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Aula 04

Contabilidade Geral p/ TCM-BA (Auditor de Controle Externo) - Pós Edital

Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa


CONTABILIDADE GERAL PARA TCM BA – AULA 04
PROF. GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO

AULA 04: PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 2
2 PASSIVO ..................................................................................................................... 2
2.1 PASSIVO CIRCULANTE E PASSIVO NÃO CIRCULANTE ................................................. 2
2.2 EMPRÉSTIMOS DE CURTO PRAZO NO PASSIVO NÃO CIRCULANTE? .............................. 4
2.3 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS E RECEITAS DIFERIDAS .................................. 5
3 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO OPERACIONAL ............................................... 8
4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................. 10
4.1 CONCEITO E ESTRUTURA ...................................................................................... 10
5 CAPITAL SOCIAL ......................................................................................................... 11
5.1 INDO ALÉM – REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO DA COMPANHIA .............................. 14
5.2 GASTOS NA EMISSÃO DE AÇÕES ............................................................................ 14
6 RESERVAS DE CAPITAL ................................................................................................ 15
6.1 UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS DE CAPITAL ................................................................ 16
6.2 RESERVA DE ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES ............................................................. 18
6.3 ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ........................... 19
6.4 DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS GOVERNAMENTAIS ........................ 21
6.5 PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES ................................................................... 25
7 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL............................................................................ 27
8 AÇÕES EM TESOURARIA ............................................................................................... 29
8.1 AÇÕES EM TESOURARIA! PREVISÃO NA LEI 6.404/76: .............................................. 31
9 RESERVAS DE LUCROS ................................................................................................ 34
9.1 RESERVA LEGAL ................................................................................................... 37
9.2 CAPITAL SUBSCRITO OU REALIZADO PARA O LIMITE? .............................................. 37
9.3 RESERVA LEGAL X PREJUÍZO ACUMULADO .............................................................. 38
9.4 RESERVAS ESTATUTÁRIAS..................................................................................... 40
9.5 RESERVA DE CONTINGÊNCIAS ............................................................................... 41
9.6 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS ......................................................................... 44
9.7 RESERVA DE LUCROS A REALIZAR .......................................................................... 47
9.8 RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS .............. 50
9.9 RESERVA DE PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES ................................................ 50
9.10 RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCRO OU RESERVA ORÇAMENTÁRIA OU RESERVA DE
INVESTIMENTOS ................................................................................................................ 53
10 DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS.................................................................................... 53
11 DIVIDENDOS ADICIONAIS ........................................................................................ 57
12 ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL.............................................................. 58
13 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS ....................................................................... 59
14 CUSTO DAS TRANSAÇÕES ......................................................................................... 61
15 NOTAS EXPLICATIVAS .............................................................................................. 63
15.1 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO A LEI 6.404/76 .................................................. 63
15.2 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO O CPC 00 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA
CONTABILIDADE ................................................................................................................ 65
15.3 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO O CPC 26 – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS 65
16 PRINCIPAIS MUDANÇAS DAS LEIS 11.638/2007 E 11.941/2009: ................................... 67
17 RESUMO – PASSIVO E PL .......................................................................................... 69
17.1 PASSIVO E RECEITA DIFERIDA ........................................................................... 69
17.2 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................................................... 69
18 MAPAS MENTAIS DESTA AULA ................................................................................... 74
19 QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................... 76
20 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA..................................................................... 108
21 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .............................................. 116

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1 APRESENTAÇÃO

Olá, pessoal! Tudo bem? Sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso
de Contabilidade.

É com uma grande alegria que estamos aqui para ministrar mais um
pouquinho desta disciplina que, no começo pode parecer difícil, mas depois
passa a ser muito boa de se estudar!

Contabilidade é muito bom!

Hoje, falaremos sobre dois grupos do balanço patrimonial que são


extremamente importantes: o passivo e o patrimônio líquido.

Vamos à aula?

Um abraço.

Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.

2 PASSIVO

Dissemos que o passivo representa nada mais do que as obrigações que


a sociedade tem perante terceiros. Estudaremos agora os seus aspectos
amiúde.

2.1 PASSIVO CIRCULANTE E PASSIVO NÃO CIRCULANTE

O passivo exigível basicamente pode ser dividido em passivo


circulante e não circulante. Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para


aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no
parágrafo único do art. 179 desta Lei.

Passivo circulante Passivo não circulante


Exercício de X2 X3 em diante
31.12.X1 31.12.X2

Acima um exemplo da classificação em circulante e não circulante. A Lei


6.404/76 adota como marco temporal a data do encerramento do exercício
social. Contudo, se não estivermos falando dessa data, devemos considerar
o período de 12 meses.
Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para
contingências, salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR,
FGTS a recolher, duplicatas a pagar, fornecedores, entre outros.

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Além disso, já vimos diversas vezes a definição prevista no CPC 00 para


passivo: Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

(CESPE/Perito Criminal–Ciências Contábeis/PC/PE/2016) Segundo


a teoria contábil, uma condição indispensável para que um item patrimonial
seja definido como um passivo é que

a) o vencimento da obrigação se dê em uma data futura previamente


acordada entre as partes.
b) o devedor saiba que possui uma dívida e o credor tenha reconhecido o
direito de receber.
c) o valor da obrigação seja líquido e certo.
d) a obrigação exista no momento presente, fruto de eventos passados.
e) o sacrifício futuro de um ativo para satisfazer a obrigação seja uma
decisão do devedor.

Comentários:

A letra a está incorreta. Não necessariamente a obrigação é de vencimento


futuro. O passivo pode também já estar vencido ou vencer no presente.
Esse não é um requisito existente no CPC 00.

A letra b também está incorreta. O consentimento não é um requisito para


que seja reconhecido um passivo. Muitas vezes, por exemplo, as provisões
são feitas com base em estimativas e não há sequer ciência do possível
credor deste reconhecimento. Por exemplo, se a empresa constitui uma
provisão para garantias de produtos que possam vir a estragar, por possuir
uma ampla e conhecida política neste sentido, os compradores/clientes não
sabem que ela fez uma provisão para isso.

A letra c está incorreta. O passivo muitas vezes pode ser reconhecido por
valores estimados. Há uma preferência na contabilidade para que sejam
reconhecidos os valores pelos seus exatos montantes. Todavia, quando não
se mostrar possível, muitas vezes precisamos nos utilizar de estimativas.

A letra d está correta e é o nosso gabarito. Está em consonância com


o CPC 00.

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A letra e está incorreta. A saída de recursos (ativos) para liquidar as


obrigações não é, muitas vezes, uma escolha ou decisão do devedor. Pode
vir, por exemplo, de uma decisão judicial.

Gabarito  D

2.2 EMPRÉSTIMOS DE CURTO PRAZO NO PASSIVO NÃO


CIRCULANTE?

Faço aqui uma pergunta a vocês. A classificação do passivo circulante toma


como base o curto prazo (12 meses), enquanto que o passivo não circulante
toma como base o chamado longo prazo (posterior aos 12 meses).

Mas existe a possibilidade de um empréstimo de curto prazo ser classificado


no passivo não circulante? A resposta é sim! Quando, professores?

Nós fizemos um vídeo sobre este assunto em nosso canal do YouTube. Você
pode ver a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=PY0zqC-KOjA

Vamos entender este tema por meio de uma questão cobrada no concurso
para Analista Judiciário do TRT 23ª/2016, feito pela Fundação Carlos
Chagas:

(FCC/Analista Judiciário/TRT 23ª/2016) A empresa Ilha Bela S.A.


contraiu empréstimo de R$ 1.000.000,00, pactuado pelo prazo de 12
meses, contratado em primeiro de janeiro de 2015, com o banco Solution
S.A. A sociedade, por meio de cláusula contratual convencionou de forma
unilateral (decisão da empresa Ilha Bela) que poderá repactuar por mais 36
meses o financiamento, caso não consiga gerar recursos suficientes para
cumprimento dos pagamentos. O contrato prevê a entrega de ações como
meio de pagamento (decisão unilateral da empresa Ilha Bela). Neste caso
a empresa deve contabilizar o empréstimo como

A) passivo não circulante.


B) ativo não circulante.
C) passivo circulante.
D) ativo circulante
E) patrimônio líquido.

Vejam! A situação é a seguinte:

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1) A empresa Ilha Bela contraiu um empréstimo no valor de R$ 1.000.000,


para pagar em 12 meses, portanto, de curto prazo.
2) Foi pactuado no contrato que de modo unilateral, por decisão do devedor,
poderia ser repactuada a dívida por mais 36 meses.

Pois bem. A resposta para esta questão está prescrita no CPC 26 –


Apresentação das demonstrações contábeis.

73. Se a entidade tiver a expectativa, e tiver poder discricionário, para


refinanciar ou substituir (roll over) uma obrigação por pelo menos doze
meses após a data do balanço segundo dispositivo contratual do
empréstimo existente, deve classificar a obrigação como não circulante,
mesmo que de outra forma fosse devida dentro de período mais curto.
Contudo, quando o refinanciamento ou a substituição (roll over) da
obrigação não depender somente da entidade (por exemplo, se não houver
um acordo de refinanciamento), o simples potencial de refinanciamento não
é considerado suficiente para a classificação como não circulante e,
portanto, a obrigação é classificada como circulante.

Assim, se a entidade tem um empréstimo de curto prazo, mas há grande


possibilidade de que (de modo unilateral) ela possa prorrogar a obrigação
por um período maior e seja muito provável que ela faça, então a dívida
deve ser classificada no passivo não circulante.

Todavia, se tiver de existir um aval do banco ou se depender do aceite do


credor, então a classificação fica no passivo circulante.

O gabarito da nossa questão, portanto, é a letra a.

Gabarito  A.

2.3 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS E RECEITAS DIFERIDAS

O grupo resultado de exercícios futuros – REF foi extinto com a edição


da MP 449 e Lei 11.941/2009.

Em seu lugar, deve ser usada a conta receitas diferidas, que fica no
passivo não circulante. O saldo que porventura existente no REF deve
ser reclassificado para receita diferida.

O exemplo clássico explorado pelas bancas de resultado de exercícios


futuros (agora receita diferida, no passivo não circulante) são os aluguéis
recebidos antecipadamente. São diversas questões da banca que
versam sobre este tema.

Exemplo!

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Vamos supor que uma empresa tenha um imóvel para alugar. Ela aluga o
imóvel por 2 anos, recebendo R$ 24.000 adiantados.

A questão agora é a seguinte: se o inquilino desocupar o imóvel, a


empresa deverá devolver o aluguel recebido antecipadamente?

Se sim, então a contabilização fica assim:

D - Caixa (Ativo) 24.000


C - Aluguel recebidos antecipadamente (Passivo) 24.000

Caixa (Ativo) Alugueis receb. ante. (Passivo)


24.000,00 24.000,00

Depois de um mês, a empresa contabiliza a receita de um mês de aluguel


(esse, não precisa mais devolver):

D - Aluguel recebido antecipadamente (Passivo) 1.000


C - Receita de aluguel (Resultado) 1.000

Receita de Aluguel (Res) Alugueis receb. ante. (Passivo)


1.000,00 1.000,00 24.000,00

E assim por diante, até zerar a conta no passivo. Vejam que é uma conta
do passivo, não é receita diferida! Fica no passivo, pois a empresa pode
ter que devolver o dinheiro (se o inquilino romper o contrato e desocupar o
imóvel antes do término).

Muito bem. Mesma situação, aluguel de imóvel por 2 anos, com R$ 24.000
recebidos adiantados, mas com a condição de que a empresa não
precisa devolver o dinheiro, caso o inquilino desocupe o imóvel.

Nesse caso, o dinheiro já é da empresa, mas a receita tem que ser


contabilizada por competência, conforme a passagem do tempo.

A contabilização é igual, mas, ao invés de ficar creditada em conta do


passivo (aluguel recebido antecipadamente), fica contabilizada em conta de
receita diferida, no Passivo não circulante, e vai para o resultado mês a
mês.

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Explicando novamente! Muitos alunos perguntam se “todas as receitas


diferidas são classificadas no passivo não circulante, independente
do prazo”. Entendam! A receita diferida é uma receita que a empresa já
"ganhou" (não precisa devolver), mas ainda não pode ir para o resultado
por causa do regime de competência. Assim, não há sentido colocá-la no
passivo circulante, pois a receita diferida não será paga a ninguém. E
passivo implica em um pagamento a terceiro. Tudo bem?

(CESPE/Contador/DPU/2016) O valor das vendas de ingressos para os


Jogos Olímpicos de 2016, ocorridas em abril de 2015, deve ser reconhecido
no balanço patrimonial do exercício de 2015 da empresa vendedora como
um passivo exigível.

Comentários:

O CESPE deu o gabarito como correto, entendendo que o cliente comprou


o ingresso e tem direito a retira-lo nas condições acordadas, em dia e hora
específicos. Portanto, nesta hipótese, configurou-se uma obrigação para a
empresa e não uma receita diferida.

Gabarito  Correto.

(UFMT/Analista Judiciário/TJ MT/2016) No Balanço Patrimonial, é


Conta do Passivo Exigível:

a) Adiantamento de Clientes.
b) Adiantamento a Fornecedores.
c) Impostos a Recuperar.
d) Adiantamento a Empregados.

Comentários:

Vamos lá! As contas do passivo são aquelas que representam obrigações


para a empresa.

Neste rol, a única que representa obrigação são os adiantamentos de


clientes. Quando o cliente adianta o valor a empresa, ele tem o direito a
receber, por exemplo, a mercadoria ou os serviços contratados. Para a
empresa, de outro lado, surge uma obrigação, portanto, um passivo.

As outras contas são contas de ativo.

Gabarito  A.

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3 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO OPERACIONAL

Segundo o parágrafo único do artigo 179 da Lei das SAs: Na companhia


em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o
exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá
por base o prazo desse ciclo.

Um primeiro aspecto digno de nota é que esta disposição vale tanto para o
ativo como para o passivo.

O ciclo operacional de uma empresa industrial é o prazo que a empresa leva


para comprar matéria-prima, produzir, vender e receber.

Ciclo operacional empresa industrial

Para uma empresa comercial, é o prazo médio entre a aquisição de


mercadorias, venda e recebimento dos clientes.

Ciclo operacional empresa comercial

Vamos explicar esta situação por meio de uma questão abordada em 2009,
pela FCC, para o concurso de Analista Judiciário do TRT 3ª região:

(FCC/Analista Judiciário/TRT 3ª região/2009) A empresa A é uma


indústria e produz máquinas especiais, cujo processo demora 400 dias.
Estas máquinas são adquiridas para comercialização pela empresa B que
leva aproximadamente 20 dias para comercializá-las, 40 dias para receber
o valor das vendas realizadas a prazo, e 30 dias para pagar as máquinas
adquiridas. A empresa C é cliente da empresa B e utiliza as máquinas

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especiais em suas operações. Com base nestas informações, as máquinas


especiais serão classificadas nas empresas A, B e C, respectivamente, no

(A) ativo circulante, no ativo circulante e no ativo imobilizado.


(B) ativo circulante, no ativo não-circulante e no ativo realizável a longo
prazo.
(C) ativo realizável a longo prazo, no ativo circulante e no ativo imobilizado.
(D) ativo realizável a longo prazo, no ativo realizável a longo prazo e no
ativo imobilizado.
(E) ativo realizável a longo prazo, no ativo imobilizado e no ativo realizável
a longo prazo

Comentários

Empresa A: Demora 400 dias para produzir + 30 dias para receber (ciclo
de 430). Portanto, seu ciclo operacional será maior que o exercício social,
e as máquinas produzidas ficarão no Ativo Circulante.

Empresa B: Demora 20 dias para comercializar, 40 para receber o valor das


vendas e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. Portanto, tudo ocorre
a custo prazo, nesta empresa. Ativo Circulante.

Empresa C: Utiliza as máquinas em suas operações. Ativo Imobilizado.

O gabarito, portanto, é a letra a.

Em qualquer dessas situações, o exercício social continua a ser de um


ano.

Se estamos em 31 de dezembro de 2011 (data de término do exercício


social) e temos uma fábrica de navios, por exemplo, cujo ciclo operacional
seja de 2 anos, teremos que todas as obrigações e direitos que vencerem
até 31 de dezembro de 2013 serão consideradas como de curto prazo. A
partir deste momento é que haverá que se falar em longo prazo. Repetimos,
porém, que o exercício social continua a ter a duração de um ano.

(CEPERJ/Analista de Controle Interno/SEFAZ/RJ/2013) Na


companhia em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício
social, a classificação de contas no circulante ou longo prazo terá por base
o prazo:

a) legal estatutário

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b) do ciclo operacional
c) do exercício social
d) do ano comercial
e) estipulado pela CVM

Gabarito  B.

4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

4.1 CONCEITO E ESTRUTURA

O patrimônio líquido, como há muito estamos dizendo, é considerado como


sendo o capital dos sócios (capital próprio) empregado nas atividades
empresariais.

De acordo com a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos


do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,


ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Antes de prosseguirmos, façamos a comparação entre como era e como


está agora o patrimônio líquido:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI
11.941/09
Capital Social Capital Social
(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar
Reserva de Lucro Reserva de Lucro
Reserva de Capital Reserva de Capital
Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial
+ - Lucro ou Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado
(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

(FGV/Contador/Caruaru/2015) De acordo com a Lei nº 11.638/07, que


alterou a Lei nº 6.404/76, assinale a opção que indica a correta composição
do patrimônio líquido.

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a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos


acumulados.
b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de
lucros e prejuízos acumulados.
c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.
d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

Gabarito  D.

5 CAPITAL SOCIAL

Quando os sócios resolvem iniciar uma atividade, um dos requisitos para o


início é a existência do chamado capital social. Os sócios precisam aportar
bens para que essa companhia possa aplicar e dar início às atividades. Esse
aporte é chamado de subscrição.

O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na


constituição da sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em
capital social e capital social a realizar. A lei das SA dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

No balanço fica assim:

Patrimônio Líquido
Capital social 10.000,00
(-) Capital social a realizar -4.000,00
Capital social realizado 6.000,00

Exemplo 1:

Constituição da sociedade X, com R$ 100.000,00 em dinheiro.

Lançamento:

D – Caixa 100.000,00
C – Capital Social 100.000,00

Caixa (Ativo) Capital social (PL)


100.000,00 100.000,00

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Exemplo 2:

A sociedade X é constituída com ações no montante de R$ 100.000,00,


sendo apenas R$ 50.000,00 depositados imediatamente para o início do
negócio, lançaremos:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo)


D – Capital Social a Realizar (- PL) 50.000,00
C – Capital Social (PL) 100.000,00

Caixa (Ativo) Capital social (PL) Cap. Soc. Integr. (Ret. PL)
50.000,00 100.000,00 50.000,00

Segundo a Lei 6.404, o capital social poderá ser formado com contribuições
em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em
dinheiro.

(CESPE/Analista Contábil/MPU/2015) O capital social integralizado


pelos sócios deve ser discriminado, em uma única conta, pelo seu
montante, sem qualquer dedução.

Gabarito  Errado.

Preste atenção! As questões, de modo geral, podem pedir o lançamento de


subscrição e de realização do capital.

A subscrição é quando o acionista/sócio assume o compromisso de


ingressar na sociedade, formalizando através dos instrumentos jurídicos
pertinentes. Ainda não houve entrega dos recursos.

A realização ou integralização do capital social é a entrega efetiva


dos recursos pelo sócio.

Vejam:

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(UFG/Auditor Fiscal/ISS Goiânia/2016) A subscrição de capital é o


compromisso que o sócio assume perante a nova sociedade que está
surgindo. O registro correspondente à subscrição pelos sócios de 10.000
ações com valor nominal de R$ 5,00 é:

a) D – Capital Social $ 50.000,00; C – Capital a integralizar $ 50.000,00.


b) D – Caixa $ 50.000,00; C – Capital a integralizar $ 50.000,00.
c) D – Caixa $ 50.000,00; C – Capital Social $ 50.000,00.
d) D – Capital a integralizar $ 50.000,00; C – Capital social $ 50.000,00.

