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DIREITO
CONSTITUCIONAL
I
GABRIEL
MARQUES
moderna. Dessa forma, segundo Lassalle, a Constituição real e efetiva não é prerrogativa
dos tempos modernos, sempre tendo existido em todos os países, visto que não é possível
imaginar uma nação em que não existam os fatores reais do poder. A diferença nos tempos
modernos são as constituições escritas na folha de papel, cuja missão é a de estabelecer
documentalmente todas as instituições e princípios do governo vigente. Sendo assim, tal
aspiração por constituições escritas é oriunda da transformação dos fatores reais do poder.
É importante destacar que a ciência do direito é social e não pode ser deturpada a
fim de adequar-se ao estatuto epistemológico das ciências naturais. O Direito
Constitucional exige transdisciplinaridade e interdisciplinaridade, não sendo possível
seguir os preceitos positivistas apresentados na obra: “Teoria Pura do Direito” (Hans
Kelsen). A Constituição não é apenas o texto mas princípios, normas e institutos que
caracterizam o constitucionalismo.
A teoria dos fatores reais do poder, defendida por Lassalle, abrange os fatores
reais de poder que regem determinada sociedade: poder militar (representado pelo
exército), poder social (representado pelos latifundiários), poder econômico
(representado pelas grandes indústrias) e poder intelectual (representado pela cultura do
povo).
Segundo Lassalle, a Constituição se apoiava nos fatores reais do poder que regem
determinada sociedade, tais fatores são uma força ativa, eficaz e determinante, atuando
sobre tudo que nela se baseia. De acordo com Lassalle, a Constituição efetiva e real nada
mais é do que o somatório dos fatores reais do poder que regem uma nação, ou seja, é um
produto das infra-estruturas sociais.
A Constituição escrita que não corresponde aos referidos fatores, nada mais é do
que uma folha de papel. Sendo assim, ao não haver uma identificação entre a constituição
escrita e a constituição real, irrompe inevitavelmente um conflito e a constituição escrita,
folha de papel sucumbirá perante a constituição real, das verdadeiras forças vitais do país.
Inobstante, os fatores reais do poder incorporados ao papel deixam de ser simples fatores,
tornando-se verdadeiras instituições jurídicas.
Embora a Constituição não possa sozinha realizar nada, pode impor tarefas que se
efetivamente realizadas a transformam em força ativa. Sendo assim, a constituição se
converterá em força ativa, caso se façam presentes na consciência geral não só a vontade
de poder, mas também a vontade de constituição.
A concepção política de Carl Schmitt surgiu nos anos 30 do século XX. Embora
a sua teoria possa ser considerada uma faceta do sociologismo constitucional, ele traz
notas distintas do apresentado por Ferdinand Lassalle.
Objetivando alcançar a autonomia do Direito, Kelsen parte da ideia de que tal área
do saber deve se fundar naquilo que lhe é peculiar: o campo normativo, a fim de
sistematizar a ciência do direito fora dos domínios de outras matérias (filosofia,
psicologia, antropologia).
Carlos Cossio busca quebrar a rigidez/rigor formal da teoria pura de Kelsen, sendo
mais profunda e ampla, questionando-se sobre como a pirâmide kelsiniana que contém
tudo, não dispõe da constituição lógico-jurídica. Para Kelsen, a hierarquia no direito
refere-se ao fundamento de validade. Uma norma será superior à outra ao buscar o seu
fundamento de validade.
Associada à Marcelo Neves, este realiza uma crítica quanto ao uso depreciativo
do texto constitucional. Sendo assim, este parte da teoria da linguagem, dessa forma, a
linguagem constitucional pode ser questionada. Muitas vezes a incorporação de direitos
na Constituição Federal é feita com o intuito reprovável de neutralização das expectativas
sociais (legislação álibi), ou seja, há uma insinceridade normativa, em razão da ideia de
que a colocação de direitos na Constituição Federal resolveria todos os problemas.
15. Constitucionalismo
15.1. Conceito
15.3.1. Os Hebreus
15.3.2. Os Gregos
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
15.3.3. Os Romanos
Todo império tem uma vida útil, entrando em crise em algum momento. O Império
Romano passa a sofrer invasões bárbaras. Os bárbaros foram dominando o Império
Romano que cai.
