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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


CENTRO DE CIÊNCIAS QUÍMICAS, FARMACÊUTICAS E DE ALIMENTOS
CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL

Integrantes: Ana Claudia Luckow, Caroline Ceno, Leonardo Mendes


.
Aula 3: Cinética de reação no estado sólido e em solução e cinética de
reações de primeira ordem.

Resultados e Discussões:
Objetivo:

O dado experimento tem como objetivo avaliar a cinética de uma reação com
reagentes no estado sólido, comparando-os com em solução, assim como
analisar reações de primeira ordem e através de cálculos matemáticos a
construção de seu gráfico.
Experimento 1 – Reações no estado sólido e em solução: diferença nas
velocidades
No experimento realizado observou-se e comparou-se a velocidade em que as
reações se processam, dependendo de seu estado físico. Diante disso,
analisou-se a mesma reação quando os reagentes estavam em solução
aquosa e quando estavam sólidos. Assim, foi observado que, quando os dois
reagentes são sólidos e são colocados em contato, ocorre a reação apenas
onde ocorre o contato dos dois sólidos, sendo necessária uma maceração para
que a reação se processasse em todo o sistema reacional, resultando em um
sólido de coloração levemente amarelada. Já quando se utilizou duas soluções
aquosas como reagentes foi possível observar que a reação se processa
instantaneamente, sendo necessário apenas colocar as soluções no mesmo
sistema, resultando em uma solução amarelo intenso, esta reação possui uma
velocidade muito superior a velocidade da reação com reagentes no estado
sólido.
Experimento 2 – Cinética da reação de primeira ordem
Com este experimento, foi realizada uma reação contendo peróxido de
hidrogênio (H2O2), cloreto de ferro (III) e ácido sulfúrico, onde foi possível
posteriormente constatar que se tratava de uma reação de primeira ordem.
Deixou-se a reação sob leve agitação, por 6 minutos, e em seguida recolheu-se
sete alíquotas desta solução no intervalo de cada 2 minutos e titulou-se com
permanganato de potássio (KMnO4), para verificar o quanto a reação já havia
se processado. Desta forma obteve-se os dados referentes a titulação, os quais
se encontras na tabela abaixo:

Tabela 1 – Dados das titulações obtidos no decorrer do experimento

Volume de KMnO4
Erlenmeyer Tempo (s) gasto na titulação ln V(KMnO4)
por ml
1 360 2,1 0,7419
2 480 1,7 0,5306
3 600 1,2 0,1823
4 720 1,1 0,0953
5 840 0,8 -0,2231
6 960 0,6 -0,5108
7 1080 0,5 -0,6931

1
Curva de Calibração
0.8

0.6
y = -2,0218E-03x + 1,4733
0.4
ln V(KMnO4)

R² = 0.991
0.2

0
0 200 400 600 800 1000 1200
-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
tempo (s)

Figura1: curva de tendência para os dados obtidos

Com o gráfico plotado é possível constatar que se trata de uma reação de


primeira ordem, já que o R2 é próximo de 1, com isso pode-se também é
possível estabelecer que a equação da reta. Através dessa equação da reta é
possível estabelecer a constante de velocidade (K), que é o valor
correspondente ao coeficiente angular da reta (a), sendo assim :
K= -2,0218 x10-03
O volume de permanganato de potássio foi encontrado traçando a reta até o
encontro do eixo y:
y = -2,0218 x10-03x + 1,4733 para x=0
y= 1,4733
lnV0KMnO4 = 1,4733
e1,4733 = 4,36 mL
Sendo assim é possível calcular a concentração de permanganato de potássio
0,008 mol ----- 1000 mL
X ----- 4,36 mL
X= 3,48 x 10-05 mol/L de KMnO4
Analisando a estequiometria da reação (5:2) pode-se estabelecer a
concentração de peróxido de hidrogênio.
2 mols de KMnO4 ------ 5 mols H2O2
3,48 x 10-05 mol/L ------ y
Y= 8,70 x 10-05 mol/L H2O2
Calculou-se o tempo de meia – vida da reação:
ln 2
T1/2 =
𝑘
0,6931
T1/2 =
2,0218 x10−03

