Você está na página 1de 10

RESUMO DTO PENAL IV

*Parte Especial se inicia com os crimes contra a vida – Homicídio.

Pilar – Bem jurídico tutelado

Homicídio

-Homicídio Direto

-Homicídio Indireto

Tipo subjetivo – Dolo – Vontade consciente

Dolo eventual é uma modalidade de dolo indireto.

Análise do crime de homicídio

Homicídio simples: Art. 121 (caput): Matar alguém - Pena de 6 a 20 anos.

Homicídio Privilegiado – Parágrafo 1º - Traz as privilegiadoras. (Causa de diminuição)

Homicídio qualificado – Parágrafo 2º - Traz as qualificadoras – Hediondo (Altera a pena para 12-30) –
Situações que merecem uma maior reprovabilidade.

Privilegiadoras

1- Relevante valor social


a. Valor da sociedade. Valor coletivo. Valor de uma determinada comunidade.
2- Relevante valor moral
a. Valores da própria pessoa.
3- Violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima.
Violenta emoção: Distorção da realidade
Injusta provocação da vítima: Age após o ato da vítima injustamente.

Qualificadoras

 Altera o parâmetro punitivo. (A pena passa a ser de 12 a 30 anos)

1- Motivo torpe

Motivo repugnante (quando a motivação causa asco)

2- Motivação fútil

Motivo insignificante, banal, absolutamente desproporcional.

3- Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que
possa resultar perigo comum.

Qualificadora de ordem objetiva. (Não é necessário fazer uma valoração).


Meio cruel – É aquele que resulta em maior sofrimento a vitima. Tem-se a escolha e se mata optando
por um meio que causa maior sofrimento.

4- Traição

Pessoa utiliza da confiança da vítima para ludibriar.

5- Dissimulação

Oculta-se o propósito criminoso.

Não se tem confiança prévia.

6- Emboscada

Um dos agente se esconde.

Outro recurso que dificulte a defesa da vítima.

7- Assegurar a execução

Vantagem do crime.

Ordem subjetiva – Depende da análise cognitiva da pessoa, está na cabeça da pessoa.

Ordem objetiva – Não tem discussão.

Motivação – Fútil/torpe/impunidade – Influenciam na pena.

→Motivação comum – Próprios do tipo – Homicídio – Relevante valor moral e social.

Dolo direto de 1º grau – Envolve o resultado direto, a intenção de cometer o crime. Atinge o objetivo
pretendido, qual seja, realizar o crime com dolo direto. Matar a vítima pretendida.

Dolo direto de 2º grau – Envolve os resultados necessários/inevitáveis para a ação do agente. Atinge a
pessoa pretendida e outras por consequência de seu ato. Mata todas sem se importar.

Diferença:

 Dolo eventual – Há a previsão do resultado, mas em seguida, em seu âmbito subjetivo, se concorda
com o resultado. Existe previsão do resultado e concordou em continuar. “teoria do foda-se”.
 Culpa consciente – Há a previsão do resultado, mas em seguida, levianamente confia que pode evitar
o resultado.

Culpa inconsciente – O agente sequer prevê o resultado. Não previa. “teoria do fodeu”.

Culpa – Violação do dever de cuidado objetivo.

Art. 121 §3º - Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

Sistema trifásico:

 Circunstancias judiciais art. 59


 Agravante e atenuante
 Causas de aumento e causas de diminuição.
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da


infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

 Consequência se torna tão grave ao agente, que este recebe o perdão judicial.
 Consequência do ato é mais grave que a consequência da pena.

§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada,
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

Detalhe:

Para gerar a pena:

1° se verifica a privilegiadora de ordem subjetiva, depois em 2° qualificadora = são incompatíveis

1º se verifica a privilegiadora de ordem objetiva, depois em 2° a qualificadora = compatível. Não vai ser
crime hediondo. Auxilia na progressão do crime.

Infanticídio
Precisa do dolo, não existe da forma culposa. Mas admite-se tentativa.

 Art. 123 – Infanticídio


 Forma de um homicídio privilegiado pelo estado fisiopsiquico do agente.
 A pena é menor, pois o estado que a mulher se encontra não permite que ela esteja completamente
livre.
 É possível ter co-autoria e participação no crime.
 É um crime bi-próprio – Exige uma condição especial tanto do autor como da vitima.
o A vitima deve ser o bebe, e o autor deve ser a mãe no estado puerperal.
 O lapso temporal é variável, precisa de laudo.
 É um crime plurisubexistente – Pode comportar vários crimes.
 Admite-se a tentativa.
 O crime e consuma com a morte do feto.

Aborto
Não há aborto culposo. Admite-se tentativa

Art. 124 – Aborto

 É a interrupção da gravidez.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.


