos, seguidos pelos modelos com vigas
faixa protendidas.
Com isso, conclui-se que, do ponto de vista de desempenho estrutural, o
modelo E04 (laje plana nervurada com protensão aderente) é a melhor escolha.
Partindo para o consumo de materiais, pode-se observar que, de acordo com
os resultados no item 3.2.4, o modelo E04 foi o mais econômico (com uma pequena
diferença em relação ao modelo E03), mostrando assim, que a melhor escolha para
este caso, é novamente, o modelo E04.
Agora, falta avaliar o tempo de execução para os modelos e eleger o
pavimento mais eficaz. De acordo com o item 6.1, observa-se que os pavimentos com
protensão aderente apresentam um gasto maior no tempo de execução, em virtude de
fatores anteriormente citados como: posicionamento de bainhas, injeção de pasta de
cimento, cuidados no transporte da bainha e no posicionamento do macaco hidráulico.
Já a solução E03, isto é, a solução em laje plana nervurada com protensão não
aderente, promoveria o melhor tempo de execução, juntamente com os modelos E05 e
E06 (modelos com vigas faixa protendidas). Logo, pode-se concluir que a solução
mais eficaz é a solução em laje plana nervurada com protensão não aderente (E03).
Os modelos E01 e E02, embora sejam soluções com laje maciça, apresentam
alto consumo de concreto, aumentando o tempo de execução.
Verifica-se que, em uma obra, a maior parte do custo deve-se aos custos
indiretos, que podem ser a mão-de-obra, aluguel de máquinas, dentre outros. Com
isso, o modelo E04 perderia com o tempo de execução, levando a gastos maiores que
não são ilustrados nesta pesquisa.
Após todo este procedimento, conclui-se que o modelo com protensão não
aderente (E03) será o mais vantajoso, pois unirá da melhor forma os três fatores:
desempenho estrutural, consumo de materiais e tempo de execução.
7 CONCLUSÕES
caixotes plásticos que, embora sejam leves e práticos, é necessário que sejam presos
de forma adequada, para que não haja defeitos na seção transversal das nervuras.
Ainda, na análise dos modelos, seis da presente pesquisa e três do estudo
desenvolvido por ALBUQUERQUE (1998), os exemplos em concreto armado foram
mais econômicos em relação aos modelos utilizando protensão, em especial, o
modelo A02, isto é, o com laje nervurada apoiada em vigas sobre pilares. Porém, do
mesmo modo que o modelo A01, estes exemplos apresentam recortes e pilares
internos, perdendo a versatilidade do arquiteto em poder trabalhar com o arranjo
interno do pavimento mais livre. O modelo A03, que consiste no pavimento com laje
plana nervurada de concreto armado apoiada em pilares, é mais econômica do que os
similares em concreto protendido, porém, apresenta uma grande quantidade de
pilares em seu arranjo (18 no total), reduzindo a produtividade da obra e favorecendo
o modelo protendido (14 pilares no total).
Para as lajes planas nervuradas protendidas, foi observado uma grande
competitividade com relação à solução em concreto armado (A03), pois, além de
apresentar pequeno número de pilares, taxa de armadura inferior e menor quantidade
de fôrmas, o pavimento apresenta um vão livre médio da ordem de 7,00m, tornando
esta solução atraente para os arquitetos.
Do mesmo modo que os modelos com laje plana nervurada protendida, os
modelos com laje plana maciça apresentaram um consumo superior à solução em
concreto armado (A03), porém, existe um ganho no tempo de execução devido à
inexistência do posicionamento dos caixotes plásticos e, ainda, o pavimento
apresenta um vão livre médio da ordem de 7,00 m, igual aos modelos em laje plana
nervurada protendida, tornando esta solução igualmente atraente para os arquitetos.
Então, pode-se concluir satisfatoriamente que a protensão não aderente é
uma solução muito vantajosa, do ponto de vista executivo e de consumo de materiais,
pois, para pavimentos com maiores dimensões, o concreto armado perderia a
versatilidade econômica que possui com a presença de muitos recortes nas fôrmas e
da grande quantidade de vigas e pilares, e do ponto de vista executivo, esses recortes
e a presença de muitos elementos estruturais atrasariam o andamento da obra. A
protensão aderente, embora ligeiramente mais econômica, pois uniria a versatilidade
com o consumo de materiais, perderia em produtividade na obra, onde, um dos
principais gastos na construção civil é justamente com a mão-de-obra empregada.
Com essa conclusão, mostra-se que a união entre versatilidade, consumo de
materiais e tempo de execução converge para a protensão não aderente como opção
viável e adequada.
A figura 7 ilustra um fluxograma com as características das soluções
estudadas conforme o que foi observado nesta pesquisa. Vale salientar que, cada
caso é um caso, e deve ser analisado com todas as alternativas possíveis. É claro
que as soluções com protensão apresentam um preço um pouco mais elevado que as
construções em concreto armado. Porém, a versatilidade e a produtividade obtidas
com tais soluções tornam esta solução mais apreciada pelos escritórios de
arquitetura.
Economia Economia
Economia Versatilidade Versatilidade
de Materiais de Materiais
de Materiais
Produtividade
8 AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo apoio financeiro, sem o qual esta pesquisa não poderia ter sido
realizada, e a TQS Informática pela ajuda na preparação dos modelos protendidos.
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1
Professora Doutora da Faculdade de Engenharia Civil - UFU, macris@ufu.br
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas - EESC-USP, mkdebs@sc.usp.br
Figura 1 – Perda de equilíbrio como corpo rígido. Catania & Cocchi [3].
torção, o modo de flambagem de uma viga suspensa é tratado pelos citados autores
como um problema de flexão lateral em torno do eixo de menor inércia combinado
com rotação de corpo-rígido em torno do eixo que une os pontos de fixação dos cabos
de içamento.
Mast [4] apresenta um estudo simplificado sobre a estabilidade lateral de vigas
protendidas de pontes, com recomendações de projeto baseado em fatores de
segurança contra a fissuração e contra a ruptura. Estes fatores dependem da altura
do eixo de giro, da excentricidade lateral inicial, da rigidez lateral e da máxima
inclinação permissível para a viga. Mast [5], baseado em um ensaio de uma viga de
ponte em escala real sob tombamento lateral gradual, mostra que as vigas suportam
ângulos maiores que o ângulo limite de fissuração, devendo a rigidez lateral ser
reduzida.
Lima [6] aborda o problema da instabilidade lateral das vigas pré-moldadas durante o
regime de serviço e as fases transitórias através do estudo do equilíbrio no espaço,
realizado a partir da resolução das equações diferencias regentes da instabilidade
elástica. Na fase de serviço inclui os casos de apoios deformáveis e indeformáveis à
torção. Nas fases transitórias, o cálculo da carga crítica é desenvolvido para diversas
disposições dos cabos de içamento. Entretanto, estudos baseados nas hipóteses de
regime elástico-linear nos fornecem, como uma primeira aproximação, o cálculo da
carga crítica de instabilidade lateral. Mas, uma análise mais realista consiste em
considerar o comportamento não-linear dos materiais bem como sua relação com o
surgimento de fissuras, o que requer o estudo e desenvolvimento de uma forma de se
obter a efetiva rigidez à torção e à flexão bi-lateral, uma vez que estas dependem da
distribuição das tensões na seção transversal em análise.