Apesar de ter garantido tão somente privilégios feudais aos nobres ingleses,
deixando maioria da população sem acesso aos direitos previstos nesta, é considerada
como marco de referência para algumas liberdades clássicas, além de importantes direitos
e garantias fundamentais, como o devido processo legal, a liberdade de locomoção
(habeas corpus) e a garantia da propriedade. Além disso, é importante destacar que tais
privilégios posteriormente se estenderam a todos constituindo direitos.
dos governados. A Magna Carta deixa implícito pela primeira vez na história política
medieval que o rei acha-se naturalmente vinculado pelas próprias leis que edita.
A Inglaterra deixa, então, de ser uma monarquia absolutista e passa a ser uma
monarquia constitucional, sendo assim há uma alteração da fonte do poder estatal que é
transferido das mãos do monarca para o Texto Constitucional. A Inglaterra dispunha de
uma Constituição Federal mista, consolidando-se o parlamentarismo como sistema do
governo, a partir do desinteresse do monarca pelos problemas da Coroa Inglesa, fazendo-
se representar nas reuniões do Magnum Concilium por um conselheiro, surgindo, a figura
do Primeiro-Ministro.
A Inglaterra perseguiu muitos povos por força da religião e alguns deles vieram
para a América, a fim de colonizar e não explorar, constituindo colônias. Dessa forma, na
América, não existiam estados, mas 13 colônias que incialmente detinham autonomia,
porém posteriormente iniciou-se uma cobrança de tributos abusiva, imputando-se
inúmeros aumentos seguidos de impostos, considerando-se tal fato, as colônias passaram
a exigir que qualquer aumento de tributo passasse pelo seu crivo.
15.7. França
Na França era vigente uma crise econômica grave e drástica, esta se tornou ainda
pior quando a França auxiliou as colônias americanas na luta pela independência,
mandando recursos a fim de derrubar a Inglaterra. O Rei convocou os Estados Gerais (1º
estado- clero, 2º estado- nobreza e 3º estado- burgueses e plebe), a fim de que estes
discutissem como superar a crise.
16. Neoconstitucionalismo
Até a Segunda Guerra Mundial, a teoria jurídica vivia sob influência do Estado
Legislativo de Direito, onde a Lei e o Princípio da Legalidade eram as únicas fontes de
legitimação do Direito, na medida em que uma norma jurídica não era válida por ser justa,
mas sim, exclusivamente por haver sido posta por uma autoridade dotada de competência
normativa.
(Ferrajoli)
(Guastini)
jusnaturalismo. Essa corrente busca ir além da legalidade estrita, mas não despreza o
direito posto; procura empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a
categorias metafísicas. Sendo assim, é a tentativa de reaproximar o direito da moral por
meio de princípios.
O jusnaturalismo, ordem natural que condiciona o próprio direito positivado,
moderno começou a se desenvolver a partir do século XVI, aproximando a lei da razão e
transformou-se na filosofia natural do Direito, sendo assim o direito válido era o que
estava de acordo com a ordem natural. Fundado na crença em princípios de justiça
universalmente válidos, foi o combustível das revoluções liberais e chegou ao apogeu
com as Constituições escritas e as codificações. Considerado metafísico e anti-científico,
o direito natural foi empurrado para a margem da história pela ascensão do positivismo
jurídico, no final do século XIX.
O positivismo visando a objetividade científica, equiparou direito a lei (o direito
válido seria aquele positivado por autoridade legítima, afastando-o da filosofia e de
discussões como legitimidade e justiça) dominando o pensamento jurídico na primeira
metade do século XX. Sua decadência é emblematicamente associada à derrota do
fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha, regimes que promoveram a barbárie sob a
proteção da legalidade. Ao fim da segunda guerra mundial, a ética e os valores começam
a retornar ao Direito.
No conjunto de ideias ricas e heterogêneas que procuram abrigo neste paradigma
em construção incluem-se a atribuição de normatividade aos princípios e a definição de
suas relações com valores e regras; a reabilitação da razão prática e da argumentação
jurídica; a formação de uma nova hermenêutica constitucional; e o desenvolvimento de
uma teoria dos direitos fundamentais edificada sobre o fundamento da dignidade humana.
Nesse ambiente, promove-se uma reaproximação entre o Direito e a filosofia.
