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Centros de Produção Musical na Idade Média

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Introdução referir alguns dos principais centros de produção musical: igrejas,
catedrais, abadias. Centros estes com forte ligação à igreja e com significado religioso.
No entanto também era produzida música no povo com carácter de diversão e, por
vezes, com teor satírico em relação à própria igreja.

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Notre Drame
Designa-se por Escola de Notre-Dame um grupo de compositores que viveu em Paris,
entre os séculos XII e XIII, especializados em música sacra polifónica. Dentro de estes
grupos de compositores, destacam- se Léonin(1159-1201) e Pérotin(1170-1236). As
suas obras foram registadas no manuscrito “Magnus Liber Organi”.
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Magnus Liber é um manuscrito que contém peças de organum, um estilo primordial
para música polifônica. Musicólogos afirmam que o repertório presente no Manuscrito
não foi criado quando a notação musical era já uma realidade. Primeiramente, a
polifonia presente foi provavelmente improvisada e/ou composta oralmente antes de
ter sido anotada em papel. Isto porque os primeiros manuscritos que registam este
reportório datam de 1240, algumas décadas depois deste repertório ter sido criado. O
Magnus Liber foi completado e revisto por Perotin, e estupila-se que ele tenha escrito
mais de 80 organum a duas vozes(organum duplum). A parte superior, cantada pelo
tenor, era repleta de melismas.
Uma criação de elevada importância histórica e musical foi o Sistema de Modos
Rítmicos, primeiro passo da música Ocidental para o registro dos ritmos. Sendo que
agora é nos dada a possibilidade de escrever com determinação a duração do som no
tempo.
Com a necessidade de avançar tecnicamente na música, os compositores polifônicos
criaram uma escola pioneira no ramo, a Escola de Notre Drame, que exercia as suas
atividades em torno de Paris, e outras localidades do Centro-Norte de França.
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Léonin teve a sua primeira referência escrita apenas depois de mais de um século
após a sua morte, por um monge que o definiu como “o maior compositor de
organum, para amplificação do serviço divino”. Infelizmente nenhum dos seus
trabalhos chegou realmente até ao nosso século. Léonin usava o estilo silábico, ou
seja, havia uma nota para cada sílaba e seus valores eram aumentados caso fossem
tocadas ao invés de cantadas. Léonin também utilizava o chamado organum clausulal,
em que o compositor trabalhava em cima do cantus firmus(melodia já existente).
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Pérotin, sucessor de Léonin, foi um compositor francês a quem se atribui a criação da
polifonia a 4 vozes. Trabalhou na mesma igreja que Léonin, de 1180 até cerca de 1230,
na função de mestre de coro. Além de rever muitos organum, fez modificações nas
partituras a fim de deixá-las mais modernos e enriquecendo-os com a adição de mais
vozes. No final do século XIII é referenciado como o homem que melhorou e editou o
Magnus Liber, e julga-se que trabalhou com o poeta Philippe de Chancelier(poeta lírico
francês), tendo musicado os seus textos.
Acredita-se que estes dois marcantes compositores tiveram inúmeros alunos,
anônimos à história.
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A escola catedrática de Notre-Dame, obteve uma reputação transnacional graças à
presença de distintos professores. Foi neste ambiente que surgiu a figura do magíster,
o mestre, um homem que obtivera do chanceler da Catedral de Nôtre-Dame licença
para ensinar. Normalmente, a licença era concedida gratuitamente a qualquer um que,
durante um período adequado, tivesse sido aluno de um mestre autorizado e cuja
petição fosse aprovada por este. Nasceu então a mais célebre Universidade de toda a
Idade Média.
Nos anos seguintes organizaram-se as faculdades ,que, na prática foram quatro:
Teologia, Direito Canónico, Medicina e Artes. Os estudantes de artes eram chamados
artistae e eram o grupo mais numeroso. No início, as aulas tinham lugar nos Claustros
de Nôtre-Dame, Saint Geneviève e Saint-Victor, embora existam registos de alguns
professores que alugavam salas em edifícios civis. Ensinavam mediante dissertações,
pois nem todos os estudantes tinham capacidade para comprar os textos que
deveriam estudar nem conseguiam obter exemplares das bibliotecas. Os estudantes
sentavam-se no chão e tomavam muitas notas. A informação a que estavam forçados a
memorizar era tão volumosa que idealizavam métodos mnemónicos. Os novos
estudantes só eram verdadeiramente admitidos após frequentarem pelo menos três
aulas. A maior parte dos estudantes vivia em hospedarias, alugadas por grupos de
estudantes organizados, um movimento que agilizou a dinâmica comercial das cidades.