Comentários:

Como só houve um compromisso em entregar o recurso, e não o dispêndio


efetivo por parte do sócio, não há por que movimentar a conta caixa.

Vamos lançar:

D – Capital a integralizar (Retificadora do PL) 50.000,00


C – Capital social (PL) 50.000,00

Gabarito  D

(FUNRIO/Técnico/Nova Iguaçu/2016) A Companhia Três Irmãos fez o


seguinte lançamento:

Débito: Capital Social a Integralizar


Crédito: Capital Social

Esse lançamento representa

a) redução do capital social.


b) integralização do capital social.
c) aumento do capital social.
d) subscrição do capital social.

Comentários:

O lançamento corresponde à subscrição do capital social.

Gabarito  D.

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5.1 INDO ALÉM – REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO DA


COMPANHIA

Segundo a Lei 6.404/76, a constituição da companhia depende do


cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:

I - Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que


se divide o capital social fixado no estatuto;
II - Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço
de emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento
bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do
capital realizado em dinheiro.

Portanto, o estatuto deve conter todas as ações em que o capital social será
dividido. Esse valor pode ser alterado posteriormente, para aumentar ou
reduzir o capital nas hipóteses previstas na Lei 6.404.

Como o capital pode ser formado por dinheiro e bens suscetíveis de


avaliação em dinheiro, 10% do total deve ser subscrito em dinheiro.

Além disso, a parte realizada em dinheiro deve ser depositada no Banco do


Brasil ou em banco autorizado pela CVM.

(CESPE/Técnico/BACEN/2013) Do total do capital subscrito na


constituição de uma sociedade, pelo menos 5% devem ser integralizados
em dinheiro; e o restante, em bens que possam ser avaliados em dinheiro.

Comentários:

O item está incorreto. O percentual é de 10%!

Gabarito  Errado.

5.2 GASTOS NA EMISSÃO DE AÇÕES

Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem


ser tratados como despesas do período. Passam a figurar como redução
do valor obtido do capital social.

Gastos com emissão de ações:

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Despesas do período
Redução do valor obtido do capital social

Para o Imposto de Renda, conforme Lei 12.973/14:

Despesa com Emissão de Ações

Art. 38-A. Os custos associados às transações destinadas à obtenção de


recursos próprios, mediante a distribuição primária de ações ou bônus de
subscrição contabilizados no patrimônio líquido, poderão ser excluídos, na
determinação do lucro real, quando incorridos.

Art. 38-B. A remuneração, os encargos, as despesas e demais custos, ainda


que contabilizados no patrimônio líquido, referentes a instrumentos de
capital ou de dívida subordinada, emitidos pela pessoa jurídica, exceto na
forma de ações, poderão ser excluídos na determinação do lucro real e da
base de cálculo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido quando
incorridos.

6 RESERVAS DE CAPITAL

Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem


qualquer característica de exigibilidade atual ou futura. São, como o próprio
nome indicam, reservas. Basicamente, temos duas espécies de reservas,
ambas classificadas no patrimônio líquido: as de lucros e as de capital.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos


sócios ou de terceiros) que não se configuram como receita, isto é,
não transitam pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas diretamente
à conta de Patrimônio Líquido.

Com base no artigo 182 da Lei das SA:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e


a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar
a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

Reservas de capital
Ágio na emissão de ações
Produto da alienação de partes beneficiárias
Produto da alienação de bônus de subscrição

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O item a corresponde à chamada reserva para ágio na emissão de


ações.

Já no item b, partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor


nominal e estranhos ao capital social, criados a qualquer tempo pela
sociedade por ação. As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares
direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação
nos lucros anuais – no máximo 10% (LSA, art. 46, caput, e §1º).

Por seu turno, os bônus de subscrição são títulos de credito emitidos no


limite do capital social autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito
de subscrever ações da companhia.

Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e


11.941) as doações e subvenções para investimento e os prêmios na
==15925==

emissão de debêntures não serão mais classificados como reservas


de capital, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo
com o Princípio da Competência.

Reservas de capital Não são mais reservas de capital


Ágio na emissão de ações Doações e Sub. Para Invest.
Alienação de PBs Prêmio Emissão de Debêntures
Alienação de BS

(CESPE/Agente de Polícia Federal/2014) Se uma companhia alienar


partes beneficiárias ou bônus de subscrição, o produto da alienação deverá
ser registrado como reserva de capital.

Gabarito  Correto.

6.1 UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS DE CAPITAL

Sobre a utilização das reservas de capital...

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as


reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem
lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes


beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Utilização das reservas de capital

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Absorção de prejuízos (não suportados por reservas de lucros e lucros


acumulados)
Resgate, reembolso, compra de ações
Resgate de partes beneficiárias
Incorporação ao capital social
Pagamento de dividendos a ações preferenciais, se for assegurado

Vê-se, assim, que as reservas de capital somente podem ser


utilizadas para pagamento de dividendos de ações preferenciais.
Não podem ser utilizadas para pagamento de dividendos de ações
ordinárias.

(FGV/Técnico de Nível Superior/AL BA/2014) Assinale a opção que


indica um fim para o qual as reservas de capital não podem ser utilizadas.

a) Absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros.


b) Resgate, reembolso ou compra de ações.
c) Resgate de partes beneficiárias.
d) Incorporação ao capital.
e) Pagamento de dividendos a ações ordinárias e preferenciais.

Gabarito  E.

(FCC/Contador/Eletrosul/2016) Entre as possibilidades conferidas pela


legislação societária para a utilização das Reservas de Capital se insere:

a) a absorção de prejuízos que não ultrapassarem os lucros acumulados e


as reservas de lucros.
b) a redução do capital social, para absorção dos prejuízos acumulados.
c) o pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem
lhes for assegurada.
d) o aumento do capital autorizado, mediante alteração estatutária.
e) a recomposição do caixa da companhia em face da materialização de
provisões.

Gabarito  C.

Observação: as ações ordinárias são aquelas que dão direito a voto.


As preferenciais são aquelas que não dão, em regra, direito a voto,
mas possuem outras vantagens, geralmente relacionadas ao pagamento de
maiores dividendos.

Estudemos as reservas de capital pormenorizadamente:

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6.2 RESERVA DE ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES

Ágio, em linguajar comum, é o valor cobrado a maior por algo. Nas


sociedades por ações o estatuto social deve definir o valor do capital social,
o número de ações em que o capital se divide e se elas terão ou não valor
nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido


pelo número de ações emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que


ultrapassar o valor nominal das ações por ele adquiridas.

No caso de emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de


ações será o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar a
importância destinada ao capital social.

Explicamos. Quando formamos uma entidade, dizemos que cada ação terá
o valor nominal de x (mas as ações podem não ter valor nominal, sem
problemas). Se a pessoa entrar na sociedade e entregar x + 1, então esse
1 será o ágio na emissão da ação. O excesso é levado a uma conta de
reserva de capital, que recebe essa denominação.

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00,


configurando 100.000,00 ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma
empresa extremamente lucrativa, decide expandir o seu negócio
oferecendo ao mercado mais 100.000,00 ações. Todavia, cobra dos novos
sócios não mais o aporte de R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim,
as ações foram rapidamente vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram
aos cofres da empresa. O lançamento é o seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)
C – Reserva de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

Caixa (Ativo) Capital social (PL) Ágio Emissão Ações


150.000,00 100.000,00 50.000,00

(CESPE/Contador/FUB/2015) O ágio recebido em decorrência de


emissão de ações aumenta as reservas de lucros e, consequentemente, o
patrimônio líquido da companhia.

Comentários:

O item está incorreto. O ágio na emissão de ações é reserva de capital.

Gabarito  Errado.

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6.3 ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE


SUBSCRIÇÃO

Parte beneficiárias

Segundo a Lei das SA:

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis,


sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes
beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito


eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais
(artigo 190).

Vê-se que as partes beneficiárias1 são estranhas ao capital social.


Diferem das ações, pois não dão direito a uma parte do patrimônio da
companhia, nem o de participação da administração. Não se confundem
também com as debêntures, uma vez que não dá direito creditório contra
a companhia para os que as possuem.

O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra chave.

A emissão das partes beneficiárias é exclusiva de cias fechadas


(LSA, art. 47). Como já dito, a participação nos lucros deve ser menor do
que 10%.

As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas


condições determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou
atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de
serviços prestados à companhia (LSA, art. 47). Somente a alienação
onerosa das partes beneficiárias gera lançamento contábil.

Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram


para o seu crescimento, resolvem aposentar, e os novos administradores,
como forma de reconhecimento deste trabalho, alienam partes beneficiárias
a esses antigos administradores, por R$ 100.000,00. O lançamento é o que
se segue:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo)


C – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias
100.000,00 (PL).

Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. PB


100.000,00 100.000,00

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Como eles serão beneficiados? Galera, a companhia emitirá títulos (as


chamadas partes beneficiárias), os quais darão direito à participação do
lucro da companhia. Só isso!

A LSA dispõe que:

Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda


de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

A contabilização na alienação de partes beneficiárias é a seguinte:

Digamos que a empresa resgate R$ 40.000. A contabilização fica assim:

D – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias


40.000,00 (PL).
C - Caixa (Ativo) 40.000 5

Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. PB


100.000,00 40.000,00 40.000,00 100.000,00

Reserva de capital - Partes beneficiárias


Exclusiva para companhias fechadas
Estranhas ao capital social
Lucro eventual contra a companhia (menor que 10%)
Gera lançamento somente a alienação onerosa

Falamos sobre as partes beneficiárias.

Bônus de subscrição

Veremos agora os bônus de subscrição. Segundo a LSA, art. 75, a


companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado
no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "bônus de
subscrição".

Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições


constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que
será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento
do preço de emissão das ações. Os antigos acionistas detêm a preferência
para aquisição de novas ações emitidas por uma companhia. Todavia, o
bônus de subscrição retira este direito relativamente a algumas ações.
Vejamos:

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o


aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para
os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art.

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171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição,


cuja colocação seja feita mediante:

I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou


II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos
termos dos arts. 257 e 263.

Se a empresa X emite R$ 100.000,00 em bônus de subscrição, o


lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00
C – Reserva de Capital – Produto da alienação de bônus de subscrição
100.000,00

Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. BS


100.000,00 9 100.000,00

6.4 DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS


GOVERNAMENTAIS

As doações e subvenções para investimentos governamentais (tão-


somente, excluem-se as privadas) eram contabilizadas como
reserva de capital.

Contudo, com as alterações da Lei das S/A, são agora consideradas


receitas, que transitam pelo resultado, podendo ser registradas (depois da
apuração do resultado) em uma reserva de lucros (de incentivos fiscais).

Assim, esses casos valem, por exemplo, para terrenos que sejam doados
pelo governo, dinheiro, veículos, entre outros. Estudemos.

Doações em dinheiro – sem contrapartida

No caso de doações em dinheiro, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 10.000,00 (Ativo)


C – Receitas – Doações 10.000,00 (Resultado)

Subvenção sujeita à condição:

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O CPC 07 que rege o tema dispõe que:

12. Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao


longo do período confrontada com as despesas que pretende compensar,
em base sistemática, desde que atendidas às condições desta Norma. A
subvenção governamental não pode ser creditada diretamente no
patrimônio líquido.

Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade definitiva de


um terreno pode ter como condição a construção de uma planta industrial
e é apropriada como receita na mesma proporção da depreciação dessa
planta. Poderão existir situações em que essa correlação exija que parcelas
da subvenção sejam reconhecidas segundo critérios diferentes.

Vejamos como contabilizar com uma questão cobrada no concurso para


Agente Fiscal de Rendas do Estado 2de São Paulo: A Cia. Poente recebe da
prefeitura do município X um terreno avaliado em R$ 1.000.000,00,
assumindo o compromisso de instalar nessa propriedade um parque fabril
modular no valor de R$ 15.000.000,00, com vida útil estimada em 10 anos.

Passo 1 – Contabiliza a subvenção no passivo:

Primeiro passo, quando saberemos se uma subvenção será registrada? São


dois os requisitos estatuídos pelo CPC 07, a saber:

7. Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor


justo, não deve ser reconhecida até que exista segurança de que:

(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas; e


(b) a subvenção será recebida.

Na questão, o governo efetuou a doação à empresa, mas com


condições. A empresa deve instalar um parque fabril.

Como o terreno ainda não pertence à empresa, pois ela deve instalar
um parque fabril, não podemos reconhecer esta subvenção
(doação) no resultado. Se a empresa não instalar o parque fabril,
ela deverá devolver o terreno. Portanto, vamos registrar um passivo
(circulante ou não circulante, conforme o prazo)!

O lançamento do registro inicial é o que se segue:

D - Imobilizado - Terreno R$ 1.000.000,00


C - Passivo - Doações e subvenções R$ 1.000.000,00

Terrenos (Ativo) Doações e subvenções (Passivo)


1.000.000,00 1.000.000,00

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Passo 2 – Cumpriu as condições? Transfere do passivo para receita


diferida, pois ela “ganhou” o terreno. Mas a receita só vai para o
resultado com o decurso do tempo, por competência.

16. É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção


governamental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais, ao
longo do período necessário e confrontada com as despesas
correspondentes. Assim, o reconhecimento da receita de subvenção
governamental no momento de seu recebimento somente é admitido nos
casos em que não há base de alocação da subvenção ao longo dos períodos
beneficiados.

A receita de subvenção deve ser apropriada conforme vai ser realizando, e


não numa única etapa. Na maioria dos casos essa correlação pode ser feita,
e a subvenção é reconhecida 5 em confronto com as despesas
correspondentes.

Semelhantemente, subvenção relacionada a ativo depreciável deve ser


reconhecida como receita ao longo do período da vida útil do bem e na
mesma proporção de sua depreciação.

Esse item 17 é importantíssimo para a prova: A subvenção não deve ser


reconhecida de imediato em seu recebimento. A receita deve ser
correlacionada com as despesas correspondentes.

Vamos supor que a empresa tenha instalado o parque fabril (ao custo
de 15.000.000, e com vida útil estimada em 10 anos). Após a
instalação, a empresa "ganhou" o terreno (cumpriu a condição necessária).

Assim, deve ser feita a seguinte contabilização:

D - Passivo - Doações e subvenções 1.000.000


C - Receita diferida (PNC) 1.000.000

Doações e subvenções (Passivo) Receitas diferidas


1.000.000,00 1.000.000,00 1.000.000,00

Após cumprir as condições, o valor da doação passa para receita


diferida (já pertence à empresa). Mas o reconhecimento da receita
deve ser realizado por competência.

Passo 3 – Lança o valor como receita, na mesma proporção das


despesas correlatas.

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Após um ano, a empresa terá reconhecido como despesa de depreciação da


unidade fabril o valor de $ 1.500.000. E deverá reconhecer também a
receita da subvenção (doação do terreno), na mesma proporção.

Portanto:

Pela depreciação da fábrica:

D - Depreciação (resultado) 1.500.000


C - Depreciação acumulada (ANC) 1.500.000

Pelo reconhecimento da receita de subvenção (1/10 do total)

D - Receita diferida (PNC) 100.000


C - Outras receitas (resultado) 100.000

E assim por diante, até reconhecer toda a receita em 10 anos.

Passo 4 – Constituição facultativa da Reserva de Incentivos Fiscais

Muito bem. A Doação e Subvenção para investimento era contabilizada


como Reserva de Capital, como mencionamos no início deste tópico. Agora,
transita pelo Resultado do Exercício. Isso leva a um aumento do lucro, que
deveria resultar num aumento do Imposto de Renda e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido. Mas isso iria aumentar a carga tributária,
prejudicando as empresas.

Para evitar a tributação, as empresas podem constituir uma reserva de


Lucro, chamada reserva de incentivos fiscais, conforme a Lei 12.972/14:

Subvenções Para Investimento

Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou


redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão
de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não
serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja registrada
em reserva de lucros a que se refere o art. 195-A da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para: (Vigência)

I - absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido


totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da
Reserva Legal; ou
II - aumento do capital social.

Então, resumindo o tratamento da subvenção que esteja sujeita à condição.


Como resolvemos questões.

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Vai para o Cumpre a


Recebe o terreno
passivo condição

Vai para receita


Regime de Vai para receita
(proporção das
competência diferida
despesas)

Pode constituir
reserva de
incentivos fiscais

6.5 PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES

Pessoal, quando a empresa quer captar empréstimos junto ao público, ela


pode optar pela emissão de debêntures. Debênture é uma maneira de
captar empréstimos sem recorrer às instituições financeiras.

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva


de capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser
apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de
competência.

Prêmio na emissão de debêntures

Reservas de capital
Receita no resultado: regime de competência

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma


alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos
bancários, para captação de recursos.

Não podem ser confundidas com as ações, pois não são títulos de
propriedade. Não se confundem também com os empréstimos, uma vez que
oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão


da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada
Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as
condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000


debêntures, com resgate em 10 anos encontrando investidores que
pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

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D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a pagar 10.000,00
(PNC)
C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

Caixa (Ativo) Debêntures a pagar (PNC) RC - Prêmio Emi. Debent.


15.000,00 10.000,00 5.000,00

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é


agora registrada da seguinte forma:

D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C – Receitas recebidas antecipadamente 5.000,00 (PNC – Receitas
diferidas)

Caixa (Ativo) Debêntures a resgatar (PNC) Receitas diferidas


15.000,00 10.000,00 5.000,00

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos,


deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear) R$
500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente - 500,00 (PNC – Receitas diferidas)


C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

Receitas diferidas Receitas financeiras


500,00 5.000,00 500,00

O prêmio na emissão de debêntures é justamente esse valor pago a mais


pelo investidor, tendo em vista uma expectativa maior de remuneração,
juros, etc.

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de


reserva específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação
pelo Imposto de Renda (Lei 12973/14).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir


tal reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que


esse valor transitou pelo resultado do exercício.

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(FCC/Analista/Contabilidade/TRE/SP/2017) Um dos mais


importantes títulos do mercado financeiro são as debêntures. Com elas, as
empresas podem se financiar de acordo com o fluxo de caixa que melhor
se adeque à sua estratégia de financiamento. As empresas podem emitir
debêntures com prêmio, ou seja, valores recebidos na emissão de
debêntures acima do valor nominal determinado para a liquidação desses
valores mobiliários. De acordo com a legislação vigente, esse prêmio é
tratado como

a) Reserva de capital, no patrimônio líquido.


b) Prêmio a amortizar, no passivo.
c) Custos a amortizar, como redutora de passivo.
d) Prêmio a amortizar, no patrimônio líquido.
e) Receita financeira, no resultado do período.

Comentários:

O prêmio na emissão de debêntures, quando da emissão, é um prêmio a


amortizar e fica registrado em conta de receita diferida, até que vá para o
resultado, de acordo com o regime de competência.

Essa questão foi comentada no nosso Canal do YouTube. Você pode conferir
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=FxFOejlWsTU

Atenção! Nós recorremos desta questão. Ela deveria informar o


momento em que queria saber a contabilização, pois poderia ser no
passivo (receita diferida) no momento inicial ou como receita,
posteriormente, com o regime de competência, na DRE. Mas a banca
não acatou.

Gabarito  B.

(CESPE/Analista/STJ/2015) A captação de recursos por meio de


debêntures gera um passivo para a sociedade emissora do título. Em caso
de debêntures emitidas com prêmio, o valor desse prêmio também será
reconhecido em conta de passivo e deve ser apropriado ao resultado ao
longo do prazo de vigência das debêntures.

Gabarito  Correto.

7 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

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Antes das alterações da Lei das S.A, havia no patrimônio líquido a conta
reserva de reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste
de avaliação patrimonial. Contudo, não se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que


poderia ser ou não realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para


aumentar como para reduzir valores de ativos e de passivos,
enquanto que a reavaliação servia apenas para o aumento de bens
do permanente. A nova redação prescreve o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,


enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177.

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou
passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

Veremos, na próxima aula, os casos em que os aumentos e diminuições de


valor de elementos do ativo são contabilizados na conta Ajuste de Avaliação
Patrimonial.

