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Engenharia Civil

Hidráulica e Hidrologia Aplicada

Escoamentos Livres

Profa Olga Caminha


Setembro, 2019
Projeto de Canais
Orientação para projeto de canais

1. Reconhecimento do local;
2. Análise ambiental e econômica;
3. Obras de alargamento, retificação ou canalização devem ser feitas
de jusante para montante, sempre que possível;
4. Prevendo-se o aumento da rugosidade do canal recomenda-se
adotar como coeficiente de rugosidade de projeto, valores de 10 a
15% maiores do que os apresentados em tabelas (prever o
envelhecimento do canal);
5. Para canais abertos e principalmente em canais fechados, deixar
folga de 20 a 30% da altura d’água, acima do nível máximo de
projeto;
6. Evitar profundidade superior a 4m, em canais urbanos, por
questões de custo, segurança e estética;
7. Para canais de concreto deve-se prever juntas de dilatação na laje
de fundo e a utilização de drenos nas paredes e fundo para evitar
subpressão quando nível do lençol freático estiver alto;
Projeto de Canais
Orientação para projeto de canais

8. Para canais regulares com perímetros de diferentes rugosidades


deve-se usar na fórmula de Manning, uma rugosidade equivalente
da seção, dada pela expressão:

2ൗ
3ൗ 3
σ𝑁
𝑖=1(𝑃𝑖 𝑛𝑖
2)
𝑛𝑒 =
𝑃

Seja uma seção que pode ser dividida em N subáreas tendo cada uma
um perímetro molhado Pi e coeficiente de rugosidade de Manning
constante ni (i=1,2....N) e perímetro total P.
Projeto de Canais

(Diversas tabelas para


valores de n)

C: Coeficiente de Chezy
Função de (f e Ɛ)

Onde v: velocidade (m/s); Q: vazão (m³/s); n: coeficiente de Manning; R: raio


hidráulico (m); A: área molhada (m²) e So: declividade (decimal)
Tabela para aplicar o método de Cowan para canais naturais.
Determine a capacidade de escoamento dos seguintes canais.
Projeto de Canais
4. Escoamento Bruscamente Variado

Um escoamento permanente é denominado bruscamente variado quando


existe uma mudança rápida e localizada das características do escoamento.

4.1 Ressalto Hidráulico

O ressalto hidráulico é um dos fenômenos importantes no campo da


hidráulica. Ele foi primeiramente descrito por Leonardo da Vinci e o
primeiro estudo experimental foi creditado a Bidone em 1818.

O ressalto hidráulico possui uma gama bastante ampla de aplicações sendo


a principal delas sua utilização como um dissipador de energia. Além dessa
aplicação, são ainda utilizados em medidores de vazão tipo calha, na
melhoria da mistura de produtos químicos no tratamento de águas e
esgotos, para intensificar a mistura de gases em processos químicos, na
aeração de escoamentos poluídos com produtos biodegradáveis, etc.
4. Escoamento Bruscamente Variado

4.1 Ressalto Hidráulico

➢ Forte grau de turbulência e grande perda de energia;


➢ Passagem do escoamento supercrítico para escoamento subcrítico;
➢ Profundidades conjugadas y1(supercrítico) e y2(subcrítico).

Yc

Supercrítico Ressalto Subcrítico


4. Escoamento Bruscamente Variado
4.1 Ressalto Hidráulico
Uma das preocupações que o engenheiro deve sempre ter é saber onde irá
ocorrer essa dissipação de energia.

Em vertedores de usinas hidrelétricas, é desejável se reduzir a energia do


escoamento de água que está sendo devolvida ao rio, para diminuir os danos
ao leito deste rio. Entretanto, esta dissipação não pode ocorrer junto à
descarga da barragem, pois existirá o risco de danos à estrutura da mesma.
Desta forma, devem ser projetadas bacias de dissipação para este fim.

No projeto de canais para transporte em regime supercrítico, o engenheiro


deve estar atento para se evitar que o escoamento se torne subcrítico
prematuramente, pois isso pode causar a degradação das paredes do canal.

Em escoamento em canais formados por tubos, como ocorre em redes de


esgoto e águas pluviais, a ocorrência de ressalto pode tornar o escoamento
livre em um escoamento forçado, causando a diminuição do fluxo e
consequente alagamento a montante.
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.2 Tipos de Ressalto Hidráulico
Superfície livre com ondulações.
Perdas por atrito na parede e
fundo do canal.

Perdas de cargas são baixas.


Distribuição de velocidades
aproximadamente uniforme.