 A própria gestante faz ou induz alguém a fazer.
 Se chama auto aborto.
 Responde pelo aborto.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

 O consentimento do aborto tem que ser válido, a mãe deve ter pleno discernimento.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

 Se a mãe desistir antes de retirar o feto, ela não responde pelo crime, e o médico responde pelo art.
125.
 Se a mãe se arrepender após a retirada do feto, ela responde pelo aborto.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos,
ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém à morte.

 Causa de aumento de pena.

 O aborto começa a partir da nidação (quando o embrião se fixa na parede do útero).


 O elemento subjetivo é o dolo de interromper a gravidez.

Formas

1- Aborto natural – Interrupção espontânea da gravidez


2- Aborto acidental – Derivado de traumas, de acidentes.
3- Aborto criminoso – Tipificado como proibido em lei.
4- Aborto legal ou permitido - Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
5- Aborto miserável – Decorre da situação econômica da gestante (No Brasil não é permitido).
6- Aborto Honoris causa – É cometido na grávida adulterina (No Brasil não é permitido).
7- Aborto eugênico – Há a interrupção da gravidez, pois o feto tem uma anomalia física grave.
(jurisprudencialmente é aceito em casos específicos).

 Gravidez psicológica – Não responde por nada.

Concurso formal de homicídio pelo aborto sem consentimento

Ex: Namorado sabia que a namorada estava grávida e empurrou ela do penhasco.

 Se admite tentativa, mas não existe tentativa culposa.


 É um crime subsistente, admite várias fases.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;


 Também chamado de aborto terapêutico, são situações de gravidez de altíssimo risco.

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,


quando incapaz, de seu representante legal.

 Também chamado de aborto sentimental.


 Não é obrigada a abortar, e nem a ter o filho nessa situação.

Lesão Corporal
Vai por exclusão e o resultado da lesão, sua consequência.

Art. 129 – lesão corporal (Fere a integridade física)

O caput trata da lesão corporal leve.

A lesão corporal é um crime comum, qualquer um será o sujeito ativo, qualquer um pode cometer. Da
mesma forma, qualquer um pode ser o sujeito passivo.

 Auto lesão em regra não é punida, mas o convencimento para uma pessoa que não tenha
discernimento é punida sob quem convenceu a mutilação.
 A lesão leve é aquela que não se enquadra na grave ou gravíssima.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida; (risco de vir a falecer).

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; (Permanente mas não eterna).

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§2º Lesão corporal de natureza gravíssima

I - Incapacidade permanente para o trabalho; (Não irá retornar ao trabalho).

II - enfermidade incurável; (Patologia sem cura – Ex: a pessoa transmite uma doença que sabe ser
portadora).

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente; (Ex: ácido)

V - aborto: (Crime preterdoloso – o agente queria resultado diverso).

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte


§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem
assumiu o risco de produzi-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

 Crime preterdoloso – o agente queria resultado diverso.


 Ato realizado com imprudência.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.

 É uma minorante.

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa,
de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

 O agente não tinha intenção, violou o dever de cuidado objetivo.


 O juiz deve ponderar se a lesão é leve, grave ou gravíssima.

Aumento de pena

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121
deste Código.

§8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121

 Se aplica à questão do perdão judicial.

Violência Doméstica

§9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.
Crimes contra a Honra
Pergunta-se: Qual o dolo, a intenção?

CALÚNIA

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Particularidades:

Denunciação caluniosa – Ofende um bem jurídico do Estado. Por meio de uma acusação é aberto
inquérito policial e posteriormente ação penal.

Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

Extingue a punibilidade.

o É quando a pessoa prova que aquilo que diz é verdade.

Detalhes:

 Sujeito ativo é “qualquer pessoa, salvo as pessoas detentoras de inviolabilidade”: Parlamentares


(deputados, senadores, vereadores no limite do município). OBS.: Advogado não tem inviolabilidade
para calúnia – art. 7º, §2º, Estatuto da OAB (esta imunidade não abrange a calúnia. O advogado tem
imunidade profissional só para difamação e injúria).

