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Vinicius Mezalira Rocha; DG III (matutino).

ARTE ATUAL FESTIVAL – DEMONSTRAÇÃO POR ABSURDO

Destinado a jovens artistas, este projeto anual do Instituto Tomie Ohtake é um meio
de difundir produções artísticas recentes através de exposições guiadas por temas
abrangentes mas que partam de reflexões da atualidade. O tema deste ano é as
ambiguidades e potencialidades da noção de absurdo.

O folder distribuído é funcional, porém deixa a desejar na diagramação, onde a


mancha gráfica textual apresenta ruídos como uma entrelinha tímida e buracos de
texto.

São três salas com pouquíssima sinalização sobre as obras, porém o folder
distribuído contém informações sobre os artistas e quem são eles. Duas delas se
dedicam a destacar a linguagem audiovisual, como o uso de sons para produzir
sensações e vídeos que produzem certa curiosidade e a linguagem das artes
plástica, que traduz o tema por meio de atribuições violentas a objetos. As obras
permeiam subtemas como violência policial, a censura, golpe de estado, etc.,
assuntos que permeiam absurdos atuais.

Uma dentre as três salas se destaca na parte gráfica. Há tipografias feitas a mão
que cobrem uma parede inteira do recinto, onde quadros estão dispostos por cima
da tipografia, que está diretamente na parede. Os quadros são pinturas metafóricas
em tecidos com padrões gráficos, o que torna o quadro uma sobreposição de ideias,
onde as metáforas pintadas traduzem o contexto atual enquanto os padrões
remetem a um movimento importante para o Design, Arts And Crafts.

Monotipias maravilhosas retratando refugiados, onde o fundo preto do papel


impresso é explorado como cenário que cria uma atmosfera pro "elemento" através
da composição transmitindo, através da dramaticidade da técnica, o sofrimento
desses refugiados.

Uma das obras tem uma cor vibrante, um laranja avermelhado com palavras
aleatórias violentas marcadas pela expressividade e sobreposição, uma espécie de
caos com violência e a palavra que mais se lê por ser maior e ter mais contraste é
"NOW".
Vinicius Mezalira Rocha; DG III (matutino).

Nesta última sala, um texto sobre a arte de desenhar está disponível para retirada
em uma folha de sulfite, com o título "Rito Bruto", de Alexandre Copês. O texto tem
duas páginas e fala sobre a importância da prática do desenho como forma de
aflorar a mente do ser humano, por mais tosco e abstrato que seja. Ele explora
também a potência da subjetividade intrínseca ao desenhista, que implica no
repertório que o constrói. As próprias palavras já são desenho, signos, que
desenhamos a fim de organizar pensamentos abstratos que fazem parte de nós.
Vinicius Mezalira Rocha; DG III (matutino).

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