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05/05/2018 Márcio Flávio Ruaro | A Dois | Page 2

Para anatomia, a coluna é a fundação de uma casa e a sua base, toda uma estrutura sólida que suporta tudo o resto,
num eixo central onde tudo é sustentado e construído. É a referência na sensação de “movimento do fluir” do nosso
dia-a-dia.

Na coluna encontramos cinco grandes zonas simbolicamente distintas: cervical, dorsal, lombar, sacro e cóccix. Em
cada uma delas existem conflitos relacionados, mais precisamente em cada uma das 33 vértebras, variando em
função da sua posição e dos órgãos nas quais se encontram relacionadas.

Cervicais

O pescoço é o prolongamento da cabeça e ajuda a aumentar o perímetro de recepção da informação que nos chega
através dos 5 sentidos. Por outro lado, leva a informação da cabeça para a parte inferior do corpo. É um local
de conexão entre cabeça-corpo, um lugar onde passam muitos condutos: os nervos, veias, artérias, traqueia, laringe,
esófago, onde flui sangue, alimentos e informação.

É a conexão entre o que ocorre na minha na cabeça e o com o meu corpo, ou entre o que ocorre no meu corpo e
chega à cabeça. Assim, todas as patologias cervicais implicam um desacordo entre o que penso e o que faço. Há uma
divergência entre os meus pensamentos e as minhas ações, levando a uma dor moral que se pode traduzir numa dor
física na zona cervical. “Será que digo / faço o que eu penso?”

A palavra-chave das vértebras cervicais é a comunicação.

Dorsais

Em torno da parte central da coluna vertebral encontramos os órgãos básicos para a sobrevivência: coração, pulmões,
fígado, estômago. Os conflitos emocionais que mais afetam esta zona e vértebras estão relacionados com pessoas
que se sentem como sendo os pilares da família, pessoas que são elementos centrais dentro do clã familiar, que se
responsabilizam por carregar / solucionar os problemas de todos e de chegar a todo o lado. Com os “pilares da família”
todo o mundo pode contar com eles e, ocupar esse lugar, implica transportar uma carga muito pesada. Sentem que
trazem consigo o peso dos demais e necessitam de ser os mais fortes para suportar todos.
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Nesta zona também encontramos as costelas que conformam a caixa torácica, que por sua vez protegem os órgãos
internos mais delicados. Quando há sintomas de dor ou fratura nas costelas trata-se de conflitos inoculados
relacionados com as relações hierárquicas reais e simbólicas. Neste caso, nas quatro primeiras costelas
existem desvalorizaçâo em relação aos ascendentes (pais, avós, tios, chefes, padrinhos…), as quatro médias
com colaterais (irmãos, namorados, colegas, amigos, primos…) e as quatro inferiores com os descendentes (filhos,
sobrinhos, alunos…). As costelas são como se fossem uma árvore genealógica incorporada na zona dorsal e lateral do
corpo.

Lombares

Esta parte baixa da coluna partilha um espaço com aparelho reprodutor, parte do sistema digestivo inferior, os rins e
bexiga, e representa a base de apoio da nossa estrutura, o que nos mantém erguidos ou nos faz subjugar. De uma
forma geral, as lombares estão relacionadas com o tema da “relação com o outro”, que é a frase-chave desta região
vertebral.

A tônica emocional que compõe esta zona encontra-se sobretudo ligada com a ancestralidade. Por vezes, as mulheres
nas suas relações vivem uma relação de submissão feminina (“o dever da mulher é agradar o homem”), causando um
desrespeito com um valor central na sua vida, em relação a si mesma ou na forma como vive o seu casamento. No
caso de homens, pode existir uma relação de subjugação às suas namoradas ou esposas, no sentido de ter que
acatar exigências emocionais excessivas.

Sacro

Tal como o nome que define esta zona, “sacro”, encontra-se relacionada com valores sagrados que regem a nossa
vida e se encontram desrespeitados ou desvalorizados, sendo estes: religiosos, políticos, humanos, familiares, de
relação, etc.

Cóccix

Esta é a zona afetada quando nos sentamos numa cadeira ou num lugar qualquer. Quando há conflitos com o cóccix,
pode remeter a problemas de identidade ao nível estrutural, com o lugar onde ocupo na minha família, como se
existisse a sensação de “não tenho lugar na minha família”, “que me sinto excluído / aparte da minha família”, levando
a questões como “Onde me sento na mesa da minha família?”, O que sou para eles?”

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