 Sujeito passivo da calúnia pode ser qualquer pessoa. Isso abrange menor inimputável como vítima?
Entendimento majoritário: “Calúnia é imputar fato previsto como crime. Menor pratica fato previsto como
crime chamado ato infracional, podendo ser vítima de calúnia.”
 Segundo o STF, pessoa jurídica não pode ser vítima de calúnia, pois não pratica crime. Só podendo
ser responsabilizada penalmente em caso de infrações ambientais. Pessoa jurídica não pratica crime,
nem mesmo os ambientais. Ela é responsável penalmente por eles no sistema da dupla
imputação, logo, não pode ser vítima de calúnia. Dependendo do que se falou, pode ter atingido a
pessoa do dirigente da pessoa jurídica. Ele é vítima da calúnia.
 Morto não pode ser vítima de calúnia. Art. 138, § 2º do CP: É punível a calúnia contra os mortos.Uma
coisa é a calúnia contra os mortos ser punível, outra coisa é dizer que o morto é a vítima. Nesse caso, a
família do morto figura como vítima, interessada na manutenção do seu bom nome. É um crime vago,
cujo sujeito passivo é um ente sem personalidade jurídica (família).
 A autocalúnia pode configurar crime contra Administração da Justiça. Autoacusação falsa – art. 341 do
CP.
 Calúnia contra Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara, Presidente do
Supremo – crime contra honra desses personagens pode ser crime contra a segurança nacional se tiver
motivação política. Se não tiver, é crime contra a honra comum.
 O verbo “imputar” da calúnia pode ocorrer de forma explícita ou implícita. É delito de execução livre.
Pode ser praticado por palavras, escritos, gestos, etc. E “fato previsto como crime” não abrange
contravenção penal. Contravenção penal configura difamação.
 Haverá calúnia quando o fato imputado jamais ocorreu (falsidade que recai sobre o fato) ou, quando
real o acontecimento, não foi a pessoa apontada (falsidade que recai sobre a autoria do fato).
 A honra é um bem disponível.
 O crime é punido a título de dolo, sendo indispensável a vontade de ofender a honra. No caso do caput
(art. 138), do criador, o dolo é direto ou eventual. Já no caso do §1º, de quem só divulga, o dolo só é
direto. Não se pune o dolo eventual do mero divulgador. No § 1º o dolo eventual (do fofoqueiro) é
impunível.
 Se presente só o animus jocandi, não há crime. Brincadeira de mal-gosto não é crime porque não há
dolo necessário para sua configuração. O mesmo coisa aplica-se ao animus narrandi. Esse é
oanimus da testemunha. Se ela está com o espírito de apenas narrar o fato, sem intenção de ofender a
honra, não há crime. Também não há crime no animus criticandi, nem no animus consulendi. Vontade
de só aconselhar. Também não há crime. Animus corrigendi. Vontade de corrigir. E, por fim, não há
crime no animus defendendi. De autodefesa.
 A calúnia se consuma no momento em que terceiro toma conhecimento da imputação criminosa,
independentemente do efetivo dano à reputação ofendido. É crime formal. Em regra, não admite
tentativa, salvo quando praticada por escrito e for interceptada pela própria vítima. Quando interceptada
por terceiro que ler o seu conteúdo, é óbvio que está consumado. No caso do telegrama, a consumação
ocorre no momento em que o funcionário está recebendo a mensagem.
 Art. 138, § 3º – Exceção da verdade: incidente processual, forma de defesa indireta através da qual o
acusado pretende provar a veracidade do que alegou.

A ingressa com uma queixa imputando calúnia a B. B entra com uma exceção da verdade para provar a
veracidade do fato. B vai ser absolvido por fato atípico. A absolvição é por atipicidade porque a falsidade
é elementar do tipo. Se você prova que é verdade, o tipo perde uma elementar.

 Não se admite a exceção da verdade excepcionalmente em três hipóteses:

I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível; – Exemplo: A imputou a B o exercício arbitrário das próprias razões contra C. B, sentindo-se
caluniado, entrou com a queixa. A não poderá provar esse exercício arbitrário das próprias razões. Só C
pode, por ser de ação penal privada. Se C qiser o silêncio, A não poderá desrespeitar.

II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do Art. 141; (Contra o Presidente da
República, ou contra chefe de governo estrangeiro) - Razões políticas e diplomáticas ditam a vedação.

III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. –
Exemplo: A imputou a B o homicídio de C. B já foi processado e absolvido por esse homicídio. B
ingressa com uma queixa contra A. A pode provar a verdade desse homicídio? Não. Se for permitido a A
provar a verdade desse homicídio haverá afronta a coisa julgada.

 O art. 523 do CPP prevê também a exceção de notoriedade. Se você consegue provar que o fato não
é verdadeiro, mas que é público e notório, haverá absolvição por crime impossível.

INJÚRIA
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

o Viola algo particular.

Detalhes:

a)Sujeitoativo
Qualquer pessoa. Aqui cabe as mesmas observações feitas no crime de calúnia e difamação quanto às
pessoas que gozam imunidade e, portanto, não praticam crime contra a honra.

b)Sujeitopassivo
Qualquer pessoa, até mesmo o desonrado.

O morto não pode ser vítima de injúria.

A vítima deve ter a capacidade de entender o que é dignidade e decoro, pois o crime ofende a honra
subjetiva. Uma criança de dois anos, por exemplo, não pode ser vítima de injúria.