(CESPE/Auditor Fiscal/SEFAZ/ES/2009) Com as modificações havidas


no texto da Lei das Sociedades por Ações, substituiu-se, na representação
do patrimônio líquido, a reserva de reavaliação pelos ajustes de avaliação
patrimonial. Tais ajustes constituem contrapartidas tanto de aumentos
como de diminuições no valor atribuído a componentes, seja do ativo, seja
do passivo.

Gabarito  Correto.

(CESPE/Analista/ANTAQ/2014) O ajuste a valor justo de itens do ativo


e do passivo, enquanto não transitar pelo resultado do exercício, deve ser

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registrado, em respeito ao regime de competência, na conta ajustes de


avaliação patrimonial.

Gabarito  Correto.

8 AÇÕES EM TESOURARIA

As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela


própria empresa e mantidas na tesouraria. A aquisição de ações de
emissão própria e sua alienação são também transações de capital da
entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da
entidade.

A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido


(PL).

Este assunto aparece na Lei 6404/76:

Negociação com as Próprias Ações

Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;


b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde
que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem
diminuição do capital social, ou por doação;
c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em
tesouraria;
d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição,
em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for
inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob


pena de nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

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§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo


para assegurar a gestão dos seus administradores.

§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas


em tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto.

§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas


definitivamente de circulação.

A regra geral é que a empresa não pode negociar as próprias ações, para
evitar negociação com informações privilegiada. Ou seja, a empresa não
pode negociar suas próprias ações de forma habitual. Não pode ficar
comprando e vendendo em bolsa. É permitida, entretanto, a aquisição, para
permanência em tesouraria, sem a diminuição do Capital Social. Para isso,
a compra é suportada pelo saldo das reservas, exceto a reserva
legal. Como assim? Quando a empresa adquire suas próprias ações, ela
está diminuindo o saldo do capital social. Quando a empresa lança no
mercado as ações é para aumentar seu capital. Quando ela mesma resgata,
esse aumento não ocorre na verdade.

O que acontece é que a empresa pode usar suas Reservas de Lucros ou


Capital para "suportar" essa compra. Isso na verdade é uma "ficção"
jurídica, pois, o que efetivamente suporta a compra de ações é o caixa da
empresa!

Vale ressaltar que é permitida a compra quando, resolvida a redução do


capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações,
o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser
restituída. Nesse caso, ocorre a diminuição do Capital Social.

As ações em tesouraria não têm direito a dividendos e nem a voto.

Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da


própria entidade devem ser tratados como acréscimo do custo de
aquisição de tais ações.

Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria


devem ser tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa
transação, resultados esses contabilizados diretamente no
patrimônio líquido, na conta que houver sido utilizada como suporte à
aquisição de tais ações, não afetando o resultado da entidade.

Operações com ações em tesouraria


Custos de transação na aquisição Acréscimo do custo de aquisição
Custos de transação na alienação Redução do lucro ou acréscimo do prejuízo

A ESAF já cobrou:

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(ESAF/STN/2013) Os gastos com corretagem decorrentes da compra de


ações da própria empresa, para manutenção em tesouraria, devem ser
registrados como:

a) outras despesas operacionais, no resultado.


b) acréscimo do custo de aquisição das ações no Patrimônio Líquido.
c) despesa diferida no ativo, sendo apropriada no resultado quando da
venda das ações.
d) diminuição do valor do investimento no ativo não circulante.
e) redução do lucro ou prejuízo diretamente no Patrimônio Líquido.

Gabarito  B

8.1 AÇÕES EM TESOURARIA! PREVISÃO NA LEI 6.404/76:

Lei 6404/76

Art. 182. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço


como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos
recursos aplicados na sua aquisição.

O CESPE explorou este assunto em prova, da seguinte forma:

(Cespe) A contabilização da aquisição de ações da própria empresa reduz


o valor do disponível e também do patrimônio líquido. O oposto ocorre
quando os sócios resolvem aumentar o capital da empresa em dinheiro.

O item está correto. O lançamento, pela aquisição, é o seguinte:

D – Ações em tesouraria (Redutora do PL)


C – Caixa (- Ativo)

Pela alienação, lançamos o seguinte:

D – Caixa (Ativo)
C – Ações em tesouraria (PL)

Se a alienação se der com lucro, este lucro deve ser registrado à conta de
reserva de capital, pelo seguinte lançamento: (supondo que a empresa
vendeu ações em tesouraria que custaram $1000 por $2500).

D – Caixa (Ativo) 2.500


C – Ações em tesouraria (PL) 1.000
C – Reserva de capital-lucro na alienação de ações em tesouraria (PL) 1.500

A previsão para constituir reservas de capital com estes valores encontra


respaldo na seguinte legislação:

Instrução CVM nº 10 de 14 de fevereiro de 1980.

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Dispõe sobre a aquisição por companhias abertas de ações de sua própria


emissão, para cancelamento ou permanência em tesouraria, e respectiva
alienação.

Art. 18. O resultado líquido proveniente da alienação de ações em


tesouraria será apurado com base no custo médio ponderado na data da
operação e será contabilizado:

a) se positivo, como reserva de capital, a crédito de conta específica;


b) se negativo, a débito das contas de reservas ou lucros que registrarem
a origem dos recursos aplicados em sua aquisição.

A compra e a alienação de ações em tesouraria é transação com


sócios. E o lucro ou prejuízo (melhor dizer "ganho ou perda") em
transações com sócios fica no PL, não no Resultado.

- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa


reserva de capital, semelhante à reserva de prêmio na emissão de ações.
- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de
lastro para a aquisição das ações em tesouraria.

Operações com ações em tesouraria


Ganho com ações em tesouraria PL: Reserva de capital
Perda com ações em tesouraria PL: diminuindo a reserva

Exemplo de contabilização:

A empresa ABC comprou $10.000 de ações em tesouraria, suportadas por


uma reserva estatutária no valor de $50.000:

D – Ações em Tesouraria (Retificadora do PL) 10.000


C – Caixa (Ativo) 10.000

Ações em tesouraria Caixa


10000 10000

No balanço, fica assim:

Patrimônio Líquido

Capital Social xxxxx,xx


Reserva Legal xxx,xx

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Reserva Estatutária 50.000


Ações em Tesouraria (10.000) 40.000

Digamos que a empresa venda tais ações por 7.000. A contabilização fica
assim:

D – Caixa (Ativo) 7.000


D – Reserva Estatutária (PL) 3.000
C – Ações em tesouraria (PL) 10.000

No Balanço, após a alienação:

Patrimônio Líquido

Capital Social xxxxx,xx


Reserva Legal xxx,xx
Reserva Estatutária 47.000

(FGV/Analista/DPE/MT/2015) Uma empresa possuía, em 31/12/2013,


R$ 200.000,00 em ações em tesouraria. No ano de 2014, a empresa alienou
metade dessas ações por R$ 130.000,00.

Em suas demonstrações contábeis, a empresa deverá evidenciar o saldo


positivo de R$ 30.000,00 do seguinte modo:

a) como Resultado Operacional, na Demonstração do Resultado do


Exercício.
b) como Outros Resultados Operacionais, na Demonstração do Resultado
do Exercício.
c) como Ajustes de Exercícios Anteriores, na Demonstração de Mutações do
Patrimônio Líquido.

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d) como Reserva de Capital, no Balanço Patrimonial.


e) como Reserva de Lucros, no Balanço Patrimonial.

Comentários:

A compra e a alienação de ações em tesouraria é transação com


sócios. E o lucro ou prejuízo (melhor dizer "ganho ou perda") em
transações com sócios fica no PL, não no Resultado.

- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa


reserva de capital, semelhante à reserva de prêmio na emissão de ações.
- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de
lastro para a aquisição das ações em tesouraria.

Gabarito  D.

9 RESERVAS DE LUCROS

As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do


período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma
sociedade, e posterior destinação. São, em suma, lucros que a empresa
não entrega aos acionistas, mas guarda para si, seja para investir em
projetos, seja para resguardar o capital social.

Segundo a Lei das SA:

Artigo 182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas


constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

Ao final do exercício social as contas de resultado (receitas e despesas) são


zeradas. O saldo, lucro ou prejuízo, é transferido para o PL. No PL, podemos
ter três destinações:

1) Dividendos (para os sócios);


2) Reservas de lucros;
3) Aumento do capital social.

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Dividendos

Lucro do período Reservas de lucros


DRE

Capital social

Assim, se a empresa tem receitas de 2.000, despesas de 1.000, terá um


lucro de 1.000 (2.000 – 1.000). Esse lucro pode ser distribuído para os
sócios, para aumento do CS ou pode ir para reserva de lucros (se atendidos
os requisitos legais).

Com a alteração da lei das S.A a conta antigamente denominada lucros


ou prejuízos acumulados passa a ser denominada prejuízos
acumulados, ou seja, haverá de existir uma destinação para este lucro,
não podendo ficar em conta específica do PL.

As reservas de lucros hoje existentes são as seguintes:

Reservas de lucros
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas para contingências
Reservas de incentivos fiscais
Reservas de retenção de lucros
Reserva de lucros a realizar
Reserva especial para dividendos obrigatórios não
distribuídos
Reserva de prêmio na emissão de debêntures

(ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal/2014) No tratamento


contábil das contas de Reservas, são classificadas como Reservas de Lucros
as:

a) Reserva de Reavaliação de Ativos Próprios e a Reserva Legal.

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b) Reserva para Contingências e a Reserva de incentivos Fiscais.


c) Reserva de Lucros para Expansão e a Reserva de Ágio na emissão de
Ações.
d) Reserva de Contingência e a Reserva de Reavaliação de Ativos de
Coligadas.
e) Reserva Especial de Ágio na Incorporação e a Reserva Legal.

Gabarito  B.

Existe um limite máximo para essas reservas, a saber:

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de


incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital
social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do
excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na
distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

A Lei 11.941/2009, art. 19, incluiu, entre as reservas acima, a reserva


específica de prêmio de debêntures.

Assim, gravemos:

Reserva de lucros < Capital social


Exceções: reserva de incentivos fiscais, reserva de contingência, lucros a realizar, prêmio
na emissão de debêntures.

Isso equivale a dizer:

Reserva legal + Reserva estatutária + Reserva de retenção de


lucros + Reserva especial para pagamento de dividendos < Capital
Social

Na verdade, podemos dizer que é menor ou igual, pois se for igual não há
ultrapassagem.

Para a sua prova, grave que os LEÕES têm que ser MENOR DO QUE
O CAPITAL SOCIAL!

L egal
E statutária
O rçamentária
Es pecial para dividendos não distribuídos

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Falemos agora sobre cada uma dessas reservas:

9.1 RESERVA LEGAL

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão


aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício


em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de
capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento)
do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e


somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
capital.

Esquematizemos:

Reserva legal  5% do LLE  Limitado a 20% do capital social.

Trata-se a reserva legal da única reserva de constituição obrigatória para a


empresa.

Vejam a sua finalidade: manter a integridade do capital social.

Limite! Mas, professores, por que há limitação, se a finalidade da reserva


legal é manter a integridade do capital social? Não é correto dizer que
quanto “mais reserva legal melhor”? A explicação é que não podemos
constituir reservas indefinidamente, a ponto de prejudicar os acionistas
minoritários, eis o motivo de a Lei 6.404/76 impor um limite.

Saber também da sua utilização é também extremamente importante para


concursos: somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou
aumentar o capital social.

Existe também um limite facultativo para a constituição da reserva legal,


qual seja, quando ela, somada às reservas de capital, atingir o montante
de 30% do capital social. Grave-se!

Mas no limite obrigatório, o montante da reserva legal está limitado a 20%


do capital social subscrito ou 20% do capital realizado?

9.2 CAPITAL SUBSCRITO OU REALIZADO PARA O LIMITE?

Atenção! Para o cálculo da reserva legal, as bancas consideram o


capital realizado, isto é capital social – capital social a integralizar.

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Reserva legal  Base de cálculo:

Capital social
(-) Capital a integralizar
Capital integralizado  Usar este valor!

Utilizar este valor para ambos os limites (obrigatório e facultativo).

9.3 RESERVA LEGAL X PREJUÍZO ACUMULADO

Por fim, falemos sobre um outro ponto importante, qual seja, a relação
entre a reserva legal e o prejuízo acumulado existente.

O IR, as participações e as reservas devem ser calculados sobre o lucro.


Mas, não há lucro se a empresa tem prejuízos acumulados.

Vamos imaginar uma empresa formada há 5 anos com capital, já


devidamente integralizado, de 100.000.000. Nos primeiros 4 anos,
acumulou prejuízos de 10.000.000. No último ano, apurou lucro de
3.000.000.

Se a empresa distribuir dividendos ou pagar participação com base no


resultado do último ano, sem descontar os prejuízos acumulados, ela não
estará distribuindo lucro; estará distribuindo capital. Isto leva a crer em
dissolução disfarçada da empresa.

Primeiro, ela deve gerar lucro suficiente para cobrir o prejuízo e recompor
o capital social. Só depois ela estará apresentando lucro, e aí poderá
atender seus compromissos com dividendos, participações, e reservas.

Vamos olhar o PL da empresa acima logo após apurar o lucro do exercício


de 3.000.000 (antes de IR e participações):

Capital social 100.000.000


Prejuízo acumulado (10.000.000)
Lucro do exercício 3.000.000
Total do Patrimônio Líquido 93.000.000

Os sócios investiram 100 milhões, e estão com 93 milhões. Como se pode


falar em lucro nesta situação? Os 3.000.000 do último exercício reduziram
o prejuízo dos acionistas. Mas não há lucro para ter participações, pelo
contrário, a empresa ainda apresenta um prejuízo acumulado de 7 milhões.

E quanto à reserva legal? Não poderíamos calcular 5% do lucro e constituir


reserva legal?

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Ainda não. A reserva legal destina-se a garantir a integridade do capital


social (tanto que só pode ser usada para cobrir prejuízos ou para ser
incorporada ao capital).

Assim, se há prejuízo, não há sentido em constituir a reserva legal.


O capital já está afetado, e a reserva legal, se houvesse, deveria ser usada
para compensar prejuízos.

Portanto, se há prejuízos acumulados, o lucro do exercício deve ser


destinado a cobrir o prejuízo, sem qualquer participação ou destinação.

Antes de qualquer
5% do lucro líquido
destinação

Obrig.: 20% do capital


social realizado
Limites
Reserva legal
Facult.: Res. Leg. + Res.
Cap. = 30% Cap. Soc.
Integridade do capital
social
Aumentar capital

Utilização

Compensar prejuízos

(CESPE/Contador/CADE/2014)

Capital social R$ 500.000


Reserva legal R$ 50.000
Reserva de alienação de bônus de subscrição R$ 110.000
Reserva para contingência R$ 55.000
Lucro líquido no encerramento do exercício R$ 400.000.

Considere que os dados acima se referem à composição do patrimônio


líquido de uma companhia, em 31/12/2013. Com base nesses dados, julgue
o próximo item, de acordo com a Lei n.º 6.404/1976.

A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal a partir do exercício


em vigor.

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Comentários:

O lucro líquido apurado foi de R$ 400.000,00, portanto, deve ser destinado


5% para reserva legal, ou seja, R$ 20.000,00. Essa é a regra.

Agora vamos ver os limites.

Limite obrigatório: 20% do capital social: 500.000 x 20% = 100.000,00

Este valor ainda não foi atingido, pois temos R$ 50.000,00 e constituiríamos
mais R$ 20.000,00.

Limite facultativo: 30 % x capital social = 150.000,00.

Reserva legal + Reserva de capital = 110.000,00 + 50.000,00 =


160.000,00.

Portanto, já alcançamos o limite facultativo e não mais é obrigatória a


constituição de reserva legal.

Gabarito  Correto.

9.4 RESERVAS ESTATUTÁRIAS

As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro líquido


da companhia. E devem estar previstas no estatuto. Segundo a LSA:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;


II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição;
III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Reservas estatutárias. Podem ser previstas no estatuto, se:


Indicar a sua finalidade
Fixar os critérios
Fixar a parcela a ser destinada
Estabelecer o limite máximo

(CONSULPLAN/Analista/TRF 2/2017) A empresa Nossa Ltda. encerrou


o exercício de 2016 com um lucro significante e destinará parte do lucro
para a reserva estatutária. Sobre esta reserva, a Lei nº 6.404/76 diz que o
estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I. Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade.


II. Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição.

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III. Estabeleça o limite máximo da reserva, que deve respeitar 1% do lucro


líquido apurado.

Considerando a Lei nº 6.404/76, estão corretas as afirmativas

a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

Comentários:

Não há esse limite de 1%, dito no item III. Portanto, apenas I e II estão
corretas.

Gabarito  B.

(CESPE/Analista/MPU/2015) Um dos requisitos para a criação de


reservas estatutárias é o estabelecimento de um limite máximo de valor.

Gabarito  Correto.

9.5 RESERVA DE CONTINGÊNCIAS

A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,


destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).

A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda


prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a
constituição da reserva (LSA, art. 195, §1º).

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões


que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda (LSA, art.
195, §2º).

O termo contingência, em contabilidade, quando usada sem nenhuma


qualificação (como ativa ou passiva), é usado para se referir a problema
previsto, sobre o qual existe dúvida acerca de sua ocorrência.

As reservas de contingências, especificamente, objetivam salvaguardar o


capital social, de modo que se posteriormente algo acontecer, decorrente
de perda julgada provável cujo valor possa ser estimado, a companhia
esteja preparada.

Exemplo extraído do Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI (pág.


350):

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Podem ser constituídas reservas de contingências para:

- Geadas ou secas, que podem atingir empresas


com plantações, criações ou estoques nessas
áreas, ou ainda as que dependem desses produtos
para suas operações, como no caso de empresas
comerciais ou industriais que utilizem tais
produtos como matérias-primas em seu processo
produtivo.

- Cheias, inundações e outros fenômenos naturais


que podem ocorrer ciclicamente nas áreas onde se
localizam estoques ou instalações da empresa,
gerando prejuízos efetivos por perdas de bens, por
paralisação temporária das operações.

Suponhamos que tal perda provável possa ser estimada em um montante


de R$ 100.000,00. A empresa, então, lançará:

D – Lucros acumulados 100.000,00


C – Reserva para contingências 100.000,00

Lucros acumulados (PL) Reservas para contingências (PL)


100.000,00 100.000,00

Se essa perda vier realmente ocorrer, havendo um prejuízo no exercício


subsequente no montante de R$ 100.000,00, o patrimônio líquido ficará da
seguinte forma:

Patrimônio Líquido

Capital Social 1.000.000,00


Reserva para contingências 100.000,00
Prejuízos acumulados (100.000,00)
Total 1.000.000,00

Veja que a reserva para contingências realmente salvou o nosso capital


social. Se não tivéssemos constituído a reserva a empresa ficaria com um
PL de 900.000,00 (1 milhão – 100.000). Entretanto, como houve a prudente
constituição, o capital social permanecerá intacto.

O lançamento de compensação da reserva com o Prejuízo é:

D –Reserva para contingências 100.000,00


C – Lucros/Prejuízos acumulados 100.000,00

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Prejuízos acumulados (PL) Reservas para contingências (PL)


100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00

Importante distinção é a que devemos fazer entre a reserva para


contingências da provisão para contingências.