Ressalto se desloca para jusante,


não guarda posição junto à fonte
geradora.
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.1 Tipos de Ressalto Hidráulico

Aplicação do ressalto como


dissipador de energia em obras
hidráulicas. A dissipação de
energia fica entre 45 e 70%.
Ressalto estacionário ou verdadeiro

Dissipação de energia pode


alcançar 85%. Em geral, não é
utilizados nas construções
hidráulicas devido a efeitos
colaterais, como processos
abrasivos ou cavitação.
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.2 Tipos de Ressalto Hidráulico

Calha Parshall
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.2 Tipos de Ressalto Hidráulico

Calha Parshall
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.2 Tipos de Ressalto Hidráulico
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.3 Características do Ressalto Hidráulico
✓ Altura do ressalto (h)
h = y2 − y1

✓ Altura conjugada do ressalto (Y2/Y1)

𝑦2 1 1
= (1 + 8𝐹𝑟1 ²)2 − 1
𝑦1 2

2 1/2
𝑦1 1 + 8𝐹𝑟1 −1
𝑦2 =
2
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.3 Características do Ressalto Hidráulico

✓ Comprimento do ressalto (L)

𝐿~ 6,9 (𝑦2 − 𝑦1)

✓ Perda de carga no ressalto (ΔE)

(𝑦2 − 𝑦1)3
Δ𝐸 =
4𝑦2𝑦1

✓ Eficiência do ressalto (ƞ) – Capacidade de dissipação de energia

(𝑦2 − 𝑦1)3
Δ𝐸 4𝑦2𝑦1
ƞ= =
𝐸1 𝐸1
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.3 Características do Ressalto Hidráulico

Gráfico utilizado para determinação da altura conjugada de um ressalto hidráulico


que ocorre em canal retangular com fundo inclinado.
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.3 Características do Ressalto Hidráulico
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.3 Características do Ressalto Hidráulico
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.4 Localização do Ressalto Hidráulico
y2’: altura do escoamento
y2: altura conjugada (tracejada)

No caso 1, a profundidade do escoamento do canal a jusante (y2’)


é exatamente igual a altura conjugada (y2). Neste caso, o ressalto
ocorre logo a jusante do canal de forte declividade e da
comporta.
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.4 Localização do Ressalto Hidráulico
y2’: altura do escoamento
y2: altura conjugada (tracejada)

No caso 2, a profundidade do escoamento a jusante (y2’) é menor do que


a altura conjugada (y2). Isso significa que o ressalto não ocorrerá com
profundidade a montante (y1). O valor de y1 tende a aumentar à medida
que nos afastamos da obstrução. À medida que nos afastamos do canal de
forte declividade ou da comporta, a profundidade necessária para a
ocorrência do ressalto também diminui. Portanto, o ressalto ocorrerá
mais a jusante, num ponto em que a profundidade do escoamento (y1’)
esteja associada com uma profundidade conjugada exatamente igual a
profundidade do canal a jusante (y2’).
4. Escoamento Bruscamente Variado
4.4 Localização do Ressalto Hidráulico
y2’: altura do escoamento
y2: altura conjugada (tracejada)

No caso 3, a profundidade do escoamento a jusante (y2’) é maior do


que a profundidade conjugada y2. Nessa situação, o ressalto será
empurrado para montante e trabalhará afogado, perdendo
eficiência em termos de dissipação de energia.
Ex1) A altura d’água no regime torrencial em um canal retangular
com largura de fundo igual a 3,0 m e vazão de 20m³/s é igual a
0,50 m. Determine a altura conjugada no regime subcrítico.
Calcule a perda de energia causada pelo ressalto e a eficiência do
mesmo. Estudar exemplo 11.3 (livro Porto)

Ex2) Uma calha Parshall de 2,0 m de largura transporta água a


uma altura uniforme de 0,60 m com vazão de 10m³/s. Na seção
reduzida da calha provoca-se o ressalto hidráulico para mistura
de produtos químicos. Calcule a largura da seção reduzida para
formar o ressalto a montante da garganta, desprezando-se as
perdas.
Celeridade e velocidade crítica

𝑽
𝑽𝒄 = 𝒈. 𝒀𝒄 𝑭𝒓 =
Digite a 𝒈. 𝒀
equação
aqui. 𝑉
𝐹𝑟 =
𝐶
Controle de escoamento Controle de escoamento
de jusante: de montante:
JUSANTE-MONTANTE MONTANTE-JUSANTE

FAZER LEITURA DO ITEM 10.6 (SEÇÃO DE


CONTROLE) - LIVRO DE HIDRÁULICA PÁGS.
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