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Caraterísticas da Dúvida
Metódica;
Provisória;
Universal
Hiperbólica;
Radical.
A intuição do Eu é racional e é existencial. «Por intuição entendo o conceito que a inteligência pura e atenta forma com tanta
facilidade e distinção que não resta absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que compreendemos.
Sei que sou uma substância pensante mas não posso estar certo da existência do meu corpo ou do mundo que lhe
é exterior (o primeiro e segundo nível da dúvida ainda permanece). Assim, a existência de mim enquanto ser pensante é
totalmente distinta do meu corpo. (Distinção Alma-Corpo. Dualismo antropológico)
- Ultrapassar o solipsismo
«Sou um ser imperfeito, uma vez que apesar de ter descoberto que existo como substância pensante e que a alma
é diferente do corpo, ainda duvido de muitas coisas e duvidar é um sinal de imperfeição, de não ter certezas, de
ser limitado em termos de conhecimento.» A ideia clara e distinta de um Ser Perfeito existe no Pensamento.
Qual é a sua causa? O ser pensante imperfeito? Uma realidade distinta deste?
Argumentos a priori da existência de Deus:
2º Argumento de Causalidade: O ser pensante imperfeito não pode ser a origem da ideia clara e
distinta de Ser Perfeito (Ideia de Deus) porque, se o fosse, seria a causa dos predicados, das
perfeições que constituem a Ideia de Deus, logo, teria de ser Perfeito, o que não acontece. Deus é a
causa da Ideia clara e distinta de Perfeição.
2º A existência de Deus, a priori, Ideia clara e distinta, logo evidente e necessária, independentemente da
experiência;
Conclui-se que:
1º Se o Ser Perfeito existe o Génio Maligno não pode existir, pois enganar é sinal de fraqueza, logo, uma
imperfeição («E embora poder enganar pareça ser uma certa prova de subtileza de espírito ou poder, querer
enganar atesta, sem dúvida nenhuma, malícia ou fraqueza de espírito, o que, por isso, não é próprio de Deus.»)
2º Deus é garantia de que aquilo que conhecemos clara e distintamente, logo, evidentemente, e, portanto,
necessariamente verdade. É o fundamento metafísico do critério de evidência, isto é, de que a Razão conhece
verdadeiramente se, e só se, a usarmos corretamente, ou seja, que só façamos juízos sobre o que conhecemos
clara e distintamente. Sendo o nosso entendimento limitado, pode ultrapassar o seu limite por ação da vontade
que, em si mesma mais dificilmente reconhece os seus limites, dando origem ao erro e ao engano;
3º Deus é a garantia da objetividade das Verdades sobre o Mundo Físico, pois é a garantia de que o que é verdade
hoje seja verdade firme e segura devido à veracidade e à imutabilidade de Deus;
4º Na “árvore do Saber” a Metafísica é a “Ciência Fundamental” pois descobre Deus como Ser Perfeito, realidade
metafísica que tudo criou e que justifica e fundamenta a verdade da nossa crença de que o que conhecemos
muito clara e distintamente é verdade evidente e, por isso, necessária, isto é, universal e definitiva.
Crítica a Descartes
Descartes usa o critério de evidência para provar a existência de Deus e usa a Ideia de Deus para provar a verdade
do critério de evidência, ou seja, prova-se a existência de Deus com a ideia de que é verdade tudo o que
concebemos muito clara e distintamente e fundamenta-se que é real tudo o que assim concebemos porque Deus
existe e é um ser Perfeito.