Uma excelente explicação sobre a diferença está nesta nota explicativa da


CVM:

“Com o objetivo de dissipar eventuais dúvidas quanto à aplicabilidade da


constituição de reservas ou de provisão para contingências, estabelecemos
a seguir as características de cada uma. Os principais fundamentos para
constituição da reserva para contingência são:

a) Dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não


repetitivos) ainda não incorridos, mediante segregação de parcela de lucros
que seria distribuída como dividendo;
b) Ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em
exercício futuro, revertida para lucros acumulados, integrando a base de
cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de fato ocorrendo,
é registrada no resultado do exercício;
c) É uma conta integrante do patrimônio líquido, no grupamento de reserva
de lucros.
d) Representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida
da conta de lucros acumulados, por isso sua constituição não afeta o
resultado do exercício;

2. Quanto à provisão para contingências suas particularidades são:

a) tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato


gerador já ocorreu, mas não tendo havido, ainda, o correspondente
desembolso ou perda. Em atenção ao regime de competência, entretanto,
há necessidade de se efetuar o registro contábil;
b) representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de
perdas extraordinárias, despesas ou custos e sua constituição normalmente
influencia o resultado do exercício ou os custos de produção;
c) deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar,
afinal, lucro ou prejuízo no exercício;
d) visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não
há, em princípio, reversão dos valores registrados nessa provisão. A
pequena sobra ou insuficiência é decorrente do cálculo estimativo feito à
época da constituição;
e) não está sujeita à atualização monetária patrimonial (art. 185, LEI Nº
6.404/76) e sim à decorrente da natureza do evento que a originou;
f) finalmente, se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for
mensurável, há necessidade de uma nota explicativa esclarecendo o fato e
mencionando tais impossibilidades.”

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Reserva para contingência Provisões para contingências

Compensação de perda em exercício futuro Cobertura de perda em que já houve fato gerador

Segrega no PL parcela de lucros que poderia ir para Constituída independente do lucro ou prejuízo do
dividendos exercício
É revertida para lucros acumulados (ocorrendo ou
Não há reversão de valores, em regra.
não o evento), integrando BC dos dividendos
Conta do passivo e contrapartida em despesa no
Conta do PL, reserva de lucros. Não afeta resultado
resultado.
Exemplos: geadas, inundações, secas, empresas
Exemplos: indenizações contratuais, contingências
que operam com períodos altamente lucrativos e
fiscais, trabalhistas
depois com baixa lucratividade

(CESPE/Contador/FUB/2015) O tempo é um fator que diferencia


provisões para contingências de reservas para contingências: as primeiras
referem-se a eventos passados, e as últimas, a futuros.

Gabarito  Correto.

9.6 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS

Falemos um pouco sobre esta nova reserva...

Dissemos anteriormente que as doações e subvenções


governamentais, antes do advento das mudanças contábeis, eram
registradas à conta de reserva de capital. Pois bem, agora essas
doações são registradas como receita (lembrem-se de que as
receitas são contas de resultado).

Inobstante o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções


governamentais tenha deixado de figurar como reserva de capital, a
companhia poderá deliberar por formar com esse montante uma reserva de
lucro, chamada reserva de incentivos fiscais.

Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de


administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do
lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para
investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo
obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).

Assim, se o poder público faz uma doação de um terreno, no montante de


R$ 100.000,00, para a empresa Alfa, o lançamento para registro é o
seguinte:

D – Terrenos 100.000,00

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C - Outras Receitas – Doações do poder público 100.000,00

(*Lançamento somente para demonstração, pois vimos que é mais


complexo).

O resultado (confronto das receitas com as despesas) deve ser encerrado


ao fim do exercício. Como esse controle (das receitas e despesas) é feito
em uma demonstração separada do Balanço Patrimonial, demonstração
esta chamada Demonstração do Resultado do Exercício, devemos transferir
o valor do lucro ou prejuízo para o Balanço Patrimonial, no grupo Patrimônio
Líquido.

Supondo que tivemos um lucro de R$ 2.000.000,00. A transferência para o


Balanço Patrimonial se dá do seguinte modo...

D – Lucro Líquido do Exercício 2.000.000,00


C - Lucros/Prejuízos Acumulados 2.000.000,00

DRE Lucros acumulados


2.000.000,00 2.000.000,00 2.000.000,00

Ok? A transferência desta parcela para a reserva de incentivos fiscais se


dará do seguinte modo:

D – Lucros/Prejuízos Acumulados 100.000,00


C – Reserva de Incentivos Fiscais 100.000,00.

DRE Lucros acumulados


2.000.000,00 2.000.000,00 100.000,00 2.000.000,00

RIF (PL)
100.000,00

Vejam que o saldo do lucro no balanço será de 1,9 milhões, valor este que
terá outras destinações.

Mais um detalhe! A receita da subvenção deve ser apropriada ao resultado


de acordo com as despesas geradas.

Por exemplo, a empresa recebeu uma máquina do governo para utilizar em


sua produção. A receita deveria ser apropriada de acordo com a despesa de
depreciação da máquina.

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Se não houver condição e nem despesa relacionada, aí pode ir direto para


o Resultado.

Vamos falar agora de um ponto avançado.

Pode a reserva de incentivos fiscais ser utilizada para compensar


prejuízos? Vejamos!

A RIF pode ser utilizada para compensar prejuízos, mas com ressalvas. Não
há sentido em constar reservas de lucros no balanço patrimonial quando
temos prejuízos acumulados.

Então, a RIF pode ser utilizada para compensar prejuízos, desde que as
outras reservas já tenham sido utilizadas. Além disso, quando houver
lucro, a empresa deve recompor a reserva imediatamente.

Segundo a Lei 12.973/2014

Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou


redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão
de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não
serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja registrada
em reserva de lucros a que se refere o art. 195-A da Lei no 6.404, de 15
de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para: (Vigência)

I - Absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido


totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da
Reserva Legal; ou
II - Aumento do capital social.

§ 1o Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá recompor a


reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes.

§ 2o As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso


não seja observado o disposto no § 1o ou seja dada destinação diversa da
que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses de: (...)

Imagine que determinada empresa recebeu 100.000.000 de subvenção.


Contabilizou 100.000.000 para Reserva de Incentivos Fiscais - RIF. Ela pode
excluir da base de cálculo do IR! Posteriormente, teve 80.000.000 de
prejuízos acumulados. Supondo que não haja mais reservas. Vai poder
compensar esses 80 milhões com a RIF.

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Todavia, tem que reconstituir imediatamente, quando houver lucro. Por


quê? Senão, a reserva poderia ser utilizada a reserva como simples
subterfúgio para não pagar Imposto de Renda.

9.7 RESERVA DE LUCROS A REALIZAR

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos


termos do estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela
realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral poderá, por
proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de
reserva de lucros a realizar.

Funciona basicamente do seguinte modo! Sabemos que a empresa efetua


vendas à vista e vendas a prazo, não é mesmo? Várias receitas e várias
despesas não afetam o caixa. Todavia, o cálculo dos dividendos, via de
regra, é feita com base no lucro líquido, que leva por pressuposto o regime
de competência. Então, quando calculamos os dividendos, estamos
incluindo ali receitas à vista e receitas a prazo. Mas e se não entrar dinheiro
suficiente para pagar os dividendos? O que acontece?

A situação é a seguinte:

Valor descoberto (sem recursos


para pagar dividendos)
Dividendos obrigatórios
Receitas que ingressaram em
caixa

Então, se ela tem dividendos a pagar superiores às receitas que


ingressaram, significa que os valores em verde estarão, em tese,
descobertos. Não haverá recursos para pagamento deste montante.
Dizemos em tese, pois a empresa pode ter recurso suficiente em caixa.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de


lucros a realizar, mediante destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo
é evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, apesar
de reconhecida contabilmente, pela empresa.

Imagine-se, então, uma empresa que, em 2015, só tenha efetuado vendas


para recebimento em 2017. Seria justo, assim, que procedesse esta
empresa ao pagamento de dividendos (remuneração dos sócios) em 2016?
Talvez, não seria viável financeiramente, pois nada entrará no caixa desta
sociedade.

É este o intuito da reserva de lucros a realizar: evitar que a companhia


pague dividendos sobre receitas/lucros que ainda foram realizados,
que não entraram no caixa.

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Um aspecto deveras importante é anotar que a constituição desta reserva


é facultativa.

Assim, vamos exemplificar.

Uma empresa X tem a seguinte situação no exercício de 2015:

- Lucro total apurado: R$ 300.000,00. Dos quais:


- Lucro derivado das vendas de curto prazo (recebimento em 2016): R$
100.000,00
- Lucro derivado das vendas de longo prazo (recebimento em 2017 ou
posteriormente): R$ 200.000,00.
- Dividendos obrigatórios a pagar: R$ 150.000,00.

Neste caso, podemos considerar que os dividendos que teremos de pagar


aos sócios ao termo de 2016 são maiores do que o entrou no meu caixa
durante o exercício. Teríamos R$ 50.000,00 (150.000 – 100.000,00)
descobertos de recursos para pagamento deste dividendo.

Nesta hipótese, uma alternativa viável é constituir a reserva de lucros


chamada de reserva de lucros a realizar nesse valor (R$ 50.000,00) para
pagamento em 2017 ou quando houve o recebimento de lucros posteriores.

Explicando novamente! O lucro contábil apurado é de R$ 300.000,00, mas,


o Lucro Realizado é somente o de curto prazo: 100.000! R$ 200.000 não
foram realizados (lembrando que a realização está ligada ao ingresso em
caixa).

Como a obrigação de pagar dividendos é de R$ 150.000 e somente R$


100.000 foi realizado, a empresa pode constituir a Reserva de Lucros a
Realizar pela diferença.

E o que é considerado como lucro não realizado? Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório,


calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela
realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por
proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de
reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro


líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e


(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização
de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira

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ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei
nº 11.638,de 2007)

§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para


pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202,
serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada
exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)

São considerados lucros não realizados:

- Resultado positivo com equivalência patrimonial: a receita de


equivalência patrimonial não ingressa no caixa. Portanto, a sua
receita é considerada ganha, mas não realizada. Realização está
ligado à entrada de dinheiro em caixa.
- Lucro, rendimento, ganhos cuja realização financeira se dê no
longo prazo. Aqui é o caso das vendas de longo prazo.

Por fim, à medida que esses lucros estiverem sendo realizados, entrando
em caixa, deveremos acrescer o lucro agora realizado ao dividendo a pagar.
A reversão deve-se dar no primeiro dividendo declarado após a realização.

As reservas de lucros a realizar só podem ser utilizadas para dois fins:


pagamento de dividendos ou absorção de prejuízos! Gravem.

(CESPE/Analista/MPU/2015) Considerando as disposições aplicáveis ao


patrimônio líquido de companhias abertas, julgue o item subsequente.

A reserva de lucros a realizar pode ser utilizada para o pagamento do


dividendo obrigatório ou para aumentar o capital social, desde que seja
autorizado pelas assembleias das companhias.

Gabarito  Errado.

O lançamento para constituição da reserva é o seguinte:

D – Lucros acumulados XXXX


C – Reserva de Lucros a realizar XXXX

A doutrina majoritária (incluindo-se o FIPECAFI) entende que quando da


realização de lucros o lançamento é o seguinte:

D – Reserva de Lucros a realizar XXXX


C – Lucros acumulados XXXX

Sendo o dividendo destinado posteriormente pelo seguinte lançamento:

C – Dividendos a pagar (Passivo) XXXX


D – Lucros acumulados XXXX

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Ainda não entendeu? Confira este vídeo, no nosso canal do YouTube:


https://www.youtube.com/watch?v=65xNkScBZZ8

9.8 RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO


DISTRIBUÍDOS

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório,


em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto (...)

Portanto, a regra é a distribuição de dividendos ao final de cada exercício


social. Contudo, como todo negócio está sujeito a risco, pode acontecer de
a empresa possuir lucro, mas não possuir situação financeira ou patrimonial
que permita o pagamento de dividendos, como, por exemplo, quando a
empresa tem um volume extraordinário de empréstimos a serem quitados,
ou quando está em recuperação judicial ou extrajudicial. Tal situação está
prevista na Lei da SAs da seguinte forma:

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício


social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral
ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O
conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa
informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à
Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da
assembleia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à
assembleia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão


registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em
exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o
permitir a situação financeira da companhia.

É só isso! Esse montante não distribuído fica incorporado ao patrimônio


líquido em reserva especial, sendo pago quando a situação permitir. No
nosso exemplo, com a quitação do empréstimo ou com a extinção da
recuperação judicial ou extrajudicial.

Lançamento:

D – Lucros acumulados (PL) XXX,XX


C – Reserva de lucros – dividendos não distribuídos XXX,XX

9.9 RESERVA DE PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES

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O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de


capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser
apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão


da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada
Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as
condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000


debêntures, com resgate em 10 anos encontrando investidores que
pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

D - Caixa 15.000 (Ativo)


C - Debêntures a pagar 10.000,00
(PNC)
C - Reserva de capital (prêmio emissão de debêntures) 5.000,00 (PL)

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é


agora registrada da seguinte forma:

D - Caixa 15.000 (Ativo)


C - Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C - Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC - Receitas
diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos,


deveremos apropriar ao resultado R$ 500,00 por ano, através do seguinte
lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente - 500,00 (PNC - Receitas diferidas)


C - Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

Observação: usamos o método linear (juros simples) para fins didáticos. O


correto é usar o método exponencial (juros compostos).

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva


específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto
de Renda (Lei 11.941/09).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir


tal reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que


esse valor transitou pelo resultado do exercício.

Para finalizar, vejamos o art. 31 da lei 12.973/14:

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Prêmio na Emissão de Debêntures

Art. 31. O prêmio na emissão de debêntures não será computado na


determinação do lucro real, desde que

I - a titularidade da debênture não seja de sócio ou titular da pessoa jurídica


emitente; e
II - seja registrado em reserva de lucros específica, que somente poderá
ser utilizada para:
a) absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido
totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da
Reserva Legal; ou
b) aumento do capital social.

§ 1o Na hipótese da alínea “a” do inciso II do caput, a pessoa jurídica


deverá recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos
períodos subsequentes.

§ 2o O prêmio na emissão de debêntures de que trata o caput será


tributado caso não seja observado o disposto no § 1o ou seja dada
destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses
de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao
titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a
incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões
decorrentes do prêmio na emissão de debêntures;
II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do
capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da emissão das
debêntures, com posterior capitalização do valor do prêmio na emissão de
debêntures, hipótese em que a base para a incidência será o valor
restituído, limitada ao valor total das exclusões decorrentes de prêmio na
emissão de debêntures; ou
III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

§ 3o Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil


ou lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de prêmio na emissão
de debêntures e, nesse caso, não puder ser constituída como parcela de
lucros nos termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem
apurados lucros nos períodos subsequentes.
§ 4o A reserva de lucros específica a que se refere o inciso II do caput, para
fins do limite de que trata o art. 199 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, terá o mesmo tratamento dado à reserva de lucros prevista no art.
195-A da referida Lei.
§ 5o Para fins do disposto no inciso I do caput, serão considerados os sócios
com participação igual ou superior a 10% (dez por cento) do capital social
da pessoa jurídica emitente.

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9.10 RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCRO OU RESERVA


ORÇAMENTÁRIA OU RESERVA DE INVESTIMENTOS

Conforme a Lei 6.404/76:

Retenção de Lucros

Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da


administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista
em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a


justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as
fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter
a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo
maior, de projeto de investimento.
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária que
deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver
duração superior a um exercício social.

A finalidade dessa reserva é financiar projetos de investimentos, e não pode


afetar (diminuir) os dividendos obrigatórios. Mas, ao invés de distribuir todo
o lucro na forma de dividendos adicionais, a empresa pode constituir a
reserva de retenção de lucros.

Para isso, a empresa deve preparar um orçamento de capital, aprovado pela


Assembleia de acionistas, com todas as fontes e aplicações de capital, fixo
ou circulante.

O orçamento poderá ter prazo de até 5 exercício, salvo no caso de


execução, por prazo maior, de projeto de investimento.

Acabamos de falar, portanto, sobre as reservas de lucros.

10 DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS

Como já dissemos, os dividendos representam a remuneração do capital


dos sócios. Quando você emprega dinheiro em uma sociedade, espera
receber um retorno. E o principal recebimento dos sócios são os dividendos.

Os dividendos são pagos caso haja lucro. Mas qual o valor? Como funciona?

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

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Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório,


em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto (...)

Portanto, a regra é a distribuição de dividendos obrigatórios ao final


de cada exercício social, pelo lançamento seguinte:

D – Lucros acumulados (PL)


C – Dividendos a pagar (passivo)

O primeiro ponto a salientar é que o estatuto é livre para fixar o


percentual que pagará a título de dividendos obrigatórios. Vejam! Se
o estatuto falar que temos que aplicar 40% do lucro líquido, então temos
de tirar 40% do lucro líquido. Não fazemos qualquer ajuste. Se o estatuto
falar que é 80% do lucro ajustado, conforme a determinação lá constante,
então procederemos deste modo. O estatuto, desde que esteja nos ditames
legais, é soberano para fixar o quanto quiser.

Apenas nas hipóteses explicadas a seguir é que utilizamos o lucro ajustado.

Em uma sociedade por ações, geralmente temos dois tipos de acionistas:


ordinários (que têm direito a voto) e preferenciais (que, geralmente, abrem
mão do seu direito a voto em troca de pagamento de dividendos melhores).

E se o estatuto não fixar o percentual, não fixar base de cálculo, não falar
nada?

Pois bem, se o estatuto for omisso sobre o valor a ser pago a título de
dividendos, aplicamos a regra prevista no inciso I do artigo 202, que
propõe:

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório,


em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este
for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas:

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos


seguintes valores:

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e


b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art.
195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores;

Caso o estatuto seja OMISSO, temos de ajustar a base de acordo com o


exposto acima.

Base de cálculo ajustada: 50% x [Lucro líquido – Reserva legal – Reserva


para contingências + Reversão de reserva para contingências – Reserva
de incentivos fiscais (facultativo) – Reserva de prêmio na emissão de
debêntures (facultativo)].

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Contudo, caso venha a fixar depois, não poderá fazê-lo em menos de


25% do percentual do lucro líquido ajustado, mostrado acima.

Fica assim:

Dividendos
Estatuto expresso Fixa o quanto quiser
Lucro líquido do exercício
Estatuto omisso (base de - Reserva legal
cálculo): 50% do lucro líquido - Reserva para contingências
ajustado, que é encontrado + Reversão de reserva para contingências
da seguinte maneira - Reserva de incentivos fiscais (facultativo)
- Reserva emissão de debent. (facultativo)
Se fixar depois Mínimo 25% do valor do lucro ajustado acima

(FCC/Esp. Regulação/ARTESP/2017) A empresa Praia do Forte S.A.


obteve, em 2016, Lucro Líquido no montante de R$ 100.000,00. No início
de 2016, a empresa possuía Capital Social de R$ 800.000,00, Reserva Legal
de R$ 70.000,00, Reserva de Capital de R$ 75.000,00 e Reserva para
Contingências de R$ 100.000,00. Sabendo que o Estatuto Social da
empresa não define o percentual para pagamento de dividendos mínimos
obrigatórios e que a Assembleia Geral já tinha informado que reverteria o
saldo da Reserva de Contingência, o valor distribuído na forma de
dividendos mínimos obrigatórios, em 2016, foi, em reais,

(A) 23.750,00.
(B) 97.500,00.
(C) 50.000,00.
(D) 48.750,00.
(E) 47.500,00.

Comentários:

Dividendo Mínimo Obrigatório


Lucro líquido do exercício 100000
- Reserva legal (5% LL) -5000
+ Reversão de reserva para contingências 100000
TOTAL 195000
50% Lucro Ajustado 97500

Gabarito  B

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(FCC/Contabilidade/TRE SP/2017) A diretoria da empresa BMS Beer S.


A. está preocupada com a distribuição de dividendos. O Lucro Líquido da
empresa em 2016 foi R$ 200.000,00. No início de 2016, o Capital Social da
empresa era R$ 1.000.000,00, o saldo da Reserva Legal era R$ 150.000,00
e o saldo da Reserva Estatutária era R$ 100.000,00.

O Estatuto Social da empresa determina a seguinte destinação do lucro:

− Reserva Legal – de acordo com a Lei nº 6.404/76.


− Reserva Estatutária − 10% do lucro líquido.
− Dividendo Mínimo Obrigatório − 30% do lucro líquido.