Neste contexto, será a seguir desenvolvido um estudo dos riscos de instabilidade
lateral, baseado em respostas numéricas, de uma tesoura protendida produzida
comercialmente pela empresa Marka Sistemas Construtivos em Concreto Estrutural,
durante a fase de içamento. A segurança da fase de içamento da viga ensaiada por
Mast [5] será analisada numericamente e comparada aos fatores de segurança
obtidos das recomendações de Mast [4].
A análise numérica será desenvolvida através de um programa computacional de
pórticos espaciais com discretização longitudinal da viga em elementos finitos. A
resposta não-linear da estrutura depende do comportamento mecânico dos materiais,
tendo sido admitido comportamento bi-linear com encruamento positivo para as
armaduras passivas e comportamento elasto-plástico perfeito para as armaduras de
protensão. O efeito de tension-stiffening ou enrijecimento dado pelos trechos armados
não fissurados, entre fissuras, é considerado no comportamento à tração do concreto.
O procedimento incremental e iterativo leva em conta a variação da rigidez à torção
em função do estado de fissuração por flexão bi-lateral, através do modelo proposto
por Hannachi & Fouré [7].
⎡ ⎡ 1 1 ⎤ ⎤
⎢ ⎢ − ⎥ ⎥
1 ⎢ 1 ⎣ ( GJt )b G o J t ⎦ ⎥
= ψ. + (2)
GJt ⎢ G o Jt ⎡ 1 1 ⎤ ⎥
⎢ 1+ ⎢ − ⎥ m a⎥
s . R
⎣⎢ ⎣ ( GJ t )b G o J t ⎦ ⎦⎥
onde Ra é a rigidez à torção dada pelas armaduras na seção da fissura,
representando fisicamente o efeito de pino, (GJt)b é a contribuição do concreto
fissurado e GoJt do concreto não fissurado.
Assim, numericamente calcula-se a abertura e o espaçamento de fissuras na seção, e
em função deste valor calculam-se os parâmetros necessários ao cálculo da rigidez à
torção da seção fissurada por flexão, e com esta calcula-se o momento de torção na
seção transversal em análise.
Enfim, uma vez conhecido os momentos fletores, o momento de torção e a força
normal em cada uma das seções nodais que formam o elemento longitudinal, por
equilíbrio obtém-se os esforços cortantes. Com os esforços nas coordenadas globais,
verifica-se se o carregamento aplicado equilibra-se com os esforços internos. Até que
seja atingido o equilíbrio de forças dentro de uma certa tolerância especificada, tem-
se um procedimento incremental e iterativo através da reaplicação do delta de força
desequilibrado.
O recurso da consideração de apoios deformáveis através de seus coeficientes de
rigidez consiste em ferramenta útil implementada numericamente para a análise da
instabilidade lateral na fase de içamento.
Maiores detalhes com relação à formulação numérica anteriormente apresentada
podem ser encontrados em Lima [9].
Ec/2
0,45f t
1
0,75E c Ec/20
1
εt
ε1 ε2 ε3
3 TESOURA PROTENDIDA
N11
N4
N3
N5
B N6
A N7
150
N8
N9
N10
30
N2 A B N12 N1
296
980
30
N4
12
N3
N7
N8
Unidade [cm]
N4
var
N9
var
N10
N1
CP N1
N2
CP
30 12
Corte AA Corte BB
Figura 4 - Tesoura protendida: detalhamento da armadura longitudinal.
E55
E50
E59
E5
E4
E3
E2
E1
296
980
y 32 150
14
6 9
1 x
z
296
980
Será a seguir apresentada a análise numérica obtida para a tesoura protendida sob
tombamento lateral gradual, procedimento este utilizado no ensaio em escala real
realizado por Mast [5], a fim de conhecer o comportamento global da mesma à
medida que a flexão lateral passa a dominar o problema da instabilidade. O giro foi
aplicado em torno da linha que une os nós de apoio da viga. Desta forma, aplicando
giro imposto, observa-se o comportamento mostrado na Figura 7, com relação aos
deslocamentos vertical e lateral da seção do meio do vão, considerando o
tombamento com balanços de 404cm (apoio no nó 14), 148cm (apoio no nó 6) e sem
balanços (apoio no nó 1).
A Figura 8 ilustra o quadro de fissuração da seção transversal no meio do vão, para o
caso de tombamento sem balanços. A fissuração obedece, numericamente, à
consideração da zona de envolvimento da armadura. Por este motivo, alguns
elementos discretizados atingem tensão nula à tração antes de outros mais
solicitados, como pode-se observar na Figura 8. A fissuração do concreto começa na
etapa de 10o de giro imposto tanto na análise com balanços de 148cm quanto na
análise da viga sem balanços.
Tanto para apoio no nó 1 como no nó 6, na etapa de giro imposto igual a 25o, escoam-
se as duas armaduras longitudinais extremas As21 e As17, da mesa superior
tracionada, nas seções centrais. Com 30o de inclinação lateral ocorre ruptura de
várias armaduras longitudinais tracionadas e comprimidas.
Observa-se, nas Figuras 9 e 10, que o comportamento numérico obtido para as
deformações na seção do meio do vão das armaduras e do concreto para balanços
de 148cm e para a viga apoiada nas extremidades é muito próximo. Porém, com
120
Lateral - a=0 Vertical - a=0
Lateral - a=148cm Vertical - a=148cm
100
80
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25 30
-20
Elemento
fissurado
Elemento
não
fissurado
6,0E-03
4,0E-03 C1 C4
Deformação no Concreto
2,0E-03
C2 C5
0,0E+00
0 5 10 15 20 25 30
-2,0E-03
C3 C6
-4,0E-03
Etapas de giro imposto [graus]
1-C1 6-C1 1-C4 6-C4
1-C2 6-C2 1-C5 6-C5
1-C3 6-C3 1-C6 6-C6
Figura 9 – Deformação no concreto: balanços de 148cm (nó 6) e sem balanços (nó 1).
6,0E-03
1-As1 6-As1
1-As4 6-As4
4,0E-03 As17
1-As21 6-As21
1-As22 6-As22
3,0E-03
1-As23 6-As23
1-As24 6-As24
2,0E-03
1,0E-03
-2,0E-03
Elemento
fissurado
Elemento
não
fissurado
1,2
1,0
Variação da rigidez à torção
0,8
0,6
0,4
a=0
0,2 a=148cm
a=404cm
0,0
0 5 10 15 20 25
Etapas de giro imposto [graus]
P sen( θ x ) sen( θ x )
Nó 1: K θx = .y sup . = 3634 * 15 * (6)
2 θx θx
P sen( θ x ) sen( θ x )
Nó 6: K θx = .y sup . = 3634 * 23 * (7)
2 θx θx
[ kgf .cm / rad ]
P sen( θ x ) sen( θ x )
Nó 9: K θx = .y sup . = 3634 * 29 * (8)
2 θx θx
P sen( θ x ) sen( θ x )
Nó 14: K θx = .y sup . = 3634 * 32,81 * (9)
2 θx θx
Assim, a tesoura protendida foi analisada com apoios deformáveis nos nós 1, 6, 9 e
14, variando-se a excentricidade lateral inicial. A Figura 14 mostra o quanto a viga gira
por torção em função da excentricidade inicial adotada, sob o carregamento devido ao
peso-próprio, na simulação das quatro situações de içamento. Pode-se observar na
Figura 14 que o içamento com balanços de uma viga protendida deve ser
cuidadosamente analisado. Nota-se que a tendência de giro por deformação e corpo-
rígido é oposta da situação sem balanços e com balanços pequenos, com relação à
situação com balanços em torno dos quartos de vão. Na primeira, o giro por torção é
positivo e tem efeito estabilizante, e na segunda, negativo e com efeito instabilizante,
conforme ilustram as Figuras 15 (a) e (b), respectivamente. Conforme o gráfico da
Figura 14, a situação ideal de içamento da viga em estudo ocorre para comprimentos
de balanços em torno de 1,5m. Nesta simulação a máxima excentricidade lateral para
a qual existe equilíbrio é de 8,5cm, apresentando giro lateral de 5,69o. Na resposta
numérica, para estes valores, a viga não apresentou fissuração.