Entre os estudantes destacaram-se os que se autodenominavam por “Goliardos”,


que praticavam a poesia satírica e gozavam com as autoridades, enquanto se divertiam
nas tabernas próximas do sena.
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Os goliardos eram estudantes egressos das Universidades, foram desamparados pela
igreja, e tornavam-se itinerantes e vagabundos, de espírito transgressivo e provocador.
Este nome deriva de Golias, o gigante bíblico, símbolo dos inimigos da igreja. Os
goliardos, perambulavam pelas tavernas, portas das universidades, e outros lugares
públicos, cantando e declamando seus poemas satíricos e cínicos, muitas vezes
denunciando os abusos e a corrupção da própria igreja, e poemas eróticos,
frequentemente muito ousados.
As suas canções eram uma expressão natural do espírito das tabernas e confrarias.
Expressam também o carácter debochado do individuo que se dedica aos jogos, às
mulheres e aos prazeres mundanos .Estes aproveitavam-se da formação erudita para
compor as suas canções de teor satírico.
Esta tendência ao amor, ao jogo e ao vinho marcam as suas composições poéticas no
manuscrito Carmina Burana. Este manuscrito é um códice contendo mais de 200
canções profanas compostas por estes “artistas”, que esmolavam para ganhar a vida.
Carl Orff (compositor alemão do séc.XX), editou, em 1937, parte dessas canções para
Carmina Burana é um códice contendo mais de 200 canções profanas compostas por
esses artistas, que esmolavam para ganhar a vida. Carl Orff editou, em 1937, parte
dessas canções para compor a cantata cénica, Carmina Burana.
Os Goliardos, afinal, são jovens intelectuais de espírito livre que, por sua condição
económica e social, são impedidos de se tornarem professores das universidades
medievais , ou mesmo de prosseguir os seus estudos, tornando-se intelectuais
marginalizados, rebeldes, vivendo de expedientes, eventualmente a serviço da classe
alta. Veem no Papa não apenas o hipócrita tutor da tradição moral, mas também o
expoente de uma hierarquia organizada sob a nova força do dinheiro.
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A escola de Saint Martial era uma escola medieval de composição musical
centralizada na Abadia de Saint Martial,Limoges,França. É conhecida pela composição
de tropos, sequências e organum. A este respeito, foi um precursor importante da
Escola de Notre Dame.
Muitos dos estudos musicológicos modernos sobre a Escola Saint Martial
concentram-se em quatro manuscritos com composições notavelmente inovadoras
para o séc.XII. Supõe-se frequentemente que esses fragmentos derivam de diferentes
mosteiros do Sul da França. Não há compositores conhecidos pelo sue nome sendo
todos anónimos. A única canção cuja notação musical é preservada para todas as
estrodes é uma obra intitulada O Maria, Deu Maire. A maioria dos manuscritos da
abadia está atualmente na Biblioteca Nacional da França, localizada em Paris. No
entanto não se sabe até que ponto esses manuscritos refletem composições da abadia
de Saint Martial, em particular, ou foram coleções de obras de várias partes do sul da
França. O Codex Calixtinus (manuscrito do séc.XII), está associado a esta escola, uma
vez que apresenta peças no estilo praticado nesta abadia. Acredita-se que esta relação
seja dada por causa do Caminho de Santiago, que foi, entre outras coisas, uma forma
de intercâmbio cultural.
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A abadia de Saint Gallen foi, durante um longo período de tempo, na Idade Média,
uma das principais abadias Beniditinas da Europa. Está localizada na cidade de São
Galo, na atual Suiça. Durante o reinado de Pepino, o Breve, fundaria aí a célebre escola
de Saint Gallen, que se tornaria num centro de desenvolvimento e difusão das artes,
literatura e ciência. Foi também responsável pela cópia de manuscritos, de forma a
reunir uma biblioteca apreciável. O estabelecimento foi também um dos locais onde o
canto gregoriano mais se desenvolveu, depois do Papa Adriano I, a pedido de Carlos
Magno que enviasse alguns cantores distintos de Roma. A sua biblioteca é, de facto,
reconhecida como uma das mais ricas e antigas do Mundo, dispondo da maior coleção
de livros do inicio da Idade Média, na parte Germânica da Europa. Contém cerca de
160 mil livros, dos quais 2.200 são manuscritos sendo que 500 têm mais de mil anos.
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Na idade Média, por toda a Península e principalmente na faixa Ocidental existiram
diversas fontes dramáticas, como o teatro litúrgico-religioso, teatro popular e teatro
de origem cortesã.
O primeiro vestígio documental de teatro popular data do séc.XII. Os próprios serões
das cortes dos primeiros reis de Portugal seriam animados por artistas como
trovadores, bailarinos e acrobatas, cantores e poetas. Estes artistas foram divididos em
3 categorias: Bufões(exercem arte inferior como a exibição em público de animais
principalmente exóticos). O jogral agradava às pessoas mais importantes, tocando
instrumentos, contando histórias e interpretando canções e poesias, como as cantigas
de Santa Maria. O trovador era aquele que possuía o dom de inventar e improvisar
melodias, compor canções para dança.
O teatro litúrgico, nasceu à sombra da igreja, misturado com a representação da
Sagrada Escritura.
O teatro cortesão era feito com verdadeiros actores e com o mínimo de acção no
conjunto e com algumas personagens a rezar, cantar ou falar.
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Em território português existiu teatro desde o séc.I ou ainda antes, devido a existência
das ruínas do teatro romano de lisboa, na encosta sul do Castelo de São Jorge. O teatro
foi construído no tempo do imperador romano Augusto e foi abandonado no séc.IV
permanecendo soterrado até o terramoto de 1755,descobrindo se as ruinas.
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As cantigas de amigo são um composição breve e singela posta na voz de uma mulher
apaixonada. Devem ao seu nome o facto de que na maior parte delas aparece a
palavra amigo, com o significado de pretendente, amante ou esposo. Ainda que os
poetas medievais fossem homens, utilizavam o ponto de vista feminino nas cantigas de
amigo, que têm como tema o erotismo feminino e os conflitos resultantes da ausência
do “amigo”.

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