Sabendo-se que, de acordo com o orçamento de capital aprovado em


assembleia, a empresa precisaria reter R$150.000,00 do lucro para realizar
os investimentos esperados, o valor retido como Reserva para Expansão e
o valor distribuído como Dividendo Mínimo Obrigatório foram,
respectivamente, em reais,

a) 110.000,00 e 60.000,00.
b) 113.000,00 e 57.000,00.
c) 150.000,00 e 20.000,00.
d) 113.000,00 e 60.000,00.
e) 110.000,00 e 57.000,00.

Comentários:

Questão com muitas informações, mas relativamente simples para resolver.


Vamos lá:
Limite da reserva legal Capital social x 20%
1.000.000 x 20% 200.000

Limite
Limite calculado 200.000
(-) Reserva já constituída -150.000
Máximo que pode constituir 50.000

Reserva legal Lucro x 5%


200.000 x 5%
10.000

Dividendos Lucro x 30%


200.000 x 30%
60.000

Reserva estatutária Lucro x 10%


200.000 x 10%
20.000

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Até agora temos:

Lucro líquido 200.000


- Reserva legal -10.000
- Reserva estatutária -20.000
- Dividendos obrigatórios -60.000
Saldo 110.000

A empresa gostaria de destinar $150.000 para Reserva para Expansão, mas


só sobrou $110.000.

Assim, irá destinar esse valor ($110.000) para Reserva para Expansão e
$60.000 para dividendos mínimos obrigatórios.

Gabarito  A.

11 DIVIDENDOS ADICIONAIS

Os dividendos mínimos obrigatórios devem figurar no passivo, na data do


balanço.

Quanto aos dividendos adicionais, serão contabilizados ou não, dependendo


da data em que forem declarados. Ou seja, se a empresa fechar as
demonstrações contábeis em 31.12.X1, e declarar dividendos adicionais em
janeiro ou fevereiro de X2, tais dividendos não serão contabilizados no
balanço de 31.12.X1. Serão apenas divulgados em Nota Explicativa.

Por outro lado, os dividendos adicionais que forem declarados pela


assembleia geral ou outro órgão competente antes da data base das
demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e,
portanto, devem figurar nas Demonstrações Contábeis da entidade.

A parcela do dividendo mínimo obrigatório, que se caracterize efetivamente


como uma obrigação legal, deve figurar no passivo da entidade. Mas a
parcela da proposta dos órgãos da administração à assembleia de sócios
que exceder a esse mínimo obrigatório deve ser mantida no patrimônio
líquido, em conta específica, do tipo “dividendo adicional proposto”, até a
deliberação definitiva que vier a ser tomada pelos sócios. Afinal, esse
dividendo adicional ao mínimo obrigatório não se caracteriza como
obrigação presente na data do balanço, já que a assembleia dos sócios ou
outro órgão competente poderá, não havendo qualquer restrição estatutária
ou contratual, deliberar ou não pelo seu pagamento ou por pagamento por
valor diferente do proposto.

Portanto, a contabilização dos dividendos fica assim:

TRATAMENTO DOS DIVIDENDOS

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1) Dividendos obrigatórios: ficam contabilizados no Passivo, na data do


fechamento das demonstrações contábeis.
2) Dividendos adicionais:
2.1) Declarados após o período contábil: Não são contabilizados, sendo
apenas divulgados em Nota Explicativa.
2.2) Declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até
a aprovação pela Assembléia, quando são transferidos para o Passivo.

12 ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL

Falaremos do adiantamento para aumento do capital social, que é o recurso


recebido pela empresa de seus sócios/acionistas para ser utilizado no
aumento do capital social.

Suponha que determinada empresa tenha recebido R$ 100.000,00 de


determinado sócio como adiantamento para um futuro ingresso na
sociedade.

Nesta hipótese, como fazer a classificação?! O lançamento é o seguinte:

D - Bancos 100.000 (Ativo)


C - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (Passivo)

Mas por que passivo? Não é um sócio que está integralizando capital
próprio?

Vejam, meus caros, que, na verdade, não está havendo integralização, mas
somente um adiantamento para uma FUTURA entrada do sócio, o que, de
fato, ainda não se concretizou.

Repito, classifica-se no passivo por se tratar de uma OBRIGAÇÃO da


empresa perante terceiros, haja vista que ainda não é integrante do quadro
societário.

Quando houver a formalização da entrada do sócio, lançaremos:

D - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (reduzindo o passivo)


C - Capital social 100.000 (patrimônio líquido)

É este o lançamento EM REGRA.

Digo em regra, porque esses adiantamentos também poderão ser


classificados no patrimônio líquido, numa única hipótese: quando os
recursos forem recebidos com cláusula de absoluta condição de
permanência na sociedade, não havendo, assim, por que considerá-los
como exigíveis. Nesta hipótese, o valor adiantado deve ser considerado
como destacado do capital social total da empresa.

Portanto, ficamos assim:

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ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL

Regra  passivo exigível


Exceção  quando não houver hipótese de restituição = PL

13 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

A conta lucros ou prejuízos acumulados é uma conta do PL.

A conta lucros acumulados não pode mais constar no Balanço


Patrimonial, quando do fechamento da demonstração. Não é mais
possível, com as mudanças recentes advindas na contabilidade, que a
empresa retenha lucros injustificadamente. Alguns autores afirmam,
erroneamente, que esta conta deixou de existir. Tal afirmação está
inconsistente, posto que a conta lucros acumulados pode ser utilizada
temporariamente (antes do fechamento do balanço), sendo que a partir
dela distribuímos os lucros do exercício as mais diversas finalidades. Sendo
uma conta de PL, o seu saldo é credor.

Ressalve-se, contudo, que a conta prejuízos acumulados diminui o PL,


tendo, assim, saldo devedor.

Portanto, gravem:

- A conta lucros acumulados é uma conta temporária do patrimônio líquido.


Ela recebe o resultado do exercício que não mais pode ficar ali retiro
injustificadamente.
- A conta prejuízos acumulados pode continuar a existir normalmente.

Anote-se, ainda, que, nos termos da Resolução 1.157/2009 do CFC:

115. A obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se


unicamente às sociedades por ações, e não às demais, e para os
balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro
de 2008. Assim, saldos nessa conta precisam ser totalmente destinados
por proposta da administração da companhia no pressuposto de sua
aprovação pela assembleia geral ordinária.

116. Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a
ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de
determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir
os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de
lucros.

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(FGV/Analista Contábil/DPE MT/2015) De acordo com a Lei nº


11.638/07, assinale a opção que indica a conta que não deve constar do
patrimônio líquido de uma empresa brasileira, constituída na forma de
sociedade por ações, na data do encerramento do exercício social.

a) Lucros Acumulados.
b) Prejuízos Acumulados.
c) Reservas de Capital.
d) Ações em tesouraria.
e) Provisão para Contingências.

Comentários:

O gabarito da banca foi a letra a. A letra e também estaria correta. Todavia,


a questão solicita o tratamento de acordo com a Lei 11.638/2007, que
acabou com a possibilidade de manutenção de lucros injustificadamente no
PL, por isso o gabarito assinalado pela FGV.

A provisão é uma conta do passivo, independentemente das mudanças


legislativas.

Gabarito  A.

É muito importante salientar também que há uma ordem na absorção de


prejuízos, caso existente. Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 189. Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obrigatoriamente


absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva
legal, nessa ordem.

Absorção do prejuízo

1o Lucros
acumulados

2o Reservas de lucros

3o Reserva legal

Podem ser utilizadas também as reservas de capital (facultativamente).

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14 CUSTO DAS TRANSAÇÕES

Aqui é crucial entender que o custo de transação deve ser


contabilizado ao longo do tempo. Antigamente, o custo de transação
ia diretamente para o resultado.

Assim, se uma empresa captasse 10.000 com custo de transação de 800


para pagar em 2 meses, com juros de 10% ao mês, a contabilização inicial
ficava assim:

(Observação: vamos usar juros simples, nesse exemplo, mas o correto é


usar juros compostos – método exponencial).

D – Caixa (ativo) 9200


D – Custos de transação (resultado) 800
C – Empréstimo a pagar 10.000

Essa é a contabilização anterior, que foi mudada.

Atualmente, os custos de transação devem ser apropriados pelo


tempo do empréstimo.

Dessa forma, ao invés de contabilizar 800 no resultado, vamos contabilizar


400 no primeiro mês e 400 no segundo mês.

Assim:

D – Caixa (ativo) 9200


D – Custos a amortizar (redutora do passivo) 800
C – Empréstimo a pagar 10.000

Depois de um mês, a empresa contabiliza metade dos custos para o


resultado:

D – Despesa financeira (resultado) 400


C - Custos a amortizar (redutora do passivo) 400

No segundo mês, a empresa contabiliza o restante:

D – Despesa financeira (resultado) 400


C - Custos a amortizar (redutora do passivo) 400

Portanto, os custos de transação vão para o resultado de forma proporcional


ao tempo do empréstimo, e não de imediato, como era antigamente.

Além dos custos, a empresa também deve contabilizar os juros mensais (no
nosso exemplo, de 1.000 por mês, ou seja, 10% do principal).

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E o que são custos de transação? Segundo o CPC 08:

Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente


atribuíveis às atividades necessárias exclusivamente à consecução das
transações citadas no item 2.

São, por natureza, gastos incrementais, já que não existiriam ou teriam


sido evitados se essas transações não ocorressem.

Exemplos de custos de transação são:

i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios;


ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados,
contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de
investimentos, corretores etc.);
iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-
shows);
iv) taxas e comissões;
v) custos de transferência;
vi) custos de registro etc.

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15 NOTAS EXPLICATIVAS

A seguir, um exemplo de notas explicativas das Lojas Americanas:

Fonte: http://ri.lasa.com.br/upload/2otrimestre/00002237.pdf

15.1 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO A LEI 6.404/76

Como já dissemos, o patrimônio societário sofre constante movimento, haja


vista que sofrem atos de gestão contínua. Esses acontecimentos podem ser
divididos basicamente em dois grandes grupos:

A) Atos contábeis.
B) Fatos contábeis.

Os atos contábeis são acontecimentos que ocorrem na entidade e não


provocam alterações do patrimônio, tais como admissão de empregados,
assinatura de um contrato de compra, venda, o aval de um título de crédito,
uma fiança prestada em favor de terceiros.

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Os atos relevantes que façam parte das atividades da empresa devem ser
apresentados em notas explicativas, como ordena a Lei 6.404/76:

Art. 176. (...) § 4º As demonstrações serão complementadas por notas


explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados
do exercício.

Art. 176. (...) § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009)

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações


financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas
para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no
Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das
demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma
apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do
ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247,
parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações
(art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou
contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a
longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela
Lei nº 11.941, de 2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no
exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e
os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Além das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial, DRE, DMPL,


DFC, DVA), são necessárias outras informações complementares para
enriquecer os relatórios e evitar que os mesmos se tornem enganosos.

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Essas informações são veiculadas para auxiliar o usuário das


Demonstrações Financeiras a entendê-las melhor. Visam apresentar
esclarecimentos aos usuários externos.

As explicações devem ser relevantes quantitativa e qualitativamente, e


podem estar na forma descritiva, na forma de quadros analíticos
suplementares ou em outras formas.

Normalmente, tais explicações são feitas através das Notas Explicativas,


que acompanham as Demonstrações Financeiras.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC – no


pronunciamento “Pronunciamento Conceitual Básico”, assim se
manifestou sobre as Notas Explicativas:

15.2 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO O CPC 00 – ESTRUTURA


CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE

Notas Explicativas e Demonstrações Suplementares

4.43. Um item que possui as características essenciais de elemento, mas


não atende aos critérios para reconhecimento pode, contudo, requerer sua
divulgação em notas explicativas, em material explicativo ou em quadros
suplementares. Isso é apropriado quando a divulgação do item for
considerada relevante para a avaliação da posição patrimonial e financeira,
do desempenho e das mutações na posição financeira da entidade por parte
dos usuários das demonstrações contábeis.

Portanto, as Notas Explicativas, quando bem elaboradas, constituem


informação essencial para o correto entendimento e utilização das
Demonstrações Financeiras.

15.3 NOTAS EXPLICATIVAS SEGUNDO O CPC 26 – APRESENTAÇÃO


DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

112. As notas explicativas devem:

(a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das


demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas de
acordo com os itens 117 a 124;
(b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos, Orientações e
Interpretações que não tenha sido apresentada nas demonstrações
contábeis; e
(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas
demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

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As notas devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de forma


sistemática. Cada item das demonstrações contábeis deve ter referência
cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas explicativas.

117. A entidade deve divulgar no resumo de políticas contábeis


significativas:

(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na elaboração das


demonstrações contábeis; e
(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a
compreensão das demonstrações contábeis.

É importante que os usuários estejam informados sobre a base ou bases de


mensuração utilizada(s) nas demonstrações contábeis (por exemplo, custo
histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor
recuperável) porque a base sobre a qual as demonstrações contábeis são
elaboradas afeta significativamente a análise dos usuários. Quando mais de
uma base de mensuração for utilizada nas demonstrações contábeis, por
exemplo, quando determinadas classes de ativos são reavaliadas (se
permitido legalmente), é suficiente divulgar uma indicação das categorias
de ativos e de passivos à qual cada base de mensuração foi aplicada.

Ao decidir se determinada política contábil deve ou não ser divulgada, a


administração deve considerar se sua divulgação proporcionará aos
usuários melhor compreensão da forma em que as transações, outros
eventos e condições estão refletidos no desempenho e na posição financeira
relatadas.

As entidades devem divulgar informações que permitam aos usuários das


demonstrações contábeis avaliar seus objetivos, políticas e processos de
gestão de capital.

A entidade deve divulgar nas notas explicativas informação acerca dos


principais pressupostos relativos ao futuro, e outras fontes principais da
incerteza das estimativas à data do balanço, que tenham risco significativo
de provocar modificação material nos valores contábeis de ativos e passivos
durante o próximo.

Com respeito a esses ativos e passivos, as notas explicativas devem incluir


detalhes informativos acerca:

(a) da sua natureza; e


(b) do seu valor contábil à data do balanço.

137. A entidade deve divulgar nas notas explicativas:

(a) o montante de dividendos propostos ou declarados antes da data em


que as demonstrações contábeis foram autorizadas para serem emitidas e
não reconhecido como uma distribuição aos proprietários durante o período

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abrangido pelas demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor por


ação ou equivalente;
(b) a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não
reconhecido.

138. A entidade deve divulgar, caso não for divulgado em outro local entre
as informações publicadas com as demonstrações contábeis, as seguintes
informações:
(a) o domicílio e a forma jurídica da entidade, o seu país de registro e o
endereço da sede registrada (ou o local principal dos negócios, se diferente
da sede registrada);
(b) a descrição da natureza das operações da entidade e das suas principais
atividades; e
(c) o nome da entidade controladora e a entidade controladora do grupo
em última instância.
(d) se uma entidade constituída por tempo determinado, informação a
respeito do tempo de duração.

16 PRINCIPAIS MUDANÇAS DAS LEIS 11.638/2007 E


11.941/2009:

Pessoal, um ponto que vez ou outro vem sendo explorado em provas de


concursos são as alterações promovidas pelas Leis 11.638/2007 e
11.941/2009. Infelizmente, é necessário decorar.

Lei 11.638/2007:

- Extinção da demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR).


- Inclusão da demonstração de fluxos de caixa (companhias abertas e
fechadas com PL maior ou superior a dois milhões).
- Inclusão da demonstração do valor adicionado para companhia abertas.
- O ativo, que antes era dividido em circulante, realizável a longo prazo e
permanente (investimento, imobilizado e diferido), passou a ser dividido
em circulante, realizável a longo prazo e permanente (investimento,
imobilizado, diferido e intangível).
- Permanecem no imobilizado somente os bens corpóreos. Os incorpóreos
vão para o intangível.
- Atenção: o diferido permaneceu vigente após a Lei 11.638/2007.
- Inclusão do teste de recuperabilidade para bens do ativo imobilizado,
intangível e diferido.
- Proibição da retenção injustificada de lucros acumulados. Somente pode
figurar, a partir de Lei 11.638 a existência no “balanço final” de prejuízos
acumulados. Não pode existir lucros acumulados (essa conta continua a
existir transitoriamente).
- Extinção das reservas de capital de doações e subvenções e prêmio na
emissão de debêntures.
- Extinção da reserva de reavaliação.
- Criação do ajuste de avaliação patrimonial.

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- Criação do ajuste a valor presente para ativos e passivos de longo prazo


(sempre) e de curto prazo (quando relevante).
- Aplicação de alguns conceitos da Lei 6.404/76 pra as sociedades de grande
porte (ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior
a 300 milhões).

Lei 11.941/2009:

- O ativo, que antes era dividido em circulante, realizável a longo prazo e


permanente (investimento, imobilizado, diferido e intangível), passou a ser
dividido em circulante e não circulante (realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível). O realizável a longo prazo foi para
dentro do não circulante.
- Extinção do diferido.
- O passivo que antes era classificado em circulante, exigível a longo prazo
e resultado de exercícios futuros, passou a ser classificado em circulante e
não circulante.
- O resultado de exercícios futuros foi extinto. As receitas diferidas (que
surgiram no lugar) foram para dentro do não circulante

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17 RESUMO – PASSIVO E PL

17.1 PASSIVO E RECEITA DIFERIDA

1) O passivo exigível basicamente pode ser dividido em passivo circulante


e não circulante. Exemplos: Impostos a pagar, provisão para contingências,
salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a recolher,
duplicatas a pagar, fornecedores, entre outros.

2) O grupo resultado de exercícios futuros – REF foi extinto com a edição


da MP 449 e Lei 11.941/2009. Em seu lugar, deve ser usada a conta receitas
diferidas, que fica no passivo não circulante. O saldo que porventura
existente no REF deve ser reclassificado para receita diferida. O exemplo
clássico explorado pelas bancas de resultado de exercícios futuros (agora
receita diferida, no passivo não circulante) são os aluguéis recebidos
antecipadamente. São diversas questões da banca que versam sobre este
tema.

3) Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior


que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por
base o prazo desse ciclo. O exercício social continua a ser de um ano.

17.2 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

4) Estrutura do PL:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI
11.941/09
Capital Social Capital Social
(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar
Reserva de Lucro Reserva de Lucro
Reserva de Capital Reserva de Capital
Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial
+ - Lucro ou Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado
(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

5) O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na


constituição da sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em
capital social e capital social a realizar.

6) Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser
tratados como despesas do período. Passam a figurar como redução do
valor obtido do capital social.

7) As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios


ou de terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam

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pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de


Patrimônio Líquido.

8) São reservas de capital:

Reservas de capital
Ágio na emissão de ações
Produto da alienação de partes beneficiárias
Produto da alienação de bônus de subscrição

9) Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e


11.941) as doações e subvenções para investimento e os prêmios na
emissão de debêntures não serão mais classificados como reservas de
capital, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo com
o Princípio da Competência.

10) Utilização das reservas de capital:

Utilização das reservas de capital


Absorção de prejuízos (não suportados por reservas de lucros e lucros
acumulados)
Resgate, reembolso, compra de ações
Resgate de partes beneficiárias
Incorporação ao capital social
Pagamento de dividendos a ações preferenciais, se for assegurado

11) Reserva de capital para alienação de partes beneficiárias:

Reserva de capital - Partes beneficiárias


Exclusiva para companhias fechadas
Estranhas ao capital social
Lucro eventual contra a companhia (menor que 10%)
Gera lançamento somente a alienação onerosa

12) Contabilização da subvenção de doação governamental

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Vai para o Cumpre a


Recebe o terreno
passivo condição

Vai para receita


Regime de Vai para receita
(proporção das
competência diferida
despesas)

Pode constituir
reserva de
incentivos fiscais

13) Ajuste de avaliação patrimonial. Antes das alterações da Lei das S.A,
havia no patrimônio líquido a conta reserva de reavaliação. Esta conta foi
suprimida, surgindo então o ajuste de avaliação patrimonial. Contudo, não
se trata de mera alteração de nome. A reavaliação que se aplicava aos
bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não realizada, a
bel-prazer dos acionistas, deixou de existir. Ademais, o ajuste de avaliação
patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir valores de ativos
e de passivos, enquanto que a reavaliação servia apenas para o aumento
de bens do permanente.