Para balanços de aproximadamente 2,5m, a excentricidade máxima alcançada foi
também de 8,5cm, com ângulo de giro igual a –0,51o, iniciando-se nesta fase um
quadro inexpressivo de fissuração. Já com balanços de 4m, a situação foi a mais
crítica, verificando-se o equilíbrio para excentricidade inicial igual a 2,5cm, com giro de
-2,22o, também com fissuração. Na simulação sem balanços, a excentricidade
máxima inicial foi de 5,2cm, com giro de 18,07o, sem apresentar fissuração.
21
a=0
18 a=148cm
P a=244cm
ei 2 a=404cm
15
Giro à torção [graus]
12
θx
y 9
sup
0
0 2 4 6 8 10
-3
Excentricidade lateral inicial [cm]
Figura 13 – Estimativa Figura 14 – Giro à torção versus excentricidade
da constante de mola. lateral inicial da viga.
(a) Balanço com efeito estabilizante (b) Balanço com efeito instabilizante
Figura 15 – Influência do comprimento dos balanços no comportamento da viga.
Elemento
fissurado
Elemento não
fissurado
e i _ máx 5, 2 (10)
FS = = =2
eif 2 ,6
Tanto a suspensão pelo nó 6, com balanços de 1,5m ou 7,6% do vão, como a pelo nó
9, com 2,5m de balanços ou 12,8% do comprimento da viga, o fator de segurança
estimado é de:
8 ,5
FS = = 3,3 (11)
2 ,6
porém, a suspensão com 2,5m de balanço já começa a apresentar fissuração.
32 32
L-a=0 L-a=148cm
28 28
Deslocamento da seção central [cm]
V-a=0 V-a=148cm
24 24
20 20
16 16
12 12
8 8
4 4
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
-4 -4
Excentricidade lateral inicial [cm] Excentricidade lateral inicial [cm]
L-a=244cm L-a=404cm
28 28
Deslocamento da seção central [cm]
V-a=244cm V-a=404cm
24 24
20 20
16 16
12 12
8 8
4 4
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
-4 -4
Excentricidade lateral inicial [cm] Excentricidade lateral inicial [cm]
2,5
FS = = 0,96 (12)
2,6
Embora as análises desenvolvidas não levem em conta o efeito desfavorável do
vento, a situação de içamento com balanços de 1,5m resultou em um fator de
segurança igual a 3,3, valor este que permite cobrir eventuais carregamentos laterais,
dentro de condições normais.
αc
Mc Nc
αc
16
Giro à torção [graus]
12
4 cabos retos
cabos inclinados: 63,9 graus
cabos inclinados: 45,6 graus
0
0 1 2 3 4 5 6
Excentricidade lateral inicial [cm]
Observou-se que no içamento com cabos verticais ou com cabos inclinados de 63,9o
com relação à horizontal resultam respostas numéricas próximas, com relação à
segurança da fase de suspensão, pois:
e i _ máx 5, 2 (13)
FS = = =2
eif 2 ,6
Entretanto, com 45,6o aumentam-se os riscos de instabilidade lateral, uma vez que
e i _ máx 3 (14)
FS = = = 1,15
eif 2 ,6
Pode-se dizer, em linhas gerais, que caso o içamento tenha que ser realizado através
de cabos inclinados, deve-se preferir trabalhar na situação mais próxima possível à da
suspensão com cabos retos.
A fim de desenvolver uma análise da fase de içamento com cabos verticais, a viga
ensaiada por Mast [5] será modelada numericamente com apoios deformáveis à
torção.
O carregamento aplicado se resume ao peso-próprio e à protensão, tendo sido
aplicado em 10 etapas de carga. A constante de mola foi estimada considerando o
equilíbrio entre a reação no cabo e o giro permitido pela mola. A rigidez da mola K θx é
dada por:
P
e i = K θx .θ x (15)
2
P sen( θ x ) sen( θ x ) (16)
K θx = .y sup . = 28161 * 90, 232 *
2 θx θx
A seguir, será analisada a segurança da fase de içamento considerando o
posicionamento dos cabos de suspensão sem balanços e com balanços.
e i _ máx 6, 2 (17)
FS = = = 1, 22
eif 5,1
Tem-se, portanto, um fator de segurança pequeno e que pode não permitir cobrir
eventuais carregamentos laterais devido ao vento.
18
Deslocamento vertical e lateral em L/2 [cm]
16
L-e=4cm
14 L-e=5cm
L-e=6cm
12
L-e=6,2cm
10 L-e=6,5cm
V-e=4cm
8
V-e=5cm
6 V-e=6cm
V-e=6,2cm
4
V-e=6,5cm
2
0
0 2 4 6 8 10
Etapas de carga
4,0
3,5
3,0
Giro à torção [graus]
2,5
2,0
1,5
e=6,5cm
1,0 e=6,2cm
e=6cm
e=5cm
0,5
e=4cm
0,0
0 2 4 6 8 10
Etapas de carga Figura 22 – Quadro de
Figura 21 – Giro à torção na seção do meio do vão. fissuração.
3,0
2,5
Nó 1 - a=0
Giro à torção [graus]
2,0
Nó 2 - a=45,45cm
Nó 3 - a=90,90cm
1,5
Nó 4 - a=136,35cm
Nó 6 - a=227,25cm
1,0
Nó 7 - a=272,70cm
0,5
0,0
0 2 4 6 8 10
-0,5
-1,0
Figura 24 – Quadro de
Excentricidade lateral inicial [cm] fissuração da seção
Figura 23 – Giro à torção na seção do meio do vão crítica: Içamento pelo nó 3
versus Excentricidade lateral inicial. ou nó 4.
9,5
Nó 2: FS = = 1,86 (18)
5,1
O içamento pelos nós 3 e 4 resulta em FS=1,96, conforme mostra a equação (19),
com um quadro de fissuração insignificante. O giro máximo na seção central foi de –
0,003o e –0,289o, respectivamente.
10
Nó 3 e Nó 4: FS = = 1,96 (19)
5,1
A suspensão pelos nós 6 e 7 têm FS=1,67, não apresentam fissuração, sendo o giro
da seção do meio do vão igual a –0,698o e –0,950o, respectivamente.