T1/2 =342.81 s
Portanto é necessário 342.81 segundos para reduzir pela metade a
concentração inicial de peróxido.
Para este experimento também se calculou a constante de velocidade, com
base nos dados obtidos demonstrados na tabela 1 e no gráfico:
Δ𝑦 𝑦2−𝑦1 (−0,6931)−0,7419 −1,435
𝑎= = = = = 1,99x10-3s-1
Δ𝑥 𝑥2−𝑥1 1080−360 720
De acordo com o exposto, foi observado que a reação segue uma cinética de
primeira ordem e os parâmetros cinéticos. A reação envolvida neste
experimento é a seguinte:
-
2MnO4 (aq)+ 5H2O2(aq)+ 6H+(aq) 2Mn+2(aq) + 8H2O + 5O2(g)

Questões referentes ao experimento 1:


1) Equacione a reação ocorrida. Compare as observações.
Pb(CH3COO)2(aq.) + 2KI(aq.)→ PbI2 + 2CH3COOK(aq.)

2) Caso os reagentes sejam simplesmente misturados, sem que se aplique


força (como se faz ao utilizar o pistilo), há ocorrência de reação? Neste
caso, ela será mais lenta ou mais rápida do que quando força é
aplicada? Explique.
Caso não fosse aplicada força, a reação também iria ocorrer, porém de
forma mais lenta. O motivo de a reação ser mais rápida fazendo uso do
pistilo é que ele provoca mais atrito entre os reagentes, fazendo com que
haja mais colisões efetivas. Além disso, ao macerar os dois reagentes,
aumenta-se a área de contato dos mesmos, proporcionando o aumento da
velocidade da reação.

3) Exemplifique outras reações que ocorrem no estado sólido.


A reação no estado sólido mais conhecida é a fabricação do vidro. Dentre
os compostos utilizados estão o SiO2, componente principal da areia,
Na2CO3, comumente chamado de soda e o CaCO3, também chamado de
calcário. Os três são misturados e levados até um forno a 1500ºC, onde se
fundem formando o vidro.

4) Discuta uma metodologia para acompanhar o avanço da reação no


estado sólido em função do tempo.
Uma metodologia muito eficiente para acompanhar o progresso de uma
reação no estado sólido é utilizando a Termogravimetria dinâmica. Com ela,
fica possível determinar vários parâmetros cinéticos com apenas uma curva
termogravimétrica. Além disso, a cinética pode ser calculada de forma
contínua sobre uma faixa de temperatura.

Questões referentes ao experimento 2:


1) Demonstre a lei da velocidade para uma reação de primeira ordem e
deduza a lei integrada.
Para n=1
−𝑑[𝐴]
𝑉𝑒𝑙 = = 𝑘[𝐴]
𝑑𝑡
Onde:
−𝑑[𝐻2 𝑂2 ]
𝑉𝑒𝑙 = = 𝑘[𝐻2 𝑂2 ]
𝑑𝑡
Lei da velocidade integrada
𝐻2𝑂2
𝑑[𝐻2 𝑂2 ]

𝐻2𝑂2𝑜 [𝐻2 𝑂2 ]

𝑡 [𝐻2 𝑂2 ]
−𝑘 ∫ 𝑙𝑛 ( ) = −𝑘𝑡
0 [𝐻2 𝑂2 𝑜 ]

[𝐻2 𝑂2 ] = [𝐻2 𝑂2 ]𝑜 𝑒 −𝑘𝑡

2) Qual é o papel do FeCCl3? Que tipo de reação é essa? Descreva o


mecanismo e cite exemplos onde esse tipo de reação é usada.
O cloreto de ferro III age como catalizador nessa reação, com a utilização
deste catalizador nota-se a ocorrência da reação do ferro iônico onde ocorre a
formação de radicais hidroxila a partir do peróxido de hidrogênio
𝑂2− + 𝐹𝑒 3+ → 𝑂2 + 𝐹𝑒 2+
𝐻2 𝑂2 + 𝐹𝑒 2+ → 𝐹𝑒 3+ + 𝑂𝐻 − + 𝑂𝐻𝑜
Essa reação também é utilizada na preparação de catalizadores de ferro com
suporte em carvão ativado, usando como matéria prima resíduos de PET em
pó e cloreto férrico, como agente ativante de baixas temperaturas

3) Deduza a equação do tempo de meia-vida para cinética de primeira


ordem.
Referências:
ATKINS, P.W. JONES L. Princípios de Química, Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 2006.
CASTELLAN G. W. Fundamentos de Físico-Química.

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