14) As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria


empresa e mantidas na tesouraria. A aquisição de ações de emissão própria
e sua alienação são também transações de capital da entidade com seus
sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade. A conta
“ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL).

- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa


reserva de capital, semelhante à reserva de prêmio na emissão de ações.
- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de
lastro para a aquisição das ações em tesouraria.

15) São reservas de lucros:

Reservas de lucros
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas para contingências
Reservas de incentivos fiscais
Reservas de retenção de lucros
Reserva de lucros a realizar
Reserva especial para dividendos obrigatórios não
distribuídos

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Reserva de prêmio na emissão de debêntures

16) Reserva legal:

Antes de qualquer
5% do lucro líquido
destinação

Obrig.: 20% do capital


social realizado
Limites
Reserva legal
Facult.: Res. Leg. + Res.
Cap. = 30% Cap. Soc.
Integridade do capital
social
Aumentar capital

Utilização

Compensar prejuízos

17) Reservas estatutárias:

Reservas estatutárias. Podem ser previstas no estatuto, se:


Indicar a sua finalidade
Fixar os critérios
Fixar a parcela a ser destinada
Estabelecer o limite máximo

18) Reserva de contingências: A assembleia-geral poderá, por proposta dos


órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de
reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição
do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser
estimado (LSA, art. 195).

19) Diferença: Reserva de contingências x Provisão para contingências

Reserva para contingência Provisões para contingências

Compensação de perda em exercício futuro Cobertura de perda em que já houve fato gerador
Segrega no PL parcela de lucros que poderia ir para Constituída independente do lucro ou prejuízo do
dividendos exercício
É revertida para lucros acumulados (ocorrendo ou
Não há reversão de valores, em regra.
não o evento), integrando BC dos dividendos
Conta do passivo e contrapartida em despesa no
Conta do PL, reserva de lucros. Não afeta resultado
resultado.
Exemplos: geadas, inundações, secas, empresas
Exemplos: indenizações contratuais, contingências
que operam com períodos altamente lucrativos e
fiscais, trabalhistas
depois com baixa lucratividade

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20) Reserva de lucros a realizar: No exercício em que o montante do


dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202 da
Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a
assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,
destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.
São considerados lucros não realizados:

- Resultado positivo com equivalência patrimonial.


- Lucro, rendimento, ganhos cuja realização financeira se dê no longo prazo

21) Regra para dividendos obrigatórios:

Dividendos
Estatuto expresso Fixa o quanto quiser
Lucro líquido do exercício
Estatuto omisso (base de - Reserva legal
cálculo): 50% do lucro líquido - Reserva para contingências
ajustado, que é encontrado + Reversão de reserva para contingências
da seguinte maneira - Reserva de incentivos fiscais (facultativo)
- Reserva emissão de debent. (facultativo)
Se fixar depois Mínimo 25% do valor do lucro ajustado acima

22) Dividendos adicionais:

Declarados após o período contábil: Não são contabilizados, sendo apenas


divulgados em Nota Explicativa.

Declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até a


aprovação pela Assembléia, quando são transferidos para o Passivo.

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18 MAPAS MENTAIS DESTA AULA

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19 QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/DPU/Contabilidade/2016) Em relação ao
reconhecimento e mensuração de ativos e passivos, de receitas e despesas,
e de ganhos e perdas, julgue o item subsequente.

Deve-se reconhecer um passivo caso haja uma obrigação futura da


entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação resultará na saída
de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

Comentários:

O CPC 00 define passivo como uma obrigação presente e não futura da


entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que
resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios
econômicos.

GabaritoErrado

2. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015)
Denominam-se passivos exigíveis, tanto as obrigações classificadas até o
término do exercício seguinte, quanto as que irão vencer após esse término.

Comentários:

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para


aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no
parágrafo único do art. 179 desta Lei.

Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para


contingências, salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR,
FGTS a recolher, duplicatas a pagar, fornecedores, entre outros.

GabaritoCerto

3. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) Um passivo


é uma obrigação presente advinda de eventos passados. Sua liquidação

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resulta, necessariamente, na saída de recursos financeiros capazes de gerar


benefícios econômicos.

Comentários:

De acordo com que está previsto no CPC 00, Passivo é uma obrigação
presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se
espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos.

A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização,


pela entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos a fim de
satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente
pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de:

a) pagamento em caixa;
b) transferência de outros ativos;
c) prestação de serviços;
d) substituição da obrigação por outra; ou
e) conversão da obrigação em item do patrimônio líquido.

Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela
renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditícios.

Assim sendo, não é necessariamente a saída de recursos financeiros que


irá promover a liquidação do Passivo.

GabaritoErrado

4. (CESPE/Auditor Governamental/CGE/PI/2015) A conta


“duplicatas descontadas” representa uma aplicação de recursos.

Comentários

Lembrando que o balanço patrimonial é composto por origens (passivo e


patrimônio líquido) e aplicações (ativo).

Como, com as mudanças contábeis, passa a viger os padrões


internacionais, podemos dizer que a conta duplicatas descontadas foi para
o passivo, configurando, assim, origem de recurso.

Item incorreto.

Gabarito  Errado.

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5. (CESPE/Telebrás/2013) As obrigações com prazo original de cinco


anos, cuja liquidação é prevista para seis meses após a data do balanço,
devem ser classificadas no passivo não circulante.

Comentários

Segundo o CPC 26 – Apresentação das demonstrações contábeis:

72. A entidade deve classificar os seus passivos financeiros como circulantes


quando a sua liquidação estiver prevista para o período de até doze meses
após a data do balanço, mesmo que:

(a) o prazo original para sua liquidação tenha sido por período superior a
doze meses; e
(b) um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamento
a longo prazo seja completado após a data do balanço e antes de as
demonstrações contábeis serem autorizadas para sua publicação.

Portanto, embora o prazo original seja de cinco anos, a liquidação vai se


dar no curto prazo, classificando-se, pois, como passivo circulante.

Gabarito  Errado.

6. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT/10/2013)
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos
passados, cuja liquidação resultará em saída de recursos da entidade.

Comentários

O passivo costuma ser definido como “as obrigações da empresa para com
terceiros”. O pronunciamento CPC 00 fornece a seguinte definição:

Conceito de passivo – CPC 00:

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos


já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

O erro da questão está, pois, em afirmar que a liquidação resultará em


saída de recursos da entidade que poderiam gerar benefícios futuros. O CPC
diz que se espera que resulte.

Imagine-se a seguinte situação. A empresa KLS tem uma dívida no valor


de R$ 2.000.000,00 com a Fazenda fluminense, decorrente de uma auto de
infração lavrado por auditor fiscal. Contudo, surpreende-se com a
publicação de uma lei mais benéfica e consegue reduzir a dívida para zero.

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O passivo restará liquidado. Contudo, não teremos neste hipótese a saída


de recursos que seriam capazes de gerar benefícios econômicos futuros.

Gabarito  Errado.

7. (CESPE/Analista/Contabilidade/TRE/PE/2017) O patrimônio
líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos. A respeito do patrimônio líquido e das contas que o
integram, assinale a opção correta.

a) Ações em tesouraria são contas redutoras de patrimônio líquido, por


representarem o prejuízo assumido pela entidade ao recomprar suas
próprias ações.
b) A conta denominada ajuste de avaliação patrimonial tem como função
apresentar as diferenças (positivas ou negativas) decorrentes da
reavaliação de ativos imobilizados, fixos ou instrumentos financeiros.
c) A reserva legal, constituída a partir da retenção de lucros anuais, poderá
ser utilizada para compensar a redução de lucros em períodos futuros, em
percentual previamente determinado em estatuto.
d) A diferença positiva entre o valor nominal de uma ação negociada em
bolsa e o valor pago pelo comprador configura a contabilização de uma
reserva de capital.
e) No patrimônio líquido, capital a subscrever e capital a integralizar são
contas sinônimas: ambas representam parcela do capital já subscrito e
ainda não transferido à entidade.

Comentários:

Analisando cada alternativa:

a) Ações em tesouraria são contas redutoras de patrimônio líquido, por


representarem o prejuízo assumido pela entidade ao recomprar
suas próprias ações. Errado, as ações em tesouraria são ações da
empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na tesouraria. A
aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também
transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não
devem afetar o resultado da entidade. A conta “ações em
tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL).

As ações ficam registradas em tesouraria pelo seu valor nominal e eventuais


perdas na operação serão lastreadas pelas reservas que deu origem à
operação.

b) A conta denominada ajuste de avaliação patrimonial tem como função


apresentar as diferenças (positivas ou negativas) decorrentes da
reavaliação de ativos imobilizados, fixos ou instrumentos
financeiros. Errado, antes das alterações da Lei das S.A, havia no

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patrimônio líquido a conta reserva de reavaliação. Esta conta foi


suprimida, surgindo então o ajuste de avaliação patrimonial. Contudo, não
se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que


poderia ser ou não realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para


aumentar como para reduzir valores de ativos e de passivos,
enquanto que a reavaliação servia apenas para o aumento de bens
do permanente.

A nova redação prescreve o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,


enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177.

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou
passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

A questão erra ao restringir a contabilização do Ajuste de Avaliação


Patrimonial somente para os ativos.

c) A reserva legal, constituída a partir da retenção de lucros anuais, poderá


ser utilizada para compensar a redução de lucros em períodos futuros,
em percentual previamente determinado em estatuto. Errado, a
assertiva apresenta alguns erros. Primeiro, a função da Reserva Legal não
é compensar reduções no lucro, mas prejuízos, conforme determina a LSA:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão


aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 2º A
reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e
somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
capital.

O outro erro é que é a lei 6404/76 que determina o percentual a ser


destinado para a Reserva Legal – 5% - e não o estatuto.

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d) A diferença positiva entre o valor nominal de uma ação negociada em


bolsa e o valor pago pelo comprador configura a contabilização de uma
reserva de capital. Correto, com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e
a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar
a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

e) No patrimônio líquido, capital a subscrever e capital a integralizar


são contas sinônimas: ambas representam parcela do capital já subscrito
e ainda não transferido à entidade. Errado, a conta capital a subscrever é
representa a parcela de capital que ainda não foi subscrita, mas o estatuto
da empresa prevê autorização prévia para aumento de capital sem reforma
estatutária.

Gabarito D

8. (CESPE/SEDF/Analista de Gestão Educacional/2017) A conta


de ajuste de avaliação patrimonial, integrante do patrimônio líquido,
representa a contrapartida de aumentos ou diminuições do valor de
elementos patrimoniais avaliados a valor justo, podendo ter partes de seu
valor transferidas diretamente para lucros ou prejuízos do exercício, quando
da baixa dos itens patrimoniais que lhe deram causa.

Comentários:

Vejamos o que diz o art.183 da LSA:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,


enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177

Como regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos


para o resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo
realizados, porém, alguns registros não irão transitar pelo resultado,
podendo ser transferidos diretamente para Lucros ou Prejuízos Acumulados.

GabaritoCorreto

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9. (CESPE/TCE-PA/ACE/Ciências Atuariais/2016) As reservas de


capital representam uma aplicação de recursos de caráter permanente.

Comentários:

Item errado, Reservas são valores que representam elementos patrimoniais


sem qualquer característica de exigibilidade atual ou futura. As reservas
de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de
terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam
pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de
Patrimônio Líquido.

Por serem contas de Patrimônio Líquido, as reservas representam ORIGENS


e não APLICAÇÕES de recursos.

Gabarito Errado

10. (CESPE/TCE-PA/ACE/Ciências Atuariais/2016) A conta


fornecedores apresenta saldo de natureza devedora e deve ser
classificada no passivo circulante, se o vencimento da obrigação ocorrer no
exercício social seguinte, ou no passivo não circulante, se o vencimento da
obrigação não ocorrer no exercício seguinte.

Comentários:

A conta fornecedores possui natureza CREDORA, isto é, seu saldo aumenta


a crédito e diminui a débito. Portanto, assertiva incorreta.

Por seu turno, passivo exigível basicamente pode ser dividido em


passivo circulante e não circulante. Segundo a Lei das Sociedades por
Ações:

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para


aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no
parágrafo único do art. 179 desta Lei.

GabaritoErrado

11. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) Julgue o


seguintes item, relativos à reavaliação de ativos.

Empresa que, no final de 2008, mantivesse saldo na conta reserva de


reavaliação poderia estorná-lo contra a conta lucros ou prejuízos
acumulados.

Comentários:

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Questão difícil! A Lei nº 11.638/07 apresentou duas alternativas para


tratamento dos saldos existentes nas Reservas de Reavaliação, conforme
seu art. 6º:

“Art. 6º Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser


mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício
social em que esta Lei entrar em vigor. ”

Isto é, as empresas puderam escolher, ao final do exercício social de 2008,


por estornar os saldos das Reservas de Reavaliação, ou por mantê los.

Se a opção foi pelo estorno, a baixa dos saldos da Reserva de Reavaliação


deve ter sido completa, isto é, todos os saldos oriundos do processo de
reavaliação devem ter sido baixados: deste modo, além da reserva
propriamente dita também deveriam ser baixados os valores acrescidos nos
respectivos ativos.

Nesse caso, a contabilização poderia ser:

D – Reserva de Reavaliação (Patrimônio Líquido)


C – Ativo (Valor Reavaliado).

Por seu turno, a outra opção foi manter os saldos existentes para que a
realização da reserva seja reconhecida à medida que os ativos reavaliados
forem sendo realizados mediante depreciações ou outras formas de redução
previstas, até sua extinção.

Nesse caso, o Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº


11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 determinou que a realização
da Reserva de Reavaliação deverá ser registrada contra a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados, não devendo ser imputada ao resultado do exercício.

A questão misturou as duas possibilidades, pois se a empresa optasse por


fazer o estorno da reserva, a contrapartida seria no item do Ativo
Reavaliado e não em Lucros ou Prejuízos Acumulados.

GabaritoErrado

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A tabela apresenta a composição do patrimônio líquido relativo ao ano de


2014 no balanço patrimonial da empresa Alfa. Ao final do ano de 2015, a
empresa apurou um lucro líquido de R$ 1.500.000. O saldo da reserva de
contingência não foi utilizado, tampouco foi constituída nova reserva. O
capital social não sofreu alterações.

A partir das informações apresentadas, julgue os itens subsequente.

12. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) A conta ajuste de


avaliação patrimonial, que figura no patrimônio líquido — lado credor do
balanço patrimonial —pode apresentar saldo credor ou devedor.

Comentários:

O ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como


para reduzir valores de ativos e de passivos, vejam:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,


enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177.

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou
passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

Por receberem contrapartidas ocorridas em ativos e passivos, essa conta


poderá apresentar saldo devedor ou credor no Balanço Patrimonial.

GabaritoCorreto.

13. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) Por determinação


legal, a empresa deverá constituir 5% do lucro líquido do período como
reserva legal e adicioná-los ao saldo já existente, o que totalizará R$
325.000.

Comentários:

Segundo a lei das S/As:

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Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão


aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício


em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de
capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento)
do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e


somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
capital.

Esquematizemos:

Reserva legal  5% do LLE  Limitado a 20% do capital social.

A princípio, o valor que deveria ser destinado à Reserva Legal é de: 5% de


1.500.000= 75.000. Porém, vamos analisar o limite de 20% do Capital
Social, conforme determinação da Lei 6404/76:

20% de Capital Social = 1.600.000 x 0,20 = R$ 320.000.

A empresa já possui saldo de R$ 250.000 de Reserva Legal; se destinar


mais R$ 75.000, ficará com saldo de R$ 325.000, o que ultrapassaria o
limite previsto pela norma.

Portanto, a empresa deverá destinar somente 320.000 – 250.000 = R$


70.000 para Reserva Legal e ficará com saldo de R$ 320.000

GabaritoErrado

14. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) De acordo com os


procedimentos contábeis, o saldo da reserva de contingência deverá ser
revertido na contabilização do lucro líquido ajustado, visto que essa reserva
não foi utilizada no decurso do exercício social.

Comentários:

A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,


destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).

A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda


prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a
constituição da reserva (LSA, art. 195, §1º).

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A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões


que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda (LSA, art.
195, §2º).

Além disso, de acordo com a lei 6404/76:

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório,


em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este
for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas:

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos


seguintes valores:

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e


b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art.
195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios
anteriores;

GabaritoCorreto.

15. (CESPE/DPU/Contabilidade/2016) Com base nas normas de


contabilidade aplicáveis às demonstrações financeiras, julgue o item
subsecutivo.

As ações em tesouraria representam as ações da companhia que são


adquiridas pela própria sociedade e devem ser registradas no patrimônio
líquido, em conta credora, de modo a aumentar, assim, o valor do capital
social.

Comentários:

Item errado! As ações em tesouraria são ações da empresa


adquiridas pela própria empresa e mantidas na tesouraria. A
aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também
transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não
devem afetar o resultado da entidade.

A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL),


portanto, possui natureza devedora.

GabaritoErrado

16. (CESPE/PC-PE/Perito Criminal/Contabilidade/2016) A


respeito das notas explicativas e das demonstrações contábeis, assinale a
opção correta.

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a) Os pressupostos relativos ao futuro, assim como outras fontes de


incertezas, por serem subjetivos, são objeto de relatório da administração
e não de notas explicativas.
b) Os objetivos, políticas e processos de gestão de capital, por serem
informações sensíveis e, muitas vezes, restritas ao corpo diretivo da
sociedade, são de divulgação facultativa em notas explicativas.
c) Os passivos contingentes e os compromissos contratuais não
reconhecidos são objeto de divulgação em notas explicativas.
d) As divulgações não financeiras, tais como políticas de gestão do risco
financeiro, não são objeto de notas explicativas, mas, sim, de relatório da
administração.
e) As bases de mensuração utilizadas nas demonstrações contábeis não são
objetos de notas explicativas.

Comentários:

a) Os pressupostos relativos ao futuro, assim como outras fontes de


incertezas, por serem subjetivos, são objeto de relatório da administração
e não de notas explicativas.

Item incorreto. Segundo o CPC 26:

125. A entidade deve divulgar, nas notas explicativas, informação acerca


dos pressupostos relativos ao futuro e outras fontes principais de incerteza
nas estimativas ao término do período de reporte que possuam risco
significativo de provocar ajuste material nos valores contábeis de ativos e
passivos ao longo do próximo exercício social.

Com respeito a esses ativos e passivos, as notas explicativas devem incluir


detalhes elucidativos acerca:

(a) da sua natureza; e


(b) do seu valor contábil ao término do período de reporte.

b) Os objetivos, políticas e processos de gestão de capital, por serem


informações sensíveis e, muitas vezes, restritas ao corpo diretivo da
sociedade, são de divulgação facultativa em notas explicativas. Errado,
segundo o item 134 do CPC 26:

A entidade deve divulgar informações que permitam aos usuários das


demonstrações contábeis avaliar seus objetivos, políticas e processos de
gestão de capital.

A divulgação não é facultativa, de acordo com o CPC 26.

c) Os passivos contingentes e os compromissos contratuais não


reconhecidos são objeto de divulgação em notas explicativas.