8 ,5
Nó 6 e Nó 7: FS = = 1,67 (20)
5,1
1
FS fiss =
zo φ (21)
+ i
y r φ máx
y r φ′máx
FS rupt = (22)
z′o φ′máx + e i
onde z o é o valor fictício relacionado à flecha no meio do vão caso todo o peso-próprio
estivesse aplicado lateralmente, y r é a distância do CG à face superior da viga, φ i é a
rotação inicial como giro de corpo rígido devido às imperfeições construtivas, φ máx é a
rotação máxima relativa à fissuração, z′o = z o (1 + 2,5φ′máx ) que por sua vez considera a
inércia da seção fissurada ou inércia efetiva, φ′máx é a rotação máxima relativa à
ruptura e e i é a excentricidade lateral inicial.
Mast [4] recomenda utilizar FSfiss >1 e FSrupt>1,5, e caso FSrupt seja inferior ao valor
obtido para FSfiss, o referido autor sugere considerar FSrupt= FSfiss. Calculando-se,
portanto, os coeficientes de segurança contra fissuração e contra ruptura propostos
por Mast [4], para a situação de içamento pelas extremidades da viga, tem-se:
1 1
FS fiss = = = 1,014 > 1
zo φi 64 ,4942cm 0,0245 rad (23)
+ +
y r φ máx 89,1661cm 0,0936 rad
y r φ′máx 89,1661cm * 0,1164 rad
FS rupt = = = 0,87 < 1,5 (24)
z′o φ′máx + e i 83,3911cm * 0,1164 rad + 2,189cm
Neste caso, segundo Mast [4], deve-se ter então FSrupt= FSfiss=1,014 que ainda é
menor que o recomendável equivalente à 1,5. Segundo a análise desenvolvida neste
trabalho na equação (17), o fator de segurança é igual a 1,22.
O içamento com balanços iguais a 6% do vão total resulta em fatores de segurança
mais altos e iguais a:
1 1
FS fiss = = = 1,86 > 1
zo φ 32,526cm 0,018604 rad (25)
+ i +
y r φ máx 88,7670cm 0,107900 rad
y r φ′máx 88,787cm * 0,1425 rad
FS rupt = = = 1,59 < FS fiss (26)
z′o φ′máx + e i 44 ,1134 cm * 0,1425rad + 1,6515cm
∴ FS rupt = FS fiss = 1,86 > 1,5 (27)
A Tabela 2 (a) e (b) permite observar a variação dos fatores de segurança contra
fissuração FS fiss e contra ruptura FS rupt para vários comprimentos de balanços.
3,0
2,5
Fatores de Segurança
2,0
1,5
1,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12
Número do nó de içamento
Figura 25 – Fatores de segurança segundo Mast [4] e resposta numérica deste trabalho.
5 CONCLUSÕES
No caso de vigas protendidas, a suspensão com balanços é uma alternativa que pode
gerar menores esforços solicitantes, dependendo do nível de protensão. Deve-se
observar cuidadosamente o comprimento dos balanços de forma a aumentar a
segurança da fase de içamento, em virtude do efeito do peso-próprio com relação à
protensão, à medida em que o comprimento dos balanços aumenta. Além disto, as
tensões na seção mais solicitada devem estar dentro dos limites de fissuração e de
estabilidade.
A definição do comprimento dos balanços é muito importante uma vez que o mesmo
pode criar um efeito estabilizante ou instabilizante no comportamento geral. Isto é
fundamental em vigas protendidas. No caso de uma viga de concreto armado sem
protensão e com altura constante, a situação mais favorável para a suspensão é a de
balanços nos quartos do vão.
Das análises numéricas com apoios deformáveis à torção, variando-se a
excentricidade lateral inicial da viga, pôde-se obter a excentricidade limite para a qual
encontrou-se numericamente uma posição de equilíbrio. Comparando-se este valor à
excentricidade máxima permitida pela NBR 9062/85 [12] para execução do elemento
pré-moldado, considerando ainda a tolerância devido ao posicionamento dos cabos
de suspensão, pode-se ter uma medida da segurança durante o içamento.
A análise da tesoura protendida sob tombamento lateral gradual através de giros
impostos nos apoios permite observar o comportamento global da viga, levando em
conta o aumento das deformações, desde a fissuração até o escoamento e a ruptura
das armaduras. Observou-se que para a situação crítica com balanços de
aproximadamente 4m ou 20,6% do vão, a viga começa a fissurar-se com 5o de
inclinação lateral e ocorreu ruptura de armaduras longitudinais com 30o de giro
imposto.
A variação da rigidez à torção em função do nível de fissuração por flexão obtida
através da implementação do modelo de Hannachi & Fouré [7], apresentou-se de
forma satisfatória e dentro do comportamento esperado. A resposta numérica obtida
para tombamento lateral com balanços de aproximadamente 4m chegou a 20% de
redução desta rigidez devido à fissuração por flexão.
Conclui-se, portanto, que para o içamento da tesoura protendida em análise, o
comprimento ótimo para os balanços é em torno de 7,5% do comprimento total da
viga, podendo-se chegar à 12,8%. Porém, com 7,5%, não iniciou-se um quadro de
fissuração na seção transversal mais solicitada e o comportamento geral ocorreu com
balanços estabilizantes. O fator de segurança é em torno de 3,3 e o fato de não
apresentar fissuração na seção crítica é ideal, uma vez que não é desejável que
ocorra fissuração no elemento estrutural antes mesmo de ser posicionado no local
para o qual foi projetado.
No içamento com cabos inclinados, o ângulo de inclinação dos mesmos deve ser
observado de forma a introduzir o mínimo possível, solicitações instabilizantes.
Os fatores de segurança propostos por Mast [4] dão uma idéia geral da influência dos
balanços na fase de içamento, porém perdem o significado físico para grandes
comprimentos de balanços. Pôde-se observar que a segurança da fase de içamento
da viga protendida ocorre para a suspensão com balanços de 90 a 130cm de
comprimento. O fator de segurança obtido numericamente nestes casos foi
aproximadamente igual a 2.
6 REFERÊNCIAS
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1
Professor da Faculdade de Engenharia Civil e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA), anmacedo@ufpa.br
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas EESC-USP, calil@sc.usp.br
1.1 Definições
1.2 Justificativas
1.3 Objetivos
3 ENSAIOS PRELIMINARES
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
A
B A A
C
B B B
A
Figura 3 – Exemplo de corpos-de-prova gêmeos na seção transversal.
3
Baseada nas resistências dos corpos-de-prova apresentadas nas Tabelas 8 e 9 e retirados no sentido
longitudinal das peças de madeira. Por exemplo a resistência de referência para o A16 é a resistência do
A14. O corpo-de-prova de controle E da peça 2 de Pinus não foi ensaiado devido a baixa variabilidade da
resistência nesta peça.
Com base nos resultados destes ensaios foi possível estimar o número de ciclos
a partir dos quais podem ser feitos os ensaios estáticos, proposto na metodologia, para
avaliação do comportamento da rigidez. Esta estimativa foi baseada nos valores médios
de N de maneira que fosse possível fazer, para maioria dos casos, pelo menos 5 medidas
da rigidez.
O modo ruptura por fadiga na tração das emendas dentadas se deu de forma
semelhante a sua ruptura estática. De uma forma geral, as rupturas dos corpos-de-prova
de Eucalyptus grandis, tanto dinâmicos quanto estáticos, ocorreram na sua grande
maioria na interface madeira/adesivo, enquanto que para os corpos-de-prova de Pinus
caribea hondurensis as rupturas sempre envolveram a madeira.
