Especialização em Sociologia e Ensino de Sociologia
Aluno.; Rodrigo de Oliveira Soares
Para abordar a discussão de violência simbólica de Bourdieu no sistema
de ensino, consegui encontrar um texto de base para a argumentação ligeiramente sintético e pontual, porém, devido ao local em que está hospedado virtualmente, citações e uso como referência é possível somente com autorização da (o) autor. Creio ser desnecessário todo o esforço, apenas deixo claro que o texto base como estudo ou pesquisa para argumentação é: A Escola como Violência Simbólica de Ellen Koteski, está hospedado no site Recanto das Letras.
O conceito de violência simbólica é definido por inúmeros fatores, como,
aceitação das desigualdades de um modo natural; a desigualdade travestida de cultura; a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados; carregado de efeito ideológico a violência simbólica é dada como algo natural a sociedade.
A cultura dominante contribui para a integração real da classe
dominante (assegurando uma comunicação imediata entre todos os seus membros e distinguindo-os das outras classes); para a integração fictícia da sociedade no seu conjunto, portanto, à desmobilização (falsa consciência) das classes dominadas; para a legitimação da ordem estabelecida por meio do estabelecimento das distinções (hierarquias) e para a legitimação dessas distinções. Este efeito ideológico, produ-lo a cultura dominante dissimulando a função de divisão na função de comunicação: a cultura que une (intermediário de comunicação) é também a cultura que separa (instrumento de distinção) e que legitima as distinções compelindo todas as culturas (designadas como subculturas) a definirem-se pela sua distância em relação à cultura dominante. (BOURDIEU, P. 2001).
Após introduzir o conceito e citação de Bourdieu, exprimo agora o
conceito de violência simbólica no sistema de ensino, nas escolas, ocorre entre professor e aluno com o tratamento igualitário, mas não respeitando suas diferenças econômicas e sociais, também quando o professor impede o aluno de pensar. A violência inversa pode ser dada pelo desinteresse de um aluno pela matéria abordada ou discutida em sala. O estudo da violência simbólica nas escolas, é de grande importância para a sociedade devido ser uma instituição formadora para a vida, para o trabalho, para o lazer, através dele poderemos algum dia modifica-la sendo prescritivo a conscientização das pessoas acerca do problema. É percebido a violência até mesmo nos testes, orais e descritivos e não somente nas escolas, mas também nos testes de admissão e avaliação de empregado, concursos, vestibulares. Os resultados obtidos são de teor técnico e muito parecido com os títulos de nobreza.
A escola tratando todos como iguais, mas respeitando suas diferenças
não é realidade, somente com a observação, estudo e transformação conseguiremos modifica-la, a conscientização das pessoas sobre o problema é de suma importância. A escola atual é conservadora e não libertadora, a imposição da cultura dominante se transforma em um fenômeno de “desculturação”, obrigando os dominados a negar sua cultura própria, mas por vezes dominada e aceitar a cultura dominante como sua.
A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida ... porque é
exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos destituídos de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes , abandonando os estudantes à sua própria sorte , desvalorizando-os com palavras e
atitudes de desmerecimento. (ABRAMOVAY ; RUA , 2002, p.335 )
Referências
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças - Violência nas
escolas.Ed.Unesco, doações institucionais. 2002.
BOURDIEU, P. (2001). O Poder Simbólico. Lisboa: Difel, pp. 10-11.