16.3. Marco teórico
No plano teórico, três grandes transformações subverteram o conhecimento
convencional relativamente à aplicação do direito constitucional: a) o reconhecimento de
força normativa à Constituição; b) a expansão da jurisdição constitucional; c) o
desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
delas se extraia, no seu relato abstrato, a solução completa das questões sobre as quais
incidem, então também impõe-se a atuação do intérprete na definição concreta de seu
sentido e alcance.
É perceptível a existência de colisões de normas constitucionais, tanto as de
princípios como as de direitos fundamentais. Quando duas normas de igual hierarquia
colidem em abstrato não podem fornecer, pelo seu relato, a solução do problema, nem
mesmo podem ser úteis os critérios tradicionais de solução de conflitos normativos.
Nestes casos, a atuação do intérprete, sendo necessário utilizar-se da ponderação de
normas bens ou valores, criará o Direito aplicável ao caso concreto.
ascendem à Constituição, sua interação com as demais normas daquele subsistema muda
de qualidade e passa a ter um caráter subordinante.
17.1.2. A Constitucionalização do direito infraconstitucional
Nos Estados de democratização mais tardia, como Portugal, Espanha e, sobretudo, o
Brasil, a constitucionalização do Direito é um processo mais recente, embora muito
intenso. Verificou-se, entre nós, o mesmo movimento translativo ocorrido inicialmente
na Alemanha e em seguida na Itália: a passagem da Constituição para o centro do sistema
jurídico. A partir de 1988, e mais notadamente nos últimos cinco ou dez anos, a
Constituição passou a desfrutar já não apenas da supremacia formal que sempre teve, mas
também de uma supremacia material e axiológica.
Do centro do sistema jurídico foi deslocado o velho Código Civil, visto que o direito
civil desempenhou no Brasil o papel de um direito geral, que precedeu muitas áreas de
especialização, e que conferia certa unidade dogmática ao ordenamento. No caso
brasileiro, deve-se registrar, o Código Civil já vinha perdendo influência no âmbito do
próprio direito privado. É que, ao longo do tempo, na medida em que o Código
envelhecia, inúmeras leis específicas foram editadas, passando a formar microssistemas
autônomos em relação a ele.
Nesse ambiente, a Constituição passa a ser não apenas um sistema em si – com a sua
ordem, unidade e harmonia – mas também um modo de olhar e interpretar todos os demais
ramos do Direito. Este fenômeno, identificado por alguns autores como filtragem
constitucional, consiste em que toda a ordem jurídica deve ser lida e apreendida sob a
lente da Constituição, de modo a realizar os valores nela consagrados.
Sendo assim, a constitucionalização do direito infraconstitucional não tem como sua
principal marca a inclusão na Lei Maior de normas próprias de outros domínios, mas,
sobretudo, a reinterpretação de seus institutos sob uma ótica constitucional. Deverá
aplicar-se a Constituição diretamente, quando uma pretensão se fundar em uma norma do
próprio texto constitucional ou indiretamente, quando uma pretensão se fundar em uma
norma infraconstitucional.
Nessa caso, antes de aplicar a norma, o intérprete deverá verificar se ela é compatível
com a Constituição, porque se não for, não deverá fazê-la incidir ao aplicar a norma, o
intérprete deverá orientar seu sentido e alcance à realização dos fins constitucionais.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
A partir da leitura do preâmbulo é possível antever o espírito que informa cada época
constitucional. De acordo com o preâmbulo da Constituição Federal Brasileira, o povo
brasileiro é o titular do poder constituinte, sendo a fonte de legitimação democrática da
tarefa de criação de uma nova constituição (art. 1º, parágrafo 1). A assembleia nacional
constituinte seria o exercício na prática de criar uma nova constituição (poder constituinte
originário). Há um debate constitucional, em razão de constar no preâmbulo o nome de
“Deus”.
ADCT:
Quanto à forma:
a) Escritas/Formais/Dogmáticas: São, normalmente, sistematizadas ou
materializadas em um único documento, código escrito, ou seja, as normas são
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Quanto à extensão:
a) Analíticas: Grau excessivo de detalhista constitucional (“adiposidade
constitucional”), em razão da segurança jurídica (desconfiança do legislador
ordinário). Sendo assim, se debruçam por todos os domínios normativos,
analisando e disciplinando minunciosamente sobre particularidades consideradas
relevantes no momento para o Estado e para Sociedade. Dessa forma, apresenta
adiposidade constitucional, não se reduzindo a temas materialmente
constitucionais, apresentando-se, portanto, como constituições extensas.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
A eficácia da norma diz respeito à aptidão que a norma tem de produzir efeitos, o
efeito almejado diz respeito à observância das normas. Segundo Paulo de Barros
Carvalho, a eficácia está referida à geração de efeitos jurídicos, efetiva ou potencialmente.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Dessa forma, norma eficaz é aquela que se encontra apta ao desencadeamento dos efeitos
que lhe são ínsitos, próprios.