A consideração da revisão bibliográfica, em que a vida à fadiga da madeira
maciça é independente da espécie de madeira desde de que os níveis de tensão sejam
definidos em função de sua resistência tende a se confirmar nos ensaios preliminares
deste estudo. Observou-se ainda, uma tendência da vida à fadiga das emendas dentadas
seguir a mesma consideração.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
4.1.2 Os adesivos
Os adesivos utilizados na colagem dos corpos-de-prova foram o CASCOPHEN
RS-216-M, à base de resorcinol, produzido pela Alba Química Indústria e Comércio
Ltda, e o adesivo poliuretano à base de óleo mamona desenvolvido pelo Instituto de
Química de São Carlos. A escolha do CASCOPHEN RS-216-M foi definida por ser o
mesmo muito importante para o propósito estrutural e também ser amplamente
empregado pelo parque produtor de MLC do país, MACÊDO (1996). O adesivo
poliuretano foi escolhido por apresentar algumas vantagens como: o processo de cura a
frio, a matéria prima ser um recurso natural renovável facilmente encontrado no
território nacional, ser quimicamente menos agressivo ao homem e ao ambiente, e ter
4.1.3 Equipamentos
Para a condução dos ensaios, tanto estáticos quanto cíclicos, foi utilizada uma
máquina universal DARTEC M1000/RC com atuador servo hidráulico de capacidade de
100 kN e com sistema de aquisição de dados totalmente informatizado. As dimensões
dos corpos-de-prova foram obtidas de acordo com a NBR 7190/97 empregando-se
paquímetro digital de precisão de 0,01 mm.
4.2 Metodologia
4
MACÊDO, A. N. (1996). Estudo de emendas dentadas em madeira laminada colada (MLC):
avaliação de método de ensaio. São Carlos, Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, Orientador: Prof. Tit. Carlito Calil Junior.
De cada peça de madeira foi retirada pelo menos uma seqüência de corpos-de-
prova de madeira maciça, retirada aleatoriamente ao longo da seção.
4.3 Ensaios
Neste item são abordados todos os procedimentos usados na realização dos
ensaios estáticos e cíclicos.
Em cada nível de tensão foram realizados um total de seis ensaios (Figura 8). Os
corpos-de-prova de cada nível foram selecionados aleatoriamente de maneira que
houvesse o mínimo possível de casos de nível de tensão com mais de um corpo-de-
prova pertencente a mesma peça. Os ensaios foram realizados de maneira que os
exemplares destinados aos níveis tensão mais altos só fossem ensaiados após a
seqüência de ensaio estar completa para o níveis inferiores de tensão.
S
90%
f (1Hz, 5Hz e 9Hz)
75%
60%
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5
O Algoritmo de Yates é uma técnica de análise de dados consagrada que pode ser usada para calcular
efeitos individualmente, até 2a ordem, para planejamentos fatoriais 3k, BOX et al (1978). Os valores dos
efeitos calculados através desta técnica são compatíveis com os valores estimados através de técnicas de
regressão múltiplas.
Tabela 15 – Efeitos significativos das varáveis e suas interações na resistência à fadiga das
emendas dentadas para o Pinus Caribea hondurensis e o adesivo Cascophen.
Ensaios Resposta (1) (2) Divisor Efeitos Identificação SQ
1 25,8563 83,1674 192,710 54 3,56870 Média 687,722
2 27,8010 71,1126 11,946 36 0,33182 f 3,964
3 29,5102 38,4296 -2,499 108 -0,02314 f2 0,058
4 21,5345 3,6540 -44,738 36 -1,24272 S 55,596
5 23,5022 4,5414 0,096 24 0,00401 fS 0,000
6 26,0759 3,7502 -2,634 72 -0,03659 f2S 0,096
7 10,4565 -0,2354 -20,628 108 -0,19100 S2 3,940
8 13,7664 0,6059 -1,679 72 -0,02331 fS2 0,039
9 14,2067 -2,8695 -4,317 216 -0,01998 f2S2 0,086
Obs: As colunas Resposta, (1), (2), Divisor e SQ são passos do Algoritmo de Yates, BOX et al (1978).
f
0.0
S2
Efeitos
-0.5
-1.0
S
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 9 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga das emendas dentadas para o Pinus
caribea hondurensis e o adesivo Cascophen.
Tabela 16 – Intervalo de confiança a 95% da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Pinus Caribea hondurensis e o adesivo Cascophen.
Ensaios Lim. Inferior Efeitos Lim. Superior Identificação
1 3,50965 3,56870 3,62775 Média
2 0,27277 0,33182 0,39087 f
3 -0,08219 -0,02314 0,03591 f2
4 -1,30177 -1,24272 -1,18367 S
5 -0,05504 0,00401 0,06306 fS
6 -0,09564 -0,03659 0,02247 f2S
7 -0,25005 -0,19100 -0,13195 S2
8 -0,08237 -0,02331 0,03574 fS2
9 -0,07904 -0,01998 0,03907 f2S2
1 Hz
5 Hz
80 9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
log N
Figura 10 – Curvas S-N das emendas dentadas para o Pinus Caribea hondurensis e o adesivo
Cascophen.
Tabela 19 – Efeitos significativos das varáveis e suas interações na resistência à fadiga das
emendas dentadas para o Pinus Caribea hondurensis e o adesivo poliuretano.
Ensaios Resposta (1) (2) Divisor Efeitos Identificação SQ
1 26,3386 83,4344 193,576 54 3,58474 Média 693,920
2 27,8920 71,1763 11,116 36 0,30878 f 3,432
3 29,2038 38,9654 -1,733 108 -0,01604 f2 0,028
4 21,9632 2,8652 -44,469 36 -1,23525 S 54,930
5 23,1977 4,0522 1,333 24 0,05556 fS 0,074
6 26,0154 4,1986 -2,833 72 -0,03934 f2S 0,111
7 10,3768 -0,2416 -19,953 108 -0,18475 S2 3,686
8 14,0132 1,5832 -1,041 72 -0,01445 fS2 0,015
9 14,5754 -3,0743 -6,482 216 -0,03001 f2S2 0,195
0.0
S2
Efeitos
-0.5
-1.0
S
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 11 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Pinus caribea hondurensis e o adesivo poliuretano à base de óleo de mamona.
Tabela 20 – Intervalo de confiança a 95% da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Pinus Caribea hondurensis e o adesivo poliuretano.
Ensaios Lim. Inferior Efeitos Lim. Superior Identificação
1 3,53154 3,58474 3,63794 Média
2 0,25558 0,30878 0,36198 f
3 -0,06924 -0,01604 0,03715 f2
4 -1,28845 -1,23525 -1,18205 S
5 0,00236 0,05556 0,10876 fS
6 -0,09254 -0,03934 0,01386 f2S
7 -0,23795 -0,18475 -0,13155 S2
8 -0,06765 -0,01445 0,03875 fS2
9 -0,08321 -0,03001 0,02319 f2S2
90
Nível máximo - % da resistência
1 Hz
5 Hz
80 9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
log N
Figura 12 – Curvas S-N das emendas dentadas para o Pinus Caribea hondurensis e o adesivo
poliuretano.
Tabela 23 – Efeitos significativos das varáveis e suas interações na resistência à fadiga das
emendas dentadas para o Eucalyptus grandis e o adesivo Cascophen.
