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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Processo
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PROCESSO

A jurisdição é inerte, é provocada por meio do direito de ação. Esse direito de


ação, uma vez concretizado, torna-se um processo.
Da mesma forma que na parte de ação foram estudadas teorias relacionadas
ao direito de ação (teoria abstrata, teoria concreta, teoria civilista, teoria eclética,
teoria da ascensão), aqui será iniciada a análise do processo por meio de teorias
explicativas.

As três primeiras teorias estão totalmente superadas. Na teoria da ação,


havia a teoria civilista (imanentista), que estabelecia que o direito de ação é o
direito material. Essa teoria, por equiparar o direito de ação ao direito material,
justificaria o processo como um simples procedimento: era um mero procedi-
mento para poder alcançar o exercício efetivo e pleno do direito da ação. Essa
teoria é ultrapassada porque, hoje, existe uma plena independência e autono-
mia da relação processual.
O exercício do direito de ação é um exercício autônomo, mas não é incondi-
cional, está sujeito ao preenchimento dos requisitos para o pleno exercício do
direito de ação.
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A relação jurídica processual (autor/réu, Estado/juiz) tem uma independência,


sendo necessária, dentro do processo, a separação do direito material.
Essa primeira teoria do processo como um mero procedimento era uma teoria
muito ligada à teoria civilista porque não tinha uma independência; aliás, o direito
material e o direito de ação eram a mesma coisa.
Com a obra de Oskar von Bullow, Teoria dos Pressupostos Processuais e
das Exceções Dilatórias, foi atribuída uma autonomia na relação processual. É o
marco inicial do processo como uma ciência separada.
Essa teoria retira o processo do campo privado e alcança um âmbito publi-
cista: as regras processuais (o processo) são vistas em relação ao Estado/juiz.
A relação jurídica material é distinta da relação processual. A relação de direito
material é o objeto do processo; a relação de direito processual é a estrutura por
meio da qual a discussão do direito material ocorrerá.
O processo da situação jurídica na ótica de Goldschmidt transforma o direito
objetivo, estático, em chances de reconhecimento do direito (sentença favorável).
A partir da obra de von Bullow, marco inicial da discussão da relação jurídica
processual, surge o aprimoramento de modo que, hoje, observa-se que o pro-
cesso é animado por uma relação jurídica em contraditório: há uma relação jurí-
dica separada da relação de direito material. Esta é uma relação dentro do pro-
cesso, mas que, dentro desse processo, dentro dessa relação jurídica, o direito
discutido é o direito material que acaba sendo o objeto na relação jurídica.
O contraditório, hoje, com o Código de Processo Civil de 2015, passou por
inúmeras alterações, inúmeras colocações, por novas roupagens.
O processo é uma relação jurídica animada pelo contraditório. De um lado, há
o direito material; de outro, a relação processual.
O processo deve ser entendido como uma relação jurídica em contraditório:
PROCEDIMENTO + RELAÇÃO JURÍDICA + CONTRADITÓRIO.
O procedimento é uma concatenação de atos. O processo desenvolve-se em
procedimento, ele segue um procedimento que é a sequência de atos. O pro-
cesso é instrumento da jurisdição.
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Procedimento Sucessão de atos interligados de maneira lógica e sequencial visando à obtenção de um objetivo final.

abstrato
Processo Conhecimento: crise de certeza
instrumento
Execução: crise de inadimplemento
da jurisdição

o direito já está confirmado:


atos o direito já é o certo

documento
=
procedimento título executivo (lei)

Dentro do processo civil, o processo pode ser dividido em duas espécies:


• Conhecimento ou processo cognitivo.
• Execução.
As demandas são acionadas por necessidades que têm muito a ver com
crises. Ao ingressar com uma ação, a pessoa está em crise e, a depender da
crise, é atribuída a modalidade de processo.
No processo de conhecimento, ainda não existe a certeza do direito, é neces-
sária uma decisão judicial que dê essa certeza. Na execução, a crise é de mero
inadimplemento, ou seja, já existe o direito, o direito já está confirmado, o direito
já é certo. A certeza desse direito ocorre quando há um documento e o nome
desse documento que confere a certeza é título executivo (a lei determina quais
são esses documentos).
O processo tem início e fim. Dentro do processo, é seguida uma sequência
com começo e final: essa sequência é recheada por atos, há vários atos ao longo
do processo. A sequência desses atos é denominada procedimento.
O processo é algo totalmente abstrato, não há como “pegar” o processo
porque o processo é algo abstrato, o processo é o instrumento da jurisdição. O
que se pega são os autos do processo, os atos processuais corporificados em
folhas ou de forma eletrônica. Dentro desse processo, há o procedimento, que é
as sequências de atos processuais.
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O processo cautelar existia no CPC de 1973 e não há mais referência a ele


no CPC 2015. Isso não significa que medidas cautelares não existam e possuam
previsão no artigo 294 no CPC. As medidas cautelares, hoje, não necessitam
mais de um processo cautelar para que sejam concedidos: podem ser concedi-
das dentro do próprio processo de conhecimento ou de execução.
O procedimento vai depender do modelo processual – os procedimentos dife-
rentes que existem hoje no Código de Processo Civil e se adequam conforme for
a necessidade do direito material discutido em cada caso.
Há um procedimento comum e vários procedimentos especiais para cada caso.

Proced. Comum: art 319 e ss CPC


Processo residual
Conhecimento
Proced. Especiais: especial direito material

título judicial cumprimento de sentença


Processo
Execução
título extrajudicial ação de execução

O processo de conhecimento pode seguir dois modelos de procedimento tal


e qual o processo de execução.
No conhecimento, há o procedimento comum e os procedimentos especiais.
O procedimento comum, no código anterior, era chamado de ordinário e sumá-
rio; hoje, já não há mais essa diferença, há um procedimento comum. Existe uma
gama de situações no campo do direito material, inúmeras situações, algumas
delas tão peculiares que não têm como se encaixar num procedimento comum.
Quando esses casos são muito peculiares, aplicam-se procedimentos especiais
no CPC.
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O que são procedimentos especiais?

São situações em que o direito material demanda uma peculiaridade especí-


fica e o processo deve cuidar; por exemplo, ação monitória, ação de consignação
em pagamento, ações possessórias, prestação de contas, inventário e partilhas.
Para os casos que não são específicos, no processo de conhecimento utiliza-
-se o procedimento comum, o grande procedimento que tem início no artigo 319
e vai até o artigo 501.
O procedimento comum é totalmente residual para tudo o que não se encaixar
nos procedimentos especiais, em virtude das peculiaridades do direito material.
A execução acontece sempre que houver um título executivo. Se o título for judi-
cial, o modelo a seguir é chamado de cumprimento de sentença, é uma fase de
um processo dividido em dois momentos: fase de conhecimento e fase de cum-
primento de sentença.
No título extrajudicial, há uma ação de execução que tem início com uma
petição inicial e segue rumo às providências relacionadas dentro do processo
executivo, que é a satisfação do crédito.
Basicamente, esses processos, em sentido amplo, são direcionados em pro-
cedimentos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material. ANOTAÇÕES

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