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A letra c é nosso gabarito. Segundo o CPC 26:

114. Exemplos de ordenação ou agrupamento sistemático das notas


explicativas incluem:

(iv) outras divulgações, incluindo:


(1) passivos contingentes (ver Pronunciamento Técnico CPC 25) e
compromissos contratuais não reconhecidos;
(2) divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e as políticas de
gestãodo risco financeiro da entidade (ver Pronunciamento Técnico CPC
40). (Alteradopela Revisão CPC 08)

134. A entidade deve divulgar informações que permitam aos usuários das
demonstrações contábeis avaliar seus objetivos, políticas e processos de
gestão de capital.

d) As divulgações não financeiras, tais como políticas de gestão do risco


financeiro, não são objeto de notas explicativas, mas, sim, de
relatório da administração. Errado, conforme determinação do CPC 26:

114. Exemplos de ordenação ou agrupamento sistemático das notas


explicativas incluem:

(iv) outras divulgações, incluindo:


(1) passivos contingentes (ver Pronunciamento Técnico CPC 25) e
compromissos contratuais não reconhecidos;
(2) divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e as políticas de
gestão do risco financeiro da entidade (ver Pronunciamento Técnico
CPC 40). (Alterado pela Revisão CPC 08)

e) As bases de mensuração utilizadas nas demonstrações contábeis não são


objetos de notas explicativas. Item incorreto. Segundo o CPC 26, as notas
devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de forma
sistemática. Cada item das demonstrações contábeis deve ter referência
cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas explicativas.

117. A entidade deve divulgar no resumo de políticas contábeis


significativas:

(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na elaboração das


demonstrações contábeis; e
(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a
compreensão das demonstrações contábeis.

É importante que os usuários estejam informados sobre a base ou bases de


mensuração utilizada(s) nas demonstrações contábeis (por exemplo, custo
histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor
recuperável) porque a base sobre a qual as demonstrações contábeis são

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elaboradas afeta significativamente a análise dos usuários. Quando mais de


uma base de mensuração for utilizada nas demonstrações contábeis, por
exemplo, quando determinadas classes de ativos são reavaliadas (se
permitido legalmente), é suficiente divulgar uma indicação das categorias
de ativos e de passivos à qual cada base de mensuração foi aplicada.

GabaritoC.

17. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) O


patrimônio líquido das sociedades anônimas de capital aberto divide-se em
capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados.

Comentários:

De acordo com o art.178, III, da Lei 6404/76, no patrimônio líquido temos


as seguintes contas: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

O erro da questão é apresentar a conta LUCROS acumulados! A conta


lucros acumulados não pode mais constar no Balanço Patrimonial,
quando do fechamento da demonstração. Não é mais possível, com as
mudanças recentes advindas na contabilidade, que a empresa retenha
lucros injustificadamente. Alguns autores afirmam, erroneamente, que esta
conta deixou de existir. Tal afirmação está inconsistente, posto que a conta
lucros acumulados pode ser utilizada temporariamente (antes do
fechamento do balanço), sendo que a partir dela distribuímos os lucros do
exercício as mais diversas finalidades. Sendo uma conta de PL, o seu saldo
é credor.

GabaritoErrado

18. (CESPE/STJ/Analista Judiciário/2015) Os dividendos


obrigatórios a distribuir que sejam incompatíveis com a situação financeira
da companhia e que atendam aos requisitos da legislação societária serão
reconhecidos em conta específica de reservas de lucros, no patrimônio
líquido.

Comentários:

A regra é a distribuição de dividendos ao final de cada exercício social.


Contudo, como todo negócio está sujeito a risco, pode acontecer de a
empresa possuir lucro, mas não possuir situação financeira ou patrimonial
que permita o pagamento de dividendos, como, por exemplo, quando a
empresa tem um volume extraordinário de empréstimos a serem quitados,
ou quando está em recuperação judicial ou extrajudicial. Tal situação está
prevista na Lei da SAs da seguinte forma:

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§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício


social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral
ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O
conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa
informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à
Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da
assembleia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à
assembleia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão


registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos
em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que
o permitir a situação financeira da companhia.

GabaritoCerto

19. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As notas


explicativas que contêm informações sobre a base para a elaboração das
demonstrações contábeis e as políticas contábeis específicas podem ser
apresentadas como seção separada das demonstrações contábeis.

Comentários:

Conforme previsão da Lei 6404/76:

Art. 176. (...) § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações


financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas
para negócios e eventos significativos;

GabaritoCerto

20. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015)


Considerando as disposições aplicáveis ao patrimônio líquido de companhias
abertas, julgue os itens subsequentes. A reserva legal objetiva assegurar a
integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar
prejuízos ou para aumentar o capital.

Comentários:

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão


aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

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§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício


em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de
capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento)
do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital


social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou
aumentar o capital.

GabaritoCerto

21. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As reservas


de capital podem ser utilizadas para a compra de ações de empresas
coligadas e controladas.

Comentários:

Sobre a utilização das reservas de capital...

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as


reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem
lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes


beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Utilização das reservas de capital


Absorção de prejuízos (não suportados por reservas de lucros e lucros
acumulados)
Resgate, reembolso, compra de ações
Resgate de partes beneficiárias
Incorporação ao capital social
Pagamento de dividendos a ações preferenciais, se for assegurado

A questão erra ao dizer que é permitido utilizar as reservas de capital para


adquirir ações de empresas coligadas e controladas.

GabaritoErrado

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22. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As reservas


para contingências são constituídas com a finalidade de compensar, em
exercício futuro, diminuições do lucro decorrentes de perdas consideradas,
pelas companhias, como de ocorrência remota.

Comentários:

A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,


destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
perda julgada provável cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).
Uma perda cuja ocorrência é considerada remota não enseja a constituição
da Reserva para Contingências.

GabaritoErrado

23. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) Um dos


requisitos para a criação de reservas estatutárias é o estabelecimento de
um limite máximo de valor.

Comentários:

As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro


líquido da companhia. E devem estar previstas no estatuto. Segundo a
LSA:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;


II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição;
III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Reservas estatutárias. Podem ser previstas no estatuto,


se:
Indicar a sua finalidade
Fixar os critérios
Fixar a parcela a ser destinada
Estabelecer o limite máximo

GabaritoCerto

24. (CESPE/Auditor Federal de Controle Externo/TCU/2015) O


lançamento contábil de conversão de debêntures em ações pelo mesmo
valor da emissão inicial não envolve contas de ativo.

Comentários

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Vamos resolver esta questão por meio de um exemplo. Uma companhia


emite debêntures conversíveis em ações no valor de R$ 100.000,00.

Lançamento:

D – Disponível (Ativo circulante) 100.000,00


C – Debêntures conversíveis em ações (Passivo) 100.000,00

Quando houver a conversão da debênture em ação, a dívida da sociedade


será extinta, aumentando o capital social. O lançamento é:

D – Debêntures conversíveis em ações (Passivo) 100.000,00


C – Capital social (PL) 100.000,00

Vejam que o lançamento da conversão não envolveu contas do ativo,


apenas do passivo e PL.

Gabarito  Correto.

25. (CESPE/Analista/MPU/2015) O capital social integralizado pelos


sócios deve ser discriminado, em uma única conta, pelo seu montante, sem
qualquer dedução.

Comentários

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

Gabarito  Errado.

26. (CESPE/Agende de Polícia Federal/2014) Se uma companhia


alienar partes beneficiárias ou bônus de subscrição, o produto da alienação
deverá ser registrado como reserva de capital.

Comentários

O item está correto. Segundo a Lei 6.404:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

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Gabarito  Correto.

27. (CESPE/Contador/SUFRAMA/2014) Acerca de demonstrações


contábeis e seus componentes, julgue o próximo item.

A parte do lucro que uma sociedade anônima não destinar ao pagamento


de dividendos deverá ser contabilizada como reservas de capital.

Comentários:

O CESPE adora trocar uma palavra nos enunciados. Como neste caso:

“A parte do lucro que uma sociedade anônima não destinar ao pagamento


de dividendos deverá ser contabilizada como reservas de LUCRO.”

Todo o lucro do exercício deve ser destinado: ou será usado para abater
prejuízos, ou para o pagamento de dividendos ou para a constituição de
reservas.

Mas são reservas de LUCRO, e não reservas de Capital.

Gabarito  Errado.

28. (CESPE/TRE-MS/Técnico Contabilidade/2013) As contas que


representam o capital próprio de uma entidade contábil incluem as contas

A) caixa e equivalentes de caixa; capital social; reserva legal; reserva para


contingência.
B) caixa; capital social; investimentos em coligadas; participações
permanentes.
C) capital social; reserva estatutária; reserva legal; reserva de lucro a
realizar.
D) banco - conta movimento; caixa; capital social; fundo de comércio.
E) banco - conta movimento; caixa e equivalentes de caixa; capital social;
reservas de lucros.

Comentários:

O Capital Próprio é o Patrimônio Líquido.

Vamos identificar os grupos a que pertencem as contas mencionadas, na


ordem em que aparecem:

Caixa e equivalente de caixa: Ativo Circulante


Capital Social: Patrimônio Líquido (PL)
Reserva Legal : Patrimônio Líquido (PL)
Reserva para contingência: Patrimônio Líquido (PL)

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Investimentos em coligadas: Ativo não circulante – Investimentos


Participações permanentes: Ativo não circulante – Investimentos
Reserva Estatutária: Patrimônio Líquido (PL)
Reserva de lucro a realizar: Patrimônio Líquido (PL)
Banco – conta movimento: Ativo Circulante
Fundo de Comércio (goodwill): Ativo Não Circulante – Investimento

Observação: no balanço consolidado, o fundo de comércio fica no Ativo


Intangível.

Gabarito  C

29. (CESPE/Analista Administrativo/ANP/2013) As doações e as


subvenções para incentivos fiscais recebidas por sociedades anônimas
devem ser registradas como reservas de capital no balanço patrimonial.

Comentários

Conforme dissemos, com as modificações recentes ocorridas na


contabilidade (Leis 11.638 e 11.941) as doações e subvenções para
investimento e os prêmios na emissão de debêntures não serão
mais classificados como reservas de capital, devendo ser registrados
como receitas do exercício, de acordo com o Princípio da Competência.

Gabarito  Errado

30. (CESPE/Analista Contabilidade/CAPES/2012) A conta ajustes


de avaliação patrimonial, que pode apresentar tanto saldo credor como
saldo devedor, faz parte do patrimônio líquido e tem a função de registrar
as alterações ocorridas nos valores de ativos e passivos sujeitos à avaliação
a valor justo e ainda não negociados.

Comentários

Conforme dissemos, a Lei das SAs prescreve que:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,


enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177.

Gabarito  Correto.

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31. (CESPE/Analista/Controle Interno/MPE/PI/2012) A forma de


contabilização da reserva de capital prêmio na emissão de debêntures foi
modificada.

Comentários

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de


capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser
apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência.

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma


alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos
bancários, para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as
ações, pois não são títulos de propriedade. Não se confundem também com
os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados
junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão


da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada
Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as
condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Assim, a contabilização da reserva de capital prêmio na emissão de


debêntures foi extinta, e não modificada.

Gabarito  Errado.

32. (CESPE/Contador/TRE/RJ/2012) Se determinada empresa fizer


uma chamada de capital e vender quinhentas novas ações mediante a
cobrança de um ágio de dez centavos de real em relação ao preço nominal
das ações anteriormente integralizadas, o ágio deverá ser integralizado
como receita não operacional.

Comentários

Ágio, em linguajar comum, é o valor cobrado a maior por algo. Nas


sociedades por ações o estatuto social deve definir o valor do capital social,
o número de ações em que o capital se divide e se elas terão ou não valor
nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido


pelo número de ações emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que


ultrapassar o valor nominal das ações por ele adquiridas. No caso de
emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações será o
valor da contribuição do subscritor que ultrapassar a importância destinada

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ao capital social. Na conta capital social, as ações só podem figurar por seu
valor nominal.

O excesso é levado a uma conta de reserva de capital, que recebe essa


denominação.

Gabarito  Errado.

33. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT/10/2013)

Com referência à demonstração hipotética dos lucros ou prejuízos


acumulados no período encerrado em 31/12/2012 (em R$) acima
apresentada, julgue os próximos itens de acordo com a legislação vigente.

A reversão da reserva de lucros a realizar poderia ser feita em contrapartida


à conta de capital social, sem transitar na conta de lucros ou prejuízos
acumulados e na base de cálculo de dividendos obrigatórios.

34. A reserva estatutária deve limitar-se a 10% do lucro líquido e deve


ter como finalidade única reter recursos para o financiamento do capital de
giro da empresa.

35. A reversão da reserva de contingências deve ser feita


obrigatoriamente a crédito de lucros acumulados.

36. A demonstração em apreço apresenta erro ao registrar distribuição


de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no período.

Comentários

A questão mostra a chamada demonstração dos lucros ou prejuízos


acumulados. Partimos do lucro que foi apurado na demonstração do
resultado do exercício e fazemos destinações diversas, tal como aumento
do capital social, constituição de reservas de lucros ou pagamento de
dividendos, que é a remuneração dos sócios.

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Vejam que no rol apresentado temos um lucro de R$ 120.000,00 havendo


distribuição pela composição de reservas e declaração de dividendos aos
sócios.

Há, também, a reversão de reserva de lucros a realizar, por conta da


realização financeira de lucros que deixaram de compor o valor a pagar para
dividendos em períodos passados.

Agora, comentemos as assertivas.

A reversão da reserva de lucros a realizar poderia ser feita em


contrapartida à conta de capital social, sem transitar na conta de
lucros ou prejuízos acumulados e na base de cálculo de dividendos
obrigatórios.

Dissemos que no exercício em que o montante do dividendo obrigatório,


calculado nos termos do estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar
a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral poderá,
por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição
de reserva de lucros a realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de


lucros a realizar, mediante destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo
é evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, apesar
de reconhecida contabilmente, pela empresa.

É este o intuito da reserva de lucros a realizar: evitar que a companhia


pague dividendos sobre receitas/lucros que ainda foram realizados, que não
entraram no caixa.

O lançamento para constituição da reserva é o seguinte:

D – Lucros acumulados
C – Reserva de Lucros a realizar

A doutrina majoritária (incluindo-se o FIPECAFI) entende que quando da


realização financeira dos lucros o lançamento é o seguinte:

D – Reserva de Lucros a realizar


C – Lucros acumulados

Sendo o dividendo destinado posteriormente pelo seguinte lançamento:

C – Dividendos a pagar (Passivo)


D – Lucros acumulados

Atenção: Os dividendos correspondem à remuneração dos sócios.

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O item, portanto, está incorreto. A reversão da reserva de lucros a realizar


deve ser feita para lucros acumulados (de onde veio) e, depois, compor a
base de cálculo para pagamento dos dividendos aos sócios.

Próxima!

A reserva estatutária deve limitar-se a 10% do lucro líquido e deve


ter como finalidade única reter recursos para o financiamento do
capital de giro da empresa.

As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro


líquido da companhia. E devem estar previstas no estatuto. Segundo a
LSA:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;


II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição;
III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Assim, vê-se que o limite e a finalidade para a reserva deve ser estabelecido
pelo estatuto.

A reversão da reserva de contingências deve ser feita


obrigatoriamente a crédito de lucros acumulados.

O lançamento para constituição da reserva de contingência é:

D – Lucros acumulados
C – Reserva para contingências

Se a reserva não for utilizada e a perda não ocorrer, devemos reverter a


reserva. O lançamento de compensação da reserva é:

D – Reserva para contingências


C – Lucros/Prejuízos acumulados

O item está, portanto, correto.

A demonstração em apreço apresenta erro ao registrar distribuição


de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no
período.

O item está incorreto. Inobstante tenhamos um lucro de R$ 120.000,00, há


uma reversão da reserva de lucros a realizar, o que integrará a distribuição
dos dividendos do exercício.

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Gabarito  Errado.
Gabarito  Errado.
Gabarito  Correto.
Gabarito  Errado.

37. (CESPE/Contador/TJ/AC/2012) O patrimônio líquido de


determinada sociedade empresária é constituído conforme tabela a seguir.

Nesse caso, se a sociedade obtiver lucro líquido no valor de R$ 40.000,00,


ela deverá contabilizar o valor de R$ 2.000,00 como reserva legal.

Comentários

Há dois limites para a Reserva Legal: o limite Obrigatório, de 20% do valor


do Capital Social Integralizado; e o Limite Facultativo, que estabelece que
a Reserva Legal poderá deixar de ser constituída quando o seu saldo,
somado às reservas de Capital, atingir 30% do Capital Social Integralizado.

A questão não menciona nada sobre Reservas de Capital. Assim, vamos


calcular apenas o limite obrigatório:

Limite obrigatório: R$ 400.000 x 20% - R$ 79.500,00 


R$ 80.000,00 – R$ 79.500,00 = R$ 500,00.

Com efeito, caso a sociedade obtenha lucro de R$ R$ 40.000,00, temos que


5% representam R$ 2.000,00.

Todavia, o limite para constituição será atingido se constituirmos R$


500,00.

Vamos explicar novamente!

A reserva legal tem um limite, a partir do qual não poderemos mais


constituí-la, qual seja, 20% do capital social realizado (capital social -
capital social a realizar). Portanto, como temos um capital social realizado
de R$ 400.000,00, só poderemos ter uma reserva legal máxima de 20%
disso, ou seja, R$ 80.000,00. Como já temos R$ 79.500,00 constituído, só
poderemos acrescer mais R$ 500,00 para que este limite seja atingido.

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Uma vez que o lucro foi R$ 40.000,00, teoricamente, se nenhum limite


existisse, constituiríamos R$ 2.000,00 (5%) de reserva legal. Mas como o
limite já foi atingido, faremos somente R$ 500,00.

Gabarito  Errado.

38. (CESPE/Contador/TJ/RR/2012) Em sociedade por ações, caso


haja lucro remanescente após a segregação para pagamentos dos
dividendos obrigatórios e após a destinação para as reservas de lucro, a
sociedade reterá esse lucro excedente como uma nova reserva.

Comentários

O item está incorreto. Caso haja lucro remanescente após o pagamento dos
dividendos obrigatórios e destinação para reservas, haverá distribuição
como dividendo adicional. Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 202. § 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197
deverão ser distribuídos como dividendos.

Gabarito  Errado.

39. (CESPE/Contador/TJ/RO/2012) Do lucro líquido do exercício, 5%


devem ser aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição
da reserva legal, que não deve exceder a 20% do patrimônio líquido.

Comentários

Segundo a LSA:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão


aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

Veja, pois, que o limite imposto é sobre o capital social e não sobre o
patrimônio líquido, como propôs a questão.

Gabarito  Errado.

40. (CESPE/TRE-MS/Técnico Contabilidade/2013) Balancete de


verificação, classificado por ordem crescente de saldos de contas.

Contas R$ Mil
Caixa e equivalente de caixa 23
Tributos a recuperar 30
Obrigações sociais e trabalhistas 31
Reserva de lucros 48

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CONTABILIDADE GERAL PARA TCM BA – AULA 04
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Intangível 52
Provisões para danos ambientais (longo prazo) 55
Obrigações fiscais 68
Empréstimos e financiamentos 83
Ativo realizável a logo prazo 95
Empréstimos e financiamentos (longo prazo) 144
Estoques 152
Fornecedores 157
Imobilizado 240
Clientes 468
Capital social 474

De acordo com os dados do balancete em apreço, os valores do ativo


circulante e do patrimônio líquido correspondem, respectivamente, a

A) R$ 673.000,00 e R$ 577.000,00.
B) R$ 768.000,00 e R$ 522.000,00.
C) R$ 768.000,00 e R$ 577.000,00.
D) R$ 643.000,00 e R$ 474.000,00.
E) R$ 673.000,00 e R$ 522.000,00.