Ensaios Resposta (1) (2) Divisor Efeitos Identificação SQ
1 26,2654 83,1176 194,014 54 3,59286 Média 697,066
2 27,4881 71,5551 11,585 36 0,32181 f 3,728
3 29,3640 39,3417 -2,547 108 -0,02358 f2 0,060
4 21,7070 3,0986 -43,776 36 -1,21600 S 53,231
5 23,4804 4,6607 0,727 24 0,03030 fS 0,022
6 26,3677 3,8258 -4,967 72 -0,06899 f2S 0,343
7 10,4820 0,6532 -20,651 108 -0,19121 S2 3,949
8 14,5520 1,1140 -2,397 72 -0,03329 fS2 0,080
9 14,3078 -4,3142 -5,889 216 -0,02726 f2S2 0,161
f
0.0
S2
Efeitos
-0.5
-1.0
S
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 13 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Eucalyptus grandis e o adesivo Cascophen.
Tabela 24 – Intervalo de confiança a 95% da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Eucalyptus grandis e o adesivo Cascophen.
Ensaios Lim. Inferior Efeitos Lim. Superior Identificação
1 3,54114 3,59286 3,64458 Média
2 0,27009 0,32181 0,37353 f
3 -0,07530 -0,02358 0,02813 f2
4 -1,26771 -1,21600 -1,16428 S
5 -0,02142 0,03030 0,08201 fS
6 -0,12071 -0,06899 -0,01727 f2S
7 -0,24293 -0,19121 -0,13950 S2
8 -0,08501 -0,03329 0,01843 fS2
9 -0,07898 -0,02726 0,02445 f2S2
90
Nível máximo - % da resistência
1 Hz
5 Hz
80 9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
log N
Figura 14 – Curvas S-N das emendas dentadas para o Eucalyptus grandis e o adesivo
Cascophen.
Tabela 27 – Efeitos significativos das varáveis e suas interações na resistência à fadiga das
emendas dentadas para o Eucalyptus grandis e o adesivo poliuretano.
Ensaios Resposta (1) (2) Divisor Efeitos Identificação MS
1 26,0823 83,3726 194,046 54 3,59345 Média 697,296
2 27,9557 71,1913 11,426 36 0,31738 f 3,626
3 29,3346 39,4825 -3,063 108 -0,02836 f2 0,087
4 22,1248 3,2523 -43,890 36 -1,21917 S 53,509
5 23,3627 3,5790 1,342 24 0,05591 fS 0,075
6 25,7038 4,5942 -3,178 72 -0,04413 f2S 0,140
7 10,2517 -0,4945 -19,528 108 -0,18081 S2 3,531
8 14,3849 1,1033 0,688 72 0,00956 fS2 0,007
9 14,8459 -3,6721 -6,373 216 -0,02950 f2S2 0,188
0.0
S2
Efeitos
-0.5
-1.0
S
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 15 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Eucalyptus grandis e o adesivo poliuretano.
Tabela 28 – Intervalo de confiança a 95% da resistência à fadiga das emendas dentadas para o
Eucalyptus grandis e o adesivo poliuretano
Ensaios Lim. Inferior Efeitos Lim. Superior Identificação
1 3,53456 3,59345 3,65234 Média
2 0,25848 0,31738 0,37627 f
3 -0,08726 -0,02836 0,03053 f2
4 -1,27806 -1,21917 -1,16028 S
5 -0,00298 0,05591 0,11480 fS
6 -0,10303 -0,04413 0,01476 f2S
7 -0,23970 -0,18081 -0,12192 S2
8 -0,04933 0,00956 0,06845 fS2
9 -0,08840 -0,02950 0,02939 f2S2
1 Hz
5 Hz
80
9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
log N
Figura 16 - Curvas S-N das emendas dentadas para o Eucalyptus grandis e o adesivo
poliuretano.
As análises dos valores encontrados nas Tabelas 31 e 32, e análise gráfica da Figura 17,
permitem identificar os efeitos mais significativos das variáveis e suas interações.
Tabela 31 – Efeitos significativos das varáveis e suas interações na resistência à fadiga madeira
maciça para o Pinus caribea hondurensis.
Ensaios Resposta (1) (2) Divisor Efeitos Identificação SQ
1 32,6342 105,224 242,598 54 4,49255 Média 1089,88
2 36,1546 94,710 11,311 36 0,31419 f 3,55
3 36,4353 42,664 -8,878 108 -0,08221 f2 0,73
4 29,9239 3,801 -62,560 36 -1,73778 S 108,72
5 32,0995 2,762 0,946 24 0,03943 fS 0,04
6 32,6862 4,747 -0,810 72 -0,01124 f2S 0,01
7 11,1727 -3,240 -41,531 108 -0,38455 S2 15,97
8 15,5712 -1,589 3,024 72 0,04200 fS2 0,13
9 15,9202 -4,049 -4,111 216 -0,01903 f2S2 0,08
f
0
S2
Efeitos
-1
S
-2
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 17 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga da madeira maciça para o Pinus
caribea hondurensis.
90
Nível máximo - % da resistência
1 Hz
5 Hz
80 9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5
log N
Figura 18 - Curvas S-N da madeira maciça para o Pinus caribea hondurensis.
f
0
S2
Efeitos
-1
S
-2
-1.5 -0.5 0.5 1.5
Escores normais
Figura 19 – Efeitos x Escores normais da resistência à fadiga da madeira maciça para o
Eucalyptus grandis.
Tabela 36 – Intervalo de confiança a 95% da resistência à fadiga da madeira maciça para o
Eucalyptus grandis
Ensaios Lim. Inferior Efeitos Lim. Superior Identificação
1 4,44835 4,51154 4,57474 Média
2 0,24683 0,31002 0,37322 f
3 -0,15450 -0,09130 -0,02810 f2
4 -1,85750 -1,79430 -1,73111 S
5 0,00024 0,06344 0,12664 fS
6 -0,06868 -0,00548 0,05772 f2S
7 -0,46202 -0,39882 -0,33562 S2
8 -0,02126 0,04194 0,10514 fS2
9 -0,07736 -0,01417 0,04903 f2S2
90
Nível máximo - % da resistência
1 Hz
5 Hz
80 9 Hz
70
60
1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5
log N
Figura 20 - Curvas S-N da madeira maciça para o Eucalyptus grandis.
madeira enquanto que seu decréscimo pode estar relacionado com estágio crítico de
danificação no material.
Tabela 39 – Variação da rigidez em relação à rigidez inicial para o Pinus caribea hondurensis e
o adesivo Cascophen (σmax = 75% ft0 e f = 1 Hz).
D51c E63c A73c C83c C111c B141c
N Rig Var Rig Var Rig Var Rig Var Rig Var Rig Var
kN/cm2 % kN/cm2 % kN/cm2 % KN/cm2 % kN/cm2 % kN/cm2 %
0 815,6 - 738,2 - 774,4 - 860,6 - 827,9 - 772,5 -
1000 830,5 1,8 736,1 -0,3 823,0 4, 877,1 1,9 835,2 0,9 779,7 0,9
2000 832,7 2,1 724,9 -1,8 808,3 4,4 878,4 2,0 834,2 0,8 782,3 1,3
3000 830,6 1,8 - - 805,0 3,9 879,1 2,1 834,2 0,8 781,1 1,1
4000 809,8 -0,7 - - - - 886,4 3,0 833,3 0,7 - -
5000 - - - - - - 889,7 3,4 810,0 -2,1 - -
6000 - - - - - - 874,8 1,6 - - - -
880
840
800
760
720
680
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Número de ciclos
Figura 21 – Variação da rigidez em função do número de ciclos para o Pinus caribea
hondurensis e o adesivo Cascophen (σmax = 75% ft0 e f = 1 Hz).