1.5.2. Classificação:
a) Eficácia Social: No que diz respeito à produção de efeitos relacionados com
uma efetiva conduta praticada no meio social, ou seja, no que tange ao plano
da realidade (efetividade).
b) Eficácia Jurídica: No que diz respeito à produção de efeitos numa
perspectiva normativa, ou seja, à aptidão da norma para gerar, de forma mais
ou menos intensa, consequências de natureza jurídica, regulando as condutas
nela prescritas.
1.5.3. Eficácia Jurídica
1.5.3.1. Estados Unidos da América.
Ruy Barbosa trouxe para o Brasil a teoria de Couley, trazendo para o Brasil os
subsídios teóricos trazidos por essa teoria, traduzindo os termos e denominando as normas
do primeiro grupo como as normas autoaplicáveis e as normas do segundo grupo como
as normas não autoaplicáveis.
1.5.3.2. Itália
1.5.3.3. Brasil
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Segundo Virgílho Afonso da Silva, todas as normas são limitadas, visto que
precisam de iniciativa para a sua efetivação.
I - o Presidente da República;
VI - o Procurador-Geral da República;
A discussão em torno das origens da expressão Poder Constituinte é tão antiga quanto
o seu estudo. Entretanto, a maior parte da doutrina defende o pioneirismo de Emmanuel
Sieyès como seu percursor, uma vez que foi o primeiro autor a fundamentar e destacar a
dicotomia entre o Poder Constituinte e os poderes constituídos.
Conceito:
O Poder Constituinte institui a todos os outros poderes e não é instituído por qualquer
outro, é o poder político fundamental e supremo responsável por criar ou modificar a
constituição federal. Sendo, portanto, a competência, capacidade ou energia que se forja
na consciência popular para constituir ou dar constituição ao Estado, ou seja, para
organiza-lo, delimitando seus poderes e fixando-lhes a competência e limites.
Inobstante, não é correto confundir o Poder Constituinte com a sua teoria, visto
que o poder constituinte sempre existiu (nunca deixou de haver o ato de uma sociedade
estabelecendo os fundamentos da sua própria organização), porém o que nem sempre
existiu foi uma teoria acerca desse poder. A Teoria do Poder Constituinte é
fundamentalmente uma teoria de legitimação do poder, que só veio existir a partir do
século VXIII.
Dessa forma, Sieyès, no seu manifesto, apelava para que à burguesia fosse
atribuída participação política, para que os representantes do Terceiro Estado fossem
escolhidos dentro do próprio terceiro estado, que seus deputados fossem em número igual
ao da nobreza e do clero, bem como que os Estados Gerais votassem por cabeça e não
por ordem.
Natureza
O poder constituinte deve ser analisado quanto à sua natureza, esta se encontra
relacionada diretamente à disputa entre as correntes jusnaturalistas e juspositivistas acerca
do que é Direito.
Art. 1º -Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
De acordo com Sièyes, a nação francesa era a titular do poder constituinte, através
de representantes extraordinários que irão atuar em nome de uma vontade comum
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
O referido poder é inicial (não há outro poder acima ou além do poder constituinte e
em razão de fundar ou inaugurar nova ordem jurídica, novo parâmetro de interpretação
da referida ordem); ilimitado (o soberano não sofre qualquer limitação prévia de direito,
exatamente pelo fato de que a este preexiste); incondicionado (não se sujeita a nenhum
processo ou procedimento prefixado para a sua manifestação, ou seja, não se submete à
nenhuma regra de forma ou de fundo, podendo agir livremente).
Além disso, é autônomo (cabe somente ao seu titular fixar os termos em que a nova
Constituição será estabelecida, sendo assim detém autonomia para ditar, inserir e
determinar os valores jurídicos da Constituição, ou seja, cabe ao seu titular decidir acerca
do valor jurídico a conformar a estrutura do Estado); permanente (não exaure com a
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Inobstante, a doutrina moderna vem rejeitando essa compreensão, visto que, assim
como o povo não detém poder absoluto sobre a Constituição, o Poder Constituinte
Originário também possui limites, pois não é capaz de emprestar à Constituição todo e
qualquer conteúdo, sem atender a quaisquer princípios.