Comentários:

A questão pede o valor do Ativo Circulante e do Patrimônio Líquido. A


maneira mais fácil de resolvê-la é abrir duas colunas e somar os dois
grupos:

Contas R$ mil AC PL
Caixa e equivalente de caixa 23 23
Tributos a recuperar 30 30
Obrigações sociais e trabalhistas 31
Reserva de lucros 48 48
Intangível 52
Provisões para danos ambientais (longo prazo) 55
Obrigações fiscais 68
Empréstimos e financiamentos 83
Ativo realizável a logo prazo 95
Empréstimos e financiamentos (longo prazo) 144
Estoques 152 152
Fornecedores 157
Imobilizado 240
Clientes 468 468
Capital social 474 474
TOTAL 673 522

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Gabarito  E

Abaixo, a classificação de todas as contas:

AÑ PÑ
Contas R$ mil AC C PC C PL
Caixa e equivalente de caixa 23 23
Tributos a recuperar 30 30
Obrigações sociais e trabalhistas 31 31
Reserva de lucros 48 48
Intangível 52 52
Provisões para danos ambientais
(longo prazo) 55 55
Obrigações fiscais 68 68
Empréstimos e financiamentos 83 83
Ativo realizável a logo prazo 95 95
Empréstimos e financiamentos (longo
prazo) 144 144
15
Estoques 152 2
Fornecedores 157 157
Imobilizado 240 240
46
Clientes 468 8
47
Capital social 474 4
67 52
TOTAL 3 387 339 199 2

Repare que o total do Ativo bate com o total do Passivo + PL:

Ativo = 673 + 387 = 1.060


Passivo + PL = 339 + 199 + 522 = 1.060

Gabarito  E

41. (CESPE/Analista Contábil/TRE/ES/2011) Suponha que, em


decorrência da aplicação do critério da avaliação a valor justo, tenha havido
aumento no valor de um bem do ativo. Nesse caso, a contrapartida desse
aumento será computada como reserva de reavaliação, um subgrupo do
patrimônio líquido.

Comentários:

Conforme a Lei das S.A.s, Art. 182:

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§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei

Ressaltamos que novas reavaliações de ativo estão proibidas no Brasil.


Quanto às que já existiam, no exercício de 2008 as empresas puderam
optar entre realizá-las integralmente ou permanecer com o prazo de
realização anterior.

Quanto ao Ajuste de Avaliação Patrimonial, aplica-se à variação de valor


dos instrumentos financeiros disponíveis para venda futura.

Gabarito  Errada.

42. (CESPE/ABIN/Contabilidade/2010/Adaptada) Em relação às


contas que são evidenciadas no balanço patrimonial, julgue os próximos
itens.

I - Depreciação acumulada, participações em outras empresas e perdas


estimadas para crédito de liquidação duvidosa são contas redutoras dos
elementos patrimoniais.
II - A reserva legal e a reserva estatutária compõem o patrimônio líquido,
e a reserva especial para dividendo obrigatório compõe o passivo exigível.
III - Participações em outras empresas, caixa e equivalentes de caixa e
imposto a recuperar são contas do ativo.

Está correto o que se afirma na(s) assertiva(s):

A) I
B) II
C) III
D) I e III
E) II e III

Comentários:

Vamos analisar as assertivas:

I) Errada. Participação em outras empresas não é conta redutora de


elementos patrimoniais. É conta do Ativo – Investimentos.
II) Errada. As três reservas ficam no Patrimônio Líquido.
III) Certa. As contas apresentadas são do ativo.

Gabarito  C

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43. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) A confusão


normalmente feita entre os termos capital e patrimônio é causada pelo fato
de, na contabilidade, o capital ser constituído pelo patrimônio líquido,
enquanto o patrimônio é formado pelo ativo total das entidades.

Comentários

O capital pode ser Capital Próprio (PL), Capital alheio ou de


terceiros(Passivo), Capital Aplicado (Ativo), e outros. (veja na página 42
outras definições).

O patrimônio pode ser líquido, quando representa a parcela dos recursos


aplicados na sociedade de origem dos sócios, ou patrimônio bruto, quando,
nesta hipótese, representará o total do ativo, ou seja, tanto os valores de
ingressos de sócios, como de terceiros.

Portanto, a assertiva está errada, pois não define exatamente a que está
se referindo.

Gabarito  Errada.

44. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) As empresas são livres


para estabelecer os critérios que desejarem para a determinação dos
dividendos a distribuir, contanto que respeitem os direitos dos acionistas.

Comentários

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 202. § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem


do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo,
desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os
acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da
maioria.

O gabarito da questão, portanto, é correto. Os direitos dos acionistas devem


ser respeitados. Contudo, a entidade é livre para fixar os critérios que lhe
aprouver.

Gabarito  Correto.

45. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) Na formalização do


aumento de capital de uma companhia, o adiantamento de capital
correspondente será baixado, mediante lançamento a débito, creditando-se
o capital social.

Comentários

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Falaremos do adiantamento para aumento do capital social, que é o recurso


recebido pela empresa de seus sócios/acionistas para ser utilizado no
aumento do capital social.

O lançamento é o seguinte:

D - Bancos 100.000 (Ativo)


C - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (Passivo)

Quando houver a formalização da entrada do sócio, lançaremos:

D - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (reduzindo o


passivo)
C - Capital social 100.000 (patrimônio
líquido)

Gabarito  Correto.

46. (CESPE/Analista Judiciário/TRE/MG/2010) Os saldos acima


constavam do balancete de encerramento de dezembro de 2008 da
Papelaria Central Ltda. Com base nessa situação hipotética e nos dados
apresentados, o valor total do ativo não-circulante e o do patrimônio líquido
dessa papelaria são, respectivamente, iguais a R$ 1.600,00 e R$ 4.050,00.

Comentários

Vamos montar o balanço patrimonial...

Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixas e bancos 1.600,00 Contas a pagar 950,00

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Mercadorias 1.250,00 Impostos a recolher 450,00


Créditos a receber 1.000,00 SUBTOTAL 1.400,00
SUBTOTAL 3.850,00 Patrimônio líquido
Não circulante Capital social 4.500,00
(-) Prejuízos acumulados
Instalações 2.000,00 (450,00)
(-) Depreciação de inst. (400)
SUBTOTAL 4.050,00
SUBTOTAL 1.600,00
TOTAL 5.450 TOTAL 5.450

Gabarito, portanto, correto.

Gabarito  Correto.

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20 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/DPU/Contabilidade/2016) Em relação ao reconhecimento e


mensuração de ativos e passivos, de receitas e despesas, e de ganhos e
perdas, julgue o item subsequente.

Deve-se reconhecer um passivo caso haja uma obrigação futura da


entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação resultará na saída
de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

2. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015)
Denominam-se passivos exigíveis, tanto as obrigações classificadas até o
término do exercício seguinte, quanto as que irão vencer após esse término.

3. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) Um passivo


é uma obrigação presente advinda de eventos passados. Sua liquidação
resulta, necessariamente, na saída de recursos financeiros capazes de gerar
benefícios econômicos.

4. (CESPE/Auditor Governamental/CGE/PI/2015) A conta


“duplicatas descontadas” representa uma aplicação de recursos.

5. (CESPE/Telebrás/2013) As obrigações com prazo original de cinco


anos, cuja liquidação é prevista para seis meses após a data do balanço,
devem ser classificadas no passivo não circulante.

6. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT10/2013)
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos
passados, cuja liquidação resultará em saída de recursos da entidade.

7. (CESPE/Analista/Contabilidade/TRE/PE/2017) O patrimônio
líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos. A respeito do patrimônio líquido e das contas que o
integram, assinale a opção correta.

a) Ações em tesouraria são contas redutoras de patrimônio líquido, por


representarem o prejuízo assumido pela entidade ao recomprar suas
próprias ações.
b) A conta denominada ajuste de avaliação patrimonial tem como função
apresentar as diferenças (positivas ou negativas) decorrentes da
reavaliação de ativos imobilizados, fixos ou instrumentos financeiros.
c) A reserva legal, constituída a partir da retenção de lucros anuais, poderá
ser utilizada para compensar a redução de lucros em períodos futuros, em
percentual previamente determinado em estatuto.

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d) A diferença positiva entre o valor nominal de uma ação negociada em


bolsa e o valor pago pelo comprador configura a contabilização de uma
reserva de capital.
e) No patrimônio líquido, capital a subscrever e capital a integralizar são
contas sinônimas: ambas representam parcela do capital já subscrito e
ainda não transferido à entidade.

8. (CESPE/SEDF/Analista de Gestão Educacional/2017) A conta


de ajuste de avaliação patrimonial, integrante do patrimônio líquido,
representa a contrapartida de aumentos ou diminuições do valor de
elementos patrimoniais avaliados a valor justo, podendo ter partes de seu
valor transferidas diretamente para lucros ou prejuízos do exercício, quando
da baixa dos itens patrimoniais que lhe deram causa.

9. (CESPE/TCE-PA/ACE/Ciências Atuariais/2016) As reservas de


capital representam uma aplicação de recursos de caráter permanente.

10. (CESPE/TCE-PA/ACE/Ciências Atuariais/2016) A conta


fornecedores apresenta saldo de natureza devedora e deve ser classificada
no passivo circulante, se o vencimento da obrigação ocorrer no exercício
social seguinte, ou no passivo não circulante, se o vencimento da obrigação
não ocorrer no exercício seguinte.

11. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) Julgue o


seguintes item, relativos à reavaliação de ativos.

Empresa que, no final de 2008, mantivesse saldo na conta reserva de


reavaliação poderia estorná-lo contra a conta lucros ou prejuízos
acumulados.

A tabela apresenta a composição do patrimônio líquido relativo ao ano de


2014 no balanço patrimonial da empresa Alfa. Ao final do ano de 2015, a
empresa apurou um lucro líquido de R$ 1.500.000. O saldo da reserva de
contingência não foi utilizado, tampouco foi constituída nova reserva. O
capital social não sofreu alterações.

A partir das informações apresentadas, julgue os itens subsequente.

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12. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) A conta ajuste de


avaliação patrimonial, que figura no patrimônio líquido — lado credor do
balanço patrimonial —pode apresentar saldo credor ou devedor.

13. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) Por determinação


legal, a empresa deverá constituir 5% do lucro líquido do período como
reserva legal e adicioná-los ao saldo já existente, o que totalizará R$
325.000.

14. (CESPE/FUNPRESP-EXE/Contabilidade/2016) De acordo com os


procedimentos contábeis, o saldo da reserva de contingência deverá ser
revertido na contabilização do lucro líquido ajustado, visto que essa reserva
não foi utilizada no decurso do exercício social.

15. (CESPE/DPU/Contabilidade/2016) Com base nas normas de


contabilidade aplicáveis às demonstrações financeiras, julgue o item
subsecutivo.

As ações em tesouraria representam as ações da companhia que são


adquiridas pela própria sociedade e devem ser registradas no patrimônio
líquido, em conta credora, de modo a aumentar, assim, o valor do capital
social.

16. (CESPE/PC-PE/Perito Criminal/Contabilidade/2016) A


respeito das notas explicativas e das demonstrações contábeis, assinale a
opção correta.

a) Os pressupostos relativos ao futuro, assim como outras fontes de


incertezas, por serem subjetivos, são objeto de relatório da administração
e não de notas explicativas.
b) Os objetivos, políticas e processos de gestão de capital, por serem
informações sensíveis e, muitas vezes, restritas ao corpo diretivo da
sociedade, são de divulgação facultativa em notas explicativas.
c) Os passivos contingentes e os compromissos contratuais não
reconhecidos são objeto de divulgação em notas explicativas.
d) As divulgações não financeiras, tais como políticas de gestão do risco
financeiro, não são objeto de notas explicativas, mas, sim, de relatório da
administração.
e) As bases de mensuração utilizadas nas demonstrações contábeis não são
objetos de notas explicativas.

17. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) O


patrimônio líquido das sociedades anônimas de capital aberto divide-se em
capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados.

18. (CESPE/STJ/Analista Judiciário/2015) Os dividendos


obrigatórios a distribuir que sejam incompatíveis com a situação financeira

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da companhia e que atendam aos requisitos da legislação societária serão


reconhecidos em conta específica de reservas de lucros, no patrimônio
líquido.

19. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As notas


explicativas que contêm informações sobre a base para a elaboração das
demonstrações contábeis e as políticas contábeis específicas podem ser
apresentadas como seção separada das demonstrações contábeis.

20. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015)


Considerando as disposições aplicáveis ao patrimônio líquido de companhias
abertas, julgue os itens subsequentes. A reserva legal objetiva assegurar a
integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar
prejuízos ou para aumentar o capital.

21. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As reservas


de capital podem ser utilizadas para a compra de ações de empresas
coligadas e controladas.

22. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) As reservas


para contingências são constituídas com a finalidade de compensar, em
exercício futuro, diminuições do lucro decorrentes de perdas consideradas,
pelas companhias, como de ocorrência remota.

23. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2015) Um dos


requisitos para a criação de reservas estatutárias é o estabelecimento de
um limite máximo de valor.

24. (CESPE/Auditor Federal de Controle Externo/TCU/2015) O


lançamento contábil de conversão de debêntures em ações pelo mesmo
valor da emissão inicial não envolve contas de ativo.

25. (CESPE/Analista/MPU/2015) O capital social integralizado pelos


sócios deve ser discriminado, em uma única conta, pelo seu montante, sem
qualquer dedução.

26. (CESPE/Agende de Polícia Federal/2014) Se uma companhia


alienar partes beneficiárias ou bônus de subscrição, o produto da alienação
deverá ser registrado como reserva de capital.

27. (CESPE/Contador/SUFRAMA/2014) Acerca de demonstrações


contábeis e seus componentes, julgue o próximo item.

A parte do lucro que uma sociedade anônima não destinar ao pagamento


de dividendos deverá ser contabilizada como reservas de capital.

28. (CESPE/TRE-MS/Técnico Contabilidade/2013) As contas que


representam o capital próprio de uma entidade contábil incluem as contas

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A) caixa e equivalentes de caixa; capital social; reserva legal; reserva para


contingência.
B) caixa; capital social; investimentos em coligadas; participações
permanentes.
C) capital social; reserva estatutária; reserva legal; reserva de lucro a
realizar.
D) banco - conta movimento; caixa; capital social; fundo de comércio.
E) banco - conta movimento; caixa e equivalentes de caixa; capital social;
reservas de lucros.

29. (CESPE/Analista Administrativo/ANP/2013) As doações e as


subvenções para incentivos fiscais recebidas por sociedades anônimas
devem ser registradas como reservas de capital no balanço patrimonial.

30. (CESPE/Analista Contabilidade/CAPES/2012) A conta ajustes


de avaliação patrimonial, que pode apresentar tanto saldo credor como
saldo devedor, faz parte do patrimônio líquido e tem a função de registrar
as alterações ocorridas nos valores de ativos e passivos sujeitos à avaliação
a valor justo e ainda não negociados.

31. (CESPE/Analista/Controle Interno/MPE/PI/2012) A forma de


contabilização da reserva de capital prêmio na emissão de debêntures foi
modificada.

Comentários

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de


capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser
apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência.

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma


alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos
bancários, para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as
ações, pois não são títulos de propriedade. Não se confundem também com
os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados
junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão


da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada
Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as
condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Assim, a contabilização da reserva de capital prêmio na emissão de


debêntures foi extinta, e não modificada.

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32. (CESPE/Contador/TRE/RJ/2012) Se determinada empresa fizer


uma chamada de capital e vender quinhentas novas ações mediante a
cobrança de um ágio de dez centavos de real em relação ao preço nominal
das ações anteriormente integralizadas, o ágio deverá ser integralizado
como receita não operacional.

33. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT/10/2013)

Com referência à demonstração hipotética dos lucros ou prejuízos


acumulados no período encerrado em 31/12/2012 (em R$) acima
apresentada, julgue os próximos itens de acordo com a legislação vigente.

A reversão da reserva de lucros a realizar poderia ser feita em contrapartida


à conta de capital social, sem transitar na conta de lucros ou prejuízos
acumulados e na base de cálculo de dividendos obrigatórios.

34. A reserva estatutária deve limitar-se a 10% do lucro líquido e deve


ter como finalidade única reter recursos para o financiamento do capital de
giro da empresa.

35. A reversão da reserva de contingências deve ser feita


obrigatoriamente a crédito de lucros acumulados.

36. A demonstração em apreço apresenta erro ao registrar distribuição


de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no período.

37. (CESPE/Contador/TJ/AC/2012) O patrimônio líquido de


determinada sociedade empresária é constituído conforme tabela a seguir.

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Nesse caso, se a sociedade obtiver lucro líquido no valor de R$ 40.000,00,


ela deverá contabilizar o valor de R$ 2.000,00 como reserva legal.

38. (CESPE/Contador/TJ/RR/2012) Em sociedade por ações, caso


haja lucro remanescente após a segregação para pagamentos dos
dividendos obrigatórios e após a destinação para as reservas de lucro, a
sociedade reterá esse lucro excedente como uma nova reserva.

39. (CESPE/Contador/TJ/RO/2012) Do lucro líquido do exercício, 5%


devem ser aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição
da reserva legal, que não deve exceder a 20% do patrimônio líquido.

40. (CESPE/TRE-MS/Técnico Contabilidade/2013) Balancete de


verificação, classificado por ordem crescente de saldos de contas.

Contas R$ Mil
Caixa e equivalente de caixa 23
Tributos a recuperar 30
Obrigações sociais e trabalhistas 31
Reserva de lucros 48
Intangível 52
Provisões para danos ambientais (longo prazo) 55
Obrigações fiscais 68
Empréstimos e financiamentos 83
Ativo realizável a logo prazo 95
Empréstimos e financiamentos (longo prazo) 144
Estoques 152
Fornecedores 157
Imobilizado 240
Clientes 468
Capital social 474

De acordo com os dados do balancete em apreço, os valores do ativo


circulante e do patrimônio líquido correspondem, respectivamente, a

A) R$ 673.000,00 e R$ 577.000,00.
B) R$ 768.000,00 e R$ 522.000,00.
C) R$ 768.000,00 e R$ 577.000,00.
D) R$ 643.000,00 e R$ 474.000,00.
E) R$ 673.000,00 e R$ 522.000,00.

41. (CESPE/Analista Contábil/TRE/ES/2011) Suponha que, em


decorrência da aplicação do critério da avaliação a valor justo, tenha havido
aumento no valor de um bem do ativo. Nesse caso, a contrapartida desse
aumento será computada como reserva de reavaliação, um subgrupo do
patrimônio líquido.

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42. (CESPE/ABIN/Contabilidade/2010/Adaptada) Em relação às


contas que são evidenciadas no balanço patrimonial, julgue os próximos
itens.

I - Depreciação acumulada, participações em outras empresas e perdas


estimadas para crédito de liquidação duvidosa são contas redutoras dos
elementos patrimoniais.
II - A reserva legal e a reserva estatutária compõem o patrimônio líquido,
e a reserva especial para dividendo obrigatório compõe o passivo exigível.
III - Participações em outras empresas, caixa e equivalentes de caixa e
imposto a recuperar são contas do ativo.

Está correto o que se afirma na(s) assertiva(s):

A) I
B) II
C) III
D) I e III
E) II e III

43. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) A confusão


normalmente feita entre os termos capital e patrimônio é causada pelo fato
de, na contabilidade, o capital ser constituído pelo patrimônio líquido,
enquanto o patrimônio é formado pelo ativo total das entidades.

44. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) As empresas são livres


para estabelecer os critérios que desejarem para a determinação dos
dividendos a distribuir, contanto que respeitem os direitos dos acionistas.

45. (CESPE/Analista Judiciário/TJ ES/2011) Na formalização do


aumento de capital de uma companhia, o adiantamento de capital
correspondente será baixado, mediante lançamento a débito, creditando-se
o capital social.

46. (CESPE/Analista Judiciário/TRE/MG/2010) Os saldos acima


constavam do balancete de encerramento de dezembro de 2008 da

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CONTABILIDADE GERAL PARA TCM BA – AULA 04
PROF. GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO

Papelaria Central Ltda. Com base nessa situação hipotética e nos dados
apresentados, o valor total do ativo não-circulante e o do patrimônio líquido
dessa papelaria são, respectivamente, iguais a R$ 1.600,00 e R$ 4.050,00.

21 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

Questão Gabarito Questão Gabarito Questão Gabarito


1 E 16 C 31 E
2 C 17 E 32 E
3 E 18 C 33 E
4 E 19 C 34 E
5 E 20 C 35 C
6 E 21 E 36 E
7 D 22 E 37 E
8 C 23 C 38 E
9 E 24 C 39 E
10 E 25 E 40 E
11 E 26 C 41 E
12 C 27 E 42 C
13 E 28 C 43 E
14 C 29 E 44 C
15 E 30 C 45 C
46 C

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