6 CONCLUSÕES
% de resistência
log N
Figura 22 - Diagramas S-N para a resistência a fadiga na compressão da madeira em diferentes
níveis de freqüência.
Fonte: HANSEN (1991).
Observou-se em alguns corpos-de-prova de madeira maciça o surgimento de
trincas longitudinais que se propagaram causando a separação das fibras da madeira,
sendo que estas trincas não foram necessariamente responsáveis pela ruptura do corpo-
de-prova. Nos ensaios de fadiga dos corpos-de-prova com emenda dentada não foi
observado o surgimento de trincas.
Os corpos-de-prova gêmeos ou de controles devem ser retirados
preferencialmente no sentido longitudinal das peças de madeira. Para que os corpos-de-
prova retirados no sentido transversal possam ser considerados gêmeos é necessário que
a disposição dos anéis de crescimento na seção permita tal possibilidade (item 3.1).
Estes cuidados na retirada dos corpos-de-prova gêmeos podem reduzir de forma
significativa a dispersão dos resultados nos ensaios de fadiga em madeira, uma vez que
diminui as incertezas referentes às resistências de referência.
O modo de ruptura por fadiga das emendas dentadas foi, na maioria dos casos,
semelhante a sua ruptura estática. As rupturas dos corpos-de-prova de Eucalyptus
grandis, tanto dinâmicos quanto estáticos, ocorreram na sua grande maioria na interface
madeira/adesivo enquanto que para os corpos-de-prova de Pinus caribea hondurensis as
rupturas quase sempre envolveram a madeira. Um fato interessante e que deve ser
ressaltado é que nos casos onde ocorreram rupturas na interface madeira/adesivo foi
observado que o adesivo poliuretano à base de óleo de mamona promoveu um maior
arrancamento de madeira que o adesivo Cascophen.
Apesar das variações de rigidez observadas, considera-se que não houve
variação significativa da rigidez em função do número de ciclos nem para as emendas
dentadas e nem para a madeira maciça, uma vez que estas variações são muito pequenas
(inferiores a 5% na grande maioria dos casos). Estes resultados confirmam o caráter
extremamente frágil das rupturas e reforçam a hipótese de que para o intervalo de
freqüência adotado neste estudo, não há influência das propriedades reológicas da
madeira nos resultados dos ensaios, podendo ser tratado como um caso de fadiga
elástica.
De uma forma geral, observou-se que as emendas dentadas e a madeira maciça
apresentam um comportamento similar quando submetidos a ensaios de fadiga. O efeito
linear do nível de tensão (S) é o fator preponderante na redução da vida à fadiga tanto
da emenda dentada quanto da madeira maciça, porém foi comprovado estatisticamente
que o efeito quadrático do nível de tensão (S2) também contribui significativamente
nesta redução da vida à fadiga e que o efeito linear da freqüência (f) tem efeito
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MASON, R.L.; GUNST, R.F.; HESS, J.L. (1989). Statistical design and analysis of
experiments with applications to engineering and science. New York: John Wiley &
Sons Inc.
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas – EESC - USP
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC – USP, ramalho@sc.usp.br
a) Resistência
30
Resistência (MPa)
20
10
0 Prisma Prisma
1
Argam. 2
Bloco 3
2Blocos 4
3Blocos 5
Parede
b) Eficiência
Valores de eficiência
0.8
0.6
Eficiência
0.4
0.2
0
fpa/fb
1 fpa/fp2
2 fpa/fp3
3 fp2/fb
4 fp3/fb
5
Arg. 1:0,25:3 0.34 0.66 0.76 0.51 0.44
Arg. 1:0,5:4,5 0.33 0.58 0.8 0.58 0.41
5200 0.5
E (MPa)
5000
0.45
4800
4600 0.4
1:0,25:3 1:0.5:4.5 1:0,25:3 1:0,5:4,5
E (MPa) 4852 5111 ffis/fcpa 0.48 0.45
Figura 3 – Módulo de elasticidade e relação entre a carga de fissuração e ruptura para parede.
na qual:
fcpa : Resistência à compressão das paredes
fcb : Resistência à compressão dos blocos
fp2 : Resistência à compressão dos prismas de dois blocos
fp3 : Resistência à compressão dos prismas de três blocos
a) Resistência
15
Resistência (MPa)
10
0
Argamassa Bloco Parede
1:0,5:4,5 13.78 12.15 4.02
b) Eficiência
Argamassa fcpa/fcb
1:0,5:4,5 0,33
a) Resistência
25
Resistência (MPa)
20
15
10
5
0
Argam. Bloco Prisma 2 Prisma 3 Parede
Resistência (MPa) 7.22 20.79 5.65 5.4 2.34
b) Eficiência
Valores de eficiência
0.8
0.6
0.4
0.2
0
fcpa/fcb fcpa/fcp2 fcpa/fcp3 fcp2/fcb fcp3/fcb
Eficiência 0.18 0.66 0.51 0.27 0.26
c) Fissuração
Argamassa ffis/fcpa
1:0,15:4,83 a/c=1 0,65
na qual:
fcpa : Resistência à compressão das paredes
fcb : Resistência à compressão dos blocos
fcp2 : Resistência à compressão dos prismas de dois blocos
fcp3 : Resistência à compressão dos prismas de três blocos
a) Resistência
b) Eficiência
a) Resistência
15
10
0
Arg Bloco Prisma Paredinh Parede
Arg. 1:0:3 10.49 10.6 5.85 4.67 4.49
Arg. 1:0,5:4,5 7.23 10.6 5.52 4.69 4.35
b) Eficiência
Valores de eficiência
0.8
0.6
0.4
0.2
0
fcp2/fcb fpard/fcb fcpa/fcb fcpa/fcp2 fcpa/fpard
4000
3000
E (MPa)
2000
1000
0
Terço médio Altura total
Arg. 1:0:3 3661 3877
Arg. 1:0,5:4,5 2900 3001
d) Fissuração
a) Resistência
Resistência (MPa) 40
30
20
10
0
Argamassa Blocos ½ Blocos Parede
Arg. 1:0,5:4,5 3.61 23.3 30.4 2.98
Módulo de elasticidade
8000
6000
E (MPa)
4000
2000
0 Parede Parede
Bloco Terço médio Altura total
E(MPa) 6320 2758 3326
c) Eficiência
fcpa /fcb
0,13
usada para o assentamento dos blocos foi de 1:0,61:3,6 a/c=0,86. Todos os ensaios
foram realizados aos 7 dias. Foram também ensaiados 18 prismas.