É um poder concebido pelo poder originário, seu instituidor (de onde retira sua força
motriz), que dispõe de competência reformadora, referindo-se ao poder de alteração das
normas constitucionais da sociedade política (no Brasil, pelo Congresso Nacional),
realizando as alterações para adequar a Constituição à realidade política, social e
econômica vigente, visto que as constituições se alteram, bem como a sociedade.
Este poder, cujo titular é o povo, é caracterizado por ser constituído; derivado (em
razão de ser logrado a partir do Poder Originário, sendo poder de direito, juridicamente
estabelecido); determinado; secundário (é constituído conforme a imagem traçada do
poder originário); limitado (a Constituição lhe impõe limitações temporais,
circunstanciais, materiais ou procedimentais, explícitas ou implícitas, restringindo o seu
exercício).
Além disso, também pode ser caracterizado por ser condicionado (só pode se
manifestar de acordo com as formalidades traçadas pela Constituição, estando sujeito a
um processo especial previamente estabelecido pela Carta Magna); não autônomo. Além
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Emenda Constitucional:
Sendo assim a emenda passa por três fases: apresentação das propostas de emenda à
Constituição, tramitação e deliberação das propostas e promulgação da Emenda
Constitucional.
A emenda poderá ser proposta por 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados, ou do Senado Federal, pelo Presidente da República e por mais da metade das
Assembleias Legislativas, manifestando, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral.
Entretanto, o caráter pontual das emendas e o caráter abrangente da
revisão são teóricos, visto que na prática nem sempre se constitui
dessa forma.
Sendo assim, só pode ser exercido pelos Estados-membros e pelo Distrito Federal,
não sendo admitida hipótese do seu exercício pelos Municípios, pois estas entidades
políticas locais são subordinadas às Constituições dos Estados que integram, além de se
sujeitarem à própria Constituição Federal. O povo é o titular desse poder e quem julga a
ADI estadual (Representação de Inconstitucionalidade) é o STJ, guardião da constituição
estadual.
Paulo Barros de Carvalho, ele exerce uma função ordenadora desse sistema,
influenciando toda a sua compreensão e inteligência e desempenhando uma força
centrípeta, uma vez que atrai em torno de si todas as regras jurídicas que caem sob
o seu raio de influência.
normas constitucionais podem, por sua vez, ser classificadas em regras e princípios
constitucionais.
manter-se na marca das funções a ele encaminhadas; dito órgão não deverá
modificar a distribuição das funções através do modo e do resultado da dita
interpretação.
A eficácia pode ser social caso os efeitos da norma estejam relacionados com
uma efetiva conduta praticada no meio social, ou, diversamente podem traduzir-se
na aptidão da norma para gerar, de forma mais ou menos intensa, consequências
de natureza jurídica, regulando as condutas nela prescritas, referindo-se à eficácia
jurídica.
Para que seja obrigatória, uma norma jurídica deve satisfazer a requisitos de
validade. A validade de uma norma pode ser vista sob três aspectos: validade
formal (vigência), validade social (eficácia ou efetividade), validade ética
(fundamento). Vigência é a executoriedade de uma regra de direito, por ter
preenchido requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração. Sendo assim, válida
é a norma jurídica produzida de acordo com o processo legislativo previsto na
Constituição, editada pela autoridade competente e desde que essa norma não
desrespeito o conteúdo da constituição (requisito material). Sendo assim, a norma
dispõe de validade objetiva ou formal, subjetiva e material.
O vigor de uma norma está associado a sua imperatividade. Uma norma pode
ser válida, mas não ainda vigente; ser válida e vigente, mas não ter eficácia; não
ser nem válida, nem vigente, mas ter força ou vigor (ultratividade). Sendo assim,
é a qualidade da norma que diz respeito a sua força vinculante, isto é, à
impossibilidade de os sujeitos subtraírem-se a seu império, independentemente da
verificação de sua vigência ou de sua eficácia.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Caso não seja recebida, a norma será revogada, visto que não existe a
inconstitucionalidade superveniente. A revogação é a cessação da validade
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Tanto José Afonso da Silva quanto Maria Helena Diniz são concordes em
afirmar que essas normas de eficácia limitada de princípio institutivo dão corpo ao
órgãos e instituições.
falaciosa, não dispondo de cientificidade e rigor técnico, já que são governos que
se submetem à constituição e não constituições que se submetem ao governo.