A pessoa jurídica não tem honra subjetiva.

Consuma-se quando a vítima toma conhecimento da ofensa.

A tentativa é possível quando a ofensa não chega ao conhecimento do ofendido. Processualmente é


irrelevante se tratando de crime de ação privada.

Artigo 140, , § 1.º, do Código Penal - Perdão judicial nos crimes contra a honra
É cabível na injúria, nos termos do artigo 140, § 1.º, do Código Penal. Esse benefício só é possível no caso de
injúria simples, nas seguintes hipóteses:
· quando o ofendido, de forma reprovável e direta, provocou diretamente a ofensa;
· no caso de retorsão imediata, consistente em outra injúria (revide).

O artigo 140, § 3.º, do Código Penal (introduzido pela Lei n. 9.459, de 13.5.1997) pune com reclusão, de 1 a 3
anos, e multa, a ofensa (injúria) referente à raça, cor, origem, religião ou etnia.
A Lei n. 7.716/89 estabelece crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
Ofensas referentes à raça ou cor da vítima tipificam o crime de injúria qualificada.
A Lei do Racismo pressupõe uma espécie de segregação em função da raça ou da cor da pessoa. Exemplos:
proibir alguém de freqüentar um clube, não permitir a entrada em estabelecimento etc.

Exceção da verdade

Não se admite, pois não há imputação de fato.

DIFAMAÇÃO

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

o Viola a imagem da pessoa com relação a terceiros.


o Se consuma no momento que outra pessoa vem a saber.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a


ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Detalhes:
Sujeito ativo
Qualquer pessoa. Aqui, cabe as mesmas observações feitas no crime de calúnia quanto às pessoas que
gozam imunidade e, portanto, não praticam crime contra a honra.
b) Sujeito passivo
Qualquer pessoa, até mesmo o desonrado.
O morto não pode ser vítima de difamação, por ausência de previsão legal.
Menores e loucos (doentes mentais) podem ser vítimas de difamação.

“A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. Esta posição tende a predominar.

Consuma-se quando terceira pessoa toma conhecimento da ofensa.


A tentativa é possível no caso de carta interceptada pelo próprio ofendido.
- Exceção da verdade
Como existe difamação mesmo que a imputação seja verdadeira, a lei não prevê a exceção da verdade
nesse crime. Essa é a regra.
Há, porém, uma hipótese admitida no parágrafo único do artigo 139 do Código Penal: quando a
difamação for contra funcionário público em razão de suas funções. Admite-se a exceção nesse caso,
pois o Estado tem interesse de preservar a função pública.

 Retratação – artigo 143 do Código Penal


Trata-se de causa extintiva da punibilidade, prevista no artigo 107, inciso VI, do Código Penal. Só é possível na
calúnia e na difamação. A retratação na injúria não gera nenhum efeito.
Retratar significa retirar o que foi dito. A retratação não precisa ser aceita para gerar efeitos, basta que seja
completa e incondicional.
Se há dois ofensores e apenas um se retrata, por ser circunstância de caráter subjetivo, não haverá
comunicação, ou seja, não aproveitará ao outro.
A retratação, para gerar efeito, deve ocorrer até a sentença de primeiro grau. Após, será inócua.
A retratação, nos crimes contra a honra , só é possível nos crimes de ação privada, pois o artigo se refere ao
“querelado”. Há, porém, uma hipótese de retratação, em crime de ação penal pública, prevista no artigo 342, §
3.º (crime de falso testemunho).
 Pedido de explicações – artigo 144 do Código Penal
Quando uma ofensa não mostrar explicitamente a intenção de caluniar, difamar ou injuriar, deixando dúvida
quanto à sua significação, é permitido àquele que se julgar ofendido pedir explicações em juízo. É uma medida
preliminar, porém, não obrigatória para propositura da ação penal. Recebido o pedido, o juiz designará
audiência para que o ofensor esclareça suas afirmações.
O pedido de explicações se equipara a uma notificação judicial – não há julgamento, porque não comporta
juízo de valor. Oferecida a resposta ou mesmo sem essa, o juiz entregará os autos ao requerente para que tome
as providências que entender pertinentes.
A interposição desse pedido não interrompe o prazo decadencial (prazo decadencial nunca se interrompe).
O pedido de explicações torna o juízo prevento para eventual propositura da queixa-crime.
O artigo 144, segunda parte, do Código Penal estabelece que o ofensor que não oferece resposta ou, a critério
do juiz, não as dá de forma satisfatória, responde pela ofensa.
1.8.5. Ação penal nos crimes contra a honra – artigo 145 do Código Penal
A regra é a ação penal privada.

Você também pode gostar