a) Resistência
15
Resistência
10
(MPa)
5
0
Arg Bloco Prisma Parede
Parede1 12.25 8.25 5.59 4.05
Parede2 11.54 8.25 5.38 3.82
Parede3 11.32 8.25 4.92 3.01
b) Eficiência
Valores de eficiência
0.8
0.6
0.4
0.2
0
fcpa/fcp2 fcpa/fcb fcpa/fca fcb/fca fcp2/ fcb
Eficiência 0.68 0.44 0.31 0.71 0.64
a) Resistência
15
Resistência
10
(MPa)
5
0
Parede Argamassa Blocos Prismas
b) Eficiência
Valores de eficiência
0.8
0.6
0.4
0.2
0
fcpa/fcp2 fcpa/fcb fcpa/fca fcb/fca fcp2/ fcb
Eficiência 0.67 0.61 0.38 0.63 0.9
a) Resistência
20
Resistência
(MPa)
10
0
Bloco Prism Prism
Arg Graut Par
vazio vazio graut
b) Eficiência
Valores de eficiência
1.5
0.5
0
fcpa/fcp fcp2/
fcpa/fcb fcpa/fca fcb/fca fcp2/ fcb
2 fcpg2
a) Resistência
15
Resistência
10
(MPa)
5
0 P ris m a P ris m a
P a re de Arga m . Gra ute B lo c o
va zio gra ut
P a re de 1 4.6 8.7 14.3 11.5 6.9 11
P a re de 2 4.7 9.4 14.5 11.5 8.1 10.1
P a re de 3 4.3 9.6 12.9 11.5 7.1 10.3
b) Eficiência
Valores de eficiência
1.5
0.5
0
fcpa/fcp2 fcpa/fcb fcpa/fca fcb/fca fcp2/ fcb
Eficiência 0.61 0.39 0.49 1.25 0.64
a) Resistência
10
Resistência
(MPa)
5
0
Argam Bloco Prisma Parede
Parede1 8 7.4 5 3.6
Parede2 8.3 7.4 4.8 3.5
Parede3 8.6 7.4 4.6 3.3
15
Resistência
10
(MPa)
0
Argam Bloco Prisma Parede
Parede4 12.4 9.8 5.8 4.6
Parede5 9.1 9.8 4.6 4.5
Parede6 8 9.8 4.7 3.6
b) Eficiência
Valores de eficiência
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
fcpa/fcp fcpa/fcb fcpa/fca fcb/fca fcp2/ fcb
Série A 0.73 0.47 0.42 0.89 0.65
Série B 0.84 0.43 0.43 1 0.51
Corpos-de-prova
Ensaio Quantidade de
Tipo Característica
corpos de prova
Bloco Sem graute 12
14 x 19 x 29 (cm) Com graute 18
Cilindro(10x20)cm) 41
Prisma – Fôrma
21
Graute metálica (9x9x18)cm)
Compressão
Prisma – Fôrma de
Simples 35
blocos (9x9x18)cm)
Argamassa-painel Cilindro 5 x 10(cm) 72
2 blocos 18
Prisma
3 blocos 18
Painéis de parede 14 x 120 x 240(cm) 12
CHAPA EM
MADEIRA
40CM
Transdutores de deslocamento
85CM
70CM
3.2 Resultados
Tensão média de ruptura dos C.P. de argamassa Tensão média de ruptura dos C.P. de graute
16 40
Tensão (MPa)
Tens ão (MPa)
12
8
4 20
0
1
Argamassa - 10.97 0
1
1ªetapa
Graute - 1ª etapa 25.55
Argamassa - 13.24
2ªetapa Graute - 2ªetapa 31.49
Resistência de blocos
20
Resistência (MPa)
15
10
0
1
Sem graute 12.15
Grauteados-1ª etapa 17.8
Grauteados-2ª etapa 16.72
Resistência de prismas
15
10
0
1
1ª etapa 2
2ª etapa
2 Blocos 11.67 11.17
3 Blocos 11.13 9.4
Resistência de paredes
10
Resistência
(MPa)
0
1 2 3 4 5
Par. Graut. - 1ª etapa 6.85 6.61 6.67
Par. Graut. - 2ª etapa 7.5 7.74 7.74 6.67 7.32
Parede sem graute 3.93 4.11
10000
Módulo (MPa)
5000
0
Bloco Bloco Prisma Par. s/ Parede-4 Parede 6
vazio graut. graut. graute furos furos
Tensão
(MPa)
graute
-6 Def média
-4
Blocos Linear (Tendencia
6285 -2
grauteados média)
0
0 -0.002 -0.004 -0.006
Argamassas 8427 Deformação
0.5
0
Parede2
1 Parede3
2 Parede5
3
fcpa/fbg 0.38 0.37 0.38
fcpa/fpr2 0.59 0.57 0.57
fcpa/fpr3 0.62 0.59 0.6
fpr2/fbg 0.53 0.7 0.73
0.5
0
1
Par6 2
Par7 3
Par8 4
Par9 5
Par10
fcpa/fbg 0.51 0.45 0.49 0.37 0.46
fcpa/fpr2 0.63 0.62 0.69 0.64 0.75
fcpa/fpr3 0.79 0.7 0.83 0.76 0.89
fpr2/fbg 0.81 0.73 0.71 0.58 0.62
1500
1000
Força
(kN)
500
0
1
Parede2 2
Parede3 3
Parede5
Carga de ruptura 1160 1110 1120
Carga de fissuração 660 320 400
1500
Força (kN)
1000
500
0
Par6
1 Par7
2 Par8
3 Par9
4 Par10
5
Carga de ruptura 1255 1300 1298 1114 1220
Carga de fissuração 450 500 500 400 500
4 MODELAGEM NUMÉRICA
Dimensões
Modelo Material Características
do painel
Bloco sem Eb=817,2 kN/cm2 e
graute νb=0,25
1 7x119x240
Ea=1090 kN/cm2 e νa=
Argamassa
0,20
Alvenaria sem Ealv= 965,8 kN/cm2 e
2 7x119x240
graute νalv=0,25
Bloco sem Eb=817,2 kN/cm2 e
graute νb=0,25
Bloco Ebg849,3 kN/cm2 e
3 9,8x119x240
grauteado νb=0,25
Ea=1090 kN/cm2 e νa=
Argamassa
0,20
Alvenaria Ealv= 1241,7 kN/cm2 e
4 9,8x119x240
grauteada νalv=0,25
4.1 Resultados
Força x deslocamento
450
400
350
Força (kN)
300 Parede 6
250 Parede 7
200 Parede 8
150 Parede 9
100 parede 10
50 Modelo 3
Modelo 4
0
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deslocamento (mm)
Figura 38 – Gráfico Força x Deslocamento para três etapas de carregamento – Paredes sem
graute
Força x deslocamento
500
400
Força (kN)
300 Parede6
Parede7
200 Modelo 1
Modelo 2
100
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Deslocamento (mm)
1.8
fcpa/fcpa0
1.6
1.4
Curva de resistência
1.2
1
0 5 10 11,7 15 17,5 20
% de grauteamento (Ag/Ab)
na qual:
fcpa: Resistência da parede
fcpa0: Resistência da parede sem graute
Ag: Área de grauteamento
Ab: Área bruta da seção transversal
15
Tensão (MPa)
10
0
1 2 3
Paredes sem graute 8.3
Par. 4 furos grauteados 11.2
Par. 6 furos grauteados 11.2
6 REFERÊNCIAS
DRYSDALE, R.G.; HAMID, A.A.; BAKER, L.R. (1994). Masonry structures: behavior
and design. Enhllewood Cliffs, New Jersey, Prentice Hall.
GOMES, N.S. (1983). A resistência das paredes de alvenaria. São Paulo. 190p.
Dissertação (Mestrado)- Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
HAMID, A.A; DRYSDALE, R.G (1979).Suggested failure criteria for grouted concrete
masonry under axial compression. ACI Journal, October.