1. A supremacia da constituição
1.1. Supremacia material e formal
2. Tipos de inconstitucionalidade
2.1 Material, formal e orgânica.
2.1.1 A inconstitucionalidade chapada.
2.2. Imediata e derivada
2.3. Parcial e Total
2.3.1. Inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração.
2.4. Comissiva e Omissiva
2.5. Orgânica e superveniente. A jurisprudência do STF.
224-230
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Além disso, tal controle se opera com eficácia erga omnes, sendo assim uma
decisão proferida expande os direitos para todas as pessoas que podem vir a ter ou
têm a sua situação jurídica regulada pelo ato do poder público, cuja
inconstitucionalidade foi reconhecida. O controle abstrato-concentrado determina
a expansão dos efeitos para todos aqueles que sequer imaginaram que tal ação
existia. Além disso, a competência é apenas do STF, propostas em face de leis
estaduais e federais e dos Tribunais de Justiça, em face de leis estaduais e leis
municipais. A legitimidade restrita ocorre, visto que o controle abstrato
concentrado somente poderá ser exercitado por órgãos pessoas ou entidades
indicados pela constituição.
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal303
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Uma lei em sentido material é aquela não expedida pelo parlamento, porém
detendo abstratividade (descreve um fato-tipo ao qual vão se subsumir situações
concretas) e generalidade (afetando quantidade indeterminada ou indeterminável
de indivíduos) admite ação direta. A lei em sentido exclusivamente formal não
possui abstratividade ou generalidade, denominada lei de efeitos concretos, não
pode ser objeto de ação direta.
103. São esses indicados taxativamente, nenhum outro poderá propor a ADPF. Na
ADPF incidental (existe um processo em curso- fragmentação de um projeto
judicial qualquer e uma das partes propõe a representação para que seja promovida
ADPF. Neste caso, como existe um processo em tramitação, essa ADPF é
denominada incidental, a diferença é que na incidental, o protagonista recebe o
pedido daquele que solicita a ADPF em torno de um preceito fundamental.
Art. 102
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.300
Sendo assim, o STF não está vinculado aos efeitos de uma ação direta
ou ação declaratória de inconstitucionalidade que decidiu no passado.
Nos casos em que o Supremo venha examinar processos inerentes ao
controle concreto difuso, haverá a expansão nesse caso concreto, visto
que controle vincula o supremo nos casos concretos, mesmo não
vinculando a ação direta de inconstitucionalidade.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:100
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:100
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
O princípio da moralidade inspira uma administração honesta, logo tal princípio
constrói um direito fundamental: o direito fundamental a um governo honesto,
probo. O administrador pode obedecer o princípio da legalidade, mas nem de longe
o da moralidade.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;2
O princípio da eficiência refere-se à necessidade da administração pública de
realizar ações administrativas de modo eficiente, mais rápido e com menor
necessidade de custo e tempo. A ação administrativa deve ser executada por
pessoas, porém são diversas as categorias das pessoas que realizam essa atividade
administrativa. Os agentes públicos são gênero que se desdobram em quatro
espécies: os agentes políticos, os agentes administrativos, os agentes honoríficos e
os agentes delegados. Um agente público é o conjunto que integra todas essas
espécies de agentes aqui mencionados.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Gabriel Marques.
Semestre: 2014.2.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
O agente político é aquele que realiza a sua atividade com grande liberdade de
conformação do ato, não estando subordinado a nenhum outro órgão da
administração pública. (Promotor de Justiça, Magistrado, Parlamentar, Chefe de
Executivo). O agente administrativo são os agentes subalternas da administração
pública, detendo uma relação profissional com a administração pública. Os agentes
honoríficos são indicados para a prestação de função pública transitória sem
remuneração como os mesários em eleições. Os agentes delegados são aqueles que
recebem uma autorização, permissão ou concessão do poder público para realizar
atividade pública sob supervisão e controle do poder público, a exemplo a empresa
é agente delegado, realizando atividade pública, através de permissão, concessão
ou autorização.
Princípio da irretroatividade:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;410